D.Villela
O conhecimento de que o homem dispõe acerca da Criação e das Leis Divinas é, naturalmente, progressivo e diferenciado variando em função de tempo e local, podendo encontrar-se na atualidade pessoas cujas idéias, nesse terreno, aproximam-nas das comunidades primitivas com seus conceitos toscos e fantasiosos.
A apresentação das questões centrais da religião: Deus Criador, nossa natureza espiritual e um mecanismo de justiça que nos devolve a consequência de nossos atos tem-se aprimorado – tornando-se mais simples e coerente – nas diferentes escolas de fé, que abandonaram também, gradualmente, as formas mais materializadas de culto.
Deve-se reconhecer, por outro lado, que a par das diferenças que decorrem das características culturais dos povos em que surgiram, há também, dentro de cada corrente religiosa, níveis variados de entendimento e comprometimento quanto ao seu próprio conteúdo, aí incluídas suas diretrizes morais.
Até época historicamente recente, o isolamento quase que completo entre as diferentes manifestações de crença permitiu que se acentuasse uma atitude de desconfiança e até de hostilidade entre elas, situação que somente começou a modificar-se a partir do século XIX, com as primeiras afirmações de respeito pela liberdade de consciência, quando também a ampliação do intercâmbio comercial e cultural entre os diversos continentes permitiu um melhor conhecimento dos costumes e tradições, inclusive religiosas, entre todos os povos. É interessante lembrar-se, a propósito, que nos contatos e até na convivência que assim se estabeleceu houve permuta de informações e experiências, processo esse pelo qual a tecnologia e o governo representativo, surgidos no ocidente cristão, foram levados a outras partes
por oferecerem benefícios concretos aos que passaram a adotá-los, sem esquecermos
as composições dos grandes gênios da música, hoje universalmente conhecidas e admiradas.
Com o Espiritismo, também surgido no âmbito da cultura ocidental, tornou-se possível abordar com objetividade a temática religiosa, que deixou de constituir-se de artigos de fé passando a referir-se a fatos observáveis e a informações submetidas ao controle da razão, beneficiada, além disso, a prática religiosa, pela ausência de distorções habitualmente impostas pela institucionalização, graças ao modelo organizacional não-hierarquizado e não profissional por ele adotado.
A nova era a que os orientadores espirituais se referem desde a Codificação não significa, por certo, a conversão de toda a Humanidade ao Espiritismo tal como o praticamos, mas a generalização, que ele favorece, do conhecimento acerca da vida
espiritual, da reencarnação e do progresso como disposições naturais, inscritas na própria vida, como as da biologia e da astronomia, com a consequente alteração que
a certeza de tais realidades produz no comportamento individual e coletivo, levando
os homens a sentirem-se membros da grande família humana em marcha para a vivência cada vez mais completa das Leis Divinas.
“O Evangelho segundo o Espiritismo”
(capítulo 1, item 9).
Lar Fabiano de Cristo
http://www.lfc.org.br/sei
boletimsei@lfc.org.br
Sábado, 4/4/2009 – no 2140
Nenhum comentário:
Postar um comentário