*Espiritismo
Comparado*
*FIM DO MUNDO E ESPIRITISMO*
De tempos em tempos surgem os boatos acerca do fim do mundo. Basta
aproximarmo-nos do fim de um século, que as profecias aparecem a
mancheias. Hoje, em virtude de estarmos nos aproximando não só do
final do século mas também do milênio, essa onda vem com mais
intensidade. Tudo isso decorre da capacidade fabuladora e criadora do
ser humano.
No Antigo Testamento, a ideia de fim de Mundo mostra que a
Terra perecerá "por fogo". Será o último acontecimento
do universo (Ressurreição dos mortos e Juízo Final), e logo terá
início um "novo céu e uma nova terra", onde habitarão os
bem-aventurados. Isto constitui um aspecto do messianismo sem
ultrapassar os limites do quadro nacional hebraico. Estava reservado
ao cristianismo dar-lhe alcance universal. Jesus fala muitas vezes do
tempo em que "passarão o céu e a terra" e apresenta a
"consumação dos séculos" sob o aspecto positivo de uma
"regeneração" cujo ponto culminante é o aparecimento do
Filho do homem (Mat., XXIV, Marc., XIII, Luc. XXI).
A Bíblia faz alusão ao término pelo fogo, a Ciência vem nos dizer
que o mundo acabará pelo frio. Quem está certo e quem está errado?
Os cientistas procuram dar uma explicação racional. De acordo com
os seus estudos, o Sol deverá diminuir a intensidade de sua luz, de
sua energia. Quando isso se der, tornar-se-á impossível a vida no
Planeta Terra. Embora seja uma hipótese plausível, isto demorará
muito tempo. Os Astrônomos, por exemplo, dizem que a terra durará
mais 3,5 bilhões de anos.
A questão do fim do mundo é uma questão de concepção de mundo.
Se formos religiosos dogmáticos acreditaremos piamente nas citações
bíblicas; se formos cientistas, apenas na ciência. Mas há muitos
que não acreditam nem na ciência e nem na religião. Formam a sua
própria doutrina, guiados apenas pela pretensa força sobrenatural.
Pregam o abandono dos familiares, a venda de todos os bens etc.
Contudo, o fiel adepto da verdade não se abala nem com a frieza da
ciência e nem com o malabarismo dos pseudoprofetas. A experiência
lhe mostra que essas ondas vêm e passam e a vida continua intrépida
e resoluta.
Allan Kardec, no cap. IX, itens 13 e 14 de A Gênese, fala-nos
que o Planeta Terra já teve as convulsões próprias da sua
infância; entrou agora num período de relativa estabilidade. Como o
fim da Terra permanece no domínio das conjecturas, afirma ele que a
Terra não acabará ao nosso tempo, pois está longe da perfeição
que deve alcançar. Da mesma forma são os seus habitantes. As
transformações, salientadas na Bíblia, são de ordem
exclusivamente moral. Até que a humanidade alcance a perfeição,
pela inteligência e pela observância das leis divinas, as maiores
perturbações ainda serão causados pelos homens mais do que pela
natureza, isto é, serão antes morais e sociais do que físicas.
Estejamos sempre alerta. Não permitamos que as ondas passageiras
possam perturbar a serenidade de nosso Espírito imortal.
Fonte de Consulta
Grande Enciclopédia
Portuguesa e Brasileira. Lisboa/Rio de Janeiro, Editorial
Enciclopédia, s.d. p.
KARDEC,
A. A Gênese - Os Milagres e as Predições Segundo o Espiritismo.
17. ed., Rio de Janeiro, FEB, 1976.
*ARTIGOS DE SÉRGIO BIAGI
GREGÓRIO*
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