*RITUAIS ESPÍRITAS*
por Mauro da Silva Costa e Elio
Mollo
A naturalidade que existe no
processo inter-relacionamento entre encarnados e desencarnados deve ser respeitada
e posta em prática, para que possamos entender e simplificar cada vez mais este
processo.
Mantemos o intercâmbio através
dos planos espiritual e físico pela força do pensamento transformada em vontade
direcionada em um foco inteligente, objeto de nossa comunicação.
Essa vontade será traduzida em
afinidades, completando assim o processo de comunicação e convivência com os
desencarnados.
Não vemos neste processo nada que
fuja à naturalidade, dispensando todo e qualquer aparato mágico, ainda que supostamente
necessário.
Infelizmente, não é essa
realidade encontrada na maioria dos Centros Espíritas, onde por incrível que pareça
os rituais se proliferam, encontrando a passividade dos dirigentes, dando aos frequentadores
uma impressão de que são fatos e atos naturais.
Como uma boa parte dos frequentadores
dos Centros Espíritas serão os futuros tarefeiros e colaboradores, há o perigo
de trazerem consigo para o exercício da mediunidade aquelas ideias
ritualísticas, que estarão então condicionadas (viciações) como indispensáveis
no processo de inter-relacionamento entre encarnados e desencarnados.
*O PASSE*
O passe espírita, objeto de
tantas discussões e estudos, é ainda hoje, o principal ritual numa grande maioria
dos Centros Espíritas.
O passe espírita é de uma
simplicidade franciscana, mas o sistema implantado pelas entidades ditas responsáveis
pela divulgação e ensino da Doutrina Espírita, veio complicá-lo, tirando toda a
sua beleza e funcionalidade, ensinado e praticado por Jesus há quase dois mil
anos.
As mãos levantadas acima da
cabeça para a suposta captação de fluidos, fechar as mãos para que os fluidos
não se percam, fazer certas posições com os dedos das mãos, onde nem todos tem
a elasticidade necessária para isso, só vem contribuir para ridicularizar a
beleza natural e simples do passe.
O passe não precisa de técnica,
precisa de compreensão. A única exigência para se dar o passe é o conhecimento
da Doutrina Espírita e das múltiplas relações entre encarnados e desencarnados.
O equilíbrio psíquico / físico necessário para a prática do passe será
decorrente do conhecimento espiritual colocado em prática, caracterizando assim
a evolução.
A imposição de mãos (sem
gesticulações), a capacidade de doação do médium e o conhecimento doutrinário
são suficientes/necessários para a aplicação do passe. Precisamos acabar com as
encenações místicas e desnecessárias e colocar em prática a racionalidade tão
solicitada a nós por Kardec.
*VIBRAÇÕES*
Levados pela nossa ingenuidade e
ignorância, criamos a imagem de que o plano espiritual e os espíritos
desencarnados existem apenas para nos servir. A partir dessa ideia nasce mais
um ritual: a "caixinha de vibrações".
Muito fácil e muito cômodo. O
método mais anti-racional que existe, pois inibe o exercício da mentalização,
concentração e da própria doação, já que no caso não estamos doando nada.
Supomos que as pessoas pensem que
os desencarnados irão ler os nomes e endereços e para lá se dirigirão levando
os fluidos e energias para o necessitado. Isso lembra muito a missa de sétimo
dia da religião Católica, onde o padre é pago para rezar pela alma da pessoa
que morreu.
Temos que esclarecer as pessoas
que não é necessário gastar tempo, tinta e papel numa operação ridícula
objetivando o bem estar de alguém. Basta pensar e vibrar com a mente e o
coração, e a outra pessoa, se estiver apta, receberá os fluidos e energias
emitidas por nós (é claro que os Bons Espíritos auxiliarão nesta empreitada se
realmente houver sinceridade de intenções).
A equipe de espíritos
desencarnados participantes dos trabalhos do Centro Espírita, indevidamente chamada
de "corrente espiritual", foi o ponto de partida para que alguns
espíritas menos avisados tivessem a ideia de se dar as mãos no início e fim dos
trabalhos para se formar uma corrente também. E se alguém soltar a mão da
pessoa do lado, quebra a corrente. Coisa de pretensos "espíritas" com
pouca visão espiritual, carentes de conhecimento da Doutrina Espírita. A nossa
ligação com os desencarnados e os encarnados participantes dos trabalhos de
passes e doutrinação (quando falamos em doutrinação entenda-se esclarecimento
da situação do desencarnado e evangelização ao mesmo tempo, ou melhor, de
diálogo, onde se oferece ao desencarnado, o melhor, do conhecimento que
possuímos, e aquilo que ele pode compreender, para melhorar a sua situação) é
feita a nível mental, dispensando entrelaçamento de mãos ou algo que valha.
Devemos a Kardec e aos espíritos
desencarnados que o auxiliaram na codificação o respeito e a consideração que por
justiça eles merecem. E para os respeitarmos precisamos deixar de lado aquilo
que vem denegrindo tudo o que Kardec edificou, aquilo que ele mais temia: o
misticismo e as encenações mágico/circenses.
Está claro que todos esses
acontecimentos são heranças de um tempo onde o estudo raramente precedia as
manifestações práticas.
Essa desculpa já não serve para
justificar toda essa barbaridade cometida em nome de algo tão importante como a
Doutrina Espírita.
Não vamos exigir que todos possam
despertar do marasmo e acomodação em que se encontram de uma hora para outra,
pois as viciações já enraizadas tornam-se parte do dia a dia das pessoas.
A evolução e lenta e gradual, mas nem tanto, e
ela não vem a nós se não a procurarmos.
E onde está a solução? No estudo
das obras da Codificação Espírita, na constante atualização do avanço e
descobertas da ciência e no uso da lógica e da razão ao nos defrontarmos com
situações novas e desconhecidas. Tentem! <>
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