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terça-feira, 20 de setembro de 2016

XXVIII O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - CAPÍTULO IV: NINGUÉM PODE VER O REINO DE DEUS, SE NÃO NASCER DE NOVO ITENS 3, 4 e 6: RESSURREIÇÃO E REENCARNAÇÃO

O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO - XXVIII


CAPÍTULO IV: NINGUÉM PODE VER O REINO DE DEUS, SE NÃO NASCER DE NOVO


ITENS 3, 4 e 6: RESSURREIÇÃO E REENCARNAÇÃO


"(Após a transfiguração) E os discípulos lhe perguntaram, dizendo: Pois porque dizem os escribas que importa vir Elias primeiro? Mas ele, respondendo, lhes disse: Elias certamente há de vir e restabelecerá todas as coisas: digo-vos porém, que Elias já veio e eles não o conheceram, antes fizeram dele quanto quiseram. Assim também o Filho do Homem há de padecer às suasg mãos. Então, compreenderam os discípulos que de João Batista é que ele lhes falara. (Mateus, XVII: 10 a 13; Marcos: IX 11 a 13).


Também neste texto, aparece bem claro que os judeus aceitavam a idéia da reencarnação. Se assim não fora, seus discípulos não iriam concluir que Jesus lhes falara que João Batista fora Elias. Nesse fato, fica bem clara a volta de Elias para continuar sua missão de mensageiro de Deus.


Por isso, Kardec escreve que "A reencarnação fazia parte dos dogmas judeus, sob o nome de ressurreição". Somente os saduceus nela não acreditavam, como vemos em Mateus, XXII: 23:" Naquele dia aproximaram-se dele alguns saduceus, que dizem não haver ressurreição e …"


Saduceus era uma seita judia, formada em 248 antes de Cristo, por Sadoc. Eles não acreditavam na imortalidade da alma, considerando a morte o fim de tudo. Acreditavam em Deus, na sua providência em bens materiais. Era uma seita pouco numerosa, mas, com membros importantes, tinha influência política, em oposição aos fariseus.


Estes últimos constituíam a seita mais influente, fundada nos anos 180 ou 200 antes de Cristo. Seu chefe Hilel fundara na Babilônia, uma escola onde se ensinava que a fé só era dada pela escrituras. Observavam com rigor as práticas exteriores do culto e das cerimônias. Tinham apenas as exterioridades das virtudes e exerciam grande influência sobre o povo, que os julgava santos. Daí sua importância.


O termo ressurreição vem do latim “resurrecto, onis": ressurreição, de "resurrectum" do verbo "resurgère": relevantar-se; reerguer-se, restabelecer-se, reanimar, recomeçar. Ressurreição pode significar também ato ou efeito de ressurgir ou ressuscitar e retorno da morte à vida, dentre outros significados. (dicionário Houaiss).


No Novo Testamento, vemos a ressurreição de algumas pessoas consideradas mortas: a filha de Jairo (Mateus, 9:24e25), o jovem de Naim ( Lucas 7: 14e15), Lázaro ( João 11: 43 e 44), Dorcas (Atos, 9:40 e 41). Todas retornaram à vida porque não estavam mortas, seus espíritos continuavam ligados aos corpos. Jesus não viera para transgredir as leis físicas, também criadas por Deus; todos os seus chamados "milagres" foram feitos em função do completo conhecimento que ele tinha das leis naturais (físicas e morais).


Kardec escreveu: "... a ressurreição supõe o retorno à vida do próprio cadáver, o que a ciência demonstra ser, materialmente, impossível, sobretudo quando os elementos desse corpo já estão há muito dispersos e consumidos."


Assim, o espiritismo aceita apenas a ressurreição espiritual: o espírito ressurge no plano espiritual após a morte do corpo, ressurge na Terra após o renascimento, bem como continua ressurgindo da ignorância, dos vícios, a caminho da perfeição e da felicidade, pois que traz em si a perfectibilidade.


Jesus também falou em ressurreição, como vemos em João: 5:28 e 29: " Não vos maravilheis disto, porque vem a hora em que todos os que se acham nos túmulos, ouvirão a sua voz e sairão: os que tiverem feito o bem, para a ressurreição da vida; e os que tiverem praticado o mal, para a ressurreição do juízo"; e ainda em João, 6: 39,40,44 e 54: " E a vontade de quem me enviou é esta: Que nenhum eu perca de todos os que me deu; pelo contrário, eu o ressuscitarei no último dia. De fato a vontade de meu Pai é que todo homem que vir o Filho e nele crer, tenha a vida eterna; e eu o ressuscitarei no último dia."


Segundo o espiritismo, que mostra, com lógica e clareza, a longa caminhada do espírito, no decorrer dos milênios, no seu desenvolvimento espiritual, em mundos materiais, até viver plenamente a vida espiritual, em mundos celestes ou divinos, esse “último dia" pode significar o tempo em que a humanidade da Terra, então voltada para o bem geral, terá transformado este planeta em um mundo de regeneração. Então, os que não estiverem em condições morais para nela permanecer, irão reencarnar em mundos primitivos, onde reiniciarão seu desenvolvimento moral em condições mais difíceis, mas sempre sob o amparo do Pai, através dos espíritos evoluídos.


Pode também significar a ressurreição do espírito que, se libertando da ignorância, do apego à matéria, do mal, adquire condições de viver plenamente a vida do espírito, não precisando mais de reencarnações em mundos materiais. “Que nenhum eu perca de todos os que me deu", disse Jesus, numa comprovação do amor e da misericórdia do Pai.


E temos a própria ressurreição de Jesus, em corpo espiritual, numa materialização do perispírito, demonstrando aos discípulos a verdade da imortalidade, e por conseqüência, de todos os seus ensinamentos. Foi então, que eles se ergueram do abatimento no qual todos mergulharam, após a crucificação e se agigantaram na vivência do amor a Deus e do amor ao próximo. Sem o retorno de Jesus à presença dos seus discípulos, seus ensinamentos, provavelmente, teriam sido esquecidos.


A reencarnação é o retorno da alma ou espírito à vida na Terra, em um novo corpo, que nada tem com o antigo. Assim, se João Batista era Elias, o corpo de João não era o de Elias e aquele seria então Elias reencarnado, mas não ressuscitado. Mas, de qualquer maneira, a idéia da reencarnação estava presente no judaísmo.


Jesus sancionou a idéia da reencarnação de Elias na pessoa de João Batista, quando, na conversa com Nicodemos, disse: "Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de novo." "Não te maravilhes de eu ter dito que é necessário nascer de novo."


Leda de Almeida Rezende Ebner

Setembro / 2003


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