Rogério Coelho
É
incessante o desaguar recíproco das populações corporal e espiritual de nosso
Planeta de um plano para o outro. O sistema funciona em base de intercâmbio,
constituindo um processo natural de filtragem. Se nos fosse dado observar de um
ponto de vista adequado, veríamos o constante ir-e-vir de encarnados para o
Mundo Espiritual e de Espíritos para o Mundo Corporal. Afirma Allan Kardec: “Em
certas épocas, determinadas pela Sabedoria Divina,essas emigrações e imigrações
se operam por massas mais ou menos consideráveis, em virtude das grandes
revoluções que lhes ocasionam a partida simultânea em quantidades enormes, logo
substituídas por equivalentes quantidades de encarnações. Os flagelos destruidores
e os cataclismos, devem, portanto, considerar-se como ocasiões de chegadas e
partidas coletivas, meios providenciais de renovação da população corporal do
Globo, de ela se retemperar pela introdução de elementos espirituais mais
depurados. Na destruição, que por essas catástofres se verifica, de grande
número de corpos, nada mais há do que rompimento de vestiduras; nenhum Espírito
parece; eles apenas mudam de planos; em vez de partirem isoladamente, partem em
bandos, essa a única diferença, visto que, por uma causa ou outra, fatalmente têm
de partir, cedo ou tarde.
É de
notar-se que todas as grandes calamidades que dizimam as populações são sempre
seguidas de uma era de progresso de ordem física, intelectual, ou moral e, por conseguinte,
no estado social das nações que as experimentam. É que eles têm por fim operar
uma remodelação na população espiritual, que é a população normal e ativa do
Globo. Essa transfusão, que se efetua entre a população encarnada e
desencarnada de um planeta, igualmente se efetua entre os mundos, quer
individualmente, nas condições normais, quer por massas, em circunstâncias
especiais. Há, pois, emigrações e imigrações coletivas de um mundo para outro,
donde resulta a introdução, na população de um deles, de elementos inteiramente
novos. Novas raças de Espíritos, vindo misturar-se às
existentes, constituem novas raças de homens. Ora, como
os Espíritos nunca mais perdem o que adquiriram, consigo trazem eles sempre a
inteligência e a intuição dos conhecimentos que possuem, o que faz com que
imprimam o caráter que lhes é peculiar à raça corpórea que venham animar.
Para
isso, só necessitam de que novos corpos sejam criados para serem por eles usados.
Uma vez que a espécie corporal existe, eles encontram sempre corpos prontos
para os receber. Não são mais, portanto, do que novos habitantes. Em chegando à
Terra, integram-lhe, a princípio, a população espiritual; depois, encarnam, como
os outros.”
Isso
explica a densificação ou retratação do índice demográfico da Terra em certas
épocas.
A
Humanidade é solidária em todo o Universo que é a Casa do Pai que possui muitas
moradas como afirmou o Mestre Jesus.
Dia
virá em que os atuais habitantes da Terra não precisaremos mais encarnar em
corpos materiais tão sujeitos a vicissitudes. Constituiremos, então, as massas
inumeráveis dos Espíritos do Senhor a obedecer-lhe as sublimes ordenações em
trabalho incessante de ascensão espiritual nossa e de todos os que ficaram na
retaguarda.
Assim,
não se justifica tanto pavor e desespero frente à inelutável realidade da “morte”
que na verdade não é outra coisa senão a transferência do Espírito Imortal para
o seu “habitat” natural.
Bibliografia:
Kardec, Allan, em A GÊNESE, Cap XI, itens 35, 36 e
37
Fonte: BRASÍLIA ESPÍRITA,
nº136
“INFORMAÇÃO”:
REVISTA ESPÍRITA MENSAL
ANO XXX
Nº 352
Fevereiro
2006
Publicada pelo Grupo Espírita “Casa do Caminho” -
Redação:
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