EDITORIAL
...“Espíritas! O Evangelho é a alma do
Espiritismo. O
espírita leal é consciente da responsabilidade que
traz sobre os ombros e não foge ao compromisso do bem”. (Chico
Xavier – FE Abril/2010, p. 5)
Não
queremos estragar a festa!
Afinal
há que se reconhecer que todas as comemorações que estão sendo levadas a cabo,
por este Brasil afora, através da imprensa escrita, falada, televisada e até
cinematográfica, justificam-se, pois há (100) cem anos, nascia Chico Xavier,
mais precisamente, a 02/04/1910, em Pedro Leopoldo, Minas Gerais.
Todavia
chama a atenção o fato de que em 31/03/1869 desencarnava na França, em Paris,
Hippolyte Léon Denizard Rivail, mais conhecidamente por “Allan Kardec”.
Citamos
aqui as datas, nascimento de um e falecimento de outro, pois em decorrência da
proximidade entre elas, as comemorações poderiam abranger ambas.
Aniversário,
por aniversário, se o primeiro, neste editorial, completa 100 anos de seu
renascimento na Terra, o segundo assinala 141, que regressou à espiritualidade.
Além
do que, ao terminar sua experiência, Kardec deixava concluída a Obra básica da
Codificação, que, através do terceiro livro – O Evangelho Segundo o Espiritismo
– o Espírito Verdade utilizou para resgatar os ensinos do Mestre1, no seu
aspecto moral, que conforme menciona Chico Xavier, se constitui na alma do
Espiritismo. 2
Como
para os espíritas nascer, morrer, renascer ainda e progredir sem cessar é da
lei natural, dentro das leis Morais que o Mestre, o Senhor Jesus, vivenciou
para toda a humanidade, as perguntas que se fazem são as seguintes:
-
Se é motivo de comemoração a data de um século de ocorrência do nascimento de
um, citando todas as Obras, no caso 456 livros, ações de benemerências mil, o
ser humano que ele fora etc., a outra data, que registra os 141 anos de regresso
à pátria espiritual, de Kardec, deixando uma Obra que se constituiu na base
doutrinária para que a segunda, a elaborada por Chico, pudesse vir à luz,
exaltando a Doutrina Espírita, como ciência, filosofia e religião, não seriam
motivos suficientes para que os espíritas contemporâneos as comemorassem
simultaneamente?
- Não estaria nesta oportunidade, uma
pedagógica ocasião para realçar-se o relacionamento intrínseco entre tais Obras,
bastando lembrar a todos o alerta de Emmanuel, o mentor espiritual do médium,
desde o início desta extensa obra psicografada através da mediunidade de Chico,
que se algum conceito nelas expresso contrariasse aqueles recebidos por Kardec,
nas primeiras, não se tivesse dúvidas e ficasse sempre com os de Kardec?
-
Ainda aqui, com a devida vênia do leitor, ousa-se formular mais uma dúvida,
quanto ao fato de que se fossem ouvidos tais Espíritos, desencarnados, como se
supõe que estejam, será que eles aplaudiriam toda essa euforia publicitária em
torno de um só nome, etc.?
Não
se é contra a divulgação da Doutrina! Jamais!
Todavia
será que o tempo e a mão de obra que estão sendo despendidos para participar-se
de tantas comemorações e solenidades, fossem revertidos em favor de
instituições assistenciais que estão fechando suas portas, por não desfrutarem
de comunidade “consciente de que fora da caridade não há salvação”3, não seria
forma bastante exemplificativa de homenagear a memória destes ilustres próceres
do Cristianismo nos tempos hodiernos?
Afinal
pelo que se sabe da história, quando desencarnou, Kardec estava preparando uma
casa pequena, de sua propriedade, para amparar os velhos espíritas desamparados
que perambulavam pelas ruas de Paris.
Chico,
enquanto suas pernas andaram, nunca deixou de visitar pessoalmente lares
desamparados; amparar pessoas doentes e esquecidas da sociedade; orientar pessoas
dos mais diversos cantos deste País que tocadas não só pelas suas palavras
esclarecedoras, mas também pelo exemplo que ele dava em praticá-las, criaram,
em seus locais de origem, um grande número de creches, asilos, hospitais, etc.
para atendimento de necessitados.
Ambos,
Kardec e Chico, em épocas distintas, assim procederam amparados pela Mensagem
Soberana do Espírito de Verdade,... “Homens, irmãos a quem amamos, aqui estamos
junto de vós. Amai-vos também uns aos outros e dizei do fundo do coração, fazendo
as vontades do Pai, que está no Céu:
Senhor!
Senhor! ... E podereis entrar no reino dos Céus “4...
1,
4 Prefácio O Evangelho segundo o Espiritismo – Allan Kardec – 54ª ed FEB – tradução Guillon Ribeiro
2
Folha Espírita – Abr/2010 – p.5 – Juiz W. M. Oliveira 3O Evangelho segundo o
Espiritismo – cap. XV, item 8 – Allan
Kardec – 54ª ed FEB – tradução Guillon Ribeiro
Correio da Fraternidade
ANO 21 – nº 250- Abril de 2010
Distribuição Gratuita
Grupo Espírita “Irmão Vicente”
O Grupo Espírita “Irmão Vicente”,
abreviadamente GEIV, foi fundado em 1º de janeiro de 1962, como Associação
religiosa e filantrópica, de duração ilimitada e com fins não econômicos, com
sede e foro na cidade de Campinas, estado de São Paulo.
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