quinta-feira, 15 de julho de 2010
O Livro dos Espíritos Estudo 25
XI - GRANDES E PEQUENOS
Outra situação usada como dúvida, contestação, crítica, divergência, deve-se ao fato de que muitas vezes, Espíritos se apresentam sob nomes importantes, principalmente o de personalidades conhecidas que se destacaram nos vários ramos do conhecimento.
O estudo anterior (X) nos ofereceu subsídios que permitem perceber se a ação provém de Espíritos comprometidos com a Verdade ou não. Nesse caso, em que impostores, usando nomes respeitáveis tentam passar ou impor absurdos, procedem os mesmos cuidados, de análise do conteúdo, da proposta, da mensagem que de alguma forma, em algum detalhe, por menor que seja, denunciará a procedência: - a forma e o conteúdo referenciam o teor evolutivo do emitente.
O expressar-se, a linguagem do Espírito superior é digna e em harmonia com a sublimidade de sentimentos, jamais entrando ou se detendo em trivialidades.
Esse item, essa afirmação, bastaria para que se aferisse ser o Espírito aquele que diz ser.
Sob essa premissa, perceber que a grande maioria dos Espíritos que se comunicam, são desconhecidos. Designam-se por qualquer nome, muitas vezes alegóricos ou característicos. Quanto aos evocados, desde que não sejam familiares ou amigos, como identificá-los, quando se assinam ou dizem ser este ou aquele?
Permanecerá a análise da forma e do conteúdo, uma vez que o nome em si, nada assegura ou referencia.
1:1 - Caso realmente seja o Espíritos de alguém que teve alguma projeção quando encarnado. Não é estranho que atendam ao chamado, ocupando-se de coisas insignificantes, em relação ao que faziam antes?
Não. A supremacia que desfrutavam na Terra não é recíproca na vida espiritual. Aquele que foi notável na Terra, pode encontrar-se entre medianos ou últimos, pois na vida espírita os valores morais é que classificam, digamos assim, a posição de maior ou menor destaque.
1:2 - Quanto a um Espírito que ao se comunicar, usa o nome de um personagem do passado, geralmente há poucas provas que identificariam seu estilo, sua forma de pensar, falar, seus hábitos etc. Permanecerá o critério já estudado.
1:3 - Muitas vezes, um nome é usado apenas como meio de fixar ou ressaltar uma idéia. Será sinal de analogia, de identificação com determinada forma de pensar. Ainda aí, dar-se-á importância secundaria, pois, o que se considerará, acima de tudo é o ensinamento, a bondade, a racionalidade do ensino.
Se em nada desmentir o caráter do Espírito cujo nome toma, se estiver à sua altura moral, isso é essencial.
Lembrar que se apreciam os Espíritos com os mesmos valores que se usam para os homens - se o modo de se expressar, se os comentários e apreciações são triviais, pueris, grosseiras ou elegantes, elevadas, sérias, referenciarão individualidades infantis, amadurecidas, irresponsáveis, levianas ou comprometidas com o Bem, a caridade e o amor.
A prova, portanto, estará na linguagem e nas circunstâncias fortuitas percebíveis através do exame escrupuloso que examina o pensamento e as expressões como quando se trata de julgar uma obra literária em que se rejeita sem hesitação, tudo quanto seja contra a lógica, o bom senso; tudo quanto desminta o caráter do Espírito que diz ser ou que se supõe que seja.
Esse trabalho que há que ser contínuo, permanente, minucioso, leva ao desânimo os Espíritos mentirosos, que se acabam por retirar, por percebem que não conseguirão iludir uma vez que não há comunicação má que resista a uma crítica, a um exame rigoroso.
1:4 - Os bons Espíritos - caso sejam eles que se apresentem usando um nome conhecido - nunca se ofendem com estes cuidados, uma vez que eles próprios aconselham tal proceder, visto nada terem a temer com esse exame.
Os maus entretanto, evitam e desaconselham.
Lembrar que os Espíritos Superiores formam por assim dizer, um todo coletivo cujas individualidades, com raras exceções são desconhecidas.
Não é portanto, a pessoa, o nome que deve interessar, mas o ensino que proporcionam. Se este é bom - pouco importa o nome - o julgamento para aceite será sempre pela qualidade e não pela insígnia, título ou nome.
Bibliografia
Kardec, Allan - "O Livro dos Espíritos" - Introdução XI
Kardec, Allan - "Revista Espírita" - Julho 1858
Kardec, Allan - "Revista Espírita" - Maio 1861
Kardec, Allan - "O Livro dos Médiuns" - Cap XXIV
Leda Marques Bighetti
Julho / 2003
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