*Espiritismo
Comparado*
*EXISTENCIALISMO
E ESPIRITISMO*
Existencialismo
- Aplica-se esse nome às idéias filosóficas de Heidegger, Kierkegaard, Sartre
e outros. Caracteriza-se pela negação do
abstracionismo racional de Hegel. Para Kierkegaard, por exemplo, um sistema
lógico de idéias não alcança a existência, o individual. Faz abstração deste,
tem por objetivo as essências, os possíveis, e não o existente, o indivíduo,
que não se explica, não se deduz, nem se demonstra.
As concepções
de existência e de essência auxiliam-nos a compreender o tema. A existência vem de ex-sistência (estar aí, ex, fora das causas), o que se acha
na coisa, in re. Existência é o fato
de ser da essência. Difere da essência, pois, a existência consiste no fato de
ser da essência. A essência, por
outro lado, é o “fundo” do ser, metafisicamente considerado.
A base do
existencialismo está na discussão do possível. Para Sartre: “A existência
precede a essência”. É a tese da impossibilidade do possível. Ele retoma a
fórmula de Lequier: “Fazer e, ao faze, fazer-se”. É a expressão metafísica da
crença na liberdade absoluta segundo a qual o ser vivo e pensante faz a si
mesmo tanto quanto lho permitem certas determinações já tomadas. Além do
exposto, Abbagnano acrescenta o grupo da necessidade do possível e o grupo da
possibilidade do possível.
O
existencialismo espírita aproxima-se da possibilidade do possível. De acordo
com os princípios codificados por Allan Kardec, a essência (possível) é o
princípio inteligente (Espírito na fase humana), que se atualiza em cada
existência. O elo de ligação é a reencarnação, em que se processa a união da
essência ao corpo físico, através do perispírito. O ir-e-vir dá consistência à
essência, deixando-a cada vez mais purificada.
A mediunidade
apresenta-se, também, como ponto de ligação entre a essência e a existência.
Por intermédio dela, as essências, fora da existência, podem se comunicar com
as essências, na existência. Prova-se, assim, que a essência não só precede a
existência, como continua depois de ter estagiado na existência. Nesse sentido,
o verdadeiro mundo é o mundo das essências, ou seja, o mundo espiritual.
O existencialismo espírita é como
um projétil do ser, que passa por esta existência, rumo à perfeição da
essência.
Fonte de Consulta
SANTOS, M. F. dos. Dicionário
de Filosofia e Ciências Culturais. 3. ed., São Paulo, Editora Matese, 1965.
PIRES, J. H.. Introdução à
Filosofia Espírita. 1.ed., São Paulo, Paideia, l983.
*ARTIGOS DE SÉRGIO BIAGI
GREGÓRIO*
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