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terça-feira, 3 de agosto de 2010

O LIVRO DOS MÉDIUNS - Estudo 31


SEGUNDA PARTE
DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS
CAPITULO V
MANIFESTAÇÕES FÍSICAS ESPONTÂNEAS
Estudo 31 - Itens 92 a 95 - Lançamento de Objetos
No capítulo que estamos estudando, Allan Kardec explica que tais fenômenos, cuja manifestação se poderia considerar como de prática espírita natural, são muito importantes, porque excluem as suspeitas de conivência. Afirma ainda, que as manifestações físicas têm por fim chamar a nossa atenção para alguma coisa e convencer-nos da presença de um poder superior ao do homem. Também disse que os Espíritos elevados não se ocupam com esta ordem de manifestações; que se servem dos Espíritos mais imperfeitos para produzi-las. Atingida a finalidade acima indicada, cessa a manifestação. Na sequência estudaremos a causa do lançamento de objetos.
Causa do lançamento de objetos
Podemos considerar que os fenômenos de movimentação dos corpos inertes, os ruídos, as pancadas, o deslocamento de objetos tem uma mesma causa; são produzidos pela mesma força que levanta objetos. São produzidos em ambientes onde há a presença de médiuns, os quais muitas vezes ignoram suas faculdades e que por isso são chamados de médiuns naturais.
A intervenção voluntária ou involuntária de pessoa dotada de aptidão especial parece necessária, na maioria dos casos, para a produção desses fenômenos, embora haja aqueles em que o Espírito parece agir sozinho, mas, ainda nesse caso, ele poderia tirar o fluido animalizado de uma pessoa distante. São necessárias algumas condições para que o fenômeno se dê: primeiro, que o Espírito queira fazê-lo, a seguir que encontre uma pessoa apta a ajudá-lo, coincidência que só raramente ocorre. Se essa pessoa aparece inesperadamente, ele a aproveita.
Mas apesar das circunstâncias favoráveis, ele poderia ainda ser impedido por uma vontade superior que não lhe permitisse agir como quer, ou, permitir que aja dentro de certos limites, desde que as manifestações sejam consideradas úteis, para os que a vivenciam.
O Espírito São Luis, questionado por Allan Kardec sobre fenômeno ocorrido em junho de 1860 na rua Des Noyers, em Paris, em que um Espírito se divertia brincando com os moradores do local, esclarece que os fatos foram verdadeiros apesar dos exageros de imaginação do povo. Os detalhes se encontram na Revista Espírita de agosto de 1860.
Esclarece que esses fenômenos são sempre provocados pela presença, entre os moradores, de alguém com mediunidade espontânea e involuntária. Um Espírito mora num lugar de sua predileção e, enquanto ali não aparece uma pessoa de que se possa servir, fica sem ação. Quando essa pessoa aparece, ele se diverte quanto pode.
A presença desse médium no local é o mais comum, porque o Espírito pode buscar os recursos necessários em outro local. Allan Kardec pergunta se há afinidade moral entre o médium e o Espírito, e São Luis afirma que não, precisamente, e sim, há uma aptidão que decorre de afinidade fluídica, mas há que se considerar uma tendência material que seria preferível não possuir, pois quanto mais elevada moralmente, mais a pessoa atrai os Bons Espíritos, que necessariamente afastam os maus.
Os objetos atirados são quase sempre encontrados no próprio lugar ou na vizinhança, e uma força que sai do Espírito os lança no espaço e os faz cair onde ele quer.
Considerando que a finalidade dessas manifestações é chamar a atenção para a existência do Espírito, sobre a realidade do mundo espiritual, como entender, pergunta Kardec, que alguns incrédulos que vivenciaram essas experiências, não as consideraram concludentes? Não dependeria dos Espíritos dar-lhes alguma prova sensível?
Novamente o Espírito São Luis afirma que, "os ateus e os materialistas não testemunham a cada instante os efeitos do poder de Deus e do pensamento? Mas isso não os impede de negar a Deus e a alma. Os milagres de Jesus converteram todos os seus contemporâneos? Os fariseus que lhe diziam: "Mestre, fazei-nos ver algum prodígio", não se pareciam com esses que hoje pedem para ver as manifestações? Se não se deixam convencer pelas maravilhas da Criação, não seriam mais tocados pelo aparecimento de um Espírito, mesmo da maneira mais evidente, pois o seu orgulho os transforma em animais empacados. Não lhes faltariam ocasiões de ver, se eles a procurassem de boa fé. É por isso que Deus não julga conveniente fazer por eles mais do que não faz nem mesmo para aqueles que sinceramente buscam instruir-se. Essa incredulidade não impedirá que se cumpra a vontade de Deus, assim como não impediu a expansão da Doutrina. Felizes os que crêem sem ter visto, disse Jesus, porque eles não duvidam do poder de Deus”.
Concluindo nosso estudo com essas reflexões do Espírito São Luis, convidamos o leitor a buscar em O Livro dos Médiuns, a descrição da evocação do Espírito perturbador de rua Des Noyers feita por Allan Kardec, e que contém as razões do Espírito para a provocação dos fenômenos. Ver cap V, item 95.

Em continuidade ao estudo desse capítulo, veremos Fenômeno de Transporte.
BIBLIOGRAFIA
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap. V - 2ª Parte
Tereza Cristina D'Alessandro
Fevereiro / 2004

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