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segunda-feira, 24 de maio de 2010

O LIVRO DOS MÉDIUNS Estudo 14:

Estudo 14: Capítulo IV - Sistemas
Doravante, deixaremos de observar os sistemas de negação absoluta.
Pedimos notar que faremos apenas um registro dos sistemas, sem delongarmos em raciocínios a seu respeito, para que possamos seguir a seqüência do livro.
Sistemas das causas físicas:
Após a verificação dos fenômenos, a primeira conclusão a que se chegou foi a de atribuir os movimentos ao magnetismo, à eletricidade ou à ação de um fluido qualquer, em uma palavra, a uma causa exclusivamente física, material.
Sistema do Reflexo:
Percebida e reconhecida a ação inteligente, falta saber agora qual seria a fonte dessa inteligência. Pensou-se que poderia ser a do médium ou dos assistentes, que se refletiria como a luz ou as ondas sonoras.
A experiência poderia dar a palavra final a respeito e foi efetivamente comprovado que esta teoria é falsa.
Sistema da alma coletiva:
Segundo este sistema, somente a alma do médium se manifesta, mas identificando-se com a de muitas outras pessoas presentes ou ausentes, para formar um todo coletivo que reuniria aptidões, a inteligência e os conhecimentos de cada uma delas.
Esses dados foram reunidos em uma brochura chamada Luz, mas apesar do nome tinha uma conotação obscura.
Este sistema foi pouco compreendido, inclusive na sua época.
Sistema sonambúlico:
Admite que todas as comunicações inteligentes precedem da alma ou Espírito do médium, porém para explicar como o médium pode tratar de assuntos que estão fora do seu conhecimento, em vez de considerá-lo como dotado de uma alma coletiva, atribui essa aptidão a uma superexcitação momentânea de suas faculdades mentais, a um estado sonambúlico ou extático que exalta e desenvolve a sua inteligência.
Sistema pessimista, diabólico ou demoníaco:
Constatada a intervenção de uma inteligência estranha, tratava-se de saber de que natureza era essa inteligência.
O meio mais usado era perguntar, mas algumas pessoas não viam nisso uma garantia suficiente.
A crença na comunicação exclusiva dos demônios, por mais irracional que seja, não pareceria impossível quando se consideravam os Espíritos como seres criados fora da Humanidade. Mas desde que sabemos que os Espíritos são apenas as almas dos que já viveram, ela perdeu todo o seu prestígio e podemos dizer toda a verossimilhança.
Sistema otimista:
Diferente daqueles que só vêem nos fenômenos comunicações diabólicas, há aqueles que só vêem a dos Espíritos bons.
Partem do princípio que a alma liberta da matéria, está livre de qualquer véu e deve possuir a soberana ciência e a soberana sabedoria.
As pessoas tiveram que aprender por si mesmas a desconfiar dos Espíritos, tanto como desconfiavam dos homens.
Sistema uniespírito ou monoespírito:
É a crença de que um único Espírito se comunica com os homens e esse Espírito é o Cristo, protetor da terra.
Ainda se poderia admitir essa ilusão, se os que assim crêem só tivessem obtido comunicações excelentes, porém admite-se também terem recebido comunicações más atribuindo-as ao Diabo.
Entre essas duas opiniões tão diversas quem decidirá?
Este sistema foi considerado irracional e sem condições de resistir a um sistema sério.
Sistema da alma material:
Consiste apenas numa opinião particular sobre a natureza íntima da alma, segunda a qual a alma e o perispírito não seriam distintos, ou melhor, o perispírito seria a própria alma em depuração por meio das transmigrações, como o álcool se depura nas destilações.
Este princípio não invalida nenhum dos princípios fundamentais da Doutrina Espírita, pois nada modifica em relação ao destino da alma.
O tema perispírito será estudado em estudos posteriores.
Sistema multiespírita ou poliespírita:
Indicamos os resultados gerais a que se chegou através de uma observação completa e que hoje formam a crença, podemos dizer, da universalidade dos Espíritos, porque os sistemas restritivos não passam de opiniões isoladas:

1. Os fenômenos espíritas são produzidos por inteligências extracorpóreas, ou seja, pelos Espíritos.
2. Os Espíritos constituem o mundo invisível e estão por toda parte, povoam os espaços até o infinito, estão ao nosso redor e estamos em constante contato.
3. Os Espíritos agem constantemente sobre o mundo físico e sobre o mundo moral, sendo uma das potências da natureza.
4. Os Espíritos não são entidades à parte da Criação: são as almas dos que viveram na Terra ou em outros mundos, desprovidos do seu envoltório corporal; do que segue que as almas dos homens são Espíritos encarnados e que ao morrer nos tornamos Espíritos desencarnados.
5. Há Espíritos de todos os graus de bondade e de malícia, de saber e ignorância.
6. Estão submetidos à lei do progresso e todos podem chegar à perfeição, mas como dispõem do livre-arbítrio alcançam-na dentro de um tempo mais ou menos longo, segundo os seus esforços e sua vontade.
7. São felizes ou infelizes, conforme o bem ou mal que fizeram durante a vida e o grau de desenvolvimento a que chegaram; a felicidade perfeita e sem nuvens só é alcançada pelos que chegaram ao supremo grau de perfeição.
8. Todos os Espíritos, em dadas circunstâncias, podem manifestar-se aos homens e o número dos que podem comunicar-se é indefinido.
9. Os Espíritos se comunicam por meio de médiuns, que lhes servem de instrumento e de instrumentos e intérpretes.
10. Reconhecem-se a superioridade e a inferioridade dos Espíritos pela linguagem: os bons só aconselham o bem e só dizem coisas boas; os maus enganam e todas as suas palavras trazem o cunho da imperfeição e da ignorância.
Os diversos graus porque passam os Espíritos constam da Escala Espírita e o estudo dessa classificação é indispensável para se avaliar a natureza dos Espíritos que se manifestam e suas boas e más qualidades.
Encerramos assim, as indicações dos sistemas utilizados, buscando apenas um esboço de registro, uma vez serem estes sistemas motivo de observação e pesquisa válidos somente em sua época.
Bibliografia:
Kardec, Allan – O Livro dos Médiuns
Kardec, Allan - O que é o Espiritismo.
Elisabeth Maciel
Setembro / 2002

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