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sexta-feira, 27 de abril de 2012

O LIVRO DOS ESPIRITOS - Estudo 44

As Causas Primárias

Capítulo I

Deus

I. Deus e o Infinito

II. Provas da Existência de Deus

III. Atributos da Divindade

IV. Panteísmo

III - Atributos da Divindade - 10 a 13

           Prosseguindo em nossas reflexões sobre a idéia que o homem atual pode fazer de Deus, conferindo-lhe atributos que no seu linguajar representa-lhe um máximo em qualidades designa-o como:

"(...) — Deus é a suprema e soberana inteligência. É limitada a inteligência do homem, pois que não pode fazer, nem compreender tudo o que existe. A de Deus, abrangendo o infinito, tem que ser infinita. Se a supuséssemos limitada num ponto qualquer, poderíamos conceber outro ser mais inteligente, capaz de compreender e fazer o que o primeiro não faria e assim por diante, até ao infinito.

Deus é eterno, isto é, não teve começo e não terá fim. Se tivesse tido princípio, houvera saído do nada. Ora, não sendo o nada coisa alguma, coisa nenhuma pode produzir, ou, então, teria sido criado por outro ser anterior e, nesse caso, este ser é que seria Deus. Se lhe supuséssemos um começo ou fim, poderíamos conceber uma entidade existente antes dele e capaz de lhe sobreviver, e assim por diante, ao infinito.3

Deus é imutável. Se tivesse sujeito a mudanças, nenhuma estabilidade teriam as leis que regem o Universo.

Deus é imaterial, isto é, a sua natureza difere de tudo o que chamamos matéria. De outro modo, não seria imutável, pois estaria sujeito às transformações da matéria.

Deus carece de forma apreciável pelos nossos sentidos, sem o que seria matéria. Dizemos: a mão de Deus, o olho de Deus, a boca de Deus, porque o homem, nada mais conhecendo além de si mesmo, toma a si próprio por termo de comparação para tudo o que não compreende. São ridículas essas imagens em que Deus é representado pela figura de um ancião de longas barbas e envolto num manto. Têm o inconveniente de rebaixar o Ente supremo até às mesquinhas proporções da Humanidade. Daí a lhe emprestarem as paixões humanas e a fazerem-no um deus colérico e cioso não vai mais que um passo.3

Deus é onipotente. Se não possuísse o poder supremo, sempre se poderia conceber uma entidade mais poderosa e assim por diante, até chegar-se ao ser cuja potencialidade nenhum outro ultrapassasse. Esse então é que seria Deus. 3

Deus é soberanamente justo e bom. A providencial sabedoria das leis divinas se revela nas mais pequeninas coisas, como nas maiores, não permitindo essa sabedoria que se duvide da sua justiça, nem da sua bondade.

O fato de ser infinita uma qualidade, exclui a possibilidade de uma qualidade contrária, porque esta a apoucaria ou anularia. Um ser infinitamente bom não poderia conter a mais insignificante parcela de malignidade, nem o ser infinitamente mau conter a mais insignificante parcela de bondade, do mesmo modo que um objeto não pode ser de negro absoluto, com a mais ligeira nuança de branco, nem de um branco absoluto com a mais pequenina mancha preta.

Deus, pois, não poderia ser simultaneamente bom e mau, porque então, não possuindo qualquer dessas duas qualidades no grau supremo, não seria Deus; todas as coisas estariam sujeitas ao seu capricho e para nenhuma haveria estabilidade. Não poderia ele, por conseguinte, deixar de ser ou infinitamente bom ou infinitamente mau. Ora, como suas obras são testemunho da sua sabedoria, da sua bondade e da sua solicitude, concluir-se-á que, não podendo ser ao mesmo tempo bom e mau sem deixar de ser Deus, ele necessariamente tem de ser infinitamente bom.

A soberana bondade implica a soberana justiça, porquanto, se ele procedesse injustamente ou com parcialidade numa só circunstância que fosse, ou com relação a uma só de suas criaturas, já não seria soberanamente justo e, em conseqüência, já não seria soberanamente bom.

           Até o próximo mês, ao continuarmos a análise dos atributos, fica-nos nas propostas de Emmanuel a certeza invariável da presença de Deus a nos envolver.

"(...) Acreditas-te frágil, mas Deus lhe suprirá de energias.

Reconheces a própria limitação, mas Deus te conferirá crescimento.

Afirmas-te sem ânimo, mas Deus te propicia coragem.

Declaras-te pobre, mas dispões das riquezas infinitas Deus.

Entendemos, porém, que o processo de assimilar os recursos divinos será sempre o serviço prestado aos outros."





Bibliografia:

1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos - 10 a 13
2. KARDEC, Allan. A Gênese - cap. II

3. Xavier, F. C. - Emmanuel (Espírito) Palavras de Vida Eterna - 180

Leda Marques Bighetti

Fevereiro / 2005



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terça-feira, 6 de março de 2012

PALAVRAS DE VIDA ETERNA - ESTUDO 54


PALAVRAS DE VIDA ETERNA - ESTUDO 55

Livro: "PALAVRAS DE VIDA ETERNA" - Emmanuel / F. C. Xavier

Estudo n. 55 - "SUPORTEMOS"

"Tenha a paciência a sua obra perfeita"
(TIAGO, 1:4)

Paciência, segundo definição do dicionário, é a virtude de saber esperar com calma, de suportar problemas sem reclamações, sem se revoltar ou se irritar.
Portanto, "Suportemos", como título da lição é um convite a que tenhamos fé, confiança e resignação diante de todo tipo de dificuldade.
O Apóstolo Tiago ensina na sua carta, que devemos ter como motivo da maior alegria, todas as tribulações que nos sucedem, porque elas representam os testes que comprovam nossa fé, sendo, que a fé verdadeira produz a paciência, que por sua vez produz obras perfeitas.
Paciência total e obras perfeitas somente as de Deus, porque Ele é a Perfeição Absoluta, mas podemos, com esforço e perseverança consegui-las em atitudes relativas à nossa condição evolutiva.
A dor, os sofrimentos, enfim, não devem se encarados como algo ruim, que só traz aflições. 
Ninguém gosta de sofrer, mas, quando o sofrimento aparecer, suportemos com resignação, pois, ele representa oportunidade de crescimento, desde que saibamos enfrentá-lo com paciência, com o entendimento de que tudo se modifica, que as tribulações não são eternas.
Analisando as dificuldades com olhar atento, podemos perceber quantas são as bênçãos que recebemos, e que elas são mais numerosas que o sofrimento.
Quantas vezes somos auxiliados pelos benfeitores espirituais e não nos damos conta do amparo que recebemos, do quanto os Espíritos bondosos se movimentam em nosso favor.
Na impaciência que caracteriza o ser humano, não refletimos que tudo tem o seu caminhar natural, que por pior que seja a dor, o sofrimento, a decepção, no tempo certo tudo se ajeita, tudo se define.
Paciência representa confiança na sabedoria e bondade de Deus Nosso Pai.
Jesus, Nosso Guia e Modelo ensinou e exemplificou, aceitando e respeitando os companheiros que não possuíam a Sua evolução espiritual.
A paciência dá força e inspiração para agirmos com discernimento e sem precipitação, não tendo outra atitude senão aguardar trabalhando em atitudes renovadoras o que nos leva a não confundir omissão com paciência, porque a primeira é negligente, descuidada, não produz, enquanto que a segunda é atenciosa, cuidadosa, produtiva.
A lição traz reflexões muito importantes a respeito do tema, porque é muito comum, termos dúvidas não só em relação ao desenvolvimento físico e mental de uma criança, mas, porque somos precipitados, muitas vezes, duvidamos da capacidade das pessoas e somos surpreendidos com o resultado que elas apresentam. Da mesma forma esquecemos o quanto somos beneficiados pela Paciência Divina, e não temos para com os companheiros de caminhada, a calma e a serenidade que deveríamos ter, quando a situação exige isso de nós. 
Deus, Paciência Perfeita, sem precipitação e respeitando o livre-arbítrio de cada um, aguarda pelo aperfeiçoamento dos seus filhos que, embora lento, Ele sabe, será alcançado um dia.

Citações Biblicas

TIAGO 1
4 e a perseverança tenha a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, não faltando em coisa alguma.


Maria Aparecida Ferreira Lovo
Janeiro / 2006

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O LIVRO DOS MÉDIUNS - Estudo 44


O LIVRO DOS MÉDIUNS

(Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores)

Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.

SEGUNDA PARTE

DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS

BICORPOREIDADE E TRANSFIGURAÇÃO

Estudo 44 - Item 125 - Agênere
           O que é um agênere? É uma aparição em que o desencarnado se reveste de forma mais precisa, das aparências de um corpo sólido, a ponto de causar completa ilusão ao observador, que supõe ter diante de si um ser corpóreo.

           Esse fato ocorre devido à natureza e propriedades do perispírito que possibilitam ao Espírito, por intermédio de seu pensamento e vontade, provocar modificações nesse corpo espiritual a ponto de torná-lo visível. Há uma condensação (os Espíritos usam essa palavra a título de comparação apenas) tal, que o perispírito, por meio das moléculas que o constituem, adquire as características de um corpo sólido, capaz de produzir impressão ao tato, deixar vestígios de sua presença, tornar-se tangível, conservando as possibilidades de retomar instantaneamente seu estado etéreo e invisível.
           Para que um Espírito condense seu perispírito, tornando-se um agênere, são necessárias, além da sua vontade, uma combinação de fluidos afins peculiares aos encarnados, permissão, além de outras condições cuja mecânica se desconhece. Nesses casos a tangibilidade pode chegar a tal ponto que é possível ao observador tocar, palpar, sentir a resistência da matéria, o que não impede que o agênere desapareça com a rapidez de um relâmpago, através da desagregação das moléculas fluídicas.

           Os seres que se apresentam nessas condições não nascem e nem morrem como os homens; daí o nome: agênere - do grego: a privativo, e géine, géinomai, gerado: não gerado, ou seja, que não foi gerado.
           Podendo ser vistos, não se sabe de onde vieram, nem para onde vão. Não podem ser presos, agredidos, visto que não possuem um corpo carnal. Desapareceriam, tão logo percebessem a intenção diferente ou que os quisessem tocar, caso não o queiram permitir.

           Os agêneres, embora possam ser confundidos com os encarnados, possuem algo de insólito, diferente. O olhar não possui a nitidez do olhar humano e, mesmo que possam conversar, a linguagem é breve, sentenciosa, sem a flexibilidade da linguagem humana. Não permanecem por muito tempo entre os encarnados, não podendo se tornar comensais de uma casa, nem figurar como membros de uma família.

           Transcrevemos a seguir um exemplo extraído da Revista Espírita de 1859 - Fevereiro (EDICEL):
           "Uma pobre mulher estava na igreja de Saint-Roque em Paris, e pedia a Deus vir em ajuda de sua aflição. Em sua saída da igreja, na rua Saint-Honoré, ela encontrou um senhor que a abordou dizendo-lhe: "Minha brava mulher, estaríeis contente por encontrar trabalho? - Ah! Meu bom senhor, disse ela, pedia a Deus que me fosse achá-lo, porque sou bem infeliz. - Pois bem! Ide em tal rua, em tal número; chamareis a senhora T...; ela vo-lo dará." Ali continuou seu caminho. A pobre mulher se encontrou, sem tardar, no endereço indicado - Tenho, com efeito, trabalho a fazer, disse a dama em questão, mas como ainda não chamei ninguém, como ocorre que vindes me procurar? A pobre mulher, percebendo um retrato pendurado na parede, disse: - Senhora, foi esse senhor ali, que me enviou. - Esse senhor! Repetiu a dama espantada, mas isso não é possível; é o retrato de meu filho, que morreu há três anos. - Não sei como isso ocorre, mas vos asseguro que foi esse senhor, que acabo de encontrar saindo da igreja onde fui pedir a Deus para me assistir; ele me abordou, e foi muito bem ele quem me enviou aqui.

           O Espírito São Luiz consultado a respeito, forneceu instruções muito interessantes:
  • Reafirma: - não basta a vontade do Espírito; é também necessário permissão para ocorrer o fenômeno.
  • Existem, muitas vezes na Terra, Espíritos revestidos dessa aparência.
  • Podem pertencer à categoria de Espíritos elevados ou inferiores.
  • Têm as paixões dos Espíritos, conforme sua inferioridade; se inferiores buscam prazeres inferiores; se superiores visam fins elevados.
  • Não podem procriar.
  • Não temos meios de identificá-los, a não ser pelo seu desaparecimento inesperado.
  • Não têm necessidade de alimentação e não poderiam fazê-la; seu corpo não é real.
           Encerrando nosso estudo sobre os agêneres, relembramos que, por mais extraordinário que possam parecer, esses fatos se produzem dentro das leis da Natureza, sendo apenas efeito e aplicação dessas mesmas leis. Recomendamos aos leitores continuem a pesquisa sobre o tema nas Obras Básicas e na Revista Espírita, Fevereiro de 1859, 1860 e 1863.

BIBLIOGRAFIA:

KARDEC, Allan -
 O Livro dos Médiuns: 2. ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap VII - 2ª Parte.

KARDEC, Allan -
 Revista Espírita - 1859 - Fevereiro: 1. ed. São Paulo: EDICEL, 1985.

Tereza Cristina D'Alessandro 
Março / 2005

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CONSTRUINDO A PAZ


quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Não Fazer


106 – O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO


CAPÍTULO XII: AMAI OS VOSSOS INIMIGOS


ITENS 3 E 4: PAGAR O MAL COM O BEM

Iniciando seus comentários sobre os textos evangélicos, nesse capítulo, Kardec escreve; “Se o amor do próximo é o princípio da caridade, amar aos inimigos é a sua aplicação sublime, porque essa virtude constitui uma das maiores vitórias conquistada sobre o egoísmo e o orgulho.”
             Assim sendo, pode-se compreender o porquê da dificuldade dos homens, Espíritos em evolução, em entender, aceitar e praticar esse preceito da lei divina.
             Kardec escreve baseado na realidade da situação espiritual do homem na Terra, que preciso é analisar esse amor aos inimigos, de forma mais condizente com as possibilidades atuais dos homens.
             Diz que Jesus, o mais perfeito Espírito reencarnado na Terra, sabendo do tamanho da imperfeição humana, não pretendia que se amasse aos inimigos com a mesma ternura que se tem por uma pessoa querida, visto que a ternura pressupõe confiança total, que propicia um abrir-se, integralmente, ao outro, sem medo de ser censurado, sem receio de expor-se como se é, porque confia no amor do outro em relação a si próprio.
             Sobre essa base de confiança é que a simpatia, a amizade, a ternura estabelecem os laços, crescendo nos relacionamentos diversos.
             Como, então, sentir alegria em encontrar um inimigo, como se fora um amigo?
             Lembra Kardec da lei física de assimilação e repulsão dos fluidos. Vivemos em um mundo de ondas e vibrações, irradiando-as e absorvendo-as ou repelindo-as.
             Assim, as irradiações semelhantes se atraem e as diferentes se repelem.
             “O pensamento malévolo emite uma corrente fluídica que causa penosa impressão; o pensamento benévolo envolve-nos num eflúvio agradável. Daí a diferença de sensações que se experimenta quando da aproximação de um inimigo ou de um amigo. Amar aos inimigos não pode, pois, significar que não se deve fazer nenhuma diferença entre eles e seus amigos.”
             Diz Kardec que “amar aos inimigos é não ter ódio, nem rancor, ou desejo de vingança. É perdoar-lhes sem segunda intenção e incondicionalmente, pelo mal que nos fizeram. É não opor nenhum obstáculo à reconciliação. É desejar-lhes o bem em vez do mal. É alegrar-nos em lugar de aborrecer-nos com o bem que os atinge. É estender-lhes a mão prestativa em caso de necessidade. É abster-se, por atos e palavras, de tudo o que possa prejudicá-los. É, enfim, pagar-lhes em tudo o mal com o bem, sem a intenção de humilhá-los. Todo aquele que assim fizer, cumpre as condições do mandamento: Amai os vossos inimigos.”
             Nessas explicações, vemos que para amar os inimigos não precisamos sentir vontade de abraçá-los, como sentimos aos a quem amamos. Mas, penso que, se tentarmos pôr em prática os sentimentos e atitudes do texto acima, vamos em um futuro – mais ou menos mesmo distante - sentir por eles a mesma ternura, que hoje sentimos pelos que mais amamos.
Kardec comenta também ser mais difícil entender essa máxima para quem somente aceita uma vida, do nascimento à morte. Para eles, seu inimigo é um mau caráter, que perturba seu viver, merecendo tudo de ruim que possa acontecer. “Para que perdoar-lhe? Quero mais que morra.” E assim por diante, considerando a morte o fim de tudo, inclusive do seu inimigo.
             Para o espiritualista, e mais ainda para o espírita, tudo é diferente, uma vez que a visão espiritual lhe mostra que há um longo passado, responsável pelo presente, que por sua vez irá definir o futuro.
             Compreendendo ser a Terra um mundo para Espíritos imperfeitos e rebeldes, ele busca entender as ações dos outros, tanto quanto deseja que os outros entendam as suas, procurando dominar seus maus sentimentos em relação a eles.
             Entendendo que todos estamos em um processo evolutivo, cada qual cumprindo-o à sua maneira, de acordo com as necessidades e uso do livre-arbítrio de cada um, aproveitemos a existência atual e os momentos presentes para exercitar o perdão, a compreensão, a benevolência, para com todos, inclusive, para com as pessoas que sentem aversão por nós, não aceitando esse sentimento, mas procurando transformá-lo em amizade, retribuindo o mal com o bem.
             Analisando tudo, sempre sob o ponto de vista da eternidade do Espírito imortal, aceitando as dificuldades como obstáculos a serem enfrentados e vencidos, não nos queixemos de quem nos faz o mal, visto que ele está, nesse momento, servindo, sem o saber e querer, de instrumento para nosso aprendizado e progresso, ao mesmo tempo em que está se prejudicando a si próprio, e irá receber através da lei de causa e efeito, as conseqüências da sua maldade.
             Imaginando-nos no lugar do adversário, podemos perceber que, como ofendidos, estamos, talvez, recebendo o que já fizemos, enquanto o outro está provocando novos sofrimentos para si próprio. Por que queixarmo-nos, ou reagirmos da mesma forma, mantendo um sentimento de animosidade?
             Se em lugar de lamentar as provas, agradecer a Deus por experimentá-las, “deve também agradecer a mão que lhe oferece a ocasião de mostrar a sua paciência e a sua resignação. Esse pensamento o dispõe, naturalmente, ao perdão. Ele sente, aliás, que quanto mais generoso for, mais se engrandece aos próprios olhos e mais longe se encontra do alcance dos dardos do seu inimigo.”
             Adquirindo o hábito de tudo analisar sob o ponto de vista da eternidade do Espírito, o homem se coloca acima da humanidade material, no plano moral, tendo uma visão muito maior e mais profunda da finalidade do viver na Terra, sabendo, com mais facilidade, se dispor ao bem, ao amor, não mais considerando ninguém como seu inimigo.


Bibliografia:
KARDEC, Allan - “O Evangelho Segundo o Espiritismo”

Leda de Almeida Rezende Ebner
Abril / 2010

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O CENTRO ESPÍRITA BATUIRA esclarece que permanece divulgando os estudos elaborados pela Sra Leda de Almeida Rezende Ebner após o seu desencarne, com a devida AUTORIZAÇÃO da família e por ter recebido a DOAÇÃO DE DIREITOS AUTORIAIS, conforme registros em livros de Atas das reuniões de diretoria deste Centro.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

O LIVRO DOS ESPIRITOS - Estudo 43


O Livro dos Espíritos
Livro Primeiro
As Causas Primárias
Capítulo I
Deus
I. Deus e o Infinito
II. Provas da Existência de Deus
III. Atributos da Divindade
IV. Panteísmo

III - Atributos da Divindade - 10 a 13

"(...) 10 - O homem pode compreender a natureza íntima de Deus?

—Não. Falta-lhe para tanto um sentido.1
  
           Conhecer a natureza de Deus, pressuporia conhecer condições anteriores, espécie, índole, caráter e nesse caso Allan Kardec teria perguntado na questão numero um quem e não que, conforme o já estudado.

           Estes detalhes constitutivos, estruturais do ser, o homem nesse momento evolutivo, não traz em si registros, não dispõe de conhecimentos que lhe permitam penetrar, comparar, estabelecer sínteses racionais para explicar como Deus surgiu,, do que é feito, questionamentos sem condições de serem aclaradas.

           Situações mais próximas de nós, como por exemplo, a origem do homem organicamente falando, ainda giram no campo da especulação com teorias altamente aceitáveis e ainda assim, defrontando-se com correntes que se não rechaçam, questionam.

           Como, envoltos no bom senso, poderíamos penetrar nesse entender claro da natureza de Deus?

           No decorrer desses estudos, destacou-se que a idéia que o homem faz de Deus, é relativa ao grau intelectual do momento evolutivo dos povos sendo diferentes nas diversas raças e regiões que refletiam em si, segundo a idéia aceita, o grau espiritual desse povo, região ou raça.

           Tal fato, identificando em todas as eras da Humanidade, seu estágio de desenvolvimento intelectual falam da idéia relativa que difere do absoluto único e que mostram exatamente ser impossível conceber, definir a personalidade divina.

"(...) Nosso Deus e um Deus ainda desconhecido, qual o era para os Vedas e para os sábios do Areópago em Atenas. A noção de alguns eminentes pais da Igreja cristã e de alguns esclarecidos teólogos modernos, aproxima-se, mais que outras quaisquer, desse Deus Desconhecido. Mas como compreendê-lo, quando nenhum Espírito criado, nem mesmo os anjos (se é que existem) poderiam fazê-lo?".2

           A Doutrina Espírita atem-se à presença de uma Causa Inteligente que dá razão à Vida dinâmica, envolvente, inalienável e permanente do Espírito. Este é o ser inteligente, imortal no qual a presença Dele é força positiva, oferecendo continuamente espaços para o crescimento e desabrochar desse Espírito. A justiça se exerce, não no arbítrio das condenações, privilégios ou intercessões, mas na misericórdia que sustenta a Vida sob ação das leis de Justiça, Amor e Caridade.

"(...) 11 - Será um dia permitido ao homem compreender o mistério da Divindade?

— Quando seu Espírito não estiver mais obscurecido pela matéria, e pela sua perfeição tiver se aproximado dela, então a verá e compreenderá. 1

Comenta Allan Kardec:

"(...) A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite compreender a natureza íntima de Deus. Na infância da Humanidade, o homem o confunde muitas vezes com a criatura, cujas imperfeições lhe atribui; mas, à medida que o seu senso moral se desenvolve, seu pensamento penetra melhor o fundo das coisas, e ele faz então a seu respeito, uma idéia mais justa e mais conforme com a boa razão, embora sempre incompleta". 1

"(...) 12 - Se não podemos compreender a natureza íntima de Deus, podemos ter uma idéia de algumas de suas perfeições?

—Sim, de algumas. O homem as compreende melhor, à medida que se eleva sobre a matéria; ele as entrevê pelo pensamento". 1

           Se nesse momento não se consegue definir, descrever, circunscrever Deus por não dispor de elementos para configurá-lo, tem, entretanto o homem condições para imaginar como não pode ser e com as qualidades que deve possuir. Nesse sentido, dá atributos, características qualitativas que lhe fornecem subsídios para formar idéias sobre Seu caráter essencial.

"(...) Sem o conhecimento dos atributos de Deus, impossível seria compreender-se a obra da criação".3

           O homem assim, atribui qualificações, condições propriedades, que numa escala de valores permite-lhe distinguir, avaliar, imaginar dotes, dons, virtudes, disposição moral, intelectual, aspectos sensíveis enfim que não podem ser medidos. Usa para isso, vocábulos, expressões, superlativos que exprimem uma qualidade na significação elevada ao mais alto grau.

Bibliografia:

1. KARDEC, Allan. O Livro dos Espíritos - q. 10
2. FLAMMARION , Camille. Deus na Natureza - cap. IV
3. KARDEC, Allan. A Gênese - cap. II – 8

Leda Marques Bighetti
Janeiro / 2005

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