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quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

*Pensar o Espiritismo* *Doutrina* *DEPOIS DA MORTE*

*Pensar o Espiritismo*




*Doutrina*


*DEPOIS DA MORTE*


O que devemos esperar além-túmulo? Nada de expectativas exageradas, porque as mudanças não se dão aos saltos; o progresso é lento e ininterrupto. A morte apenas indica uma mudança de plano, de dimensão. Quando encarnados, temos um corpo físico; desencarnados, ficamos sem ele. Contudo, continuamos vivos, sendo esta a grande surpresa dos que cometem o suicídio.

Geralmente, o Espírito passa por uma perturbação, que pode ser longa ou curta, dependendo de sua evolução moral e espiritual. É o tempo necessário para a sua adaptação ao outro mundo, o verdadeiro mundo do Espírito. Lembremo-nos de que embora os maus fiquem mais tempo nesse estado de perturbação, nem por isso estarão isentos do socorro dos mentores espirituais, pois segundo a orientação evangélica: “Nenhuma das ovelhas se perderá”.

O céu e o inferno fazem parte da ortodoxia católica, em que pressupõe lugares circunscritos no plano espiritual. O Espiritismo esclarece que tanto um quanto o outro deve ser entendido como estados mentais. Se, ao desencarnarmos, formos bafejados pelos eflúvios balsâmicos dos benfeitores espirituais, poderemos nos considerar no céu; se, ao contrário, formos influenciados por vibrações pesadas, no inferno. Dolorosa, cheia de angústias para uns, a morte não é, para outros, senão um sono agradável seguido de um despertar silencioso.

Há íntima relação entre o perispírito e o desencarne. Quanto mais sutis e rarefeitas são as moléculas constitutivas do perispírito tanto mais rápida é a desencarnação, tanto mais vastos são os horizontes que se rasgam ao Espírito. Devido ao seu peso fluídico e às suas afinidades, ele se eleva para os gozos espirituais que lhe são similares. Cada perispírito pode ser comparado com balões cheios de gases de densidades diferentes que, em virtude de seus pesos específicos se elevam a alturas diversas. Porém, como Espírito tem vontade e livre-arbítrio, ele pode modificar as tendências em curso.

As sensações descritas pelos Espíritos desencarnados assemelham-se e podem ser resumidas da seguinte forma: todos afirmam terem se encontrado novamente com a forma humana, nessa existência; terem ignorado, durante algum tempo, que estavam mortos; haverem passado, no curso da crise pré-agônica, ou pouco depois, pela prova da reminiscência sintética de todos os acontecimentos da existência que se lhes acabava; acolhidos pelos familiares e amigos; haverem passado “sono reparador”; terem passado por um túnel.

Muitas religiões prometem recompensas além-túmulo. O Espiritismo não faz tal assertiva; o mesmo ocorre com o Budismo. O Espiritismo explica-nos que há uma lei – a de causa e efeito –, que se cumpre no mundo dos Espíritos. De acordo com essa lei, aqueles que na Terra viveram em erro e distantes dos princípios cristãos, deverão sofrer as conseqüências desagradáveis (dor, remorso e inquietação); aqueles, que viveram plenamente a prática do bem, terão como conseqüência a felicidade dos bem-aventurados.

Para muitos, a morte é um grande enigma, é o ponto de ruptura dos sonhos e das realizações terrenas. Quanto a nós, instruídos pela sabedoria dos Espíritos superiores, saibamos interpretá-la como uma mera continuidade desta vida.



*ARTIGOS DE SÉRGIO BIAGI GREGÓRIO*



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