INFORMAÇÃO
ESPÍRITA
JUVENTUDE
O
JOVEM E SEUS PROBLEMAS
KARDEC
SUPERADO?
Um
ponto que muito me intriga no Espiritismo. Em nota à questão 191-a
d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Kardec afirma que “De todos os globos
que constituem o nosso sistema planetário, segundo os Espíritos, a
Terra é um cujos habitantes são menos adiantados, física e
moralmente. Marte lhe seria ainda inferior e Júpiter, muito superior
em todos os sentidos”. Mas adiante, ele diz que “O volume e o
afastamento do Sol não tem nenhuma relação necessária com o grau
de desenvolvimento dos mundos, pois parece que Vênus está mais
adiantado que a Terra, e Saturno menos que Júpiter”. Ora, tudo
isso nos parece hoje uma grande fantasia, pois a ciência acaba de
constatar que, no máximo, poderemos encontrar vida primitiva
(microscópica) nesses planetas. Ao que tudo indica, somos o único
planeta habitado por vida inteligente, pelo menos, no Sistema Solar.
Não é hora de reformular Kardec?
Kardec
adotou o pensamento filosóficocientífico e sobre ele formulou os
princípios da Doutrina. O que afirmou em sua obra estava de acordo
com os conhecimentos de seu tempo e nem poderia ser de outro modo.
Dentro dessa abordagem não cabem verdades absolutas, uma vez que a
própria ciência está progredindo constantemente e não pode dar a
última palavra em nada. Por isso mesmo, ele afirmou,no primeiro
capítulo de “A GÊNESE”, “O Espiritismo, marchando com
o progresso, jamais será ultrapassado, porque, se novas descobertas
demonstrarem estar em erro sobre certo ponto, ele se modificará
sobre esse ponto; se uma nova verdade se revelar, ele aceitará”.
Essa
assertiva dá à Doutrina Espírita um caráter dinâmico e
científico, caracterizando-a como verdade progressiva, de
conformidade com o desenvolvimento intelectual da Humanidade. Por
isso, querer tomar todas as inúmeras afirmações de Kardec ou dos
Espíritos como verdades absolutas e incontestáveis é, com certeza,
contraria frontalmente a um dos princípios fundamentais do
Espiritismo e querer vê-lo como doutrina estagnada, à maneira das
religiões. O que devemos ressaltar na obra de Kardec, por
conseguinte, são os princípios básicos da doutrina e as diretrizes
filosóficas de seu pensamento, que nos encaminham para uma verdade
cada vez mais ampla e profunda, embora muito mais voltada para o
aspecto espiritual da vida. Ademais, prezado leitor, ao fazer tal
afirmação em relação à vida fora da Terra, Kardec teve o cuidado
de colocá-la no rodapé da página, como mera observação e de
forma condicional, não ousando apresentá-la como respostas
definitivas dos Espíritos, o que demonstra sua notável prudência e
discernimento. Quanto às pesquisas científicas, que se desenrolaram
nos dias atuais, não podemos afirmar nada com extremada convicção,
mas o certo é que também não podemos descartar a hipótese de
haver vida inteligente em algum desses planetas mencionados,
conquanto invisíveis aos nossos olhos, conforme podemos ler na
questão 186 de LIVRO DOS ESPÍRITOS. Por último, queremos
ressaltar que a obra de Kardec deve ser respeitada na sua expressão
original, não só porque é o fundamento da Doutrina Espírita, mas
também pelo valor histórico de suas formulações, antecipando para
a humanidade muitas verdades que só posteriormente vêm sendo
comprovadas.
LEGÍTIMA
DEFESA E OBSESSÃO
“A
lei natural não permitirá que um Espírito inicie um processo
obsessivo contra aquele que tirou sua vida física em estado de
necessidade ou legítima defesa?” (Cristiano Ricardo Alves - Vera
Cruz - SP)
A
questão é um pouco mais complexa. vamos tentar explicar o que pode
acontecer, através de uma ilustração. Vamos dizer que João - para
se defender ou para salvar a própria vida - matou Paulo, pois não
lhe restou outra saída naquele momento. Na verdade, numa outra
situação, João não cometeria esse assassinato de livre e
espontânea vontade, porque ele não é violento: pelo contrário, é
um espírito pacífico. Mas, naquela determinada situação, mais por
impulso instintivo do que por vontade deliberada, ele matou. Vamos
dizer que Paulo - aquele que foi morto - é um espírito vingativo -
ou seja, violento, tanto assim que ele tentou matar João.
Certamente, Paulo-desencarnado vai querer se vingar de
João-encarnado, porque, como dissemos, Paulo é vingativo. Contudo,
João - que é um espírito pacífico e um homem bom - mesmo tendo
passado por essa complicada situação - continuará tendo uma
proteção natural, tanto quanto a proteção de amigos espirituais,
simplesmente porque é uma pessoa de bons sentimentos. Com certeza,
ainda que lamentando o ocorrido, ele não terá nem mesmo sua
consciência contra si próprio, pois não matou por livre vontade
(nem queria isso), mas apenas defendeu sua vida. Por essa razão,
estará com a consciência tranqüila nesse ponto e não terá o que
temer. Suas condições mentais - ou melhor, suas criações mentais,
seguras e positivas - lhe servirão de proteção que dificultará a
aproximação de Paulo e favorecerá a atuação de seus benfeitores
em seu favor. Assim, Cristiano, o que torna uma pessoa vulnerável à
ação dos obsessores são suas fraquezas ou defeitos morais. Na Lei
Natural, o semelhante atrai o semelhante. Desse modo, o violento
atrai o violento, o bom atrai o bom, o honesto atrai o honesto, e
assim por diante. É uma questão de sintonia de sentimentos. Um
Espírito mal intencionado teria dificuldade de atingir um homem de
bem, porque encontraria resistência num campo em que ele não
consegue atuar. Isso nos leva a concluir que, de uma maneira geral,
sempre estamos expostos àqueles Espíritos que vibram em nossa mesma
faixa de pensamentos: eis porque podemos oferecer brechas para os
maus, se formos maus, ou atrair Espíritos bons, se estivermos
seguindo um bom caminho.
CORAGEM
DA MUDANÇA
A
história do samaritano não é difícil compreender, porque, em
certas ocasiões, agimos por impulso como, por exemplo, quando
precisamos socorrer alguém que está em estado de necessidade. O
difícil é agir com amor em outras situações da vida. Acredito no
bem, mas tenho dificuldade de ser bom sempre.
A
parábola do samaritano, que Jesus contou, foi apenas uma ilustração
para nos dar uma idéia do que é amar o próximo. Mas essa situação
pode ser transportada para todos os momentos de nossa vida, porque,
nem sempre praticar a caridade significa socorrer alguém ferido. Às
vezes, é dar um apoio, prestar uma informação, calar para não
ofender, compreender quem nos prejudica, ser cordial, manifestar
espírito de cooperação, e assim por diante. O samaritano
representa aquele que precisa ser ajudado de alguma forma, mesmo que
seja um desconhecido, como acontece na parábola. A prática do bem
ainda não é uma atitude muito comum em nosso planeta. Nossas
condições espirituais ainda nos prendem ao egoísmo ou à
indiferença em relação ao semelhante. Estamos demasiado
preocupados conosco mesmos e muito pouco com os outros. Temos
dificuldades de amar, mesmo passados 2 mil anos, desde que Jesus
enfatizou esse ponto. Mas, se quisermos realmente aprender a amar,
precisamos, primeiramente, nos predispor a enfrentar a um grande
obstáculo - um obstáculo que está dentro de nós mesmos, o
comodismo. Qualquer mudança requer reação. Mudar é, no fundo,
contrariar uma situação que vem mantendo há longo tempo.
Precisamos contrariar o comodismo, sair um pouco de nós mesmos,
buscar a vida na sua expressão mais ampla. E, para fazer isso,
precisamos estar conscientes de que fazer o bem não é fácil. Basta
começar a fazê-lo e vamos encontrar toda sorte de dificuldade.
Desse modo, se alguém pensa que pode ser bom sem sacrifícios, está
totalmente enganado. Jesus ilustrou essa situação quando comparou a
porta estreita com a porta larga, dizendo que a larga é a porta da
perdição. Assim, se você quer mudar, vai ter que fazer coisas que,
a princípio, não lhe agradam. Fazer somente coisas agradáveis não
muda ninguém; é como passar somente por portas abertas, sem
necessidade de abrir nenhuma. A mudança requer reação, e reação
só existe quando há situações desagradáveis a enfrentar. Fazer o
que todo mundo faz, ser o que todo mundo é, seguir a rotina da vida
sem fazer algo especial, deixar-se levar pelos acontecimentos - nada
acrescenta ao mundo. Aqueles que contribuíram para o bem da
humanidade, inclusive Jesus, fizeram o que outros não tinham coragem
de fazer.
NECESSIDADE
DA REENCARNAÇÃO
“Se
a nossa vida, aqui na Terra, é cheia de dificuldades, se erramos
mais do que acertamos
e portanto estamos contraindo sempre mais dívidas, não seria melhor
do que o Espírito não reencarnasse e que progredisse vivendo
somente no mundo espiritual”?
Neste
caso, nós teríamos que modificar a Lei de Deus, certamente. A
Doutrina Espírita nos mostra que o progresso do Espírito depende da
reencarnação, ou seja, das vidas sucessivas nos diferentes mundos.
Não é difícil perceber a racionalidade desse processo, observando
como se deu a evolução dos seres vivos na Terra. Na obra EVOLUÇÃO
EM DOIS MUNDOS, de André Luiz, percebemos a beleza desse caminhar
evolutivo, que veio da ameba ao homem, num trabalho construtivo e
paciente de bilhões de anos. Essa longa escalada de progresso é
qualquer coisa de extraordinário, que vai mostrando como tudo, na
natureza, se realiza de uma forma perfeita e tranqüila. Tudo é um
trabalho e transformação. Tudo, que Deus fez, é para
transformação, nunca para a estagnação. Se você quiser obter uma
colheita de feijão, terá que semear feijão. Porque temos que
colocar a sementinha no seio da terra, cuidar dessa terra e da planta
que surge depois, para colher futuramente o fruto de nosso trabalho?
O mesmo acontece em relação ao Espírito, quer precisa vir à Terra
para passar por transformações, sofrer as vicissitudes da vida,
conhecer experiências e lutas, sonhar e estabelecer metas, aprender
e ensinar, viver e amar nas relações mais difíceis de convivência.
E assim como a sementinha do feijão, despertada na sua intimidade
pelas condições do solo, germina e cresce, torna-se planta e
produz, o Espírito precisa vir à Terra para estagiar e aprender na
busca de seus gloriosos destinos. O segredo da reencarnação está
no seguinte: cada um de nós faz-se a si mesmo. Cada um constrói o
seu próprio caminho, vive suas próprias experiências, conquista
seus próprios méritos, sem se desvincular do esforço coletivo para
o bem da Humanidade. Isso porque o que se busca é a perfeição e
essa perfeição será necessariamente uma conquista individual, e ao
mesmo tempo coletiva, no bojo da qual encontra-se o que chamamos de
felicidade. Na natureza, nada é de graça, tudo é conquista,
o que significa dizer que tudo tem o seu valor e o seu preço.
O
BEM FORÇADO
“Para
a lei de ação e reação existe mérito para aquela pessoa que foi
forçada por alguém
a praticar uma boa ação?”
O
Espiritismo, como sempre, segue o princípio da racionalidade ou do
bom senso. O bem verdadeiro e pleno é aquele que é praticado pela
livre vontade do agente, ou seja, é aquele que é praticado sem
segundas intenções. “Não saiba a vossa esquerda o que faz a
tua direita” - disse Jesus. Portanto, esse é o bem ideal, o
bem pleno, o bem - vamos dizer assim - perfeito. Logo, o bem completo
é aquele que é feito com o objetivo exclusivo de beneficiar a
pessoa que está sendo ajudada. Mas isso não quer dizer que o bem,
feito de um outro modo, não tenha valor. Pode ter, pode não ter -
depende de cada caso e mesmo da dinâmica de cada situação. Vamos
dar um exemplo para ficar mais clara a nossa posição. Atualmente,
dentro da lei de execução penal brasileira, existe o serviço à
comunidade que o condenado pode ser compelido a prestar. Assim,
pequenos delitos ou crimes de menor gravidade, por implicarem em
sanções mais leves, dão margem a que os juízes sentenciem o
condenado a prestar serviço à comunidade - a uma instituição
assistencial, por exemplo - durante um determinado tempo, que é a
duração da pena. As penas convertidas em serviço à comunidade têm
um duplo objetivo. Primeiro objetivo: a prestação do serviço
em si, que vai trazer algum benefício social, uma forma do condenado
ressarcir prejuízos causados, devolvendo à sociedade o que dela
tirou. Segundo objetivo: o fato de dar ao sentenciado a
oportunidade de reabilitação, intengrando-se numa atividade que vai
ajudá-lo a desenvolver sua capacidade de trabalho e doação. É
claro que, prestando tal serviço, é possível, em certos casos, que
ele venha a incorporar novos valores à sua vida, tome gosto no que
faz, aprenda a ver a vida por outro prisma e desenvolva a capacidade
de doação por uma causa nobre. Vendo desse ângulo, podemos
imaginar como um bem, inicialmente forçado e aparentemente sem valor
moral, pode, às vezes, se transformar num bem verdadeiro, autêntico,
real. E, neste caso, a pessoa do sentenciado reuniu méritos,
aprendendo a redirecionar sua vida para algo realmente construtivo do
ponto de vista social e espiritual. Além do mais, precisamos
considerar, ainda, que toda pessoa, quando beneficiada por alguém,
acaba por reconhecer o bem recebido e se torna moralmente devedora
daquele que a beneficiou. Portanto, há sempre algum mérito em fazer
o bem.
Jornalista
responsável:
Zancopé
Simões (Reg. 10.162)
FREQUENTE
UMA CASA ESPÍRITA,
QUER
RESPOSTAS?
ENCONTRE-AS
NO LIVRO DOS ESPIRITOS.
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