*Pensar o Espiritismo*
*Doutrina*
*INFLUÊNCIA DOS ESPÍRITOS EM NOSSA VIDA*
Os Espíritos nos
influenciam? Como isto se dá? É a todo o momento? E o nosso livre-arbítrio?
Será que não pensamos pela nossa própria cabeça? Como distinguir o que é nosso
daquilo que os Espíritos nos sugerem? Eis algumas das várias perguntas que se
poderia fazer sobre o tema, sem a pretensão de respondê-las, mas somente com o
intuito de exercitar o nosso pensamento.
Quem nunca ouviu
falar do “Saci-Pererê”, do “Homem do Saco” e do “Lobisomem”? Quem nunca ouviu
falar de lugares assombrados? Quem nunca ouviu uma história sobre os castelos
enfeitiçados? A presença de uma força oculta não é apanágio do dias que correm.
Na Antigüidade, os homens da caverna já mantinham contato com o mundo
espiritual, denotando que os Espíritos e mediunidade sempre existiram. J. H.
Pires, no livro O Espírito e o Tempo,
descreve os vários horizontes alcançados pelo homem, relacionando-os à maneira
de se tratar com o sagrado e conseqüentemente o modo como fomos sendo
influenciados pelos Espíritos ao longo de tempo.
Que os Espíritos
nos influenciam não resta dúvida. Mas como separar a idéia sugerida pelo
Espírito daquela que é nossa? Às vezes eles nos deixam ver claro, quando o
fazem através dos ruídos, batidas, ou mesmo tocando-nos; outras vezes são tão
sutis que não conseguimos separar uma coisa da outra. É o caso, por exemplo, de
se querer distinguir entre a inspiração e a intuição no campo da mediunidade.
Na intuição a idéia é da própria pessoa; enquanto na inspiração é o sopro de um
Espírito amigo. Temos um pensamento brilhante: ele foi nosso ou de um amigo?
Como assegurarmos com certeza de quem foi?
Somos mais
passíveis de receber a influência dos Espíritos inferiores do que a dos
Espíritos superiores. Por que? É que o nosso pensamento enovelado nos
sentimentos sensíveis não consegue vislumbrar as luzes do mundo mais ditoso.
Dado o nosso apego à matéria, os apelos
à sensação, ao gozo, à distração são mais fáceis de serem captados. Observe o
alcoólatra. Mal levanta, já lhe vem a idéia de beber. É o fenômeno da fixação
mental, da idéia fixa, cuja causa inicial foi um descuido, uma abertura de
nossa mente para o vício. Depois, enfraquecidos, o Espíritos menos felizes
apoderam-se de nossa vontade e dominam-nos sem pena.
Os Espíritos
superiores, pelo contrário, não nos molestam e não nos obrigam a fazer isso ou
aquilo. Eles simplesmente sugerem-nos pensamentos elevados, que se traduzem na
prática do bem. Não é, todavia, uma tarefa fácil, porque incitam-nos a entrar
pela porta estreita, visto ser largo é o caminho da perdição e são muitos os
que por ele se desviam. Como somos refratários às sugestões do bem, os
Espíritos inferiores tomam a dianteira e assim vamos indo de existência em
existência.
Sermos
influenciados pelos bons ou maus Espíritos depende muito mais de nós do que
imaginamos. Perseverando no bem estaremos naturalmente sendo amparados pelos
bons Espíritos. Esforcemo-nos por tal empreendimento.
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