*Espiritismo
Comparado*
*FENOMENOLOGIA E ESPIRITISMO*
Fenomenologia é definida como “um estado puramente
descritivo dos fatos vividos de pensamento e de conhecimento”.
Hegel, na sua obra Fenomenologia do Espírito (1807), expõe
que o progresso da consciência se realiza de forma dialética até
atingir o saber absoluto; Kant, por outro lado, separa os juízos “a
priori” (essências) e os juízos “a posteriori”.
Somente em Husserl, a fenomenologia toma o sentido corrente e
específico: “o fenômeno constitui, pois, a manifestação do que
é, aparência real e não aparência ilusória”.
A fenomenologia, portanto, para Husserl e seus seguidores, significa
uma redução do “eu transcendental”. Nela, supõe-se que os
dados da consciência relativos aos fenômenos, não podem estar
separados da essência. O grande desafio do ser humano é captar a
essência que está embutida na existência. Neste mister, cabe-nos
renunciar aos dogmas a aos preconceitos, tala qual fizeram Descartes,
Hume e outros.
A fenomenologia, dentro da ótica espírita, pode ser visualizada
pela análise do Espírito, do Perispírito e da Mediunidade. O
Espírito é a essência primeira, o princípio inteligente, que na
fase humana adquire o pensamento contínuo, a razão e o
livre-arbítrio. A cada nova existência, torna-se mais consciente
das verdades eternas, o que lhe capacita crescer, eficazmente, em
sabedoria e virtude.
O Perispírito, formado pelo fluido cósmico de cada globo, é o elo
de ligação entre o Espírito e o Corpo Físico. Nele, encontra-se a
resolução de muitos problemas da nossa atual existência. O seu
campo mental está impregnado, não só de nossas ações passadas,
como também de nossas perspectivas futuras. Por isso, embora haja o
esquecimento do passado, temos as intuições e as inspirações, que
nos orientam acerca das decisões que devemos tomar.
A mediunidade, por último, mostra-nos que as essências do mundo
espiritual podem se comunicar com as essências do mundo material. O
perispírito é o principal intermediário do contato mediúnico.
Através dele, nota-se a interposição do Espírito desencarnado com
o encarnado, dando-se a errônea impressão, aos videntes, de que um
“incorpora” no outro.
A reflexão, desprovida de interesses pessoais, faculta-nos analisar
qualquer tema sob a ótica espírita. Isto auxilia-nos a melhorar
substancialmente a nossa cosmovisão transcendental da vida.
Fonte de Consulta
PIRES, J. H..
Introdução à Filosofia Espírita. 1.ed., São Paulo,
Paideia, l983.
SÃO MARCOS, M. P..
Filosofia Espírita e seus Temas. 1.ed., São Paulo, FEESP,
l993.
*ARTIGOS DE SÉRGIO BIAGI
GREGÓRIO*
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