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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

O Livro dos Espíritos Estudo 29

CONCLUSÃO DOS ITENS X - XI - XII - XIII E XIV

Dos estudos realizados concluímos que, se a identidade absoluta dos Espíritos é, na grande maioria dos casos, questão sem importância, o mesmo não acontece com a importância que tem, em identificá-los bons ou maus.
A atenção de cada um tem que buscar a instrução contida, tendo por ponto de aferição a "Escala Espírita", contida em "O Livro dos Espíritos - cap I - VI", que fornece elementos para que se perceba a forma de agir, os objetivos de cada classe dos desencarnados.
O julgamento ou melhor, a apreciação que se fará aos Espíritos em nada diferem dos critérios usados para se conhecer um homem, onde a linguagem, as expressões que usa, refletirão ou serão indicativas da faixa mental e evolutiva na qual intimamente se detém ou compraz. Uma carta que se receba de alguém desconhecido, pelo estilo, pelas idéias, por vários indícios, verifica-se se a pessoa é instruída, polida, superficial, frívola, sentimental, etc. Da mesma forma, o desconhecido que fala, por exemplo, ao telefone. O mesmo se dará em relação aos Espíritos. São correspondentes que nunca vimos e analisá-los sob os critérios acima, indicariam o caráter de quem diz ou escreve - Estabelece-se aqui, como regra invariável e sem exceção que:
... "a linguagem dos Espíritos está sempre em relação com o grau de elevação a que já tenham chegado"...
Os bons Espíritos não só dizem coisas unicamente boas como os termos usados são isentos - de modo absoluto - de toda trivialidade. Bondade e afabilidade são lhes atributos. Lamentam fraquezas, erros, mas sem animosidade, com moderação, sem detalhes deles, aprofundando-se no valor e conseqüências das virtudes.
1.1 A inteligência de um raciocínio referencia superioridade?
Não, uma vez que inteligência e moral nem sempre marcham lado a lado. Um Espírito pode ser bom, afável e conhecimentos limitados. Expressar-se-á de forma simples. Outro, inteligente e instruído, mas inferior em moralidade, não se atém ao respeito que deve ao outro ou à Verdade. Usando da facilidade que seus atributos mentais lhe facultam, apresenta sua verdade pessoal como fato indiscutível.
1.2 Interrogando-se o Espírito de alguém que foi um sábio a seu tempo, em certa especialidade, obter-se-á sempre a Verdade?
Nem sempre. Se desencarnados há pouco tempo, acham-se ainda sob os preconceitos da vida material, sob a influência, portanto, do Espírito de sistema, das idéias que defendiam em vida. Isso não é regra, mas a Ciência humana que possuem não lhes caracteriza infalibilidade.


1.3 Dentro desse exame rigoroso a que se é exortado a proceder, como agir frente à uma comunicação ou obra literária?
Sem hesitação, rejeitar tudo quanto vá contra a lógica, o bom senso, que desminta o caráter do Espírito que se supõe ser... "repetimos: este meio é único e infalível, porque não há comunicação má que resista a uma crítica rigorosa "...
Os bons Espíritos não se ofendem com esta. Eles próprios a aconselham porque nada têm a temer com esse exame.
Mesmo que os Espíritos nos mereçam confiança plena: pensar, meditar, analisar, submeter à razão severa tudo quanto for recebido; pedir explicações necessárias, formar opinião segura onde em nenhum ponto fique dúvida, suspeita, dubiedade ou falta de clareza e precisão.
Pode-se resumir, os meios de se reconhecer a qualidade dos Espíritos em:
1. Bom senso, no sentido de perceber que, qualquer forma ou fórmula absurda não pode vir de Espíritos superiores, bons.
2. Apreciar os Espíritos pela linguagem, pelas expressões que traduzem os sentimentos que inspiram nos conselhos que dão.
3. Admitindo que um bom Espírito só diz e busca o Bem - tudo o que tenda ao mal não pode dele provir.
4. A linguagem nobre, digna sem trivialidade, simples, modesta, sem auto-elogios, vanglórias, que escoltam o saber ou a importância pessoal serão características de um bom Espírito. O que se afastar disso, refletindo as paixões humanas será característica da inferioridade e embuste dos Espíritos maus.
5. A forma material na correção do estilo não avalia qualidade moral. Necessário sondar-lhe o íntimo, analisar palavras friamente, sem prevenção. Qualquer senão, por menor que seja em relação à lógica, à razão e ponderação, não deixam dúvida quanto à procedência, seja qual for o nome que assine.
6. Os Espíritos superiores têm um linguajar idêntico, não na forma, mas no fundo, no conteúdo, na idéia. Mais ou menos desenvolvidos, conforme a necessidade, as circunstâncias ou as faculdades do médium que encontram para se comunicar, o pensamento será o mesmo, sem contradições.
7. Os bons Espíritos não improvisam: só falam o que tem utilidade e o que sabem.
8. Não predizem futuro ou fatos materiais, não determinam datas ou indicam modo de se fazer isto ou aquilo... "a previsão de qualquer acontecimento para uma época determinada é indício de mistificação"...
9. Simplicidade sem prolixidade, estilo conciso, expressões claras, inteligíveis a todos sem exigir esforço para ser compreendido. Não usam termos ambíguos que poderiam gerar interpretações diferentes, mas cada palavra quer dizer exatamente o que significa.
10. Nunca ordenam não se impõem, não estabelecem compromissos, não exigem crença cega apelando sempre em suas mensagens para a razão, onde cada qual identificará a proposta condizente com seus ideais de crescimento.
11. Os bons Espíritos não lisonjeiam, aplaudem, exaltam, parabenizam trabalhos, enaltecendo ou destacando a importância pessoal. Aprovam sim, o bem feito, com circunspeção e reserva.
12. Não dão importância ao rigor da forma.
13. Desconfiar dos nomes singulares, diferentes, ridículos que certos Espíritos adotam quando querem impor-se.
14. Igual proceder aos que se apresentam sob identidade de nomes venerados. Nesse caso além de todos os cuidados já vistos, faz-se indispensável verificação severa quanto à forma, o modo de pensar, de ser, desse Espírito, cujo nome usam. Outro cuidado é em relação ao médium, que se sente lisonjeado por tal contato.
15. Toda comunicação vinda de um bom Espírito atende sempre a um fim sério e eminentemente útil. Qualquer indicação que não atenda a esse requisito exige reflexão madura, antes de tomar qualquer decisão.
16. São prudentes em relação a qualquer assunto que possa fazer ou despertar comprometimento. Não desvendam o mal, não acusam; ao contrário, pregam a indulgência.
17. Só prescrevem o Bem. Tudo quanto não seja expressão da mais estrita caridade evangélica, não provém dos bons Espíritos.
18. Só inspiram, ditam, discorrem, o que seja perfeitamente racional. O que se afastar do bom senso e das leis imutáveis da Natureza, não provém deles.
19. A ação sobre o médium é calma, tranqüila, movimentos tranqüilos, sem convulsões, ou agitação febril que destoariam da calma e doçura dos bons Espíritos.
20. Não comunicam idéias pessoais; despertam o médium para que trabalhe em grupo, examinando-se abertamente possíveis imposturas, não usam sarcasmos; sofismas ou demonstrações materiais do poder oculto que dispõem.
21. O Espírito que de todo ainda não se desprendeu da influência da matéria, exterioriza nas comunicações, preconceitos, predileções, manias que tinham quando encarnados.
22. O conhecimento que alguns dizem ter, sobre este ou aquele ponto, constituem-se como ostentação e não sinal de superioridade.
23. Não basta interrogar um Espírito para conhecer a verdade. Os Espíritos inferiores tratam frivolamente de todas as questões propostas. Ainda, ter sido um grande homem na Terra, não dá posse, no mundo dos Espíritos, do conhecimento real. Só a virtude, sutilizando-o, dilatar-lhe-á, pouco a pouco a possibilidade de saber mais.
24. Essas reflexões frisam que toda seriedade e circunspeção que lhes é característica e que faz com que se expressem de forma séria, jamais entendê-los tristes, pesados. O gracejo será leve, fino, vivo, nunca porém trivial, grosseiro ou mordaz.
25. O caráter moral indicará sempre o grau e a natureza da confiança que devem merecer, onde o uso do bom senso não deixará que aquele que recebe ou lide com a mensagem, se engane.
26. Imprescindível, ao receber qualquer forma de mensagem - a retidão de juízo de quem as analisa: conhecer-se - no sentido de sondar quais os objetivos porque busca a mensagem, que uso e que utilidade persegue - aferindo os Espíritos como e com o cuidado que se usa nas seleções da companhia dos encarnados.
Após tal estudo... "na dúvida, abstém-te”... "não admitais, portanto, senão o que seja aos vossos olhos, de manifesta evidência. Desde que uma opinião nova venha a ser expendida, por pouco que vos pareça duvidosa, fazê-la passar pelo crivo da razão e da lógica e rejeitai desassombradamente o que a razão e o bom sendo reprovarem. Melhor repelir dez verdades do que admitir uma única falsidade, uma só teoria errônea”...
Bibliografia
Síntese da bibliografia usada nos estudos dos itens de X a XIV mais
Kardec, Allan - "O Livro dos Médiuns" - cap XXIV e XX.

Leda Marques Bighetti
Novembro 2003

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