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terça-feira, 25 de maio de 2010

AUTOCONHECIMENTO

D. Villela
Desde a Antiguidade, o autoconhecimento é apresentado como valioso método de aprimoramento pessoal, contribuindo igualmente para a conquista da felicidade a que todos almejamos.

Não deixa de ser surpreendente, à primeira vista, essa recomendação, pois sugere que a individualidade – ou seja, o próprio centro que registra e elabora percepções e conceitos – não esteja consciente quanto a si própria, sua natureza e características, o que, no entanto, é o que ocorre com a grande maioria, que dirige seu poder de observação e capacidade de avaliação para fora, para os acontecimentos externos e seus agentes e só muito raramente para si mesma, suas ações, emoções e motivações.

Os benefícios dessa auto-observação são evidentes, pois dispondo, já há muito tempo, da possibilidade de apreciar ocorrências e atitudes alheias sob o ponto de vista moral, consoante os seus efeitos e até as intenções de seus responsáveis, é claro que podemos fazer o mesmo com nosso próprio ser, cujos traços, bons ou maus, nos aparecerão com maior clareza, o que, por si só, já constitui fator predisponente à melhoria, de vez que, por inclinação natural, apreciamos o bem que nos fazem e até mesmo aquele que dirigimos aos outros e deploramos os prejuízos que nos são impostos bem como o mal que praticamos, cuja lembrança nos incomoda e procuramos evitar. Perceber com maior nitidez nossa realidade íntima já é, assim, um recurso de mudança para melhor, a ser sistematicamente empregado com o auxílio de nossa vontade. Sabemos, por outro lado, que algumas dificuldades, todas de caráter pessoal, se opõem à obtenção dessa imagem mais precisa, pois o orgulho, a superficialidade e a vaidade tendem a mascarar nossas motivações, colorindo nossos atos com justificativas diversas, em geral inconsistentes, de vez que habitualmente não
são as que aceitamos quando no julgamento de atos alheios.

O autoexame, associado ao propósito de melhoria, constitui, segundo as entidades venerandas responsáveis pela Codificação, o recurso mais eficaz para o nosso progresso, lembrando ainda aqueles benfeitores que poderemos sempre, com essa finalidade, rogar auxílio aos nossos protetores espirituais, que jamais deixarão de apoiar nossos esforços, oferecendo-nos sugestões, suplementando nossas forças e até articulando condições para a efetivação das mudanças que nos melhorem e facilitem. É oportuno frisar, contudo, a importância, decisiva, de nossa vontade nesse processo, pois aqueles amigos, apesar de todo o desejo de nos ajudarem, não podem nos substituir na tomada de decisões e jamais nos impõem qualquer atitude, pois têm absoluto respeito pela nossa liberdade. Convidando-nos a adotar aquela prática, a Doutrina Espírita nos descortina aspectos novos acerca dela, mostrando sua efetividade como fator de progresso, que é uma Lei Divina, e constitui o objetivo essencial de nossa vinda ao plano material, sendo oportuno, assim, finalizarmos com a
observação que, a esse respeito, nos deixou Santo Agostinho em “O Livro dos Espíritos”: “Fazei o que eu fazia quando vivi na Terra: ao fim do dia, interrogava a minha consciência, passava em revista o que havia feito e perguntava a mim mesmo
se não faltara a algum dever, se ninguém tivera motivo para se queixar de mim.

Foi assim que cheguei a me conhecer e a ver o que em mim precisava de reforma.

Aquele que, todas as noites, recordasse todas as ações que praticara durante o dia e perguntasse a si mesmo o bem ou o mal que houvera feito, rogando a Deus e ao seu
anjo da guarda que o esclarecessem, adquiriria grande força para se aperfeiçoar, porque, crede-me, Deus o assistiria.”

“O Livro dos Espíritos” (questões 919 e 919 a).


◊ SERVIÇO ESPÍRITA DE INFORMAÇÕES
Boletim Semanal editado pelo
Lar Fabiano de Cristo
http://www.lfc.org.br/sei
boletimsei@lfc.org.br
Sábado, 4/4/2009 – no 2140

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