INFORMAÇÃO
ESPÍRITA
ABORDAGEM
ESPÍRITA E CIENTÍFICA
Nessa
secção procuraremos fazer uma abordagem da depressão à luz da
Doutrina Espírita e da ciência através de TEXTOS
PARA ESTUDO
Além
dessas abordagens abriremos também um espaço para MENSAGENS
DE CONFORTO E ESPERANÇA,
a fim de apaziguar os corações sofridos com a depressão e outras
dores da
alma.
ENTREVISTA:
ASPECTOS ESPIRITUAIS E CIENTÍFICOS DA DEPRESSÃO NOS MÉDIUNS
Dr.
Roberto Lúcio Vieira de Souza Vice-Presidente da Associação Médico
Espírita do Brasil Assessor de Pesquisas da AMEMG -
http://netpage.estaminas.com.br/amemg
1.
Há alguma semelhança entre a depressão e a mediunidade
atormentada?
Antes
de mais nada é preciso que se defina o que seja depressão e o que
se entender por mediunidade atormentada. Sem esse entendimento
estaremos nos referindo a conceituações leigas, não
necessariamente dentro dos aspectos que um estudo como esse pretende.
A
expressão depressão encontra-se em voga na atualidade, usando-a não
só no seu sentido verdadeiro, como também, no aspecto de stress ou
mesmo no de esconder a verdadeira sintomatologia do indivíduo
(alcoolismo, viciações, distúrbios de personalidade, etc.).
Leigamente, depressão significa tristeza, qualquer sentimento
associado a contrariedade. No sentido patológico, o seu significado
é mais amplo e suas nuanças das mais variadas. Depressão é
um estado psíquico onde a criatura apresenta-se triste, sem
interesse para as coisas que antes realizava ou buscava, além de
falta de energia. Geralmente, ela é acompanhada de falta de apetite,
insônia, perda do interesse sexual e da capacidade de trabalho. Nas
suas formas mais graves, associa-se a um sentimento de ruína, um
desejo de morte e até de auto-extermínio, chegando, nas melancolias
involutivas, ao desinteresse tão grande da vida associado com
conteúdos delirantes, que a criatura passa a acreditar ter partes do
corpo mortas ou que ele próprio já morreu, passando o organismo a
não absorver os nutrientes a ele oferecido. Algumas
vezes, a depressão pode se apresentar mascarada, ocultando o
sentimento de tristeza, deixando como forma de expressão a ansiedade
ou diversos sintomas psicossomáticos, dando a impressão de uma
verdadeira doença orgânica.
Esses
processos depressivos podem ter as causas mais variadas, desde os
distúrbios neuroquímicos, passando por patologias orgânicas e
situações traumáticas, até as questões espirituais, em especial,
as obsessivas.
Do
ponto de vista espiritual, na sua condição mais íntima, o
deprimido é uma criatura rebelde, ele não aceita os limites que a
vida lhe impõe, recusa-se a aceitar suas provas e posiciona-se
contra a divindade ao ver seus desejos ou vontades negados “pela
vida”. Prefere morrer psiquicamente (apatia e a hipobulia) ou
fisicamente( auto-extermínio ou o suicídio indireto)a viver
conforme a Lei.
A
expressão mediunidade atormentada leva-nos a pensar em diversas
situações, nas quais a criatura portadora da faculdade
mediúnica vê-se em sofrimento com a manifestação da mesma. Pode
ocorrer nos médiuns iniciantes, onde a mediunidade de prova ou
expiação carreia energias espirituais mais difíceis, oriundas de
outras vivências da criatura. Surge, também, naqueles que
recusam-se ao exercício da mesma por rebeldia ou preconceito; nos
que trazem sua mediunidade vinculada a processos espirituais de ódio
e vingança, com presença de entidades obsessoras; nas mediunidades
associadas a patologias mentais, propiciando campo para as entidades
sofredoras e zombeteiras; e nos casos em que o sensitivo abandone o
seu trabalho de intercâmbio sem motivos justos, para seu bel prazer,
onde a culpa, o compromisso assumido e a retenção dessas energias
associadas a processos obsessivos provocarão as manifestações
tormentosas.
Dentro
desse leque de opções, tanto no sentido da depressão quanto no
caso da mediunidade atormentada, poderemos encontrar vários pontos
de intercessão entre a mediunidade conturbada e os processos
depressivos. Necessariamente, estes últimos não têm que ser
acompanhados da primeira, mas a mediunidade atormentada sempre
apresentará aspectos depressivos.
Na
presença de sintomatologia que identifique a depressão é
importante que se procure um especialista que possa diferenciar os
dois processos, introduzindo medicamentos e terapêuticas quando
necessárias ou orientando para casa espírita e os tratamentos que
se façam imprescindíveis ou, ainda, associando-os quando preciso.
No
caso dos médiuns que se recusam a exercer sua faculdade mediúnica,
numa expressão clara de rebeldia, provavelmente o processo
depressivo estará presente ou se instalará, devido a postura
rebelde da individualidade.
2
Por que os médiuns , quase em sua generalidade , apresentam
distúrbios afetivos ?
Novamente,
é preciso definirmos o que seja distúrbios afetivos, pois esse é
um termo clínico, aceito nos meios acadêmicos, que identifica os
quadros psicopatológicos caracterizados pela presença de alterações
de humor desde os processos depressivos até os de mania (onde a
criatura encontra-se em estado doentio de euforia) ou na presença de
ambos intercalados ou simultâneos.Dentro desse ponto de vista, não
é verdadeiro que os médiuns, em sua generalidade, sejam portadores
de distúrbios afetivos.
Na
realidade, a grande maioria dos médiuns são criaturas em processo
de retomada da caminhada evolutiva, individualidades que se
apresentam comprometidas com as leis morais, portadores de sérios
distúrbios na área das emoções e dos sentimentos, tornando-os
indivíduos afetivamente desequilibrados.
Esse
desequilíbrio pode ser explicado, por outro lado, pela própria
faculdade mediúnica, onde o intercâmbio vibracional sendo mais
ostensivo provoca graves distorções nas manifestações afetivas
dessas criaturas. Muitas das chamadas alterações de humor seriam de
outros espíritos, que ao se vincularem àquele médium, fariam-no
exteriorizar sentimentos não necessariamente presentes no seu campo
psíquico, naquele momento.
Outro
fator, merecedor de estudos mais profundos, seria a condição de
organicidade da mediunidade. Certamente, existem estruturas,
mediadores e mecanismos cerebrais, ainda pouco conhecidos por nós,
dirigidos pelos centros vitais do perispírito, que interfeririam na
condição emocional dos médiuns facilitando esses desequilíbrios.
O
cérebro é “simples” computador que, estimulado
eletroquimicamente, decodifica esses sinais, dando a consciência dos
mais diversos fenômenos, sensações e sentimentos, que a criatura
encarnada possa apresentar. Assim, para que o médium possa
decodificar e expressar conscientemente as impressões recolhidas,
durante o intercâmbio mediúnico, provavelmente, é necessário que
sejam manipulados os canais cerebrais identificadores dessas mesmas
vivências. Ou seja, é bem provável, que o mecanismo mediúnico
envolva os mesmos mediadores químicos responsáveis pela depressão,
quando da presença de um espírito deprimido, no campo de
comunicação do medianeiro.
Esse
mecanismo facilitaria alguns tipos de desequilíbrios emocionais para
o sensitivo, no entanto, a presença da predisposição íntima para
essas mesmas vivências só fará agravar as influenciações e os
processos psíquicos doentios do médium serão de maior intensidade.
3.
Os portadores de mediunidade apresentam um campo mental e cerebral
propício às depressões? Por que?
Essa
pergunta, dentro dos conhecimentos que possuímos não pode ser
respondida claramente, já que sâo ainda desconhecidos os campos
mentais e cerebrais dos médiuns. Entretanto, dentro do bom senso de
que a mediunidade é uma faculdade neutra, não responsável pelos
quadros psicopatológicos instalados nos médiuns, quando da ausência
de obsessão, como afirma-nos Kardec em O Livro dos Médiuns, podemos
verificar na prática dos consultórios psiquiátricos e dos centros
espíritas, que nos é permitido ponderar que a faculdade mediúnica
não predisponha ao ser viver essas formas doentias de sentir só por
sua presença.
4.
Existem medicações anti-depressivas que atuam no psiquismo
mediúnico neutralizando-o ou excitando-o? Pode citar exemplos? Qual
influência tem o Lítio no psiquismo mediúnico?
Dentro
das informações mais objetivas acerca da ação dos psicotrópicos
no aparelho mediúnico, não temos nenhuma orientação específica
sobre os anti-depressivos.
Na
realidade, temos relatos de alguns espíritos sobre a ação de
tranqüilizantes nos canais mediúnicos. Afirmando-nos alguns
orientadores que os tranqüilizantes maiores, usados para o
tratamento das psicoses, tais como o haloperidol, a clorpromazina, a
tioridazina, são capazes de bloquearem os canais mediúnicos,
reduzindo a possibilidade da ação dos espíritos obsessores.
Por
outro lado, os tranqüilizantes originados dos benzodiazepínicos,
além de diminuírem o grau de consciência da criatura, abririam
aqueles canais, deixando os usuários desses produtos à mercê dos
seus inimigos espirituais e até de influenciações outras de
caráter medianímico.
Tais
informações merecem nossa consideração, apesar de não termos
ainda a confirmação através do “controle universal dos
ensinamentos dos espíritos” ou de pesquisas bem orientadas. Na
prática, parece-nos serem lógicas e confiáveis.
Os
anti-depressivos são medicamentos que excitam a
individualidade, predispondo-a a participar mais ativamente da
própria vida; esse mecanismo excitatório poderia ser facilitador do
processo mediúnico. Esse pensamento, porém, é parte de nossas
reflexões, ficando para outros observadores levantarem informações
mais precisas.
Quanto
ao lítio, ele não é um psicotrópico propriamente dito, é um sal
que foi descoberto estar em menor quantidade no organismo dos
portadores de depressão, mas muito mais nos casos de mania e nos
transtornos bipolares do humor. Por si mesmo não tem ação
excitatória ou depressiva sobre a criatura, participando da
estrutura de neuro-transmissão. Mesmo no campo médico, as
informações sobre as ações do lítio no mecanismo do controle do
humor ainda carecem de comprovações e melhor compreensão, o que
nos leva a ver a precariedade de qualquer avaliação sobre
essa substância em relação a mediunidade.
5.
Um médium em crise depressiva aguda deve afastar-se do exercício
mediúnico? Em caso afirmativo: por que? E por quanto tempo?
Como
dissemos em outras respostas, existem depressões e depressões, ou
seja, graus dos mais variados, precisando que seja feito um
diagnóstico claro do quadro para uma posterior orientação ao
médium. Para isso, é necessário procure-se um profissional da
área, conhecedor da Doutrina Espírita, capaz de orientar em ambos
os sentidos.
Nos
seus graus mais simples, nos processos reativos, quando a criatura
apresenta sintomas depressivos por problemáticas do cotidiano, sem
ter a perda da capacidade de raciocínio e de trabalho, onde a
depressão não impede as atividades diárias, acreditamos não haja
necessidade de um afastamento do trabalho mediúnico.
Nos
quadros agudos, onde ocorre uma desvitalização do medianeiro, com
perda parcial ou total e temporária de sua condição “normal”,
seria interessante um afastamento pelo menos por igual período do
comprometimento, para evitar o desgaste psíquico e energético do
mesmo, não o afastando, porém, de atividades doutrinárias outras
capazes de auxiliá-lo em sua recuperação, como reuniões de
estudos, utilização da fluidoterapia e atividades assistenciais.
Nos
quadros mais graves, em especial, naqueles com presença de sintomas
psicóticos é totalmente contra-indicada a participação em reunião
de intercâmbio mediúnico. Se o doente já freqüentava a atividade
deve ser afastado, mantendo-se em tratamento a distância, somente
retornando em quadro de franca recuperação e por orientação de
profissional espírita e dos orientadores dessas reuniões. Os
pacientes que precisam manter-se no uso de anti-psicóticos por tempo
indeterminado e cuja sintomatologia comprometa sua condição
orgânica e mental, devem ser orientados a procurarem outro tipo de
atividade doutrinária mais condizente com a sua situação atual.
É
importante frisarmos que as reuniões de intercâmbio deveriam servir
para a assistência aos desencarnados e não para o atendimento aos
encarnados. A equipe mediúnica deve ser como uma equipe médica, na
terra, afinada em seus propósitos e capacitada para o atendimento. O
desequilíbrio de um dos seus participantes pode perturbar todo o
grupo, afastando-o do seu real objetivo.
Um
fato que precisa de reflexão, por parte da comunidade espírita, é
sobre a dificuldade que os espiritistas, em sua maioria, têm de
aceitarem procurar um psiquiatra ou psicólogo, quando diante de uma
problemática no campo emocional. É claro, que existe um grande
preconceito por parte da própria pessoa, mas, também, pelos
companheiros de Casa Espírita, embasado num orgulho e vaidade, que
não são condizentes com a nossa necessidade de reforma íntima.
Esse tipo de ação só dificulta a recuperação da criatura. A
mediunidade não é panacéia. Vemos muitos dirigentes e espíritas
indicarem o desenvolvimento mediúnico para qualquer um, por qualquer
problema, como se o contato com as entidades espirituais fosse
suficiente para terminar com todas as nossas mazelas.
Essa
atitude (muitas vezes, cheia de melhor intenção) é por si só
perigosa, quando não leviana, sendo a causadora de muitas das
agressões que são dirigidas ao Espiritismo, fruto do pouco estudo e
reflexão sobre tema tão importante dentro do Movimento Espírita.
6.
A obsessão pode causar ou agravar um caso de depressão? Como se dá
a atuação dos obsessores em nível dos neurotransmissores?
Sim.
Os processos obsessivos podem causar e agravar os quadros
depressivos.
Talvez,
fosse mais interessante que substituíssemos a palavra causar por
induzir, já que toda obsessão começa no campo mental da criatura,
que por culpa ou invigilância, predispõem-se a ação maléfica de
entidades espirituais sofredoras.
Como
afirma-nos o orientador Joseph Gleber, no livro “O Homem Sadio –
Uma Nova Visão”, obsessão não é causa é efeito.
No
caso em que as criaturas apresentam-se em franco quadro de depressão,
podemos afirmar que o campo mental é propiciador para os
processos obsessivos, estando, provavelmente, a criatura sob a ação
de um ou mais entidades obsessoras.
Quanto
a ação de entidades espirituais à nível de neurotransmissores,
ela deve ocorrer sempre, por ação indireta, como falávamos em
outra questão, e estar presente, por atuação consciente, quando da
presença de entidades do mundo inferior de profundo conhecimento do
assunto. Seriam cientistas do astral inferior, a atuarem por
estímulos eletroquímicos nos sistemas cerebrais específicos, que
controlam o humor, bloqueando ou estimulando a produção de
determinadas substâncias, ou seja, os neurotransmissores.
7.
Se um desencarnado estiver em depressão , o médium poderá
assimilar esse quadro?
Certamente.
E essa assimilação terá uma relação direta com o grau de
relacionamento e sintonia entre encarnado e desencarnado.
Sendo assim, a presença de culpa, a predisposição orgânica e
mental, a sensibilidade mediúnica e a invigilância, nas ações do
cotidiano, serã o elementos determinadores dessa assimilação.
Essa
ação espiritual poderá ser temporária ou crônica, de
conformidade com o estado de sintonia do médium.
8.
A oração tem uma ação profilática sobre os neurotransmissores
cerebrais?
Do
ponto de vista do conhecimento científico, do mecanismo de ação da
prece nos neurotransmissores não temos informações claras, que
pudessem responder de forma mais objetiva a pergunta que nos foi
proposta. Entretanto, recordando-nos do Mestre Jesus, ao afirmar-nos
que “tudo que pedirmos em oração, ser-nos-á dado”, acreditamos
que o estado vibratório oriundo de uma prece sentida, em toda a sua
expressão, é capaz de movimentar estruturas e mecanismos, em nosso
organismo, levando-nos aos estados mais sadios, de nossa condição
evolutiva.
9.
O exercício mediúnico correto é fator de equilíbrio nas
depressões? Por quê?
Como
dissemos anteriormente, não acreditamos que o exercício mediúnico
deva ser usado como forma de tratamento para as criaturas que estejam
passando pelos processos depressivos mais sérios. No entanto, o
exercício correto da mediunidade com Jesus é instrumento
profilático para nossa mente, diminuindo nossa propensão aos
processos patológicos de toda monta ou proporcionando-nos melhores
condições de enfrentarmos nossas provas.
A
mediunidade equilibrada oferece ensinamentos vários aos portadores
dessa faculdade, entre esses, o do contato com a dor do outro, que
entendida e auxiliada, criará para nós uma aura de harmonia e
saúde.
O
médium, ao assumir espontaneamente o seu trabalho, foge de suas
atitudes pretéritas de rebeldia e egoísmo, e assim, afasta-se das
causas espirituais da depressão.
10.
O tratamento da depressão pode ser feito somente utilizando-se da
terapêutica espírita dos passes e água fluida , dispensando o
tratamento médico?
O
homem é um ser integral, uma entidade triunitária, composta de
espírito, perispírito e corpo físico; necessita, portanto, de um
tratamento que o atenda em todos os seguimentos do seu ser. Da mesma
forma que ocorre uma lacuna na assistência quando o facultativo
materialista se atêm ao atendimento do corpo físico, o espírita
que não cuida do seu instrumento orgânico deixa por desejar.
A
busca de assistência espiritual ostensiva, quando a medicina
terrestre já possui formas de assistência positivas, é uma maneira
de ocupar os espíritos superiores, com tarefas para as quais já
estariam dispensados, ocupando-lhes uma fração de tempo, que
poderia ser utilizada em trabalhos, que só eles podem realizar.
Por
outro lado, a não utilização das orientações espirituais, nos
casos de doenças para as quais a medicina ainda não tem tratamento
ou que não encontramos solução adequada, é sinal de falta de fé
ou da presença de orgulho. E tanto uma como a outra situação
exige- nos ponderação e mudança íntima.
(Entrevista
concedida ao Departamento de Orientação da Mediunidade da União
Espírita Mineira)
FREQUENTE
UMA CASA ESPÍRITA,
QUER
RESPOSTAS?
ENCONTRE-AS
NO LIVRO DOS ESPIRITOS .
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