Há dias, falando com uma adolescente, ela
confirmava-me que quase todos os seus colegas já tinham experimentado um “charro”.
Um outro jovem, de 17 anos, igualmente utilizador do “charro”, dizia à sua mãe
que quando quisesse pararia de se drogar (afirmação que quase todos os
toxicodependentes já falecidos fizeram quando ainda estavam na Terra).
Questionamo-nos do porquê deste vício que destrói
vidas, cada vez mais novas.
Olhamos para o mundo e vemos uma sociedade consumista,
imediatista, onde o conceito do “self-service”, o conceito do “fast” parece
tomar conta das nossas vidas. Nesse sentido, os jovens começam desde muito cedo
a experimentar de tudo um pouco, e, sem alicerces morais bem fortes, facilmente
se cansam da vida, ficando sem horizontes para a mesma, para o seu futuro.
Alguns embrenham-se ainda mais fortemente no vício da toxicodependência, outros
adentram-se pelo suicídio, todos eles buscando aquilo que ainda não encontraram
na vida ou até buscando fugir dela.
Se os efeitos sobre o corpo físico são por demais
evidentes, (hoje é ponto assente que as drogas destroem o cérebro, limitam
enormemente a vida e matam), poucos cogitam dos efeitos nefastos que as drogas
têm sobre o ser espiritual, sobre o Espírito eterno que está temporariamente
neste corpo de carne e sobre o perispírito (corpo espiritual que acompanha o Espírito
ao logo da eternidade, permitindo-nos assim sermos uma individualidade).
É cada vez mais urgente informar acerca de quem somos,
de onde viemos e para onde vamos.
O uso de drogas para além de destruir o corpo
físico, afecta o corpo espiritual, com consequências nefastas para a próxima
reencarnação A Doutrina Espírita (ou
espiritismo) demonstra que somos imortais, mostra-nos a reencarnação, a
comunicabilidade dos espíritos e, assim sendo, todos os paradigmas existenciais
mudam, se formos conscientes.
Conscientes e alertados de que afinal somo seres
imortais, que estamos temporariamente num corpo de carne e que voltaremos a
este mundo com um novo corpo de carne após a morte (factos estes sobejamente
pesquisados por vários cientistas em todos o mundo desde meados do século XIX
até aos dias de hoje), o homem olhará para a sua vida de outra maneira, não tão
imediatista, não tão materialista, mas verá sim, nas dificuldades, nas
alegrias, nas tristezas, oportunidades existenciais de sermos ainda mais
felizes, de ultrapassarmos provas e expiações que nos empurrarão para novas
experiências e assim sucessivamente, até que um dia sejamos seres burilados
espiritualmente, evoluídos, espiritualizados o suficiente, para já não mais
precisarmos de reencarnar.
A droga é um dos maiores flagelos sociais. Quem nela
entra dificilmente sai, desperdiçando uma oportunidade de vida. Sai desta vida
destroçado, perdido, voltando à Terra com inúmeros problemas orgânicos, mais a
tendência inata para a droga, quando os problemas surgirem.
Quando intoxicamos o nosso corpo, destruindo-o com o
uso de drogas, acabamos por afetar o nosso corpo espiritual (perispírito),
corpo espiritual esse que será o molde energético do futuro corpo de carne em
futura reencarnação.
Drogando-se, o ser humano sofre um embotamento da
razão, perde faculdades, perde o seu projeto evolutivo que fizera antes de
reencarnar, e que vai ter de repetir em futura reencarnação, com a agravante de
vir em piores condições físicas, derivado das doenças consequentes do uso de
drogas. Sofre assim uma estagnação intelectual e espiritual, perde tempo, sofre
no mundo espiritual (pois aí se adentra na qualidade de um suicida) e também no
mundo físico em futura vida, comprometendo a sua futura reencarnação. Quem se
droga sofre quase sempre de influência espiritual perniciosa (obsessão), com
espíritos que lhe são afins nos seus gostos.
Conhecendo a sua realidade espiritual, o homem
consciente muda de atitude.
A Doutrina Espírita, se estudada e bem compreendida, é
um dos maiores preservativos contra o suicídio e o uso de drogas, já que o
homem, consciente da sua condição espiritual, tudo fará para sair com êxito da
vida, para evoluir intelectual e moralmente, até que um dia pela lei natural da
vida o seu corpo perca a vitalidade e morra.
É por isso urgente evangelizar os adolescentes e os
jovens, esclarecendo as pessoas da sua condição de espíritos eternos, não como
crenças mas sim como factos inquestionáveis perante as observações que o mundo
nos presenteia, apontando para a imortalidade do ser.
“Nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar
tal é a lei” é sem dúvida nenhuma um paradigma que não mais se poderá ignorar,
sob pena de atrasarmos a nossa evolução espiritual, adentrando os charcos do
sofrimento na vida terrena, até que um dia assumamos a nossa condição de seres
espirituais, eternos, e vivamos em consonância com esta realidade.
A leitura e estudo de «O Livro dos Espíritos», de Allan Kardec, bem como restante bibliografia
deste autor, são fundamentais para o entendimento da vida para além da morte.
Conhecendo esta realidade, o vazio da vida que muitas vezes nos atira para o
charco das drogas, desaparece, perante novos horizontes existenciais mais ricos
de oportunidades e mais felizes.
Publicado por José Lucas
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