Powered By Blogger

Pesquisar este blog

Páginas

terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

MOISÉS


Conforme as narrativas bíblicas, há cerca de 5.000 anos Abraão e seus familiares deixaram a cidade de Ur, na Caldéia, atendendo a uma determinação de Deus, que aquele patriarca passou a reconhecer como única Divindade verdadeira e que lhe prometeu, em troca, proteção para ele e para os seus, além de uma posteridade “numerosa como as areias do deserto”. Abraão, contudo, teve somente dois filhos: Isac, de seu casamento com Sara, e Ismael, fruto de sua ligação com Agar, uma escrava, consoante os hábitos da época. Isac, por sua vez, teve também apenas dois filhos, Esaú e Jacó, este último o sucessor do pai (pois comprou do irmão o direito de primogenitura) e que teve 12 filhos cujos descendentes constituíram o povo hebreu ou judeu.


Ao longo de sua história cheia de lutas e vicissitudes, a coletividade judaica sofreu dois longos cativeiros, inicialmente no Egito (séculos XVI a XIII a.C.), e mais tarde na Babilônia (século VIII a.C.). Foi durante aquele primeiro período que nasceu, na terra dos Faraós e recebendo um nome egípcio, o grande legislador Moisés, que foi o consolidador do culto ao Deus único, em nível popular. Para tanto, ele conseguiu libertar seus compatriotas da servidão, conferindo-lhes também, por meio de leis e costumes próprios, uma identidade nacional tão vigorosa que lhes possibilitou sobreviver a dificuldades e perseguições cruéis chegando como nação aos nossos dias, apesar de despojados durante 19 séculos de seu próprio território, do qual foram expulsos pelos dirigentes romanos a partir do ano 70 de nossa era.
 
É extremamente difícil apreciarmos a tarefa de Moisés em toda a sua complexidade pois, como é sabido, a escravidão destrói a auto-estima e corrompe moralmente as suas vítimas, e era toda uma população assinalada por tais marcas que, sob sua direção, deixou a Terra do Nilo, percorrendo regiões desérticas durante cerca de 40 anos até fixar-se na Palestina. Foi durante esse período que ele recebeu da Espiritualidade Superior as determinações que compõem o Decálogo, além de outras, dentre as quais “o amor a Deus acima de todas as coisas” (Deut. 6: 5) e “o amor ao próximo como a si mesmo” (Lev. 19: 18), destacadas por Jesus como síntese de nossos deveres para com o Criador e com nossos semelhantes, e que vieram a se constituir na essência do pensamento judaico-cristão, suporte moral de nossa civilização ocidental. Nesse constante deslocamento, elaborou ele ainda uma detalhada legislação penal e civil atribuindo-a, como era hábito naquela época, à autoridade divina. Devemos reconhecer, por outro lado, a finalidade providencial dessa peregrinação de quatro décadas, durante a qual nasceu uma geração nova, que substituiu em grande parte a antiga, já em regime de liberdade e responsabilidade próprias. A consideração desse contexto nos permite igualmente compreender certas atitudes extremamente enérgicas do grande dirigente bem como a severidade de algumas de suas leis.

A mensagem mosaica prossegue na atualidade alimentando espiritualmente a extensa comunidade que com ela se identifica, com as noções da governança divina e da fraternidade universal, vigorosamente afirmadas por profetas e rabinos.

Quanto à promessa feita a Abraão de uma descendência extremamente numerosa, observamos que ela foi integralmente cumprida, pois os monoteístas do ocidente descendemos todos – em sentido espiritual – do velho patriarca, reconhecendo, como ele fez, a existência de um Poder Soberano que governa o Universo, acerca do qual Jesus acrescentou outras características, definindo-o como nosso Pai.


“O Evangelho segundo o Espiritismo” (capítulo 1, item 2).

D.Villela


SERVIÇO ESPÍRITA DE INFORMAÇÕES


GRUPOS UNIVERSO ESPÍRITA - WHATSAPP E TELEGRAM
16 9 97935920 - 31 8786-7389

Nenhum comentário:

Postar um comentário