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segunda-feira, 9 de agosto de 2010

94 – O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

CAPÍTULO XI: AMAR O PRÓXIMO COMO A SI MESMO
ITENS 1, 2 e 4: O MAIOR MANDAMENTO
“Mas, os fariseus, quando ouviram que Jesus tinha feito calar a boca aos saduceus, juntaram-se em conselho. E um deles, que era doutor da lei, tentando-o, perguntou-lhe: Mestre, qual é o maior mandamento da lei?
Jesus lhe disse: Amarás o Senhor teu Deus de todo o coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento; este é o maior e o primeiro mandamento.
E o segundo semelhante a este é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Estes dois mandamentos contem toda a lei e os profetas.” (Mateus, XXII: 34 a 40)
“E assim, tudo o que quereis que os homens vos façam, fazei-o também vós a eles. Porque esta é a lei e os profetas”. (Mateus, 7:12)
“Tratai todos os homens como quereríeis que eles vos tratassem”. (Lucas, VI: 31)
Quem eram os saduceus?
Seita fundada por Sadoc, por volta do ano 248 A.C.
“Não acreditavam na imortalidade da alma, nem na ressurreição, ou na existência dos anjos bons e maus. Apesar disso, acreditavam em Deus e, embora nada esperassem após a morte, serviam-No com interesse de recompensas temporais, ao que segundo acreditavam, se limitava a sua providência. A satisfação dos sentidos era, para eles, o fim principal da vida.”
Apegavam-se ao texto da antiga lei das Escrituras, não admitindo a tradição, nem qualquer outra interpretação.
“Colocavam as boas obras e a execução pura e simples da lei acima das práticas exteriores do culto.
Eram, como se vê, os materialistas, os deístas e os sensualistas da época.
Essa seita era pouco numerosa, mas contava com personagens importantes, e tornou-se um partido político sempre oposto aos fariseus”, que era, então, a seita mais influente, com praticantes servis das práticas exteriores e das cerimônias, aparentando uma religiosidade que não possuíam. *
Nesses dois mandamentos, Jesus resumiu toda a lei divina, a meta a que todo Espírito tem de chegar um dia: Amar a Deus sobre todas as coisas e amar ao próximo como a si mesmo.
Para muitos, isso é uma utopia, algo que não irá nunca acontecer na Terra.
Mas, se tudo tende a um crescimento, se tudo evolui, se todos os homens trazem, dentro de si, uma tendência, um impulso ao progresso; se este tem acontecido desde o homem primitivo, pelo trabalho dos próprios homens, porque a humanidade e a Terra não podem alcançar, um dia, um grau de evolução que permita a todos viver em paz, em harmonia e feliz?
Os obstáculos de hoje serão vencidos, como muitos já o foram, tornando a vida mais prazerosa.
Para isso, devem os homens cuidar mais e melhor do seu progresso espiritual, satisfazer as necessidades do Espírito de paz e de felicidade, tanto quanto é o seu empenho para a obtenção dos valores materiais, que devem sim, ser buscados e usufruídos, mas sem causar males a si e aos outros, no respeito aos direitos alheios, não se sentindo à vontade em tanto possuir, quando muitos ainda não conseguem o mínimo necessário.
Usar do que possuem para auxiliar o crescimento dos mais frágeis, dos mais ignorantes, oferecendo-lhes oportunidades de estudo, de trabalho, de lazer sadio, para que eles também possam tornar-se cidadãos úteis a si próprios, às suas famílias, à pátria e à humanidade.
Não podemos nos esquecer que todos os Espíritos, todos os homens são perfectíveis, todos têm o mesmo potencial a ser desenvolvido no decorrer do longo processo evolutivo.
Os meios de comunicação de hoje, que não param de se desenvolver e de se popularizar, vieram, na época certa, trazer a transparência dos atos dos que estão no poder, seja em que grau for, privado ou público, numa gama de informações que, se podem causar certas dificuldades na sua filtração para beneficiar, despertam os homens para a análise dos mesmos e das suas conseqüências, desenvolvendo sua capacidade de raciocinar e de escolher o melhor.
Combater o egoísmo e o orgulho é a tarefa premente do homem atual, de todos os homens, porque já estamos vivendo os primórdios da Era do Espírito, determinismo divino, que ninguém, nem coisa alguma, vão poder impedir.
Amar o próximo como a si mesmo é a meta determinada por Deus para a humanidade da Terra, encarnada e desencarnada, embora possa demorar mil ou mais anos.
Enquanto existir o egoísmo e o orgulho nos corações e nas mentes dos homens, as dores, os sofrimentos, as guerras, continuarão presentes, até que essa humanidade, na sua maioria, talvez, se decida querer para os outros o que deseja para si.
Por isso, Allan Kardec escreveu que “amar ao próximo como a si mesmo e fazer aos outros como quereríamos que nos fizessem” se constituem na “expressão mais completa da caridade, porque ela resume todos os deveres para com o próximo.” e “Não se pode ter , neste caso, guia mais seguro, do que tomando como medida do que se deve fazer aos outros, o que deseja para si mesmo.”
Fazer aos outros somente o que queremos para nós é uma idéia das mais simples e mais fáceis de serem entendidas por qualquer pessoa, mesmo a que não tenha nenhum estudo.
Das mais difíceis, talvez, de ser vivenciada, simplesmente, devido ao orgulho e ao egoísmo, que residem nos homens.
Todavia, constitui-se a única direção, o único caminho a percorrer, para o homem alcançar a paz interna, e as nações viverem em paz, na solidariedade, na fraternidade.
Tão simples de ser entendida... Tão difícil de ser vivida pelos homens da Terra...Até quando vamos permanecer em um mundo de expiações e de provas?
* - O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, Introdução: Notícias Históricas, item III
Bibliografia:
KARDEC, Allan -“ O Evangelho Segundo o Espiritismo”
Leda de Almeida Rezende Ebner
Abril / 2009

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