A imprensa internacional noticiou que a exposição de cigarros nas
lojas será proibida na Inglaterra e no País de Gales. Nos países onde foi
adotada a proibição, por exemplo, a Islândia, a taxa de fumantes entre jovens diminuiu
em até 10%. Na Inglaterra, há, pelo menos, 200 mil jovens, entre 11 e 15 anos,
fumando e, consoante se sabe, os jovens estão mais propensos a ficar viciados
pelo resto da vida. Pessoas que nunca fumaram vivem mais e melhor, e estudos
confirmam que fumar reduz a vida humana entre 7 e 10 anos. Estudos preliminares
sobre os efeitos nocivos do tabaco, em matéria publicada na mais recente edição
da revista científica Archives of Internal Medicinere, registram que a saúde e
a qualidade de vida do homem pioram em proporção direta com o número de cigarros
fumados diariamente. Estudos científicos
que relacionam o consumo do tabaco com doenças respiratórias, datam da década
de 60. O termo mais usado, para definir a doença que ocorre em 85% dos
tabagistas é Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica – DPOC que engloba a bronquite
e enfisema pulmonar.
São vários os estudos científicos baseados em evidências que não
deixam qualquer sombra de dúvida de que o tabaco é cancerígeno. Desde 1964,
quando foi feita a primeira descoberta em relação ao câncer de pulmão, outros
cânceres tiveram seu aparecimento relacionado ao tabaco como, por exemplo,
câncer de boca, laringe, faringe, esôfago, pâncreas, rins, bexiga, colo de
útero, estômago e fígado. Três equipes de pesquisadores, que publicaram estudos
nas revistas Nature e Nature Genetics, "apontaram duas áreas de variações
no cromossomo 15.
Fumantes ou ex-fumantes que têm as duas cópias das duas variantes,
uma herdada do pai e outra da mãe, que são cerca de 15%, têm um aumento entre
70% e 80% de risco de desenvolver câncer pulmonar".(1) Cientistas do Instituto
de Pesquisa do Câncer, da Universidade de Cambridge e da Universidade Johns
Hopkins, de Baltimore (Estados Unidos), afirmam que as variantes interagem
diretamente com o tabaco para causar o câncer no pulmão, face ao aumento da
probabilidade de a nicotina desencadear a divisão celular descontrolada que
está associada ao câncer. Lesley Walker, da instituição britânica Cancer
Research UK, afirmou que "o fumo aumenta muito o risco de câncer no
pulmão, causando nove em cada dez casos da doença. Esta pesquisa nos diz que
existem alguns fumantes que são ainda mais vulneráveis ao câncer de pulmão
devido ao seu perfil genético". (2)
Cerca de um em cinco adultos, nos Estados Unidos, fuma.
Por isso, a Câmara dos Representantes do Congresso americano
aprovou um projeto de lei que prevê a classificação do tabaco como uma droga, a
ser regulamentada pela agência de saúde americana, Food and Drug Administration
(FDA). A legislação propõe que a FDA tenha mais poderes para fiscalizar as
propagandas de cigarro, sobretudo, as direcionadas às crianças, e evitar a venda
do produto para menores de idade. A pneumologista Maria Cristina Alochio de
Paiva, membro da Associação Médico-Espírita do Espírito Santo (AME-ES),
informou que a nicotina, encontrada no cigarro, é a droga que produz mais
estímulos cerebrais e que, por isso, se fosse descoberta hoje, seria
considerada ilícita. Segundo ela, os efeitos nocivos do fumo atingem o perispírito, principalmente os
órgãos mais atingidos pelo cigarro, como pulmão e coração. "Ele diminui os
fluxos vitais para o corpo. Impregna e ocasiona falta de proteção dos amigos espirituais",
declarou, afirmando, também, que "a fé nos liberta do vício." (3)
Ao desencarnar, o fumante continua desejoso de fumar e, para
satisfazer o seu vício, as obsessões aí estão demonstrando uma patologia
espiritual. Ex-fumantes desencarnados induzem e exploram pessoas invigilantes ou
em estado de desequilíbrio a prosseguirem no vício. O tabagismo atormenta os
desencarnados viciados que se angustiam ante a vontade de fumar bastante potencializada.
O complicador da questão é a inexistência de indústrias de cigarros na
Erraticidade para abastecer Espíritos fumantes. Em face disso, os tabagistas do
Além, para materializarem suas tragadinhas, tornam-se protagonistas da
subjugação, transformando-se em artífices da vampirização sobre os encarnados
fumantes, que ainda se locupletam nas deletérias baforadas do cigarro.
O médium que fuma está, invariavelmente, sob uma influência
obsessiva (transforma-se numa piteira humana dos fumantes desencarnados que, a
cada tragada, sorvem suas baforadas "quentinhas"). "Não se sabe
o que tem causado maior dano aos espíritas: se as obsessões espetaculares,
individuais e coletivas, que todos percebem e ajudam a desfazer ou isolar, ou
se essas "meioobsessões" de "quase-obsidiados",
despercebidas, contudo, bem mais freqüentes, "que minam as energias não só
de uma criatura incauta, mas influenciam o roteiro de legiões de outras. O
tabagista recebe da Doutrina Espírita, além de informações fornecidas pela
medicina tradicional quanto aos males provocados pelo fumo, o alerta contra as obsessões
e as desastrosas conseqüências na estrutura sutil do perispírito, fator este a
exigir atenções especiais e procedimentos profundos na mentalização do fumante.
" (4)
Os Espíritos Superiores classificam o tabagismo como um grande
obstáculo para as tarefas mediúnicas. Sendo um gerador de patologias graves e
de dependências, merece do médium uma batalha sem trégua. Porém, a tarefa de descontaminação
nicotínica deverá ocorrer sem violentar a consciência, sabendo que, somente,
ajudando-se com firmeza é que o médium tabagista se livrará do vício, lembrando,
porém, que a solução não "cairá do céu".
Não são fartas as informações disponíveis em torno da influência
do cigarro no perispírito, por se tratar de um hábito (massificado),
relativamente, novo na vida social humana. "O problema da dependência
continua, até que a impregnação dos agentes tóxicos nos tecidos sutis do corpo
espiritual ceda lugar à normalidade do envoltório perispirítico, o que, na
maioria das vezes, tem a duração do tempo correspondente ao tempo em que o
hábito perdurou na existência física do fumante. Além disso, os vícios do
cigarro e dos tóxicos atuam nos centros vitais e nas correntes magnéticas do
organismo, alterando a constituição da aura da pessoa. Viciações e excessos
são, também, formas disfarçadas [inconscientes] de autocídio." (5)
Uma informação curiosa que pesquisei diz que "quando a
vontade do interessado não está, suficientemente, desenvolvida para arredar de
si mesmo o costume inconveniente, o tratamento dele, no Mundo Espiritual, ainda
exige quotas diárias de sucedâneos dos cigarros comuns, com ingredientes
análogos aos dos cigarros terrestres, cuja administração ao paciente diminui, gradativamente,
até que ele consiga viver sem qualquer dependência ao fumo". (6) As
sensações do fumante inveterado, na dimensão póstuma, "são, naturalmente,
as da angustiosa sede de recursos tóxicos a que se habitou no Plano Físico, de
tal modo obsediante, que as melhores lições e surpresas da Vida Maior lhe
passam quase que despercebidas, até que se lhe normalizem as percepções". (7)
Não estamos ressaltando o tabagismo como um problema de
criminalidade, mas como um problema de desequilíbrio emocional, diante das Leis
da Vida. O ato de fumar é um problema para os nossos irmãos que se encontram
frágeis diante dos desafios da vida, que procuram uma "compensação
psicológica". É óbvio que o fumante não é um criminoso, porém, sem dúvida,
é alguém carente de mais proteção, mais amor, até porque, segundo cremos, se os
tabagistas insistem em permanecer na estrada do vício, certamente, estão
procurando esquecer algo; esse algo são eles mesmos; eles não estão conseguindo
suportar a própria carga, e o cigarro, segundo crêem, os "aliviam". A
explicação para esse aprisionamento psíquico, segundo estudiosos, é que a
nicotina, de alguma forma ainda não compreendida pela medicina, abre certas
"portas" no sistema nervoso, que ficam escancaradas. Essa substância,
para agir no cérebro e provocar sensação de "bem-estar", imita a ação
da acetilcolina. Como moléculas usurpadoras, a nicotina se encaixa nos
receptores cerebrais que, uma vez estimulados, produzem mais neurotransmissores
(dopamina) que regulam a sensação de prazer. Quando o estímulo de produção dopamínica é interrompido por alguns
instantes, o sistema nervoso central se desequilibra e o fumante acende o
próximo cigarro e, novamente, a nicotina se encaixa nos receptores cerebrais,
recomeçando o ciclo.
Considerando que as mentes no além-túmulo não se desvinculam com
facilidade deste foco que alimenta seus desregramentos de fumante terreno, é
mister que o esforço para a libertação do vício comece por aqui, na atual reencarnação,
e o quanto mais cedo melhor! Diante do exposto, compete-nos ajudar os nossos
irmãos e irmãs (sobretudo médiuns), que se encontram sob o jugo do vício do
tabaco, a se libertarem dessa forma sutil de autodestruição. "Certamente
que o hábito de fumar não pode ser definido por suicídio conscientemente considerado.
Será um prejuízo que o fumante causa a si mesmo, sem a intenção de se destruir,
mas o prejuízo que se deve estudar com esclarecimento, sem condenação, para que
a pessoa se conscientize quanto às conseqüências do fumo, no campo da vida, de
maneira a fazer as suas próprias opções". (8)
Não é nossa intenção imprimir censura ou condenação aos fumantes,
pois sabemos que "conseguir esquecer o hábito arraigado de fumar é,
realmente, uma vitória espiritual de alto alcance, até porque, qualquer hábito
prejudicial (não somente o tabagismo) cria condições anômalas para o corpo
espiritual, impondo-lhe condicionamentos difíceis de serem erradicados. Certa
vez, perguntado ao Chico Xavier o que é que, habitualmente, aconselha aos fumantes,
enfraquecidos por derrotas sucessivas, em que pese rogarem orientação, forças
renovadas e motivação para vencer a dependência física e mental criada pela nicotina,
o médium de Uberaba respondeu: "A prece e o trabalho, que em meu entendimento, são sempre os melhores recursos
para defender-nos contra qualquer desequilíbrio". (9)
Jorge Hessen
Email
jorgehessen@gmail.com
Fontes:
(1) Estudos publicados nas revistas Nature e Nature Genetics
(2) idem
(3) Disponível em<
www.amebrasil.org.br/html/med03.htm
> acesso em 26-06-09
(4) Xavier, Francisco Cândido e Vieira, Waldo. Estude e Viva,
Ditado pelo Espírito André Luiz, RJ: ed. FEB, 2001;
(5) Extraído do livro "Moldando o Terceiro Milênio" – Vida
e obra de Divaldo Pereira Franco, autoria de Fernando Worm, Ed. LEAL
(6) idem Xavier, Francisco Cândido e Worm, Fernando.
Janela para a Vida, SP: Ed. Lake, 2000
(7) idem
(8) idem
(9) idem
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