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sábado, 16 de abril de 2016

EVANGELHO ESSENCIAL 6f #5 - BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS

EVANGELHO ESSENCIAL 6f

Eulaide Lins
Luiz Scalzitti

5 - BEM-AVENTURADOS OS AFLITOS

INSTRUÇÕES DOS ESPÍRITOS

Provas voluntárias. O verdadeiro cilício

Espíritos Um Anjo da Guarda, Bernardim (Espírito Protetor), São Luís Alguns perguntam se é permitido ao homem suavizar suas próprias provas? Essa questão corresponde a esta outra: É permitido àquele que se afoga cuidar de salvar-se? Aquele em quem um espinho entrou, retirá-lo? Ao que está doente, chamar o médico?
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As provas têm por fim exercitar a inteligência, a paciência e a resignação. Pode acontecer que um homem nasça em posição humilde e difícil, precisamente para se ver obrigado a procurar os meios de vencer as dificuldades.
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O mérito consiste em sofrer sem murmurar as consequências dos males que não lhe seja possível evitar, em perseverar na luta, em não se desesperar, se não é bem-sucedido; nunca por negligência, que seria mais preguiça do que virtude.
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Há grande mérito nos sofrimentos voluntários quando tais sofrimentos e as privações pessoais objetivam o bem do próximo, porque é a caridade pelo sacrifício; e não, quando os sofrimentos e as privações somente objetivam favorecer a si mesmo, porque aí só há egoísmo vaidoso e por fanatismo.
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Há uma grande distinção a fazer: contentem-se com as provas que Deus lhes manda e não aumentem o seu volume, já de si por vezes tão pesado; aceitá-las sem queixumes e com fé, eis tudo o que Ele exige .
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Não enfraqueçam os seus corpos com privações inúteis e mortificações sem objetivo, pois que necessitam de todas as suas forças para cumprirem a missão de trabalhar na Terra.
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Torturar e martirizar voluntariamente o próprio corpo é infringir a lei de Deus, que lhes dá meios de o sustentar e fortalecer. Enfraquecê-lo sem necessidade é um verdadeiro suicídio.
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Muito diferente é o que ocorre, quando o homem impõe a si próprio sofrimentos para o alívio do seu próximo. Se suportas o frio e a fome para aquecer e alimentar alguém que precise ser aquecido e alimentado e se o seu corpo disso se ressente, faz-se um sacrifício que Deus abençoa.
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Por fim, vocês que despendem a sua saúde na prática das boas obras, tenham em tudo isso o seu cilício, verdadeiro e abençoado sacrifício, visto que as alegrias do mundo não lhe secaram o coração, que não adormeceram no seio dos prazeres ilusórios da riqueza, antes se constituíram anjos consoladores dos pobres deserdados.
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Aqueles que se retiram do mundo para evitar as seduções e viver no isolamento, que utilidade tem na Terra? Onde está a coragem nas provações, uma vez que foge-se à luta e deserta-se do combate? Se queres um cilício, aplica-o às suas almas e não aos seus corpos; mortifique o seu Espírito e não a sua carne; castigue o seu orgulho, recebe sem murmurar as humilhações; machuca o amor-próprio; insensibilize-se contra a dor da injúria e da calúnia, mais torturante do que a dor física.

Dever-se-á pôr fim às provas do próximo, quando se pode, ou devemos, por respeito aos desígnios de Deus, deixá-las seguir o seu curso?

Estas nessa Terra de expiação para concluir as tuas provas e tudo que te acontece é consequência das tuas existências anteriores, são os juros da dívida que tens de pagar.
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Pensam alguns que, estando-se na Terra para expiar, é necessário que as provas sigam seu curso. Outros há que vão até ao ponto de julgar que, não só nada devem fazer para as atenuar, mas que, ao contrário, devem contribuir para que elas sejam mais proveitosas, agravando-as.

Grande erro.
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Não digas quando veres atingido um dos seus irmãos: "É a justiça de Deus, importa que siga o seu curso. Digas antes: "Vejamos que meios o Pai Misericordioso me concedeu para suavizar o sofrimento do meu irmão. Vejamos se as minhas consolações morais, o meu amparo material ou meus conselhos poderão ajudá-lo a vencer essa prova com mais energia, paciência e resignação. Vejamos mesmo se Deus não me pôs nas mãos os meios de fazer que cesse esse sofrimento; se não deu a mim, também como prova, como expiação talvez, deter o mal e substituí-lo pela paz."
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Ajudem-se, mutuamente, nas suas respectivas provações e nunca se considerem instrumentos de tortura. Contra essa ideia deve revoltar-se todo homem de coração, principalmente todo espírita, porque este, melhor do que qualquer outro, deve compreender a extensão infinita da bondade de Deus.
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Deve o espírita estar compenetrado de que a sua vida toda tem de ser um ato de amor e de devotamento; que por mais que se faça para contrariar às decisões do Senhor, estas se cumprirão. Ele pode sem temor, empregar todos os esforços para aliviar o amargor de uma expiação, sabedor entretanto que somente a Deus cabe detê-la ou prolongá-la, conforme julgar conveniente.
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Considera-te sempre como um instrumento escolhido para fazer cessar uma expiação.
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Resumindo: todos estão na Terra para expiar; mas, todos, sem exceção, devem esforçar-se por suavizar a expiação dos seus semelhantes de acordo com a lei de amor e caridade. - Bernardino, Espírito protetor.

Será permitido abreviar a vida de um doente que sofra sem esperança de cura?

Quem lhes dá o direito de prejulgar os planos de Deus? Não pode ele conduzir o homem até à beira da sepultura, para daí o retirar, a fim de fazê-lo voltar a si e alimentar ideias diversas das que tinha? Ainda que haja chegado ao último extremo um moribundo, ninguém pode afirmar com segurança que lhe tenha soado a hora final. A Ciência não terá se enganado nunca em suas previsões?
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O materialista, que apenas vê o corpo e nenhuma consideração tem com a alma, não pode compreender essas coisas; o espírita que já sabe o que se passa no além-túmulo, conhece o valor de um último pensamento. Alivie os últimos sofrimentos, quanto o puder; mas, guarde-se de abreviar a vida, ainda que de um minuto, porque esse minuto pode evitar muitas lágrimas no futuro. - S. Luís.

Em estando desgostoso da vida, e não querendo se suicidar, será culpado se procurar a morte num campo de guerra, com finalidade de tornar útil sua morte?

Que o homem se mate ou faça que outros o matem, seu objetivo é sempre cortar o fio da existência: há, por conseguinte, suicídio intencional, se não de fato. Se ele desejasse seriamente servir ao seu país, cuidaria de viver para defendê-lo; não procuraria morrer, por que, morto, de nada mais lhe serviria.
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O verdadeiro devotamento consiste em não temer a morte, quando se trata de ser útil, em enfrentar o perigo e oferecer o sacrifício da vida, antecipadamente e sem pesar, se isto for necessário. Entretanto, procurar a morte com premeditada intenção, expondo-se a um perigo, ainda que para prestar serviço, anula o mérito da ação. - S. Luís. (Paris, 1860)

Os que aceitam resignados os sofrimentos, por submissão á vontade de Deus e com vistas à felicidade futura, não trabalham apenas para eles mesmos? Podem tornar seus sofrimentos proveitosos para outros?


Podem esses sofrimentos ser de proveito para outros, material e moralmente: materialmente se, pelo trabalho, pelas privações e pelos sacrifícios que tais criaturas se imponham, contribuem para o bem-estar material de seus semelhantes; moralmente, pelo exemplo que elas oferecem de sua submissão à vontade de Deus. Esse exemplo do poder da fé espírita pode induzir os infelizes à resignação e salvá-los do desespero e de suas consequências funestas para o futuro. - S. Luís. (Paris,)

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