*MORTE EM FAMÍLIA*
“O instante da
morte é fatal”. “Da morte ninguém escapa”. “O fim da vida é a morte”. “A morte
revela a verdade”. Essas são algumas dentre as muitas frases que se expressam
num velório. Sendo a destruição do corpo físico uma Lei Natural, deveríamos
aceitá-la com mais tranqüilidade. Porém, nem sempre estamos preparados para o
desenlace. De qualquer modo, os Espíritos amigos estão sempre nos auxiliando
com suas vibrações amorosas, no sentido de reconfortar o nosso ânimo, abalado
pelo choque.
A dificuldade da
morte em família é o refazimento do caminho sem o ente que se foi. Tudo o que
fazíamos, antes dele partir para o mundo espiritual, tinha um objetivo: dar-lhe
o alimento no horário certo, ministrar-lhe as doses do remédio, cortar-lhe a
barba, dar-lhe banho, levá-lo ao médico, ver se lhe faltava alguma coisa etc.
De repente não existe mais a presença deste ser. Isso provoca uma certa apatia,
um embaraço, um não saber o que fazer, em fim, uma desorganização em nossa vida
doméstica.
A pessoa se foi:
pai, mãe, filho etc. De acordo com a proximidade do parentesco fica a reflexão:
fiz-lhe todo o bem que eu poderia ter feito? Deixei de atender-lhe algo que
estava ao meu alcance? Até que ponto contribui para sua tristeza ou sua
alegria? Qual o grau de minha responsabilidade na sua ida ao mundo espiritual?
Quer dizer, será que fizemos ao outro aquilo que gostaríamos que nos tivessem
feito a nós mesmos. Eis aí a questão central de nossas mais íntimas reflexões.
Suponha que
tivéssemos praticado ações que o desgostaram. A reflexão nesses casos também é
útil, mas não nos deve chafurdar no pranto e na inutilidade. Se erramos,
peçamos perdão, mas continuemos a trabalhar na certeza de que os mentores
espirituais saberão confortá-lo e encaminhá-lo para a verdadeira compreensão.
Ninguém está isento do erro, do pecado. Por isso, se santos não somos, os
nossos erros devem ser refletidos para que estes sirvam de anteparo ao
cometimento de novos erros.
O desapego ao ente
que se foi é de extrema importância. De que vale segurá-lo, em pensamento, se
ele tem que prestar contas do que ele fez de certo ou de errado? Se os despojos
do corpo físico e os seus pertences materiais aqui ficaram, por que querer
prendê-lo nós outros, simples mortais? Deixemo-lo ir e seguir o seu caminho
tanto quanto nós temos de seguir os nossos. De qualquer forma, as preces
sinceras, saídas do nosso coração, serão sempre bem recebidas.
Guardemo-lhe as
boas lembranças e enderecemo-lhe pensamentos de paz, de reconforto, de
harmonia, a fim de que isto possa auxiliá-lo em sua volta ao mundo dos
espíritos, o verdadeiro mundo.
*SÉRGIO BIAGI GREGÓRIO*
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