Com que olhos devemos olhar a Umbanda?! Como uma família de irmãos,
respondemos!
Acontece que, pela ignorância da sociedade, frequentemente nos meios
de comunicação o Espiritismo é confundido com a Umbanda. E pior, não com a
Umbanda genuína, mas com o popularismo umbandista, que é o sincretismo e
mediunismo praticado em sua pior forma.
Como dissemos no princípio desse trabalho, somos uma comunidade com características
sócioculturais muito diversificadas.
Temos visto comentários e escritos confusos a respeito da Umbanda. Em
geral, colocam Candomblé, Quimbanda, Cangerê, Catimbó e outras variantes
históricas, que constituem a maior parte da práticas de terreiros, num mesmo
patamar.
Muitos acreditam que estes amontoados de velas, garrafas de
aguardente, charutos e outras bugigangas que frequentemente se encontram nas
praias, encruzilhadas e ruas das cidades é Umbanda. Enganam se!
Os despachos e o vasto comércio de interesses que se observa com nome
de Umbanda, nada têm a ver com ela.
Por não possuir um corpo doutrinário codificado, de acesso aos
adeptos, a Umbanda mistura-se aos cultos que lhe deram origem, tomando uma
feição que em verdade não tem.
Nas nossas sessões práticas de Espiritismo buscamos entrar em contado
com os Espíritos que militam nesse campo de ação para sondar-lhes os
pensamentos. Ligadas a esse trabalho, conhecemos todo tipo de entidades. Das
mais grosseiras criaturas até o contato com Espíritos que nos pareceram bem elevados.
Dos mais imperfeitos, colhemos experiências mais ou menos parecidas
com aquelas que viriam de homens grosseiros, maldosos. Dos Espíritos medianos,
tiramos informações também parecidas com aquelas que nos passariam um homem
comum: hábitos terrenos, costumes, apego à vida material e ritos. Dos
superiores, embora se apresentassem em algumas ocasiões como índios ou como
negros, tivemos a mais salutar impressão. Pensamentos elevados, nenhum apego a
rituais primitivos e capacidade de solucionar e orientar a maioria dos problemas
de ordem humana.
Interrogamos os Espíritos que nos pareceram mais desmaterializados a
respeito de muitos aspectos da prática umbandista e suas respostas foram sempre
lógicas, não nos deixando dúvidas acerca das questões formuladas.
Entre os Espíritos inferiores que militam em terreiros, achamos
contradições e embustes de toda ordem. Tivemos contato com entidades habitantes do
baixo mundo astral, com feições distorcidas ou animalescas. A presença dessas
criaturas sempre foi controlada por Espíritos bondosos, que usando de auxiliares,
mantinham-nos comportados e em atitude de colaboração.
Entre os superiores, achamos alguns Espíritos também um pouco
estranhos. Não quanto ao pensamento, mas pela autoridade que pareciam possuir e ainda
pelo conhecimento que demonstraram ter quanto à estrutura do mundo invisível.
Colhemos deles a mais agradável impressão.
Nunca foram contrários às nossas práticas e sempre quando se dirigiam
ao nome do codificador, Allan Kardec, o faziam com especial reverência.
Interrogados a respeito de processos de baixa magia, em nenhuma
ocasião nos disseram ser necessário procedermos utilizando de rituais para
realizar o "desconjuro". Explicaram que rituais podem ser usados para
desmanchar certos arranjos hipnóticos feitos por Espíritos inferiores que se
dedicam a isso, mas que um grupo espírita bem preparado moralmente, instruído intelectualmente
e assistido por Espíritos bons, de nada material necessita. Só o processo de
desobsessão segundo o modelo ensinado por Allan Kardec, respeitando certas
limitações de entidades em fase primária.
Para nós, em nada contrariaram a Codificação.
Existe muito folclore em torno da Umbanda, muita história, muitas
práticas desnecessárias e escolhos de toda espécie. Alguns disseram que ela
seria a única religião verdadeira (todos dizem que a sua o é ); outros, que ela
é a seara de altos mestres da Espiritualidade.
Não achamos nada disso! Na Umbanda, como no Espiritismo, existem
pessoas e Espíritos que sabem o que estão fazendo e outros que não tem a menor
idéia da gravidade das manifestações. Há seres honestos e desonestos, humildes
e orgulhosos; verdades e mentiras, faltas e excessos. É um campo de ação
espiritual como outros tantos. Ali, como em qualquer outro lugar, pode-se obrar
tanto o bem como o mal.
Fora da linha do seu pensamento, tudo o que se auto-denomina Umbanda
carece de melhoramento, e não é pouco! Os umbandistas verdadeiros devem
trabalhar para o progresso de seu culto, por uma Umbanda cristã, evangelizada,
sem sacrifícios, sem rituais excessivos, sem exus!
Assim poderá atender aos objetivos para os quais nasceu que é fazer
com que os trabalhos espirituais primitivos possam progredir no mundo das
idéias, afastando-se da faixa de atraso e ignorância cada vez mais, através dos
ensinamentos da moral cristã.
Por último, lembrar que todos estamos em níveis evolutivos diferentes,
estando portanto em diferentes estágios de entendimento. Compreender isso é
fundamental para que possamos exercitar o respeito aos nossos irmãos, quaisquer
que sejam suas crenças.
José Queid Tufaile Huaixan
GRUPOS UNIVERSO
ESPÍRITA - WHATSAPP E TELEGRAM
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