COMUNICAÇÃO
Cleto
Brutes
Allan Kardec, ao analisar os vários níveis
de compreensão e vivência dos adeptos do Espiritismo, apresenta uma série de
consequências para aqueles que, não se limitando apenas a observar os
fenômenos, pelo estudo sério, faz da Doutrina Espírita um roteiro de vida.
A religiosidade. A
primeira e mais importante consequência é no sentido de desenvolver um
sentimento de religiosidade. A medida em que o homem entende que é um Espírito imortal,
que está vivendo temporariamente uma experiência num corpo físico, temporal e
perecível, passa a dar menos valor às questões transitórias, projetando seus
interesses e seus esforços para o progresso espiritual. E, na proporção do
progresso que realizar, mais se aproxima de Deus, objetivo principal de toda
religião.
A resignação. Ao
compreender que as provações da existência são experiências necessárias e
impulsionadoras do progresso, o homem passa a se resignar diante das
vicissitudes da vida. Ao entender de forma racional e lógica o motivo das
dificuldades da vida terrena, o homem não se aflige tanto com as tribulações
que a acompanham.
Daí, mais coragem nas aflições, mais
moderação nos desejos.
A aceitação das perdas. A crença na vida futura o leva a aceitar, sem queixa, nem pesar, uma
morte inevitável, como coisa mais de alegrar do que temer, pela certeza do
estado que lhe sobrevirá. A compreensão de que a vida não se extingue no túmulo e que os laços que o unem aos entes
queridos que o antecederam no retorno ao mundo espiritual não se rompem com
a morte, torna mais fácil aceitar as separações.
A certeza de um futuro, que temos a
faculdade de tornar feliz, a possibilidade de estabelecermos relações com os
entes que nos são caros, oferecem ao espírita suprema consolação.
A profilaxia contra o suicídio. Quando
compreende que a encarnação é o remédio divino para amenizar as dores da alma,
valorizará mais a vida e, por consequência, banirá a idéia de abreviar os dias
da existência, porque a ciência espírita ensina que pelo suicídio sempre se
perde o que se queria ganhar. O Espiritismo, ao apresentar os próprios suicidas
informando a situação dolorosa em que se encontram no outro lado da vida, vem
confirmar que pelo suicídio o homem chega a resultados opostos ao que esperava.
Ao tentar fugir de um mal, incorrerá em outro muito pior, mais longo e penoso.
Se esperava encontrar-se com os entes queridos, o suicídio é exatamente o obstáculo
que o impedirá de revê-los.
A indulgência. Todos
são iguais perante Deus e têm o mesmo
princípio e a mesma destinação, a felicidade.
O erro é um estágio transitório e toda criatura, por mais perversa que possa
parecer, na medida dos seus esforços, irá purificar-se.
Compreendendo assim, fica mais fácil
para o homem sentir indulgência para com os defeitos alheios.
O esquecimento de si mesmo. Quando
o homem passa a ver o seu semelhante como um companheiro de jornada, e não um
concorrente, torna-se menos egoísta, passando a se ocupar mais com o seu semelhante.
A abnegação em favor do outro, pelo esquecimento de si mesmo, constitucional de
grande progresso.
É evidente que a adoção dos
princípios espíritas não vai livrar o homem das experiências necessárias ao seu
amadurecimento. Conviverá ainda um largo tempo com o fruto da semeadura
equivocada e com suas imperfeições, pois vícios e equívocos, cultivados por
muitos séculos, somente serão vencidos com o trabalho no bem, levado a efeito ao
longo das encarnações. No entanto, a Doutrina Espírita, o Consolador Prometido
por Jesus, torna o homem mais consciente, mais humano e, com a fé racional que
desenvolve, transitará pelos caminhos da vida, com mais equilíbrio e com melhor
proveito. Por isso, o convite ao estudo sério, regular e contínuo dos seus
ensinamentos.
“INFORMAÇÃO”:
REVISTA
ESPÍRITA MENSAL
ANO XXXII N° 389
FEVEREIRO 2009
Publicada pelo Grupo Espírita “Casa do Caminho” -
Redação:
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