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terça-feira, 25 de maio de 2010

O Livro dos Espíritos Estudo 7

Introdução do Estudo da Doutrina Espírita
IV. Manifestações Inteligentes
Manifestações - expressão – esclarecimento – demonstração – revelação dar-se a conhecer (um Espírito) por meio de sinais físicos
Inteligentes - revela inteligência, e uma intenção, um objetivo, um fim.
As contradições ou objeções mais evidenciadas, lançadas contra o Espiritismo e estudadas na página anterior (novembro 2001) encontrarão nas reflexões contidas neste item, seu fecho.
Se os fenômenos se restringissem dos movimentos e barulhos dos objetos, ter-se-ia que permanecer no campo das Ciências Físicas.
Não era entretanto dessa forma que os fatos se desenvolviam. Essas manifestações ostensivas, batiam o pé, respondiam ao que se havia convencionado por um sim ou não, às questões propostas. Demonstravam pensar, refletiam, opinavam demonstrando não acaso,
fortuito mas ação inteligente.
Esse "código" prossegue. Passa apresentar respostas mais desenvolvidas. Por meio das letras do alfabeto que recebia determinado número na quantidade das batidas a serem dadas, chegava-se a formar palavras e frases, que respondiam às questões propostas.
A clareza das respostas demonstrava compreensão do que lhe fora perguntado provocando surpresa e admiração.
Quem dava essas respostas?
Interpelado a respeito, o ser misterioso declarou ser um Espírito, identificou-se como sendo a essência de alguém que em outro tempo já tivera um corpo de carne, material, físico. Deixara-o pela morte, continuando a viver, em corpo semelhante, mas de natureza diferente.
Estava aí circunstância inusitada. Não se havia pensado, até então, em causa não física para explicar os acontecimentos. O próprio fenômeno é que se revela como ser "concreto" e circunscrito. Tão aquilo ou como eram quando encarnados, a individualidade preservado ; estão por toda a parte; são atraídos por sentimentos afins. Em tudo semelhantes aos homens, apenas com um corpo fluídico invisível no estado normal, mas que em dadas circunstâncias podem se fazer vistos.
Em meio a tantas revelações, a um campo amplo que se abria, a correspondência, ou seja, a forma de comunicação, não só era lenta, demorada como incômoda.
O próprio Espírito sugere adaptar um lápis a uma cesta ou a outro objeto. Este ou esta, colocado sobre uma folha de papel é movimentada pela mesma potência oculta que faz girar a mesa. O lápis agora, escreve por si mesmo, formando, palavras, frases, discursos inteiros de muitas páginas, tratando de variados assuntos. Questões de Filosofia, Moral, Metafísica, Psicologia etc se desenvolviam com rapidez, como se mão comum guiasse o lápis.
Esse método simultaneamente foi sugerido na América, França e diversos outros países. Em Paris, o "recado" acontece no dia 10 de julho de 1853, a um pesquisador fervoroso dos fenômenos, e que desde 1849, se dedicava ao estudo, buscando a causa: - "Vá buscar no quarto ao lado a cestinha; prenda nela um lápis, coloque-a sobre o papel e ponha-lhe os dedos na borda". Feito isso, depois de alguns instantes a cesta se põe em movimento e escreve: "Isto que eu vos disse, proíbo-vos expressamente de o dizer a alguém: da primeira vez que escrever, escreverei melhor".
O objeto que se adapta ao lápis é apenas um instrumento, sua forma ou natureza não importa; procurava-se uma disposição mais cômoda e rápida do que as batidas. Muitas pessoas passaram a usar a prancheta.
Cesta, prancheta ou qualquer outro objeto só eram porém, postos em movimento sob a influencia de "certas pessoas" (médiuns) que intermediavam a ação entre os Espíritos e os homens.
Essa ação pode dar-se com o indivíduo (médium) tendo consciência de suas possibilidades, isto é, ele deliberadamente se doa, se abandona para produzir fluidos que serão usados nos fenômenos materiais como os que estamos estudando: movimentos dos corpos inertes, ruídos, deslocamentos etc. A vontade, portanto, será elemento de alta contribuição facilitando, digamos assim, o trabalho dos Espíritos.
Há também, os chamados médiuns involuntários, isto é, não tem consciência, de que exteriorizam fluidos e o que acontece ao seu lado, nada vem ou percebem como extraordinário.
São chamados de médiuns de efeitos físicos facultativos os primeiros, involuntários os seguidos; ambos fornecem energias, que os Espíritos se servem, combinam com energias do mundo espiritual, revestem o objeto que passa a ser vida factícia. Assim quando um objeto é posto em movimento, levantado, atirado para o ar, não é que o Espírito o toma, empurra ou suspenda como fazemos com as mãos. Ele "satura" o objeto com um misto de fluidos e o objeto momentaneamente, move-se porém, não tem vontade própria; segue o impulso que lhe dá a vontade do Espírito.
Se em vez da mesa, esculpimos uma estátua de madeira e sobre ela atuar-se como sobre a mesa, a estátua se moverá, baterá, ou responderá com movimentos e pancadas, obedecendo à vontade, ao pensamento do Espírito – Frise-se que essa "vida" é momentânea e a única prova de intervenção dos Espíritos é o caráter inteligente das comunicações. Se não houver este caráter, não há fundamento para atribui-las a Espíritos, mas sim, a causas puramente físicas.
Esse caráter inteligente, revelando a causa inteligente vai se evidenciar nos médiuns aptos para receber e transmitir comunicações inteligentes onde há a ligação mental que possibilita a troca de idéias em verdadeiras comunicações onde o bom médium caracteriza – se - á por ser sério, isto é, usar a faculdade só para o bem. Será modesto, devotado, seguro, abandonando-se ao servir para que os Espíritos amigos através dele, consolem, ajudem, balsamizem, despertem, ajudando tantos desencarnados detidos em momentos cruciais do existir.
Essas duas divisões, com todas as nuance que sem dúvida encontraremos, mesclam-se, misturam-se sendo praticamente impossível afirmar que uma comunicação enquadra-se só nesta ou naquela faixa: em toda manifestação física haverá o componente inteligente, como nesta o componente físico.
O importante é firmar-se que a única prova da intervenção do Espírito é o caráter inteligente da manifestação.
Resume-se abaixo a síntese do estudado:
1. Todos os fenômenos espíritas têm por princípio a existência da alma, sua sobrevivência ao corpo e suas manifestações.
2. Fundando-se numa lei da Natureza, esses fenômenos nada tem de "maravilhoso" ou "sobrenatural", no sentido vulgar do termo.
3. Muitos fatos são tidos como sobrenaturais por que não se lhes conhece a causa; atribuindo-lhes uma causa, o Espiritismo os repõe no domínio dos fenômenos naturais.
4. Entre os fatos qualificados de sobrenaturais muitos há que o Espiritismo demonstra, incluindo-os no número das crenças supersticiosas.
5. Se bem reconheça fundo de verdade em muitas crenças populares, o Espiritismo de modo algum, dá sua solidariedade, a todas as histórias fantásticas que a imaginação há criado.
6. Julgar do Espiritismo pelo fato que ele não admite é dar prova de ignorância e tirar todo valor à opinião emitida.
7. A explicação dos fatos que o Espiritismo admite, de suas causas e conseqüências morais forma toda uma ciência, toda uma filosofia que reclamam estudo sério, perseverante e aprofundado.
8. O Espiritismo não pode considerar critico sério, senão aquele que tudo tenha visto estudado e aprofundado com a paciência e a perseverança de um observador consciencioso:
o Que do assunto saiba tanto quanto qualquer adepto instruído
o Que haja por conseguinte haurido seus conhecimentos não em romances
o Aquele a quem não se possa opor fato algum que lhe seja desconhecido; nenhum argumento de que já não tenha cogitado e cuja refutação faça, não por mera negação mas por meio de outros argumentos mais decisivos
o Aquele que possa finalmente, indicar para os fatos averiguados causa mais lógica do que a que lhes aponta o Espiritismo.
Nesse encadear das reflexões, a razão vem ressaltar a conseqüência moral desse intercâmbio, dessas manifestações. Hoje, na vida além – túmulos trazem aos homens de modo patente, as revelações do mundo invisível, reafirmando, dando provas de que somos Espíritos imortais; a vida continua e lá seremos o que cada um faz de si agora. Certamente, nesse constante aprendizado, tendo Jesus como modelo e guia viverá o homem buscando renovar-se moralmente, na certeza do futuro onde a solidariedade, o amor, a fraternidade liga e une a todos num sempre “até breve”!
Nossa próxima pagina:
Introdução V – "Desenvolvimento da Psicologia"
Bibliografia
"O Livro dos Espíritos" – Allan Kardec – Introdução IV
"Revista Espírita" – Allan Kardec – Agosto 1858
"O Livro dos Médiuns" – Allan Kardec – Cap.IV – 77 XIV – 160 e 163 X – 133 e seguintes XXVI – 197
Leda Marques Bighetti
Dezembro / 2001

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