*Espiritismo Comparado*
ESPIRITUALISMO
E ESPIRITISMO
O espiritualismo é um termo ambíguo e
presta-se a muitas definições, dependendo do ângulo em que se olha o espírito.
Entretanto, para o nosso estudo, devemos analisá-lo sob o ponto de vista da filosofia e do movimento religioso moderno, comparando-os com os pressupostos da
Doutrina Espírita.
No sentido
estrito da filosofia, e no seu
significado ontológico, o espiritualismo
designa a doutrina segundo a qual existem duas substâncias, radicalmente
distintas: espírito e matéria. Assim sendo, o espiritualismo é tudo o que diz respeito ao espírito: pensamento,
liberdade, unidade; o materialismo,
tudo o que diz respeito à matéria: extensão, movimento, multiplicidade. Desta
maneira, todos os que acreditam existir algo além da matéria é espiritualista;
mas não se segue daí que creiam na existência dos Espíritos e em suas
comunicações com o mundo invisível.
O espiritualismo, como um movimento
moderno religioso, tem o seu começo a partir dos fenômenos das
"pancadas" presenciados pelas irmãs Fox, em Hydesville, N. Y., em
1848. O termo cobre fenômenos como percepção
extra sensorial, telecinesia, e
muitos estados associados com o êxtase
religioso (falar em línguas estrangeiras ou balbuciar frases sem sentido).
De lá para cá, muitos se interessaram em estudar as relações mediúnicas entre
os espíritos desencarnados (mortos) e os médiuns (intermediários deles). Entre
tais pessoas incluem-se Helen P. Blavatsky e Henry Sl. Olcott, os fundadores da
Teosofia, Wiliam Crookes, Conan Doyle e Oliver Lodge.
O Espiritismo tem relação tanto com a
definição filosófica quanto com a do movimento religioso, iniciado a partir de 1848. Do ponto de vista filosófico,
o Espiritismo está inserido no Espiritualismo, pois distingue o Espírito da
matéria. Contudo, não é o Espiritualismo, por ser este mais amplo. Do ponto de
vista do movimento religioso, o
Espiritismo, embora aceitando a comunicação com os mortos e todos os fenômenos
relatados pelos adeptos do espiritualismo, não pode ser classificado como
sinônimo, pois há enormes divergências quanto aos princípios doutrinários.
Na realidade,
o Espiritismo tem autonomia própria, e Allan Kardec expressa-a em função de
cinco princípios fundamentais: (1) existência de Deus, como inteligência
cósmica responsável pela criação e manutenção do universo; (2) existência da
alma ou espírito, envolvido pelo perispírito, que conserva a memória mesmo após
a morte e assegura a identidade individual de cada pessoa; (3) lei da reencarnação,
pela qual todas as criaturas retornam à vida terrena e vão, sucessivamente,
evoluindo no plano intelectual e moral, através das provas e expiações dos
erros do passado; (4) lei da pluralidade dos mundos, isto é, da existência de
vários planos habitados, que oferecem um âmbito universal para a evolução do
espírito; (5) lei de causa e efeito, pela qual se interligam as vidas
sucessivas do espírito, dando-lhe destino condizente com os atos praticados.
Aprofundar
para duvidar, a fim de buscar a verdade dos fatos. Eis o trabalho incessante
daquele que é amante do saber.
Fonte de Consulta
Encarta Encyclopedia: http://encarta.msn.com
Enciclopédia Barsa. Rio
de Janeiro/São Paulo, Encyclopaedia Britannica, 1993.
The Macmillan
Encyclopedia. Aylesbury, Market House, 1990.
*ARTIGOS DE SÉRGIO BIAGI
GREGÓRIO*
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