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Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
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Estudo
das obras de André Luiz
Livro: Entre a Terra e o Céu
Capítulo XII
- Estudando Sempre
Resumo
do Capítulo
(...)
Voltando
da excursão ao Lar da Bênção, os nossos conhecidos benfeitores levam Antonina e
sua companheira de volta aos respectivos lares...
Antonina
mostrava-se calada, tristonha... Estava
com o pensamento ainda ligado ao filhinho que ficara no plano espiritual. Todavia, em penetrando o estreito santuário
familiar, dirigiu-se apressadamente ao quarto, de coração novamente atraído
para os outros filhinhos.
O
Ministro, paternal, fê-la deitar-se e aplicou-lhe recursos magnéticos sobre os
centros corticais.
A
mãezinha de Marcos demonstrou experimentar leve e doce vertigem...
Atendendo
ao orientador, demoramo-nos em observação, notando que a Antonina de nossa
maravilhosa viagem aderira ao corpo denso, qual se fora por ele sugada, à
maneira de formosa mulher, de forma sutil e semilúcida, repentinamente engolida
por bainha de sombra. Em se justapondo
ao cérebro físico, perdera a acuidade mental com que se caracterizava junto de
nós. Com a fisionomia calma e feliz,
despertou no veículo pesado...
Contudo,
Antonina não mais nos viu.
Era
agora simplesmente a mulher humana, nas cobertas agasalhantes do leito,
acomodada à escuridão do recinto.
Lembrava-se,
sim, do passeio ao Lar da Bênção, mas através de impressões a se esfumarem,
rápidas.
Só a
imagem do filhinho, tema central do seu amor, lhe persistia clara e movimentada
na memória...
Nossa
presença e todas as demais particularidades do vôo sublime lhe acudira à
lembrança por acessórios fantásticos a se lhe perderem nos obscuros escaninhos
da imaginação.
(...)
...Das
valiosas observações de Clarêncio, em poucos minutos não lhe restava na alma
qualquer reminiscência.
Antonina
movimentou-se, fez luz e ouvimo-la pensar, vibrante: - "Oh! Meu Deus, que
alegria! pude vê-lo perfeitamente! quero guardar a recordação deste sonho
divino!... Marcos, Marcos, que saudade, meu filho!..."
O
Ministro abeirou-se dela, acariciou-lhe a cabeça, como se a envolvesse em
fluídos calmantes e a simpática senhora restabeleceu a sombra no recinto.
Abraçando
a caçula que repousava ao seu lado, novamente dormiu.
---
Nossa amiga não poderá guardar positivas recordações – informou Clarêncio, com
atenção.
--- Mas por
quê? - indagou Hilário, admirado.
---
Raros espíritos estão habilitados a viver na Terra, com as visões da vida
eterna. A penumbra interior é o clima
que lhes é necessário. A exata lembrança
para ela redundaria em saudade mortal.
(...)
--- Cada
estágio na vida se caracteriza por finalidades especiais. O mel é saboroso néctar para a criança, mas
não deve ser ministrado indiscriminadamente. Reclama dosagem para não vir a ser
importuno laxativo. O contato com o reino espiritual, enquanto nos demoramos no
envoltório terrestre, não pode ser dilatado em toda a extensão, para que nossa
alma não afrouxe o interesse de lutar dignamente, até o fim do corpo. Antonina lembrar-se-á de nossa excursão, mas
de modo vago, como quem traz no campo vivo da alma um belo quadro de esbatidos
contornos.
Recordar-se-á,
porém, do filhinho mais vivamente, o bastante para sentir-se reconfortada e
convicta de que Marcos a espera na vida maior.
Semelhante
certeza ser-lhe-á doce alimento ao coração.
(...)
Clarêncio
convidou-nos a socorrer o velhinho que nos aguardava.
Dormitava
o ancião numa velha cadeira.
--- Será
sono? perguntou Hilário, mais novo que eu na vida do Além.
--- Sim,
confirmou o instrutor, benevolente ---, na fase em que se encontra, Leonardo
subordina-se a todos os fenômenos da existência vulgar.
Não
prescinde, assim, do repouso para refazer-se.
Examinamo-lo
mais detidamente.
Sem
dúvida, o ancião trazia um veículo semelhante ao nosso, segundo os princípios
organogênicos que presidem à constituição do corpo espiritual, contudo,
mostrava-se tão pesado e tão denso como se ainda envergasse a túnica de carne.
(...)
O
Ministro explicou:
--- O
psicossoma ou o perispírito da definição espírita não é idêntico de maneira
absoluta em todos nós, assim como, na realidade, não existem dois corpos
físicos totalmente iguais. Cada criatura
vive num carro celular diferente, apesar das peças semelhantes, impostas pela
lei das formas. No círculo de matéria
densa, sofre a alma encarnada os efeitos da herança recolhida dos pais,
entretanto, na essência, a lei da herança funciona invariavelmente do indivíduo
para ele mesmo. Detemos tão somente o
que seja exclusivamente nosso ou aquilo que buscamos. Renascemos na Terra, junto daqueles que se
afinam com o nosso modo de ser. O
dipsômano não adquire o hábito desregrado dos pais, mas sim, quase sempre, ele
mesmo já se confiava ao vício do álcool, antes de renascer. E há beberrões desencarnados que se aderem
àqueles que se fazem instrumentos deles próprios.
....
--- A
hereditariedade é dirigida por princípios de natureza espiritual.
Se os
filhos encontram os pais de que precisam, os pais recebem da vida os filhos que
procuram.
Lembrei-me
repentinamente de alguns dos grandes gênios da humanidade que produziram filhos
monstruosos ou medíocres. Mas vindo ao
encontro do meu pensamento, o orientador observou:
--- No
campo das grandes virtudes, os pais usam, por vezes, a compaixão reedificante,
empenhando-se em tarefas de sacrifício.
Temos no mundo mulheres e homens admiráveis que, consolidando qualidades
superiores na própria alma, se dispõem a buscar afetos que permanecem à
distância, no passado, em tentativas heróicas de auxílio e reajustamento.
(...)
--- Na
família consangüínea ou na família humana, obtemos o que buscamos.
Quem á
acertou as próprias contas com a justiça, pode confiar-se aos sublimes rasgos
do amor.
(...)
---
Conforme a vida de nossa mente, assim vive nosso corpo espiritual.
Nosso
amigo entregou-se, demasiado, às criações interiores do tédio, ódio, desencanto,
aflição e condensou semelhantes forças em si mesmo, coagulando-as, desse modo,
no veículo que lhe serve às manifestações.
Daí,
esse aspecto escuro e pastoso que apresenta.
Nossas obras ficam conosco. Somos
herdeiros de nós mesmos.
---
Mas... e se nosso irmão trabalhasse? se
depois da morte procurasse conjugar o verbo servir ? --- inquiriu meu colega,
preocupado.
--- Ah! Indiscutivelmente
o trabalho renova qualquer posição mental.
Gerando
novos motivos de elevação e novos fatores de auxílio, o serviço estabelece
caminhos outros que realmente funcionam como recursos de libertação. Por isso mesmo, o constante apelo do Senhor à
ação e à fraternidade se estende, junto de nós, diariamente, através de mil modos... Todavia, quando não nos devotamos ao
trabalho, enquanto nos demoramos na vestimenta terrestre, mais difícil se faz
para nós a superação dos obstáculos mentais, porque a indolência trazida do
mundo é tóxico cristalizante de nossas idéias, fixando-as, por vezes, durante tempo
indefinível. Se pretendemos possuir um
psicossoma sutilizado, capaz de reter a luz dos nossos melhores ideais, é
imprescindível descondensá-lo, pela sublimação incessante de nossa mente, que
precisará,
então,
centralizar-se no esforço infatigável do bem.
É para esse fim que o Pai Celestial nos concede a dor e a luta, a
provação e o sofrimento, únicos elementos reparadores, suscetíveis de produzir
em nós o reajuste necessário, quando nos pomos em desacordo com a Lei.
(...)
Clarêncio
lembrou que para socorrer o ancião ensandecido não dispensaríamos algum
trabalho de análise da mente, e, porque semelhante serviço demandaria talvez a
cooperação de companheiros encarnados, que não deviam ser incomodados na
paisagem diurna, o Ministro convocou-nos à retirada.
O
prosseguimento da tarefa assistencial, desse modo, Foi marcado para a noite
seguinte.
QUESTÕES
PROPOSTAS PARA ESTUDO
1. Comente a afirmação de A. L.: "... Em se
justapondo ao cérebro físico.
Perdera
a acuidade mental com que se caracterizava junto de nós. Com a fisionomia calma
e feliz, despertou no veículo pesado..."
Porque a acuidade mental é maior quando o espírito se encontra fora do
corpo físico?
2.
Porque não nos é permitido guardar a lembrança do que se passa conosco durante
o sono? Explique.
3. Porque
o ancião, desencarnado, necessitava ainda do sono, como se estivesse no corpo
material?
4. De
que maneira o nosso modo de vida influencia o nosso psicossoma ou perispírito,
isto é, o nosso corpo espiritual?
5. O que
Clarêncio quis dizer quando afirma:
a) “No
círculo de matéria densa, sofre a alma encarnada os efeitos da herança
recolhida dos pais, entretanto, na essência, a lei da herança funciona
invariavelmente do indivíduo para ele mesmo. Detemos tão somente o que seja
exclusivamente nosso ou aquilo que buscamos...”
b)"
A hereditariedade é dirigida por princípios de natureza espiritual.
Se os
filhos encontram os pais de que precisam, os pais recebem da vida os filhos que
procuram."
6. Qual
o valor do trabalho, segundo a explicação do Ministro Clarêncio?
7.
Porque, para socorrer o ancião desequilibrado, seria necessária a cooperação de
companheiros encarnados?
Conclusão:
Retornando
da visita à Casa da Bênção, Clarêncio, André Luiz e Hilário regressaram ao lar
de Antonina, restituindo-a ao veículo físico que se encontrava em repouso,
através do sono. Aguardando os benfeitores, lá se encontrava Leonardo,
o ancião, avô da dona da casa, que se encontrava em lamentável estado de
desequilíbrio espiritual. A equipe de benfeitores de início, então, ao processo
de socorro, como houvera planejado antes da viagem.
QUESTÕES
PROPOSTAS PARA ESTUDO
1.- Comente
a afirmação de André Luiz: "... Em
se justapondo ao cérebro físico.perdera a acuidade mental com que se
caracterizava junto de nós. Com a fisionomia calma e feliz, despertou no
veículo pesado...". Por que a
acuidade mental é maior quando o espírito se encontra fora do corpo físico?
A
matéria de que é constituído o nosso corpo físico ainda é bastante grosseira,
conseqüência do estágio evolutivo em que se encontra o Planeta. O fluido
cósmico universal da Terra é denso, o que o faz gerar uma matéria igualmente
de alta densidade. Como resultado, temos que o corpo grosseiro que os
espíritos aqui reencarnantes habitam enfraquece as faculdades de que são
portadores, embaraçando-lhes o exercício. É como um vidro opaco ofuscando a
irradiação da luz, conforme comparação dos Espíritos. Sendo assim, nossas
faculdades mentais se manifestam mais livremente nos momentos de emancipação da
alma pelo sono físico, ocasião em que se libera dos embaraços da matéria.
2. Por
que não nos é permitido guardar a lembrança do que se passa conosco durante o
sono? Explique.
Pelas
mesmas razões expostas na questão acima.
Como é pesada e grosseira a matéria
que compõe o
nosso organismo fisiológico, o espírito não pode exercer plenamente suas
faculdades quando em vigília, posto que estas ficam embaraçadas pela densidade
da matéria. Por isso, raramente os órgãos físicos conservam as impressões que o
espírito recebeu no período de liberdade parcial, porque essas impressões não
chegaram por meio dos órgãos corporais, mas através dos órgãos espirituais.
3. Por
que o ancião, desencarnado, necessitava ainda do sono, como se estivesse no
corpo material?
Leonardo,
o ancião personagem desse capítulo, encontrava-se com seu psiquismo direcionado
para o ódio, sustentando aflitivo desejo de vingança contra um desafeto do
passado. Com isso, seu corpo perispiritual se apresentava pesado e denso, como
se ainda estivesse na carne. Essa circunstância o fazia sentir sensações
inerentes ao espírito encarnado, no caso, o sono. Trata-se de reminiscência da
vida física, da qual ainda não conseguira se despojar. A fadiga sentida por espírito desencarnado é conseqüência do
seu grau de inferioridade. À medida que o espírito se eleva, vai deixando de
sentir a necessidade de repousar.
4. De que maneira o nosso modo de vida
influencia o nosso psicossoma ou perispírito, isto é, o nosso corpo espiritual?
O
perispírito é um organismo que tem plasticidade, constituído de matéria semi-fluídica,
vibrátil, regido pela mente. Dessa forma, a maneira como nos portamos, os
nossos atos e os nossos pensamentos constituem os fatores que vão delinear o
corpo perispiritual, tornando-o mais ou menos denso, sublimado ou danificado.
Por sua vez, sendo o chamado "modelo organizador biológico", é o
órgão responsável pela plasmação do corpo físico que iremos
vestir ao reencarnarmos, demonstrando o quanto é
importante nos mantermos sintonizados com as leis divinas, a fim de não
lesioná-lo.
5. O que
Clarêncio quis dizer quando afirma:
a)
"No círculo de matéria densa, sofre a alma encarnada os efeitos da herança
recolhida dos pais, entretanto, na essência, a lei da herança funciona
invariavelmente do indivíduo para ele mesmo. Detemos tão somente o que seja
exclusivamente nosso ou aquilo que buscamos...".
Clarêncio
quis demonstrar que, embora sejamos sempre influenciados, física e moralmente,
pelos que nos recebem como pais, os grandes responsáveis pelo nosso futuro
somos nós mesmos. Como ensinou Jesus: "a cada um segundo as suas obras".
b)
"A hereditariedade é dirigida por princípios de natureza espiritual. Se os
filhos encontram os pais de que precisam, os pais recebem da vida os filhos que
procuram."
Como
sabemos, a família é projetada quando ainda nos encontramos no plano
espiritual. Ninguém é pai, mãe ou filho de outro por acaso. Alguns casos de
paternidade são definidos pela lei de afinidade, que é regida por um magnetismo
irresistível, que atrai os afins. Outros, são provas escolhidas pelos espíritos
envolvidos no futuro núcleo familiar, para
juntos resgatarem eventuais erros passados ou para mutuamente se auxiliarem nas
tarefas assumidas.
6. Qual
o valor do trabalho, segundo a explicação do Ministro Clarêncio?
Sendo
uma das leis naturais instituídas pelo Criador, o trabalho é uma necessidade
física e psíquica do espírito. Como explicou
o benfeitor, através dele o espírito se eleva, libertando-se das imperfeições
que traz consigo e das quais precisa se despojar para evoluir. Aquele que passa
pela experiência física sem se devotar ao trabalho digno e nobre, entregando-se
ao ócio e aos efêmeros prazeres que a matéria proporciona, cristaliza na mente
idéias nocivas, agressivas ao corpo perispiritual, causando-lhe lesões que irão
exigir reparos, sempre à custa de dor e sofrimento.
7. Por
que, para socorrer o ancião desequilibrado, seria necessária a cooperação de
companheiros encarnados?
Clarêncio
pretendia fazer o que denominou uma "cirurgia psíquica" na mente do
ancião. Iria revolver os arquivos mentais do enfermo de modo a ter revelado,
por intermédio das imagens que lá se encontravam guardadas, o fato determinante daquela situação. Necessitaria
atrair a presença de encarnados
que, outrora, sob
outras personalidades, tiveram participação na trama que originou o
desequilíbrio no ancião. A presença deles era importante para que se procedesse
um verdadeiro tratamento de desobsessão, a fim de libertá-los
dos laços que
ainda o mantinham
presos àqueles acontecimentos.
Muita
paz a todos.
Sala
Nosso Lar
CVDEE
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