As “drogas” digitais sonoras (e-drugs) estão invadindo a rede
mundial de computadores e se proliferam rapidamente nas redes sociais. Criada
nos Estados Unidos, a "droga" em referência não é de beber, fumar,
cheirar ou injetar, mas de ouvir: sim, (pasmem!) OUVIR!!! são “pílulas” sonoras
digitais, que, com simples batidas combinadas, obrigam o cérebro a tentar
equilibrá-las. Daí surgiria o "barato". É uma ação neurológica que
consiste na emissão de sons diferentes em cada ouvido (zumbidos, mesmo!),
supostamente estimulando o cérebro e produzindo sensações de “euforia”, “estados
de transe” ou de “relaxamento”. Tais drogas digitais invadiram a França nos
últimos dois meses e, por enquanto, seus efeitos são desconhecidos. (1)
Na terra de Kardec ainda não há estudos realizados sobre o assunto.
Mas, neuropsicológos creem que os sons podem ter fins terapêuticos para algumas
doenças como o “autismo”. Todavia, em determinadas frequências estimulam a
imaginação ou a criatividade e podem provocar disfunções cerebrais, o que
levaria às alucinações ou uma experiência “psicodélica”. Outros afirmam que seus
efeitos não passam de auto-sugestão e não acreditam que existam riscos de
dependências.
O que são , afinal as “i-doses” ou “e-drugs”? são arquivos de
áudio para computador que geram supostos efeitos alucinógenos. “São baseadas em
hipótese e vendidas como fatos concretos”(2) Certamente a “e-drugs” tenha um efeito
placebo, isto é, pode provocar alguma reação porque a pessoa acredita que
aquele ruído pode levar a estado alterado de consciência. Mas não há evidência
científica sobre essa reação psíquica.
A explicação dessas “e-drugs” são baseados na técnica bineural
beats, ou seja, consiste na reprodução do som com duas frequências distintas,
mas muito parecidas, uma em cada ouvido. Isso forçaria o cérebro a produzir uma
terceira frequência, que iria equilibrar os outros dois estímulos.
Ao criar essa terceira frequência, ele desencadearia sensações parecidas com as
de entorpecentes.(?!...) Mas, profissionais especializados em drogas e
toxicodependência indicam que não existam riscos de dependências.
Há “trabalhos técnicos mostrando que as regiões cerebrais ativadas
durante a audição de um ruido [a música por exemplo] que causa prazer à pessoa
são as mesmas envolvidas em estímulos indutores de excitação, prazer e uso de
drogas de maneira geral.”(3) Mas, "não há registro de alterações
significativas com estímulo sonoro. Já estímulos visuais ou alterações na
frequência de luz podem causar uma alteração neurológica, como desencadear uma
crise epilética"(4)
Sob qualquer hipótese , quando o assunto é "droga", percebemos
que há um número bastante significativo de pessoas que, instantaneamente,
associam essa palavra aos produtos cujo consumo não nos é lícito, quais sejam:
a maconha, a cocaína, o crack, até mesmo as pílulas digitais, etc..
No entanto, esquecem-se de que, tanto do ponto de vista físico
quanto espiritual, outros produtos tóxicos, e de livre comércio, são tão
prejudiciais ou mais perniciosos do que citados, exemplos: a bebida alcoólica,
o cigarro, as drágeas confeccionadas em laboratórios, etc.
Quantos lares são desfeitos e quantos crimes são cometidos, cuja
causa provém de estados de embriaguês?
Quantas doenças incuráveis são diagnosticadas em pessoas que se
lançaram à autocrueldade, pela dependência da nicotina? Portanto, o fato de ser
uma “droga eletrônica” ou qualquer substância legal ou ilegal pode não ter uma relação
direta com o perigo que oferece.
Os filhos que já se iniciaram nos maus vícios, mas que ainda não
estabeleceram um nível de intimidade maior com as drogas, os pais podem e devem
ampará-los com serenidade, ajudando-os, fundamentalmente, a não se tornarem
dependentes. Os pais devem ensinar-lhes a manterem acesa a chama da esperança,
incutindo neles a idéia de que todas frustrações pessoais são passageiras e que
são, apenas, momentos difíceis de ajuste da alma para o crescimento pessoal.
Em verdade, os filhos, quando crianças, registram em seu psiquismo
todas as atitudes dos pais, tanto as boas quanto as más, manifestadas na
intimidade do lar. Crescem, observando os adultos utilizando tranqüilizantes ao
menor sinal de tensão ou nervosismo e, quase que imediatamente, presenciam os
primeiros sinais de “serenidade e acalmia” exercidos pela ação do medicamento.
São atentos, igualmente, às atitudes dos pais dos amigos com os quais se
relacionam e a contradição, então, transparece, posto que muitos deles têm
maneiras diversas de lidar com um filho. Alguns são totalmente contra o uso de
quaisquer drogas, legalizadas ou não, mas a maioria considera socialmente
aceitável o consumo de bebidas alcoólicas, o vício do cigarro, o uso de
"energéticos", etc.. Isso tudo, sem falar no grave problema dos
benzodiazepínicos, barbitúricos e metadona, cuja ingestão permanente pode causar
dependência como qualquer outra droga alucinógena.
Na verdade, as drogas não deveriam ser avaliadas, tendo por base
produtos químicos ou eletrônicos, ilegalidade ou legalidade, mas pelos
malefícios que elas acarretam ao ser.
Os adultos inventam sempre "desculpas esfarrapadas" e formas
de justificar seus comportamentos paradoxais.
Contudo, trata-se de um modelo de comportamento que não serve de
referencial a alguém, muito menos àqueles que são adeptos aos moldes que Jesus
nos veio ensinar.
Quantos pais que ao menor sinal de angústia, de desconforto,
lançam mão de um "remedinho", de uma "cervejinha", de um
"cafezinho", de um "cigarrinho", para aplacar a ansiedade
de forma quase que instantânea. Esse é o princípio básico de paradigma de
comportamento dependente, que observamos em um imenso número de adultos e pais,
no qual, sem "desconfiômetros", estão mergulhados.
Tais pessoas, introjetam no inconsciente dos filhos, alunos, e
jovens em geral, a idéia de que os problemas podem ser resolvidos, como que por
um passe de mágica, com a "ajudazinha" de uma
"substanciazinha", destilada ou fermentada; de uma "plantinha"
inocente, do gênero nicotiana (solanaceae), conhecida por tabaco, de um "alcaloidezinho",também
inofensivo, conhecido por cafeína, e assim por diante. Porém, todos atuam sobre
o sistema nervoso central e alteram todo o metabolismo do indivíduo, igualmente.
Os pais devem estar sempre atentos e, incansavelmente, buscando um
diálogo franco com os filhos, sobretudo, amparando-os moralmente,
independentemente, de como se situam na escala evolutiva. Os pais não se devem desesperar,
mormente no mundo de hoje. A melhor maneira de tentar neutralizar a atração que
as drogas exercem será estimular os jovens a experimentar formas não-químicas
(obviamente, exceto as sonoras) de obtenção de prazer. Os "baratos"
podem ser obtidos através de atividades religiosas, intelectuais, artísticas,
esportivas, etc.. Cabe aos adultos tentar conhecer melhor os jovens para
estimulá-los a experimentar formas mais criativas de obter prazer e sensações
intensas, mas dando-lhes exemplos de sobriedade.
É importante que os pais ensinem seus filhinhos a manterem
permanente vigilância pela oração embasada numa fé raciocinada, nesse caso o
Espiritismo propõe, dentre outras bênçãos, o fortalecimento e o equilíbrio mental.
Uma coisa é certa: o Espiritismo não propõe soluções específicas, reprimindo ou
regulamentando cada atitude, nem dita fórmulas mágicas de bom comportamento aos
jovens. Prefere acatar, em toda sua amplitude, os dispositivos da lei divina,
que asseguram a todos o direito de escolha (o livre-arbítrio) e a responsabilidade
conseqüente de seus atos.
Exerçamos a confiança em Deus, primeiramente, e optemos pela
drágea do afeto, o comprimido do carinho, a e-drugs da compreensão, a gota de
renúncia, o chá do amor em família, por serem os mais eficazes remédios na cura
das patologias de quaisquer procedências. Esses medicamentos consubstanciam-se
em maior atenção dos pais para com os filhos, demonstrados pela sadia preocupação
que têm com a formação moral deles e o suprimento de suas necessidades
afetivas.
Jorge Hessen
Fontes:
(1) http://veja.abril.com.br/noticia/ciencia/e-drugs-o-novo-fenomeno-da-internet-invadem-a-franca
(2) Alexandre Pills, psicólogo integrante do Núcleo de Pesquisas
da Psicologia em Informática da PUC.
(3) Tereza Raquel Alcântara Silva, musicoterapeuta e professora da
Universidade Federal de Goiás (UFG)
(4) Arthur Kummer, psiquiatra especialista em criança e
adolescente e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
GRUPOS UNIVERSO ESPÍRITA - WHATSAPP E TELEGRAM
16 9 97935920 - 31 8786-7389
Nenhum comentário:
Postar um comentário