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sábado, 19 de novembro de 2016

*O LIVRO DOS ESPÍRITOS *Estudo de: Eurípedes Kühl *1.1 – Felicidade e infelicidade relativas - (questões 920 a 933)*

*O LIVRO DOS ESPÍRITOS *Estudo de: Eurípedes Kühl


PARTE QUARTA - Das esperanças e consolações

CAPÍTULO I — DAS PENAS E GOZOS TERRENOS - (questões 920 a 957)

*1.1 – Felicidade e infelicidade relativas - (questões 920 a 933)*


Na Terra o homem só encontrará felicidade parcial, eis que as provas e expiações não permitem a total. A prática do bem carreará bem-estar e paz de consciência, fatores que, de alguma forma, representam felicidade relativa.


A resignação das vicissitudes terrenas e a fé na vida futura consolam o passageiro, comparando-as a nada mais que eventuais transtornos de uma viagem com destino a local aprazível.


À questão 922 encontramos memorável resposta (dentre tantas desta obra) dos Tutelares da Vida Maior, refletindo sobre o que seria a felicidade para todos:

*Com relação à vida material, é a posse do necessário.*


*Com relação à vida moral, a consciência tranqüila e a fé no futuro.*

Vamos repetir o conselho do saudoso Chico Xavier: “tudo o que estiver sobrando em nossa casa com certeza estará faltando na casa de alguém”.


Dito isso, nada mais seria necessário aduzir quanto ao supérfluo, senão e apenas como figura de retórica lembrar que, se só temos dois pés, para quê manter dezenas de pares no porta-calçados? Se só moramos numa casa, para quê possuir incontáveis imóveis residenciais? Se só podemos dirigir um carro, para quê estacionar muitos deles na garagem? E a conta no Banco: exclusive o que seja previdente, para quê amontoar mais ouro?


A riqueza é prova difícil. Atrai inveja, desperta o poder do mando, oferta facilidades e mordomias incontáveis, confere poder e autoridade... E, na verdade, não passa de um empréstimo de Deus.


A pobreza extrema induz ao raciocínio de que quem a padece expia falta cometida, contudo e obviamente, jamais essa reflexão excluirá o dever cristão da ajuda.


Chegada a época de trabalhar o homem já tem estruturado em sua mente um projeto vocacional, que deverá auscultar. Desviar-se dessa espécie de intuição só trará aborrecimentos, deslocamento profissional, revezes e humilhação. Por ex: talvez onde há um mau advogado, existe em potencial um excelente mecânico... Assim, os anos na faculdade de Direito podem ser taxados de desperdício (de tempo e de vocação).


Assim, não há profissão desprezível. O que há é profissionais sem vocação.


Ao incapaz o mundo deve — repito: deve — prover.


Invejar os ricos é desconhecer suas vidas, de forma integral. Quem assegura que todos são felizes e que a paz lhes é companhia?

OBS: No capítulo anterior (3ª. Parte, XII) vimos conceituações de paixão. Agora, neste capítulo, à questão 933, encontramos esse registro:



“(...) os sofrimentos materiais algumas vezes independem da vontade; mas, o orgulho ferido, a ambição frustrada, a ansiedade da avareza, a inveja, o ciúme, todas as paixões, numa palavra, são torturas da alma” (Grifei). E fiz essa observação para frisar como paixão é coisa complicada...


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