ALTERAÇÕES NA TERRA
O vigoroso desenvolvimento das ciências no século XIX,
particularmente da Astronomia e da Geologia, levou à identificação de fenômenos
que se processavam em tempo extremamente longo quando comparado à duração
normal da vida humana.
Assim, por exemplo, a luz que nos chega das estrelas viajou,
não raro, milhares de séculos até atingir nossos olhos e, na Terra, os períodos
geológicos alongaram-se por centenas de milhões de anos. Nosso planeta, além
dos movimentos de rotação e translação, cujos efeitos percebemos claramente, possui
outros, bem mais demorados (a precessão dos equinócios, por exemplo, se
completa em aproximadamente 26.000 anos) e que por isso não têm suas conseqüências
percebidas por nós.
As tradições dos povos antigos mencionam, por vezes,
inundações ou secas de intensidade incomum que afetaram profundamente a
existência ou até a sobrevivência das comunidades que as experimentaram, atribuindo-as,
compreensivelmente, à ira de Deus (ou dos deuses).
A Doutrina Espírita esclarece que tudo no Universo obedece a
leis sábias e justas, pelo que mudanças climáticas ou geológicas, com suas
conseqüências sobre vida, têm sempre um fim útil. Assim, tanto as glaciações,
que em épocas diversas cobriram de gelo extensas regiões do planeta, ou a
erupção de vulcões, que causam mortes e expulsam as populações de certas áreas,
estão nesse caso.
Ao estudar esta questão em “A Gênese”, Allan Kardec lembra
ser improvável a ocorrência de novas alterações de grande porte em nosso orbe
(como o erguimento de uma cadeia de montanhas, por exemplo), dada a
estabilização de suas camadas estruturais, prosseguindo, contudo, a
possibilidade de se verificarem perturbações localizadas, mais ou menos
intensas e de duração relativamente curta.
Ele observa também que, conforme esclareceram os benfeitores
espirituais, as turbulências a serem ainda enfrentadas teriam, sobretudo,
caráter moral, sendo causadas pelo próprio homem. E, realmente, desde que tais
coisas foram escritas, conflitos numerosos e de extensão variada, por vezes
terrivelmente dolorosos como as duas guerras mundiais, e ideologias diversas,
algumas das quais pregando a exclusão e a violência, agitaram a humanidade trazendo
lhe imenso sofrimento.
A Doutrina Espírita nos informa que tais fatos são típicos
de um planeta de expiações e provas como o nosso, onde o meio hostil e a
convivência difícil se acham em consonância com o egoísmo e a agressividade ainda
tão presentes entre nós. Devemos reconhecer, por outro lado, que dessas experiências
amargas resultam inegáveis benefícios, não só no campo tecnológico mas,
igualmente, em termos de aperfeiçoamento das leis e instituições. Basta lembrar,
a propósito, que o racismo praticado em vários países e sobretudo pelo regime nazista,
até meados do século passado, hoje constitui crime em todas as legislações, enquanto
a “religião oficial”, ou o materialismo, no caso dos Estados comunistas, foram
substituídos pela liberdade de consciência.
Na verdade, o progresso é uma lei divina e no futuro,
certamente, a Terra será a morada feliz de individualidades já
espiritualizadas, onde o ambiente livre de extremos e abalos refletirá a paz e
o amor reinantes nos corações.
“A Gênese” (capítulo 9).
D. Villela
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