CAPÍTULO XI: AMAR O PRÓXIMO COMO A SI MESMO
ITENS 1, 2 e 4: O MAIOR MANDAMENTO
“Mas, os fariseus, quando ouviram que Jesus tinha feito calar a boca aos saduceus, juntaram-se em conselho. E um deles, que era doutor da lei, tentando-o, perguntou-lhe: Mestre, qual é o maior mandamento da lei?
Jesus lhe disse: Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento; este é o maior e o primeiro mandamento.
E o segundo semelhante a este é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Estes dois mandamentos contem toda a lei e os profetas.” (Mateus, XXII: 34 a 40)
“E assim, tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o também vós a eles. Porque esta é a lei e os profetas”. (Mateus, 7:12)
“Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem”. (Lucas, VI: 31)
Quem eram os saduceus?
Seita fundada por Sadoc, por volta do ano 248 A.C.
“Não acreditavam na imortalidade da alma, nem na ressurreição, ou na existência dos anjos bons e maus. Apesar disso, acreditavam em Deus e, embora nada esperassem após a morte, serviam-No com interesse de recompensas temporais, ao que segundo acreditavam, se limitava a sua providência. A satisfação dos sentidos era, para eles, o fim principal da vida.”
Apegavam-se ao texto da antiga lei das Escrituras, não admitindo a tradição, nem qualquer outra interpretação.
“Colocavam as boas obras e a execução pura e simples da lei acima das práticas exteriores do culto.
Eram, como se vê, os materialistas, os deístas e os sensualistas da época.
Essa seita era pouco numerosa, mas contava com personagens importantes, e tornou-se um partido político sempre oposto aos fariseus”, que era, então, a seita mais influente, com praticantes servis das práticas exteriores e das cerimônias, aparentando uma religiosidade que não possuíam. *
Nesses dois mandamentos, Jesus resumiu toda a lei divina, a meta a que todo Espírito tem de chegar um dia: Amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a si mesmo.
Para muitos, isso é uma utopia, algo que não irá nunca acontecer na Terra.
Mas, se tudo tende a um crescimento, se tudo evolui, se todos os homens trazem, dentro de si, uma tendência, um impulso ao progresso; se este tem acontecido desde o homem primitivo, pelo trabalho dos próprios homens, porque a humanidade e a Terra não podem alcançar, um dia, um grau de evolução que permita a todos viver em paz, em harmonia e feliz?
Os obstáculos de hoje serão vencidos, como muitos já o foram, tornando a vida mais prazerosa.
Para isso, devem os homens cuidar mais e melhor do seu progresso espiritual, satisfazer as necessidades do Espírito de paz e de felicidade, tanto quanto é o seu empenho para a obtenção dos valores materiais, que devem sim, ser buscados e usufruídos, mas sem causar males a si e aos outros, no respeito aos direitos alheios, não se sentindo à vontade em tanto possuir, quando muitos ainda não conseguem o mínimo necessário.
Usar do que possuem para auxiliar o crescimento dos mais frágeis, dos mais ignorantes, oferecendo-lhes oportunidades de estudo, de trabalho, de lazer sadio, para que eles também possam tornar-se cidadãos úteis a si próprios, às suas famílias, à pátria e à humanidade.
Não podemos nos esquecer que todos os Espíritos, todos os homens são perfectíveis, todos têm o mesmo potencial a ser desenvolvido no decorrer do longo processo evolutivo.
Os meios de comunicação de hoje, que não param de se desenvolver e de se popularizar, vieram, na época certa, trazer a transparência dos atos dos que estão no poder, seja em que grau for, privado ou público, numa gama de informações que, se podem causar certas dificuldades na sua filtração para beneficiar, despertam os homens para a análise dos mesmos e das suas conseqüências, desenvolvendo sua capacidade de raciocinar e de escolher o melhor.
Combater o egoísmo e o orgulho é a tarefa premente do homem atual, de todos os homens, porque já estamos vivendo os primórdios da Era do Espírito, determinismo divino, que ninguém, nem coisa alguma, vão poder impedir.
Amar o próximo como a si mesmo é a meta determinada por Deus para a humanidade da Terra, encarnada e desencarnada, embora possa demorar mil ou mais anos.
Enquanto existir o egoísmo e o orgulho nos corações e nas mentes dos homens, as dores, os sofrimentos, as guerras, continuarão presentes, até que essa humanidade, na sua maioria, talvez, se decida querer para os outros o que deseja para si.
Por isso, Allan Kardec escreveu que “amar ao próximo como a si mesmo e fazer aos outros como quereríamos que nos fizessem” se constituem na “expressão mais completa da caridade, porque ela resume todos os deveres para com o próximo.” e “Não se pode ter , neste caso, guia mais seguro, do que tomando como medida do que se deve fazer aos outros, o que deseja para si mesmo.”
Fazer aos outros somente o que queremos para nós é uma idéia das mais simples e mais fáceis de serem entendidas por qualquer pessoa, mesmo a que não tenha nenhum estudo.
Das mais difíceis, talvez, de ser vivenciada, simplesmente, devido ao orgulho e ao egoísmo, que residem nos homens.
Todavia, constitui-se a única direção, o único caminho a percorrer, para o homem alcançar a paz interna, e as nações viverem em paz, na solidariedade, na fraternidade.
Tão simples de ser entendida... Tão difícil de ser vivida pelos homens da Terra...Até quando vamos permanecer em um mundo de expiações e de provas?
* - O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, Introdução: Notícias Históricas, item III
Bibliografia:
KARDEC, Allan -“ O Evangelho Segundo o Espiritismo”
Leda de Almeida Rezende Ebner
Abril / 2009
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
O Livro dos Espíritos Estudo 29
CONCLUSÃO DOS ITENS X - XI - XII - XIII E XIV
Dos estudos realizados concluímos que, se a identidade absoluta dos Espíritos é, na grande maioria dos casos, questão sem importância, o mesmo não acontece com a importância que tem, em identificá-los bons ou maus.
A atenção de cada um tem que buscar a instrução contida, tendo por ponto de aferição a "Escala Espírita", contida em "O Livro dos Espíritos - cap I - VI", que fornece elementos para que se perceba a forma de agir, os objetivos de cada classe dos desencarnados.
O julgamento ou melhor, a apreciação que se fará aos Espíritos em nada diferem dos critérios usados para se conhecer um homem, onde a linguagem, as expressões que usa, refletirão ou serão indicativas da faixa mental e evolutiva na qual intimamente se detém ou compraz. Uma carta que se receba de alguém desconhecido, pelo estilo, pelas idéias, por vários indícios, verifica-se se a pessoa é instruída, polida, superficial, frívola, sentimental, etc. Da mesma forma, o desconhecido que fala, por exemplo, ao telefone. O mesmo se dará em relação aos Espíritos. São correspondentes que nunca vimos e analisá-los sob os critérios acima, indicariam o caráter de quem diz ou escreve - Estabelece-se aqui, como regra invariável e sem exceção que:
... "a linguagem dos Espíritos está sempre em relação com o grau de elevação a que já tenham chegado"...
Os bons Espíritos não só dizem coisas unicamente boas como os termos usados são isentos - de modo absoluto - de toda trivialidade. Bondade e afabilidade são lhes atributos. Lamentam fraquezas, erros, mas sem animosidade, com moderação, sem detalhes deles, aprofundando-se no valor e conseqüências das virtudes.
1.1 A inteligência de um raciocínio referencia superioridade?
Não, uma vez que inteligência e moral nem sempre marcham lado a lado. Um Espírito pode ser bom, afável e conhecimentos limitados. Expressar-se-á de forma simples. Outro, inteligente e instruído, mas inferior em moralidade, não se atém ao respeito que deve ao outro ou à Verdade. Usando da facilidade que seus atributos mentais lhe facultam, apresenta sua verdade pessoal como fato indiscutível.
1.2 Interrogando-se o Espírito de alguém que foi um sábio a seu tempo, em certa especialidade, obter-se-á sempre a Verdade?
Nem sempre. Se desencarnados há pouco tempo, acham-se ainda sob os preconceitos da vida material, sob a influência, portanto, do Espírito de sistema, das idéias que defendiam em vida. Isso não é regra, mas a Ciência humana que possuem não lhes caracteriza infalibilidade.
1.3 Dentro desse exame rigoroso a que se é exortado a proceder, como agir frente à uma comunicação ou obra literária?
Sem hesitação, rejeitar tudo quanto vá contra a lógica, o bom senso, que desminta o caráter do Espírito que se supõe ser... "repetimos: este meio é único e infalível, porque não há comunicação má que resista a uma crítica rigorosa "...
Os bons Espíritos não se ofendem com esta. Eles próprios a aconselham porque nada têm a temer com esse exame.
Mesmo que os Espíritos nos mereçam confiança plena: pensar, meditar, analisar, submeter à razão severa tudo quanto for recebido; pedir explicações necessárias, formar opinião segura onde em nenhum ponto fique dúvida, suspeita, dubiedade ou falta de clareza e precisão.
Pode-se resumir, os meios de se reconhecer a qualidade dos Espíritos em:
1. Bom senso, no sentido de perceber que, qualquer forma ou fórmula absurda não pode vir de Espíritos superiores, bons.
2. Apreciar os Espíritos pela linguagem, pelas expressões que traduzem os sentimentos que inspiram nos conselhos que dão.
3. Admitindo que um bom Espírito só diz e busca o Bem - tudo o que tenda ao mal não pode dele provir.
4. A linguagem nobre, digna sem trivialidade, simples, modesta, sem auto-elogios, vanglórias, que escoltam o saber ou a importância pessoal serão características de um bom Espírito. O que se afastar disso, refletindo as paixões humanas será característica da inferioridade e embuste dos Espíritos maus.
5. A forma material na correção do estilo não avalia qualidade moral. Necessário sondar-lhe o íntimo, analisar palavras friamente, sem prevenção. Qualquer senão, por menor que seja em relação à lógica, à razão e ponderação, não deixam dúvida quanto à procedência, seja qual for o nome que assine.
6. Os Espíritos superiores têm um linguajar idêntico, não na forma, mas no fundo, no conteúdo, na idéia. Mais ou menos desenvolvidos, conforme a necessidade, as circunstâncias ou as faculdades do médium que encontram para se comunicar, o pensamento será o mesmo, sem contradições.
7. Os bons Espíritos não improvisam: só falam o que tem utilidade e o que sabem.
8. Não predizem futuro ou fatos materiais, não determinam datas ou indicam modo de se fazer isto ou aquilo... "a previsão de qualquer acontecimento para uma época determinada é indício de mistificação"...
9. Simplicidade sem prolixidade, estilo conciso, expressões claras, inteligíveis a todos sem exigir esforço para ser compreendido. Não usam termos ambíguos que poderiam gerar interpretações diferentes, mas cada palavra quer dizer exatamente o que significa.
10. Nunca ordenam não se impõem, não estabelecem compromissos, não exigem crença cega apelando sempre em suas mensagens para a razão, onde cada qual identificará a proposta condizente com seus ideais de crescimento.
11. Os bons Espíritos não lisonjeiam, aplaudem, exaltam, parabenizam trabalhos, enaltecendo ou destacando a importância pessoal. Aprovam sim, o bem feito, com circunspeção e reserva.
12. Não dão importância ao rigor da forma.
13. Desconfiar dos nomes singulares, diferentes, ridículos que certos Espíritos adotam quando querem impor-se.
14. Igual proceder aos que se apresentam sob identidade de nomes venerados. Nesse caso além de todos os cuidados já vistos, faz-se indispensável verificação severa quanto à forma, o modo de pensar, de ser, desse Espírito, cujo nome usam. Outro cuidado é em relação ao médium, que se sente lisonjeado por tal contato.
15. Toda comunicação vinda de um bom Espírito atende sempre a um fim sério e eminentemente útil. Qualquer indicação que não atenda a esse requisito exige reflexão madura, antes de tomar qualquer decisão.
16. São prudentes em relação a qualquer assunto que possa fazer ou despertar comprometimento. Não desvendam o mal, não acusam; ao contrário, pregam a indulgência.
17. Só prescrevem o Bem. Tudo quanto não seja expressão da mais estrita caridade evangélica, não provém dos bons Espíritos.
18. Só inspiram, ditam, discorrem, o que seja perfeitamente racional. O que se afastar do bom senso e das leis imutáveis da Natureza, não provém deles.
19. A ação sobre o médium é calma, tranqüila, movimentos tranqüilos, sem convulsões, ou agitação febril que destoariam da calma e doçura dos bons Espíritos.
20. Não comunicam idéias pessoais; despertam o médium para que trabalhe em grupo, examinando-se abertamente possíveis imposturas, não usam sarcasmos; sofismas ou demonstrações materiais do poder oculto que dispõem.
21. O Espírito que de todo ainda não se desprendeu da influência da matéria, exterioriza nas comunicações, preconceitos, predileções, manias que tinham quando encarnados.
22. O conhecimento que alguns dizem ter, sobre este ou aquele ponto, constituem-se como ostentação e não sinal de superioridade.
23. Não basta interrogar um Espírito para conhecer a verdade. Os Espíritos inferiores tratam frivolamente de todas as questões propostas. Ainda, ter sido um grande homem na Terra, não dá posse, no mundo dos Espíritos, do conhecimento real. Só a virtude, sutilizando-o, dilatar-lhe-á, pouco a pouco a possibilidade de saber mais.
24. Essas reflexões frisam que toda seriedade e circunspeção que lhes é característica e que faz com que se expressem de forma séria, jamais entendê-los tristes, pesados. O gracejo será leve, fino, vivo, nunca porém trivial, grosseiro ou mordaz.
25. O caráter moral indicará sempre o grau e a natureza da confiança que devem merecer, onde o uso do bom senso não deixará que aquele que recebe ou lide com a mensagem, se engane.
26. Imprescindível, ao receber qualquer forma de mensagem - a retidão de juízo de quem as analisa: conhecer-se - no sentido de sondar quais os objetivos porque busca a mensagem, que uso e que utilidade persegue - aferindo os Espíritos como e com o cuidado que se usa nas seleções da companhia dos encarnados.
Após tal estudo... "na dúvida, abstém-te”... "não admitais, portanto, senão o que seja aos vossos olhos, de manifesta evidência. Desde que uma opinião nova venha a ser expendida, por pouco que vos pareça duvidosa, fazê-la passar pelo crivo da razão e da lógica e rejeitai desassombradamente o que a razão e o bom sendo reprovarem. Melhor repelir dez verdades do que admitir uma única falsidade, uma só teoria errônea”...
Bibliografia
Síntese da bibliografia usada nos estudos dos itens de X a XIV mais
Kardec, Allan - "O Livro dos Médiuns" - cap XXIV e XX.
Leda Marques Bighetti
Novembro 2003
Dos estudos realizados concluímos que, se a identidade absoluta dos Espíritos é, na grande maioria dos casos, questão sem importância, o mesmo não acontece com a importância que tem, em identificá-los bons ou maus.
A atenção de cada um tem que buscar a instrução contida, tendo por ponto de aferição a "Escala Espírita", contida em "O Livro dos Espíritos - cap I - VI", que fornece elementos para que se perceba a forma de agir, os objetivos de cada classe dos desencarnados.
O julgamento ou melhor, a apreciação que se fará aos Espíritos em nada diferem dos critérios usados para se conhecer um homem, onde a linguagem, as expressões que usa, refletirão ou serão indicativas da faixa mental e evolutiva na qual intimamente se detém ou compraz. Uma carta que se receba de alguém desconhecido, pelo estilo, pelas idéias, por vários indícios, verifica-se se a pessoa é instruída, polida, superficial, frívola, sentimental, etc. Da mesma forma, o desconhecido que fala, por exemplo, ao telefone. O mesmo se dará em relação aos Espíritos. São correspondentes que nunca vimos e analisá-los sob os critérios acima, indicariam o caráter de quem diz ou escreve - Estabelece-se aqui, como regra invariável e sem exceção que:
... "a linguagem dos Espíritos está sempre em relação com o grau de elevação a que já tenham chegado"...
Os bons Espíritos não só dizem coisas unicamente boas como os termos usados são isentos - de modo absoluto - de toda trivialidade. Bondade e afabilidade são lhes atributos. Lamentam fraquezas, erros, mas sem animosidade, com moderação, sem detalhes deles, aprofundando-se no valor e conseqüências das virtudes.
1.1 A inteligência de um raciocínio referencia superioridade?
Não, uma vez que inteligência e moral nem sempre marcham lado a lado. Um Espírito pode ser bom, afável e conhecimentos limitados. Expressar-se-á de forma simples. Outro, inteligente e instruído, mas inferior em moralidade, não se atém ao respeito que deve ao outro ou à Verdade. Usando da facilidade que seus atributos mentais lhe facultam, apresenta sua verdade pessoal como fato indiscutível.
1.2 Interrogando-se o Espírito de alguém que foi um sábio a seu tempo, em certa especialidade, obter-se-á sempre a Verdade?
Nem sempre. Se desencarnados há pouco tempo, acham-se ainda sob os preconceitos da vida material, sob a influência, portanto, do Espírito de sistema, das idéias que defendiam em vida. Isso não é regra, mas a Ciência humana que possuem não lhes caracteriza infalibilidade.
1.3 Dentro desse exame rigoroso a que se é exortado a proceder, como agir frente à uma comunicação ou obra literária?
Sem hesitação, rejeitar tudo quanto vá contra a lógica, o bom senso, que desminta o caráter do Espírito que se supõe ser... "repetimos: este meio é único e infalível, porque não há comunicação má que resista a uma crítica rigorosa "...
Os bons Espíritos não se ofendem com esta. Eles próprios a aconselham porque nada têm a temer com esse exame.
Mesmo que os Espíritos nos mereçam confiança plena: pensar, meditar, analisar, submeter à razão severa tudo quanto for recebido; pedir explicações necessárias, formar opinião segura onde em nenhum ponto fique dúvida, suspeita, dubiedade ou falta de clareza e precisão.
Pode-se resumir, os meios de se reconhecer a qualidade dos Espíritos em:
1. Bom senso, no sentido de perceber que, qualquer forma ou fórmula absurda não pode vir de Espíritos superiores, bons.
2. Apreciar os Espíritos pela linguagem, pelas expressões que traduzem os sentimentos que inspiram nos conselhos que dão.
3. Admitindo que um bom Espírito só diz e busca o Bem - tudo o que tenda ao mal não pode dele provir.
4. A linguagem nobre, digna sem trivialidade, simples, modesta, sem auto-elogios, vanglórias, que escoltam o saber ou a importância pessoal serão características de um bom Espírito. O que se afastar disso, refletindo as paixões humanas será característica da inferioridade e embuste dos Espíritos maus.
5. A forma material na correção do estilo não avalia qualidade moral. Necessário sondar-lhe o íntimo, analisar palavras friamente, sem prevenção. Qualquer senão, por menor que seja em relação à lógica, à razão e ponderação, não deixam dúvida quanto à procedência, seja qual for o nome que assine.
6. Os Espíritos superiores têm um linguajar idêntico, não na forma, mas no fundo, no conteúdo, na idéia. Mais ou menos desenvolvidos, conforme a necessidade, as circunstâncias ou as faculdades do médium que encontram para se comunicar, o pensamento será o mesmo, sem contradições.
7. Os bons Espíritos não improvisam: só falam o que tem utilidade e o que sabem.
8. Não predizem futuro ou fatos materiais, não determinam datas ou indicam modo de se fazer isto ou aquilo... "a previsão de qualquer acontecimento para uma época determinada é indício de mistificação"...
9. Simplicidade sem prolixidade, estilo conciso, expressões claras, inteligíveis a todos sem exigir esforço para ser compreendido. Não usam termos ambíguos que poderiam gerar interpretações diferentes, mas cada palavra quer dizer exatamente o que significa.
10. Nunca ordenam não se impõem, não estabelecem compromissos, não exigem crença cega apelando sempre em suas mensagens para a razão, onde cada qual identificará a proposta condizente com seus ideais de crescimento.
11. Os bons Espíritos não lisonjeiam, aplaudem, exaltam, parabenizam trabalhos, enaltecendo ou destacando a importância pessoal. Aprovam sim, o bem feito, com circunspeção e reserva.
12. Não dão importância ao rigor da forma.
13. Desconfiar dos nomes singulares, diferentes, ridículos que certos Espíritos adotam quando querem impor-se.
14. Igual proceder aos que se apresentam sob identidade de nomes venerados. Nesse caso além de todos os cuidados já vistos, faz-se indispensável verificação severa quanto à forma, o modo de pensar, de ser, desse Espírito, cujo nome usam. Outro cuidado é em relação ao médium, que se sente lisonjeado por tal contato.
15. Toda comunicação vinda de um bom Espírito atende sempre a um fim sério e eminentemente útil. Qualquer indicação que não atenda a esse requisito exige reflexão madura, antes de tomar qualquer decisão.
16. São prudentes em relação a qualquer assunto que possa fazer ou despertar comprometimento. Não desvendam o mal, não acusam; ao contrário, pregam a indulgência.
17. Só prescrevem o Bem. Tudo quanto não seja expressão da mais estrita caridade evangélica, não provém dos bons Espíritos.
18. Só inspiram, ditam, discorrem, o que seja perfeitamente racional. O que se afastar do bom senso e das leis imutáveis da Natureza, não provém deles.
19. A ação sobre o médium é calma, tranqüila, movimentos tranqüilos, sem convulsões, ou agitação febril que destoariam da calma e doçura dos bons Espíritos.
20. Não comunicam idéias pessoais; despertam o médium para que trabalhe em grupo, examinando-se abertamente possíveis imposturas, não usam sarcasmos; sofismas ou demonstrações materiais do poder oculto que dispõem.
21. O Espírito que de todo ainda não se desprendeu da influência da matéria, exterioriza nas comunicações, preconceitos, predileções, manias que tinham quando encarnados.
22. O conhecimento que alguns dizem ter, sobre este ou aquele ponto, constituem-se como ostentação e não sinal de superioridade.
23. Não basta interrogar um Espírito para conhecer a verdade. Os Espíritos inferiores tratam frivolamente de todas as questões propostas. Ainda, ter sido um grande homem na Terra, não dá posse, no mundo dos Espíritos, do conhecimento real. Só a virtude, sutilizando-o, dilatar-lhe-á, pouco a pouco a possibilidade de saber mais.
24. Essas reflexões frisam que toda seriedade e circunspeção que lhes é característica e que faz com que se expressem de forma séria, jamais entendê-los tristes, pesados. O gracejo será leve, fino, vivo, nunca porém trivial, grosseiro ou mordaz.
25. O caráter moral indicará sempre o grau e a natureza da confiança que devem merecer, onde o uso do bom senso não deixará que aquele que recebe ou lide com a mensagem, se engane.
26. Imprescindível, ao receber qualquer forma de mensagem - a retidão de juízo de quem as analisa: conhecer-se - no sentido de sondar quais os objetivos porque busca a mensagem, que uso e que utilidade persegue - aferindo os Espíritos como e com o cuidado que se usa nas seleções da companhia dos encarnados.
Após tal estudo... "na dúvida, abstém-te”... "não admitais, portanto, senão o que seja aos vossos olhos, de manifesta evidência. Desde que uma opinião nova venha a ser expendida, por pouco que vos pareça duvidosa, fazê-la passar pelo crivo da razão e da lógica e rejeitai desassombradamente o que a razão e o bom sendo reprovarem. Melhor repelir dez verdades do que admitir uma única falsidade, uma só teoria errônea”...
Bibliografia
Síntese da bibliografia usada nos estudos dos itens de X a XIV mais
Kardec, Allan - "O Livro dos Médiuns" - cap XXIV e XX.
Leda Marques Bighetti
Novembro 2003
PALAVRAS DE VIDA ETERNA - ESTUDO 42
LIVRO: “PALAVRAS DE VIDA ETERNA”
Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Emmanuel
NO SERVIÇO MEDIÚNICO
"Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo." - Paulo. (I Coríntios, 12:4.)
No texto em estudo, Emmanuel trata de modo específico da aplicação da faculdade mediúnica, refletindo sobre trechos da primeira epístola de Paulo aos Coríntios.
Convém lembrar que os fenômenos mediúnicos não são exclusivos da Doutrina Espírita e estiveram presentes em todos os tempos no seio de todos os povos.
A Doutrina Espírita, surgida em meados do século XIX, pesquisou, identificou e organizou as leis que regem o intercâmbio entre Espíritos encarnados e desencarnados, tirando-o do terreno do maravilhoso, do sobrenatural, desmistificando o fenômeno, e estabelecendo a necessidade de sua aplicação no exercício responsável e consciente.
Conforme esclarece Divaldo Pereira Franco "Até Allan Kardec, a mediunidade estava envolta em vários mitos desde a condição divinatória até as excrescências psicopatológicas da Idade Média, quando os médiuns eram colocados diante das Cortes para servir de instrumento ao ridículo e a posteriori, nas Universidades para análise das psicopatologias que atormentavam a criatura humana e cuja gênese era desconhecida"2.
No entanto, já na época apostólica, explicações muito claras ao redor da mediunidade nos foram oferecidas pelo apóstolo Paulo quando se dirige aos Coríntios dizendo: "Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo, há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. A manifestação do Espírito, porém, é concedida a cada um para o que for útil, pois que a um, pelo Espírito, é dada a palavra da sabedoria, e a outro, pelo mesmo Espírito, a palavra da Ciência; a outro, pelo mesmo Espírito, a fé, e a outro, pelo mesmo Espírito, os dons de curar; a outro, a operação de fenômenos e a outro a profecia; a outro, o dom de discernir os espíritos e a outro a variedade de línguas e, ainda a outro, a interpretação das línguas. Mas um só e o mesmo Espírito opera todas essas coisas, repartindo particularmente a cada um como lhe apraz"3.
Mediunidade é faculdade humana que se desenvolve naturalmente, ampliando-se naqueles mais sensíveis, e não por imposição ou determinação de palavras de ordem ou rituais. "A Mediunidade, segundo Allan Kardec, é uma certa predisposição orgânica"2, faculdade espiritual que permite o intercâmbio entre o mundo físico e o extrafísico.
A faculdade mediúnica é uma só mas pode expressar-se de formas variadas isto é, pela psicofonia, pela psicografia, pela vidência, pelos fenômenos de cura e outros.
Seja qual for a condição medianímica, a mediunidade é "concedida a cada um para o que for útil"3, isto é, para o que for proveitoso, para o bem, com finalidades superiores. A mediunidade educada e disciplinada no padrão evangélico torna-nos mensageiros do esclarecimento, da informação, do reconforto, do socorro a enfermos, e tantas outras providências bem como através dela podemos recolher o influxo dos benfeitores amigos, auxiliando-nos na caminhada evolutiva. Na mediunidade com Jesus somos sempre os maiores beneficiados, no aprendizado contínuo através das lições de que somos os intermediários, nos dramas, nas dificuldades, nos sofrimentos que testemunhamos na figura de nosso próximo que são lições vivas, convites à reflexão uma vez que retratam as nossas próprias dores e dificuldades.
Estamos em intercâmbio permanente. Influenciamos e somos influenciados mesmo que não tenhamos consciência disso. Por isso Emmanuel insiste na necessidade de evangelização do Espírito, de vigilância constante dos sentimentos, pensamentos e ações e exortando-nos conclui: "Abstenhamo-nos, assim, do contato com as forças que operam a perturbação e a desordem, visíveis ou invisíveis, na certeza de que daremos conta dos dotes mediúnicos com que fomos temporariamente felicitados, porque o Espírito do Senhor, por seus Mensageiros, nos aquinhoa com esse ou aquele empréstimo de energia medianímicas, a título precário, para a nossa própria edificação e segundo as nossas necessidades"3.
Bibliografia:
1. Bighetti, Leda Marques. "Sessão Mediúnica: Mediunidade - Conceito e Função". BELE - Batuíra Editora e Livraria Espírita. Ribeirão Preto, SP. 2004.
2. Franco, Divaldo P. "Mediunidade: A Mediunidade Através da História". Mundo Maior Editora. São Paulo, SP. 1999.
3. Xavier, Francisco Cândido. "Palavras de Vida Eterna: No Serviço Mediúnico". Ditado pelo Espírito Emmanuel. CEC. 17a ed. Uberaba, MG. 1992.
Iracema Linhares Giorgini
Dezembro / 2004
I CORINTIOS 12
4 Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
PALAVRAS DE VIDA ETERNA – ESTUDO 41
LIVRO: “PALAVRAS DE VIDA ETERNA”
Francisco Cândido Xavier pelo Espírito Emmanuel
"Se andarmos na luz"
"Se andarmos na luz, como Ele está temos comunhão uns com os
outros..." - João
(I JOÃO, 1:7)
É vazio, sem valor qualquer conhecimento que não é colocado em prática.
Não é possível a criatura dizer que ama a Deus, sem amar o próximo, conseqüentemente, sem fazer-lhe o bem.
Jesus, como enviado de Deus, veio ensinar o Amor à Humanidade, afirmando ser possível o amor entre os homens e sendo o exemplo maior dessa vivência afirmou: "Eu sou a luz do mundo" (Jô, 8:12).
O tema central da I Carta de João é o amor, convidando todos ao exercício desse amor a exteriorizar-se em atos fraternais que levam luz, consolo, esperança àqueles que se detém em trevas.
Andar na luz significa estar ligado a Deus e aos irmãos em Humanidade, ser indulgente, tolerante, caridoso, humilde. Não pertencer ao mundo, mas estar no mundo conduzindo seu caminhar com base nas Leis Divinas.
Quantas vezes perdemos tempo precioso com as incompreensões, intolerância, divergências.
Em outras ocasiões, abandonamos tarefas que havíamos começado, por prejulgarmos pessoas e fatos, sem refletir que o prejuízo maior é de quem abandona, deserta. Precisamos da compreensão alheia quando erramos, muitas vezes sem a intenção de o fazer, sem o propósito de magoar ou ofender, o mesmo acontece com os outros, pois, todos estamos na mesma estrada da evolução, lidando em meio a enganos, erros e acertos.
Se andássemos sempre na luz, na claridade dos ensinamentos de Jesus, compreenderíamos que temos as mesmas necessidades. Seríamos tolerantes, compreensivos, principalmente quando entendemos que a maioria, ainda, não teve oportunidade de aprendizado e de entendimento das coisas espirituais.
Não erramos muitas vezes em determinado setor da vida, não porque somos melhores, mas, porque não vivenciamos a mesma situação daqueles que a primeira vista condenamos a conduta. Refletir que frente aquelas situações poderíamos agir de forma igual ou mesmo pior.
Jesus se apresentando como a luz do mundo, conclama ao despertar para que haja essa mesma luz nos relacionamentos entre pessoas, o que possibilitaria que a Humanidade conquistasse o crescimento desejado em intercâmbios de harmonia e paz.
O tema exorta a que não percamos a coragem mediante essa certeza de ser Jesus Cristo nossa intensa luz, acenando que para se desfazer as trevas que permanecem no seio da humanidade é necessário primeiro trabalhar as que estão dentro de cada um de nós.
Que a luz do Senhor não fique com cada um apenas no campo da razão, e sim que seja claridade em todos os sentimentos, pensamentos, atos.
Se cada qual pautar seu viver dessa forma, nos exemplos e ensinamentos do Mestre Jesus, estarão vivos e todos estaremos unidos, comungando uns com os outros as expressões elevadas no trato do Amor.
Bibliografia:
Quem é o Cristo? F. P. Vítor/J. R. Teixeira
Maria Aparecida Ferreira Lovo
Novembro / 2004
I JOÃO 1
7 mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado.
93 – O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
CAPÍTULO X: BEM-AVENTURADOS OS MISERICORDIOSOS
INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS: “É PERMITIDO REPREENDER OS OUTROS?
NOTAR SUAS IMPERFEIÇÕES E DIVULGAR O MAL ALHEIO? ITENS 19 A 21
Este capítulo não estaria completo sem essas perguntas e respostas, visto que o homem em geral, estando mais próximo da animalidade do que da angelitude, como disse Emmanuel, não pode deixar de ver o mal, para que, observando e analisando as conseqüências, sinta a vontade de eliminá-lo, de si próprio e de toda a humanidade.
No item 13 deste capítulo, Allan Kardec escrevendo sobre a frase de Jesus “Não julgueis para não serdes julgados”, disse que essa não deve ser tomada no seu sentido absoluto, visto que “a letra mata e o espírito vivifica”.
Jesus não podia proibir de se reprovar o mal, pois, ele mesmo nos deu o exemplo disso, e o fez em termos enérgicos. Mas quis dizer que “a autoridade da censura está na razão da autoridade moral daquele que a pronuncia”, e que “A única autoridade legítima, aos olhos de Deus, é a que se apóia no bom exemplo”.
Ao Espírito São Luís, Kardec fez três perguntas.
1ª - Ninguém sendo perfeito, não se segue que ninguém tem o direito de repreender o próximo?
“Certamente que não, pois cada um de vós deve trabalhar para o progresso de todos e, sobretudo, dos que estão sob a vossa tutela”.
Por tudo que vimos nesses estudos, parece-me bem claro que o mal tem de ser visto, comentado, combatido, a fim de ser eliminado da mente e dos corações humanos, bem como da Terra.
O que Jesus demonstra, com suas palavras e em todo o seu viver neste mundo, é que antes de tentar corrigir os erros dos outros, deve o homem corrigir, ou pelo menos, esforçar-se por corrigir os seus.
Quem assim o faz, pode tentar esclarecer seus irmãos, com a intenção de auxiliá-los no seu desenvolvimento espiritual, com discrição, sem alarde, sem gerar escândalos, sem imposições, de forma a mostrar-lhe sua verdadeira intenção de ajudar.
Em assim fazendo, o outro não vai ter motivo para sentir-se humilhado, principalmente, porque percebe a boa intenção de seu crítico, que demonstra ser seu amigo.
Jesus combate, sim, esse hábito desastroso de querer denegrir o outro, da exigência em relação ao comportamento alheio, querendo quem assim o faz, mostrar-se melhor do que é, sem falhas, superior aos demais, o que demonstra a maldade, o orgulho que existem ainda nos homens.
Esclarece Jesus, que mesmo quando percebemos no outro uma falha, da qual ele pode libertar-se com nossa ajuda, devemos também incluirmo-nos na censura e no esforço de corrigi-la em nós.
Desse modo, estaremos melhorando a nós e aos que nos rodeiam, contribuindo para o progresso geral.
2ª - Será repreensível observar as imperfeições dos outros quando disso não possa resultar nenhum benefício para eles, e mesmo que não as divulguemos?
S. Luís responde que depende da intenção. Se essa observação das falhas alheias for o aprendizado pessoal, para evitá-las em si, corrigindo-as se as tiver, só pode ser benéfica essa atitude.
Aprende-se muito nas análises dos próprios erros, das suas conseqüências, tanto quanto fazendo o mesmo com os alheios.
Jesus ensinou-nos a combater o mal fazendo o bem. Para isso, é preciso ver o mal onde ele existir, em nós e ao redor de nós. Não se pode combater o que não se vê ou não se percebe.
“O erro está em fazer essa observação em prejuízo do próximo, desacreditando-o, sem necessidade, na opinião pública. Seria ainda repreensível fazê-la com um sentimento de malevolência e de satisfação por encontrar os outros em falta.”
3ª - Há casos em que seja útil descobrir o mal alheio?
A caridade bem compreendida deve sempre falar mais alto, na análise das conseqüências desse mal.
Se as imperfeições de uma pessoa trouxerem prejuízos somente a ela, não existe nenhum motivo para divulgá-las.
Pode-se tentar conversar com ela, sem imposição, com raciocínios claros, inspirados pelo amor, pela amizade, se ela o permitir.
Mas comentar com outros, divulgar a quem quer que seja, é agir contra a caridade. O seu próprio viver vai lhe mostrando essas imperfeições e dando-lhe oportunidades de corrigir-se, quando ela quiser.
Todavia, quando esse mal pode trazer prejuízos a outras pessoas, o interesse do maior número de prejudicados deve sobrepor-se ao interesse de um. Torna-se, então um dever a sua divulgação.
“Conforme as circunstâncias, desmascarar a hipocrisia e a mentira pode ser um dever, pois, é melhor que um homem caia, do que muitos serem enganados e se tornarem suas vítimas. Em semelhante caso, é necessário balancear as vantagens e os inconvenientes”.
Essas perguntas e suas respostas mostram a importância do raciocínio e do conhecimento das leis morais para poder escolher as melhores soluções para as diversas situações.
Para saber optar por essa ou aquela conduta, com acerto, sem provocar novos problemas, muitas vezes mais sérios, o conhecimento da moral divina, trazida por Jesus é, a meu ver, condição sine qua nom para fazer-se a escolha mais correta, a que possa resolver, sem causar danos maiores a ninguém.
Sempre em dúvida, apelar para a caridade bem compreendida, pesando as vantagens e os inconvenientes para os envolvidos.
Bibliografia:
KARDEC, Allan - “O Evangelho Segundo o Espiritismo”
Leda de Almeida Rezende Ebner
Março / 2009
O LIVRO DOS MÉDIUNS - Estudo 31
SEGUNDA PARTE
DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS
CAPITULO V
MANIFESTAÇÕES FÍSICAS ESPONTÂNEAS
Estudo 31 - Itens 92 a 95 - Lançamento de Objetos
No capítulo que estamos estudando, Allan Kardec explica que tais fenômenos, cuja manifestação se poderia considerar como de prática espírita natural, são muito importantes, porque excluem as suspeitas de conivência. Afirma ainda, que as manifestações físicas têm por fim chamar a nossa atenção para alguma coisa e convencer-nos da presença de um poder superior ao do homem. Também disse que os Espíritos elevados não se ocupam com esta ordem de manifestações; que se servem dos Espíritos mais imperfeitos para produzi-las. Atingida a finalidade acima indicada, cessa a manifestação. Na sequência estudaremos a causa do lançamento de objetos.
Causa do lançamento de objetos
Podemos considerar que os fenômenos de movimentação dos corpos inertes, os ruídos, as pancadas, o deslocamento de objetos tem uma mesma causa; são produzidos pela mesma força que levanta objetos. São produzidos em ambientes onde há a presença de médiuns, os quais muitas vezes ignoram suas faculdades e que por isso são chamados de médiuns naturais.
A intervenção voluntária ou involuntária de pessoa dotada de aptidão especial parece necessária, na maioria dos casos, para a produção desses fenômenos, embora haja aqueles em que o Espírito parece agir sozinho, mas, ainda nesse caso, ele poderia tirar o fluido animalizado de uma pessoa distante. São necessárias algumas condições para que o fenômeno se dê: primeiro, que o Espírito queira fazê-lo, a seguir que encontre uma pessoa apta a ajudá-lo, coincidência que só raramente ocorre. Se essa pessoa aparece inesperadamente, ele a aproveita.
Mas apesar das circunstâncias favoráveis, ele poderia ainda ser impedido por uma vontade superior que não lhe permitisse agir como quer, ou, permitir que aja dentro de certos limites, desde que as manifestações sejam consideradas úteis, para os que a vivenciam.
O Espírito São Luis, questionado por Allan Kardec sobre fenômeno ocorrido em junho de 1860 na rua Des Noyers, em Paris, em que um Espírito se divertia brincando com os moradores do local, esclarece que os fatos foram verdadeiros apesar dos exageros de imaginação do povo. Os detalhes se encontram na Revista Espírita de agosto de 1860.
Esclarece que esses fenômenos são sempre provocados pela presença, entre os moradores, de alguém com mediunidade espontânea e involuntária. Um Espírito mora num lugar de sua predileção e, enquanto ali não aparece uma pessoa de que se possa servir, fica sem ação. Quando essa pessoa aparece, ele se diverte quanto pode.
A presença desse médium no local é o mais comum, porque o Espírito pode buscar os recursos necessários em outro local. Allan Kardec pergunta se há afinidade moral entre o médium e o Espírito, e São Luis afirma que não, precisamente, e sim, há uma aptidão que decorre de afinidade fluídica, mas há que se considerar uma tendência material que seria preferível não possuir, pois quanto mais elevada moralmente, mais a pessoa atrai os Bons Espíritos, que necessariamente afastam os maus.
Os objetos atirados são quase sempre encontrados no próprio lugar ou na vizinhança, e uma força que sai do Espírito os lança no espaço e os faz cair onde ele quer.
Considerando que a finalidade dessas manifestações é chamar a atenção para a existência do Espírito, sobre a realidade do mundo espiritual, como entender, pergunta Kardec, que alguns incrédulos que vivenciaram essas experiências, não as consideraram concludentes? Não dependeria dos Espíritos dar-lhes alguma prova sensível?
Novamente o Espírito São Luis afirma que, "os ateus e os materialistas não testemunham a cada instante os efeitos do poder de Deus e do pensamento? Mas isso não os impede de negar a Deus e a alma. Os milagres de Jesus converteram todos os seus contemporâneos? Os fariseus que lhe diziam: "Mestre, fazei-nos ver algum prodígio", não se pareciam com esses que hoje pedem para ver as manifestações? Se não se deixam convencer pelas maravilhas da Criação, não seriam mais tocados pelo aparecimento de um Espírito, mesmo da maneira mais evidente, pois o seu orgulho os transforma em animais empacados. Não lhes faltariam ocasiões de ver, se eles a procurassem de boa fé. É por isso que Deus não julga conveniente fazer por eles mais do que não faz nem mesmo para aqueles que sinceramente buscam instruir-se. Essa incredulidade não impedirá que se cumpra a vontade de Deus, assim como não impediu a expansão da Doutrina. Felizes os que crêem sem ter visto, disse Jesus, porque eles não duvidam do poder de Deus”.
Concluindo nosso estudo com essas reflexões do Espírito São Luis, convidamos o leitor a buscar em O Livro dos Médiuns, a descrição da evocação do Espírito perturbador de rua Des Noyers feita por Allan Kardec, e que contém as razões do Espírito para a provocação dos fenômenos. Ver cap V, item 95.
Em continuidade ao estudo desse capítulo, veremos Fenômeno de Transporte.
BIBLIOGRAFIA
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap. V - 2ª Parte
Tereza Cristina D'Alessandro
Fevereiro / 2004
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