Centro
Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo - CVDEE
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Estudo
das obras de André Luiz
Livro em
estudo: Entre a Terra e o Céu
Tema:
Deliciosa Excursão
Referência:
Capítulo VIII
Dia:
28/02/02
Trecho do Capítulo
(...)
Deixando-o
a sós, na sala estreita, saímos para a noite.
Entrelaçando
as mãos, e conservando nossas irmãs no circuito fechado de nossas forças,
empreendemos a formosa romagem.
Quem na
Terra poderá imaginar as deliciosas sensações da alma livre?
Viajando
com a rapidez do pensamento, avançamos à frente da sombra noturna, largando
para trás o deslumbramento da aurora, em colorido e cantante dilúculo...
(...)
Dona
Antonina, amparando-se em Clarêncio qual se fora uma filha apoiada nos braços
paternos, inquiriu, maravilhada:
_ Porque
não transformar esta excursão em transferência definitiva? Pesa o corpo, à
maneira de insuportável cruz de carne, quando conseguimos sentir a Terra, de
longe...
_ É
verdade - concordou a outra irmã, que se sustentava em nós -, porque não nos é
dado permanecer , olvidando os pesares e os dissabores do mundo?
_
Compreendemos - ajuntou o Ministro, generoso -, compreendemos quanta
inquietação punge o espírito reencarnado, mormente quando desperto para a
beleza da vida superior, entretanto, é indispensável saibamos louvar a
oportunidade de servir, sem jamais desmerecê-la. Achamo-nos ainda distantes da
redenção total e todos nós, com alternativas mais ou menos longas, devemos,
abraçar a luta na carne, de modo a solver com dignidade nossos velhos
compromissos. Somos viajores nos milênios incessantes. Ontem fomos auxiliados,
hoje nos cabe auxiliar.
(...)
Antonina,
porém, como se estivesse irradiando insopitável curiosidade, mesclada de
alegria, voltou a exclamar:
_ Ah! se
morrêssemos hoje!... Se a carne não nos pesasse mais...
O
Ministro, contudo, imprimindo mais grave entonação à voz, mas sem perder a
brandura que lhe era peculiar, considerou, de imediato:
_ Se
hoje abandonassem o veículo de matéria densa, quem diz que seriam felizes? Quem
de nós obterá a suprema ventura, sem a perfeita sublimação pessoal?
(...)
_ Agora,
vocês visitarão filhinhos abençoados que a morte lhes arrebentou
temporariamente ao convívio terrestre. Vocês se sentem como quem num palácio
dourado, em pleno paraíso de amor, mas, e os filhinhos que ficam? Haverá Céu
sem a presença daqueles que amamos? Teremos paz sem alegria para o que moram em
nosso coração? Imaginemos que as algemas do cárcere físico se partissem
agora... O atormentado lar humano cresceria de vulto na saudade que as tomaria
de assalto... A lembrança dos filhos aprisionados no Planeta acorrentá-las-ia
ao mundo carnal, à maneira de forte raiz retendo a árvore no solo escuro. Os
rogos e os gemidos, as lutas e as provas dos rebentos menos felizes da
existência lhes falariam ao espírito mais imperiosamente que os cânticos de
bem-aventurança dos filhos afortunados e, naturalmente, desceriam do Céu para a
Terra, preferindo a posição de angustiadas servas invisíveis, trocando a resplendente
glória da liberdade pelos dolorosos padecimentos da prisão, de vez que a
ventura maior de quem ama reside em dar de si mesmo, a favor das criaturas
amadas...
(...)
_ Somos
devedores uns dos outros! ... Laços mil nos jungem os corações. Por enquanto,
não há paraíso perfeito para quem volta da Terra, tanto quanto não existe
purgatório integral para quem regressa ao humano sorvedouro! O amor é a força
divina, alimentando-nos em todos os setores da vida e o nosso melhor patrimônio
é o trabalho com que nos compete ajudar-nos, mutuamente.
(...)
_ É pelo
trabalho - prosseguiu o orientador - que nos despojamos, pouco a pouco, de
nossas imperfeições. A Terra, em sua velha expressão física, não é senão
energia condensada em época imemorial, agitada e transformada pelo trabalho
incessante, e nós, as criaturas de Deus, nos mais diversos degraus da escala
evolutiva, aprimoramos faculdades e crescemos em conhecimento e sublimação,
através do serviço...O verme , arrastando-se, trabalha em benefício do solo e
de si mesmo; o vegetal, respirando e frutescendo, ajuda a atmosfera ae
auxilia-se. O animal, em luta perene, é útil à gleba em que se desenvolve,
adquirindo experiências que lhe são valiosas, e nossa alma, em constantes
peregrinações, através de formas variadas, conquista os valores indispensáveis
à sublime ascensão... Somos filhos da eternidade, em movimentação para a glória
da verdadeira vida e só pelo trabalho, ajustado à Lei Divina, alcançaremos o
real objetivo de nossa marcha!
(...)
_ Porque
não guardamos a viva recordação de nossas existências anteriores? Não seria
bendita felicidade o reencontro consciente com aqueles que mais amamos?! ...
_ Sim,
sim... - confirmava Clarêncio, enquanto nossa deliciosa excursão prosseguia,
célere - mas, na condição espiritual em que ainda nos situamos, não sabemos
orientar os nossos desejos para o melhor. Nosso amor ainda é insignificante
migalha de luz, sepultada nas trevas do nosso egoísmo, qual ouro que se acolhe
no chão, em porções infinitesimais, no corpo gigantesco da escória. Assim como
as fibras do cérebro são as últimas a se consolidarem no veículo físico em que
encarnamos na Terra, a memória perfeita é o derradeiro altar que instalamos em
definitivo, no tempo de nossa alma, que, no Planeta, ainda se encontra em fases
iniciais de desenvolvimento. É por isso que nossas recordações são
fragmentárias... Todavia, de existência em existência, de ascensão em ascensão,
nossa memória gradativamente converte-se em visão imperecível, a serviço de
nosso espírito imortal...
_ Mas,
se pudêssemos reconhecer no mundo os nossos antigos afetos, se pudéssemos tecer
os semblantes amigos de outras eras, identificando-os... - aventurou Antonina,
reverente.
_
Retomar o contacto com os melhores, seria recuperar igualmente os piores -
atalhou Clarêncio, bondoso - e, indiscutivelmente, não possuímos até agora o
amor equilibrado e puro, que se consagra aos desígnios superiores, sem paixão.
Ainda não sabemos querer sem desprezar, amparar sem desservir. Nossa
afetividade, por enquanto, padece deploráveis inclinações. Sem o esquecimento
transitório, não saberíamos receber no coração o adversário de ontem para
regenerar-nos, regenerando-o. A Lei é sábia. De qualquer modo, porém, não
olvidemos que nosso espírito assinala todos os passos da jornada que lhe é
própria, arquivando em si mesmo todos os lances da vida, para formar com eles o
mapa do destino, de acordo, com os princípios de causa e efeito que nos
governam a estrada, mas somente mais tarde, quando o amor e a sabedoria
sublimarem a química dos nossos pensamentos, é que conquistaremos a soberana
serenidade, capaz de abranger o pretérito em sua feição total...
(...)
_ A Lei,
contudo, é invariavelmente a Lei. Viveremos em qualquer parte, com os
resultados de nossas ações, assim como a árvore, em qualquer trato de solo,
produzirá conforme a espécie a que se subordina.
(...)
QUESTÕES INICIAIS PARA
ESTUDO:
01) Como
verificamos, Clarêncio está acompanhando Antonina e outra encarnada, afastadas
do corpo físico durante o sono, para visitarem seus filhos que as antecederam
no retorno ao lar espiritual. Assim, vamos estudar e conversar sobre os sonhos?
O que são? Há diferentes tipos? Quais? Como entendermos os sonhos?
02) Um
outro aspecto que na conversa mantida entre eles, durante a caminhada para
chegarem ao destino a que se propunham naquele momento, comentavam sobre o
esquecimento de existências e de laços passados. Qual o motivo de , ao
reencarnamos, nos ser dado o esquecimento anterior de nossas experiências? Por
que o esquecimento é necessário?
03)
Ainda durante a conversa mantida, verifica-se que Antonina e a outra encarnada,
solicitavam que houvesse o término da encarnação ali naquele momento, uma vez
que a vida na Terra era cheia de pesares e dissabores, que a cruz de carne era
insuportável. Como compreendermos e
aprendermos com a resposta fornecida por Clarêncio?
04) Como
entender as assertivas abaixo, são elas
atuais? Por que?:
04a) _
Se hoje abandonassem o veículo de matéria densa, quem diz que seriam felizes?
Quem de nós obterá a suprema ventura , sem a perfeita sublimação pessoal?
04b)Somos
devedores uns dos outros! ... Laços mil nos jungem os corações. Por enquanto,
não há paraíso perfeito para quem volta da Terra, tanto quanto não existe
purgatório integral para quem regressa ao humano sorvedouro! O amor é a força
divina, alimentando-nos em todos os setores da vida e o nosso melhor patrimônio
é o trabalho com que nos compete ajudar-nos, mutuamente.
04c)
Somos viajores nos milênios incessantes. Ontem fomos auxiliados, hoje nos cabe
auxiliar
04d)É
pelo trabalho - prosseguiu o orientador - que nos despojamos , pouco a pouco,
de nossas imperfeições. A Terra, em sua velha expressão física, não é senão
energia condensada em época imemorial, agitada e transformada pelo trabalho
incessante, e nós, as criaturas de Deus, nos mais diversos degraus da escala
evolutiva, aprimoramos faculdades e crescemos em conhecimento e sublimação,
através do serviço...(...)Somos filhos da eternidade, em movimentação para a
glória da verdadeira vida e só pelo trabalho, ajustado à Lei Divina,
alcançaremos o real objetivo de nossa marcha!
04e)Retomar
o contacto com os melhores, seria recuperar igualmente os piores - atalhou
Clarêncio, bondoso - e, indiscutivelmente, não possuímos até agora o amor
equilibrado e puro, que se consagra aos desígnios superiores, sem paixão. Ainda
não sabemos querer sem desprezar, amparar sem desservir. Nossa afetividade, por
enquanto, padece deploráveis inclinações. Sem o esquecimento transitório , não
saberíamos receber no coração o adversário de ontem para regenerar-nos,
regenerando-o. A Lei é sábia. De qualquer modo, porém, não olvidemos que nosso
espírito assinala todos os passos da jornada que lhe é própria, arquivando em
si mesmo todos os lances da vida, para formar com eles o mapa do destino, de
acordo, com os princípios de causa e efeito que nos governam a estrada, mas
somente mais tarde, quando o amor e a sabedoria sublimarem a química dos nossos
pensamentos, é que conquistaremos a soberana serenidade, capaz de abranger o
pretérito em sua feição total...
Conclusão:
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Estudo
das obras de André Luiz
Livro em
estudo: Entre a Terra e o Céu
Tema:
Deliciosa Excursão
Referência:
Capítulo VIII
Dia:
28/02/02
C O N
C L U
S Ã O
Através
do desdobramento pelo sono físico, duas mulheres encarnadas
são levadas pela
equipe de benfeitores espirituais dirigida por
Clarêncio a um estabelecimento no plano espiritual destinado ao amparo e
re-educação de espíritos
desencarnados em idade infantil. Durante a viagem, as duas mulheres sentem uma
grata sensação de gozo que a levaram a manifestar o desejo de não mais
retomarem o corpo físico. Clarêncio aproveitou a circunstância para transmitir
valiosos ensinamentos a respeito dos objetivos da nossa passagem pelo mundo
material e do esquecimento do passado a que ficamos sujeitos quando
reencarnamos.
QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO
1.- Como verificamos, Clarêncio está acompanhando
Antonina e outra encarnada, afastadas do corpo físico durante o sono, para
visitarem seus filhos que as antecederam no retorno ao lar espiritual. Assim,
vamos estudar e conversar sobre os
sonhos? O que são? Há diferentes tipos? Quais? Como entendermos os sonhos?
O sonho
é a soma das lembranças daquilo que o espírito viu e viveu em desdobramento,
durante o sono físico, quando se encontrava livre ou das reminiscências diárias
que se encontram guardadas em seu inconsciente. Em geral, essas lembranças são
fragmentos do que o espírito vivencia durante o sono e tanto mais amplas são
quanto a sua evolução.
Muitas
classificações existem, procedentes de autores diversos, sobre os vários tipos
de sonhos. Podemos resumi-las da seguinte maneira:
- sonhos
que expressam lembranças e/ou preocupações de fatos cotidianos, impressas em
nossa mente. Denominados pelos autores de sonhos psicológicos ou sonhos comuns.
- sonhos
que resultam de algum distúrbio do organismo físico, como, por exemplo,
resultado da ingestão
de excesso alimentar momentos antes do sono, comumente conhecidos como
"pesadelos". São os chamados sonhos físicos.
- sonhos
que expressam a lembrança do que o espírito vivenciou durante a emancipação da
alma, no mundo espiritual.
São
recordações de encontros com parentes, amigos, desafetos, de estudos que
participamos, conversas, tarefas que desenvolvemos, sempre no mundo espiritual.
São os sonhos espirituais.
2.- Um outro aspecto que na conversa mantida
entre eles, durante a caminhada para chegarem ao destino a que se propunham naquele momento, comentavam
sobre o esquecimento de existências e de laços passados. Qual o motivo de, ao
reencarnamos, nos ser dado o esquecimento anterior de nossas experiências? Por
que o esquecimento
é necessário?
Na
questão 392 do Livro dos Espíritos, responderam os Espíritos a Kardec que
"não pode o homem, nem deve, saber tudo. Deus assim o quer em sua
sabedoria. Sem o véu que lhe oculta certas coisas, ficaria ofuscado, como
quem, sem transição, saísse do escuro para o claro. Esquecido de seu
passado ele é mais senhor de si."
Com
efeito, o esquecimento do passado é uma necessidade para a nossa evolução. Sem
ele, um dos
objetivos principais de retornarmos à carne, que é o de nos
harmonizarmos com os nossos desafetos do passado, aprendendo a amá-los, ficaria
frustrado, pois a presença constante dos fatos que nos levaram a
essa animosidade o
impediria.
Esse
esquecimento, contudo, é temporário, pois os acontecimentos de nossas passagens
pretéritas ficam armazenados em nossa mente, latentes, prontos para serem
desarquivados tão logo nosso estado evolutivo permita. Assim se dá nos mundos
mais adiantados, onde a lembrança do passado não mais constitui obstáculo à
convivência dos espíritos que lá reencarnam.
Nesse
sentido foi a explicação de Clarêncio a respeito da questão, destacando que
"sem o esquecimento
transitório, não saberíamos
receber no coração o adversário de ontem para regenerar-nos,
regenerando-o" e que "somente mais tarde, quando o amor e a sabedoria
sublimarem a química dos nossos pensamentos, é que conquistaremos a soberana serenidade,
capaz de abranger o pretérito em sua feição total...".
3.-
Ainda durante a conversa mantida, verifica-se que Antonina e a outra encarnada,
solicitavam que houvesse o término da encarnação ali naquele momento, uma vez
que a vida na Terra era cheia de pesares e dissabores, que
a cruz de carne era insuportável. Como compreendermos e aprendermos com a
resposta fornecida por Clarêncio?
Clarêncio
ensinou que devemos aceitar os desígnios da Providência, que tudo nos concede,
mas no tempo
certo.
Somos
ainda tão imperfeitos que sequer sabemos distinguir o que é melhor para nós.
Como explicou às duas mulheres, não poderemos ser felizes enquanto os que
amamos também não o forem. Quis ensinar que
devemos aceitar os desígnios de Deus, demonstrando-lhes o
quanto sofreriam os filhos que deixariam presos aos respectivos veículos
físicos.
Foi o
modo didático que o benfeitor encontrou para fazê-las entender a necessidade de
cumprirem sua programação reencarnatória com fé e
resignação.
4.- Como
entender as assertivas abaixo? São elas atuais? Por que?
As
afirmações de Clarêncio são todas muito atuais, pois, sendo a nossa evolução
permanente mas gradativa, somos ainda os mesmos da época em que se passaram os
fatos trazidos por André Luiz na obra que estamos estudando.
Ainda
somos necessitados dessas orientações e, podemos até mesmo afirmar, sempre
seremos, pois são ensinos que se eternizam pela sua sabedoria e relação com a
realidade da nossa existência. Senão vejamos:
a)
"Se hoje abandonassem o veículo de matéria densa, quem diz que seriam felizes?
Quem de nós obterá a suprema ventura, sem a perfeita sublimação pessoal?"
Para ser
feliz não basta querer. É preciso se sentir feliz por inteiro, num sentimento
que brote do nosso interior mais íntimo. Essa felicidade que buscamos e
que sequer sabemos como é somente será sentida quando todos à nossa volta também
assim se sentirem. As duas mulheres, equivocadamente, achavam que poderiam ser
felizes com os gozos que a sensação de liberdade decorrente do afastamento do
corpo físico propicia. Esqueciam-se de que deixariam para trás espíritos que
receberam como filhos e que delas ainda necessitavam para prosseguirem a
caminhada. Essa circunstância, certamente, lhes obstaria a felicidade que
imaginavam poder alcançar com o desprendimento do corpo físico.
b)
"Somos devedores uns dos outros!... Laços mil nos jungem os corações. Por
enquanto, não há paraíso perfeito para quem volta da Terra, tanto quanto não
existe purgatório integral para quem regressa ao humano sorvedouro! O amor é a força
divina, alimentando-nos em todos os setores da vida e o nosso melhor patrimônio
é o trabalho com
que nos compete ajudar-nos,
mutuamente."
No
estágio evolutivo em que se encontra a humanidade terrena, o reino dos céus
anunciado por Jesus ainda se encontra muito distante. Sabemos que esse reino é um estado
consciencial, que somente
será encontrado com
a nossa transformação moral,
objetivo maior da reencarnação. Como isso ainda é inalcançável, Clarêncio afirmou
que não
há paraíso perfeito para quem volta da Terra, ou seja, ainda não estamos
aptos a gozar da felicidade plena, mesmo no plano espiritual. O amor e o
trabalho em prol do próximo necessitado são os dois caminhos ensinados pelo benfeitor
para a obtenção dessa felicidade.
c) "Somos viajores nos milênios
incessantes. Ontem fomos auxiliados, hoje nos cabe auxiliar."
O
benfeitor destaca a nossa condição de espíritos imortais, viajores da
eternidade, que ontem recebemos e, por
isso, agora nos cabe doar. É o cumprimento da regra áurea de Jesus:
"Tudo que quiserdes que os outros vos façam, fazei também a eles".
d) "É pelo trabalho - prosseguiu o
orientador - que nos despojamos, pouco a pouco, de nossas imperfeições. A
Terra, em sua velha expressão física, não é senão energia condensada em época
imemorial, agitada e
transformada pelo trabalho
incessante, e nós, as criaturas de Deus,
nos mais diversos
degraus da escala
evolutiva, aprimoramos faculdades
e crescemos em conhecimento e sublimação, através do serviço... (...)
Somos filhos da
eternidade, em movimentação para a glória da verdadeira vida e só pelo
trabalho, ajustado à Lei Divina, alcançaremos o real objetivo de nossa
marcha!"
Clarêncio
destaca a importância do trabalho, uma das leis morais classificadas por Allan
Kardec. Cita como exemplo da sua importância a própria Terra, resultado de um
trabalho incessante de transformação.
Somente por meio do trabalho a ser desenvolvido par e passo
com as demais leis divinas é que o espírito alcançará a
perfeição possível,
por
todos buscada através das reencarnações sucessivas.
e) "Retomar o contato com os melhores,
seria recuperar igualmente os piores - atalhou Clarêncio, bondoso - e, indiscutivelmente,
não possuímos até agora o amor equilibrado e puro, que se consagra aos
desígnios superiores, sem paixão. Ainda não sabemos querer sem desprezar,
amparar sem desservir. Nossa afetividade, por enquanto, padece deploráveis
inclinações. Sem o esquecimento transitório , não saberíamos receber no coração
o adversário de ontem para regenerar-nos, regenerando-o. A Lei é sábia. De
qualquer modo, porém, não olvidemos que nosso espírito assinala todos os passos
da jornada que lhe é própria, arquivando em si mesmo todos os lances da vida,
para formar com eles o mapa do destino, de acordo, com os princípios de causa e
efeito que nos governam a estrada, mas somente mais tarde, quando o amor e a
sabedoria sublimarem a química dos nossos pensamentos, é que conquistaremos a
soberana serenidade, capaz de abranger o pretérito em sua feição total..."
É mais
um comentário feito por Clarêncio a cerca do esquecimento do passado que nos é
imposto por ocasião da reencarnação. Como vimos acima, sem ele a nossa evolução
seria ainda mais penosa, pelo constrangimento que nosso comportamento pretérito
nos causaria. Sendo a Lei de Deus evolucionista, o que fizemos ontem não
importa. Devemos
colocar
uma pedra sobre os fatos pretéritos e buscarmos a nossa transformação olhando
para o futuro feliz que nos aguarda. O que fizemos há hum minuto
atrás não pode mais ser
desfeito. Portanto, não adianta
olhar para trás.
Esqueçamos
o passado e comecemos a nossa reforma íntima, sempre tendo como norte os ensinamentos
do Cristo.
"Aquele
que perseverar até o fim, esse será salvo", disse Jesus.
Muita
paz a todos.
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