*Espiritismo
Comparado*
*FELICIDADE E
ESPIRITISMO*
Estamos
constantemente procurando mais bens que possam satisfazer às nossas
necessidades. A insaciabilidade humana
é responsável pelo progresso material alcançado pela nossa sociedade. Há
possibilidade de sermos felizes na busca do “mais”? Estamos confundindo
felicidade com bem-estar? Que subsídios a doutrina espírita nos oferece para a
compreensão desse tema?
Felicidade – do lat. felicitas, que vem
de Felix, ditoso, afortunado, feliz.
Num sentido amplo é ausência de todo o mal, e, vivência plena do bem. A
felicidade implica posse de bens. Esta aquisição é avaliada de acordo com a
escala de valores de cada indivíduo. Os valores, por outro lado, são fornecidos
pelo sistema ético e moral considerado.
A Ética e a Moral fornecem-nos a noção do
bem e do mal. Segundo a ética religiosa o bem está na conformidade com a
vontade de Deus, e o mal é rebelar-se contra essa vontade. No catolicismo, Deus
é considerado a trindade e o mistério. A
felicidade perfeita é adequar a vontade humana à vontade do Ser Supremo. Como o
indivíduo é limitado, isto é feito através do filho de Deus - Jesus - o
intermediário entre os homens e Deus.
Os Estatolatras (comunistas, socialistas,
fascistas), colocam a felicidade na classe ou no Estado, ou na prosperidade
econômica. Karl Marx, filósofo materialista, afirma que a felicidade do ser
humano está presa aos proventos materiais advindos do trabalho. Confunde o
termo felicidade com o bem-estar. O bem-estar é a posse de bens materiais, que
dão mais conforto; a felicidade é mais ampla, porque envolve a realização do
ser espiritual. O Espiritismo aplica esse conceito amplo de felicidade, quando
afirma que o trabalho, além dos proventos materiais, deve prover as condições
necessárias para a evolução do Espírito.
Allan
Kardec, ao codificar a Doutrina dos Espíritos, fornece-nos meios racionais para
entendermos a felicidade. Informa-nos que ela não é deste mundo, e que tanto
sofre o rico como o pobre. Amplia-nos a visão, afirmando que há outros orbes
mais evoluídos do que o planeta Terra, onde o bem predomina sobre o mal.
Diz-nos, também, que o sofrimento é inerente ao nosso estado evolutivo, e que
quando a Terra passar para um mundo de regeneração, a humanidade usufruirá uma
felicidade mais perfeita que a observada na atualidade.
Embora não
tenhamos condições de viver a felicidade
plena, podemos, através dos esforços diários, exercitarmos a aceitação
serena de nós mesmos, do nosso próximo e
da sociedade em que estamos inseridos, no sentido de alcançar o maior grau de
felicidade relativa que somos capazes.
Fonte de Consulta
SANTOS, M. F. dos. Dicionário de
Filosofia e Ciências Culturais. 3. Ed., São Paulo, Editora Matese, 1965.
KARDEC, A. O Livro dos Espíritos. São Paulo, FEESP,
1972.
*ARTIGOS DE SÉRGIO BIAGI
GREGÓRIO*
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