*Espiritismo
Comparado*
LEI DE DESTRUIÇÃO E ESPIRITISMO
A destruição é uma lei natural, porque precisamos renovar a
espécie. Se mantivéssemos eternamente o nosso corpo físico, não
haveria o melhoramento dos seres vivos. Para que haja equilíbrio
ecológico, uma espécie destrói a outra para sobreviver. A
destruição recíproca dos seres vivos é, dentre as leis da
Natureza, uma das que, à primeira vista, menos parecem conciliar-se
com a bondade de Deus. Contudo, um exame mais acurado mostra a
grandeza do Criador.
Pergunta-se: Por que Deus criou a necessidade de os seres se
destruírem mutuamente, para se alimentarem uns à custa dos outros.
É que o homem, como inteligência finita, não consegue abarcar a
Inteligência Infinita de Deus. Contudo, o homem evoluído sabe que a
verdadeira vida, tanto do animal quanto dele próprio, não está no
invólucro corporal e sim no Princípio Inteligente, que preexiste e
sobrevive ao corpo. Assim, para se nutrirem, os seres vivos
destroem-se entre si, mas única e exclusivamente para obedecer ao
equilíbrio natural, decorrente das Leis de Conservação e de
Destruição conjugadas.
O equilíbrio ecológico se dá através da eliminação das espécies
inferiores. No final do ciclo de destruição está o homem, com sua
inteligência, a eliminar os animais menores. A destruição que
ultrapassa os limites das necessidades e da segurança mostra a
predominância da bestialidade sobre a natureza espiritual. Toda a
destruição que ultrapassa os limites da necessidade é uma violação
da lei de Deus. Os animais não destroem mais do que necessitam, mas
o homem, que tem o livre-arbítrio, destrói sem necessidade.
Os flagelos destruidores fazem a civilização caminhar em poucos
anos o que levaria séculos para conseguir sem a prática da Lei do
Amor. No entanto, os homens de bem que sucumbem aos flagelos
(terremotos, maremotos, inundações etc.) não sofrem como os maus,
pois, dada sua condição evolutiva superior, a perda de uma veste,
como o corpo, não tem a mesma importância que para um materialista
ou para aquele mais apegado à natureza animal.
As guerras, o assassínio, a crueldade, o duelo e a pena de morte
ainda perduram nos dias de hoje porque há a predominância da
natureza animal sobre a espiritual. Quando a humanidade estiver mais
evoluída moralmente, ela acabará por entender que todos somos
irmãos uns dos outros. Aprenderá que a morte de um inimigo elimina
apenas a veste física; a sua alma continua intacta no mundo
espiritual. Ainda: caso tenha guardado muito ódio em seu coração,
passará a nos obsedar mais freqüentemente.
Saibamos usar os bens naturais de forma conservativa, isto é, sem
alterar substancialmente o equilíbrio cósmico. Para isso,
conjuguemos serenamente a Lei de Conservação e a Lei de Destruição,
a fim de atingirmos o equilibro entre o Espírito e a matéria.
Fonte de Consulta
KARDEC, A. O Livro
dos Espíritos. 8. ed. São Paulo: Feesp, 1995.
*ARTIGOS DE SÉRGIO BIAGI
GREGÓRIO*
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