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Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
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Nosso Lar
Estudo das obras de André Luiz
Livro em
estudo: Entre a Terra e o Céu
Tema:
Valiosos apontamentos
Referência:
Capítulo IV
Dia: 07/02/02
R E S U
M O
"Alcançáramos a orla do mar, em plena
noite.
A movimentação da vida espiritual era aí
muito intensa.
Desencarnados de várias procedências
reencontravam amigos que ainda se demoravam na Terra, momentaneamente desligados
do corpo pela anestesia do sono. Dentre
esses, porém, salientava-se grande número de enfermos.
Anciães, mulheres e crianças, em muitos
aspectos diferentes, compareciam ali,sustentados pelos braços de entidades
numerosas que os assistiam.
Conversações edificantes e lamentos doloridos
chegavam até nós.
Serviços magnéticos de socorro urgente eram
improvisados aqui e além... E o ar,
efetivamente, confrontado ao que respirávamos na área da cidade, era muito
diverso.
Brisas refrescantes sopravam de longe,
carreando princípios regeneradores e insuflando em nós delicioso bem estar.
- O oceano é miraculoso reservatório de
forças - elucidou Clarêncio, de maneira
expressiva - ; até aqui, muitos companheiros de nosso plano trazem os irmãos
doentes, ainda ligados ao corpo da Terra, de modo a receberem refazimento e
repouso. Enfermeiros e amigos
desencarnados desvelam-se na reconstituição das energias de seus tutelados. Qual acontece na montanha arborizada, a
atmosfera marinha permanece impregnada por infinitos recursos de vitalidade da
Natureza. O oxigênio sem mácula, casado
às emanações do planeta, converte-se em precioso alimento de nossa organização
espiritual, principalmente quando ainda nos achamos direta ou indiretamente
associados aos fluidos da matéria mais densa.
Passávamos agora na vizinhança de uma dama
extremamente abatida, quase em decúbito dorsal, à frente das águas, recolhendo
o auxílio magnético de um benfeitor que se iluminava no serviço e na oração.
(...)
-
Trata-se de irmã do nosso círculo pessoal, assediada pelo câncer. Foi retirada do veículo físico, através da
hipnose, a fim de obter a assistência que lhe é necessária.
-
Mas - objetei curioso - esse tipo de tratamento pode sustar o desequilíbrio
das células orgânicas? a doente
conseguirá curar-se, de modo positivo ?
O Ministro sorriu e aclarou:
-
Realmente, na obra assistencial dos espíritos amigos, que interferem nos
tecidos sutís da alma, é possível, quando a criatura se desprende parcialmente
da carne, a realização de maravilhas.
Atuando nos centros do perispírito, por vezes efetuamos alterações
profundas na saúde dos pacientes, alterações essas que se fixam no corpo
somático, de maneira gradativa. Grandes
males são assim corrigidos, enormes renovações são assim realizadas. Mormente quando encontramos o serviço da
prece na mente enriquecida pela fé transformadora, facilitando-nos a
intervenção pela passividade construtiva do campo em que devemos operar, a
tarefa de socorro concretiza verdadeiros milagres. O corpo físico é mantido pelo corpo
espiritual a cujos moldes se ajusta e, desse modo, a influência sobre o
organismo sutil é decisiva para o envoltório de carne, em que a mente se
manifesta.
(...)
- Nossa ação, contudo, está subordinada à
lei que nos rege. No problema de nossa
irmã, o concurso de nosso plano conseguirá tão somente angariar-lhe
reconforto. A moléstia, em razão das
provas que lhe assinalam o roteiro pessoal, atingiu insopitável extensão.
- Quer dizer que ela, agora, apenas se
habilita à morte calma ? - indagou Hilário, atencioso.
- Justamente - confirmou o orientador.
- Com a cooperação em curso, despertará
no corpo desfalecente mais serena e mais confortada. Repetindo as excursões até aqui, noite a
noite, habituar-se-á, com entendimento superior, à ideia da partida,
transmitindo aos familiares resignação e coragem para o transe da separação;
aprenderá a contribuir com o seu esforço, no sentido de aliviar-lhes as - Nossa
ação, contudo, está subordinada à lei que nos rege. No problema de nossa irmã, o concurso de
nosso plano conseguirá tão somente angariar-lhe reconforto. A moléstia, em razão das provas que lhe assinalam
o roteiro pessoal, atingiu insopitável extensão.aflições pela humildade que
edificará, dentro de si mesma... pouco a pouco;
desligar-se-á da carne enfermiça, acentuando a luz interior da própria
consciência, a fim de separar-se do ambiente que lhe e caro, como quem encontra
na morte física valiosa liberação para serviço mais enobrecido. E, assim, em algumas semanas, mostrar-se-á
admiravelmente preparada ante o novo caminho...
(...)
- Já sei a tua conclusão. É isso mesmo.
A enfermidade longa é uma bênção desconhecida entre os homens, constitui
precioso curso preparatório da alma para a grande libertação. Sem a moléstia dilatada, é muito difícil o
êxito rápido no trabalho da morte.
Nesse instante, contudo, Zulmira e Odila
chegavam à praia, em sítio não longe de nós.
Clarêncio recomendou-nos atenção.
Rodeamo-las, prestamente, qual se fossem
irmãs enfermas, sob a nossa guarda.
Nem uma nem outra nos identificavam a
presença. Tão pouco pareciam
interessadas pelo movimento no logradouro.
A primeira esposa de Amaro centralizava o
olhar sobre a presa, enquanto que a vítima revelava na expressão facial o
intraduzível terror dos que se abeiram do extremo desequilíbrio.
Zulmira ensaiava o gesto de quem se
propunha a regressar precipitadamente a casa, mas, contida pela companheira,
avançava, entre a aflição e o pavor.
E, repetindo as mesmas acusações que já
ouvíramos, Odila martelava o cérebro da outra, reiterando, desapiedada:
- Recorda o crime, infeliz ! lembra-te da horrível manhã em que te fizeste
assassina ! onde colocaste meu filho
? porque afogaste um inocente ?
- Não, não ! - gritava a pobrezinha
dementada - não fui eu! Juro que não fui eu !
Julio foi tragado pelas ondas...
- E porque não velaste pela criança que meu
marido levianamente confiou às tuas mãos infiéis ? acaso, não te acusa a própria consciência? onde situas o senso de mulher ? pagar-me-ás alto preço pelo relaxamento
delituoso... Não permitirei que Amaro te ame, alimentarei a antipatia dele
contra tí, atormentarei as pessoas que te desejarem socorrer, destruirei a
própria casa de que te apossaste e me pertence! ... Impostora! Impostora! ...
- Sim, sim... - concordava Zulmira,
terrificada -, não matei, mas não fiz o que me competia para salvá-lo! Perdoa-me! Perdoa-me! Prometo empenhar-me no
refazimento da paz de todos... Serei uma escrava de teu marido e restituí-lo-ei
aos teus braços; converter-me-ei em serva de tua filhinha, cujos passos
orientarei para o bem, mas, por piedade, deixa-me viver ! Liberta-me!
Compadece-te de mim!...
- Nunca !
nunca ! - bradava a interlocutora, friamente - tua falta é
imperdoável. Mataste ! Deves confessar o delito perpetrado à frente
da polícia! ... Dobrar-te-ei a cerviz!
Serás recolhida à penitenciária, para que te mistures às delinqüentes de
tua laia!...
- Não! não! - suplicava Zulmira, com sinais
comoventes de angústia.
- Se não aniquilaste meu filho - bradava a
outra, cruel -, devolve-o aos meus braços!
Devolve-o! Devolve-o!.
Nesse momento, ambas se achavam à frente de
determinada nesga da praia.
Os olhos da pobre obsidiada adquiriram
estranho fulgor.
- Foi aqui! - rugiu a perseguidora,
rudemente - aqui consumaste o sinistro plano de extinção da nossa felicidade...
Qual se fora tangida de secretos impulsos,
a segunda mulher de Amaro desprendeu-se dos braços que a constringiam e,
penetrando as águas, clamava, aflita:
- Júlio! Júlio!...
Odila, no entanto, perturbada e
ensandecida, pôs-se-lhe no encalço.
Sentindo-lhe a aproximação, Zulmira rodou
sobre os calcanhares e disparou de volta ao lar.
Acompanhamos as duas, na competição a que
se entregavam, sem perdê-las de vista.
Varando a casa, incontinenti, dando a idéia
de que o corpo adormecido era poderoso magnete a atraí-la, Zulmira despertou,
alagada de suor, conservando no cérebro de carne a impressão de que vagueara em
terrível pesadelo.
Tentou gritar, mas não conseguiu.
Faleciam-lhe as forças em colapso nervoso,
insopitável. A dispnéia castigava-a com
violência, enquanto as coronárias se mostravam intumescidas.
Clarêncio aproximou-se e aplicou-lhe
fluídos salutares e repousantes.
Acalmou-se-lhe o coração, vagarosamente, o
campo circulatório tornou à feição normal.
Foi então que a desventurada senhora conseguiu gemer, clamando por
socorro."
QUESTÕES PROPOSTAS PARA
ESTUDO
1. Qual
a influência das forças da natureza sobre o equilíbrio físico e espiritual de
encarnados e desencarnados? Explique.
2. De
que maneira se processa o auxílio de espíritos benfeitores aos doentes do corpo
físico ?
3.
Comente, à luz da doutrina espírita, o seguinte parágrafo:
"- Nossa ação, contudo, está
subordinada à lei que nos rege. No
problema de nossa irmã, o concurso de nosso plano conseguirá tão somente
angariar-lhe reconforto. A moléstia, em
razão das provas que lhe assinalam o roteiro pessoal, atingiu insopitável
extensão."
4. Como
uma enfermidade longa pode se tornar um benefício para o doente ?
5. Que
novos ensinamentos vc obteve neste capítulo ?
Bom estudo e muita paz a todos !
Abraços
fraternos,
Vera
Conclusão:
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Nosso Lar
Estudo das obras de André Luiz
Livro em
estudo: Entre a Terra e o Céu
Tema:
Valiosos apontamentos
Referência:
Capítulo IV
Dia:
07/02/02
Conclusão
QUESTÕES PROPOSTAS PARA
ESTUDO
1. Qual
a influência das forças da natureza sobre o equilíbrio físico e espiritual de
encarnados e desencarnados? Explique.
A natureza é o reservatório mais abundante
e vigoroso de princípios vitais.
Lembrando que princípio vital é o princípio
da vida material e orgânica, sendo comum a todos os seres vivos desde a planta
até o homem. A maioria diz que ele reside em um fluido especial universalmente
espalhod e do qual cada ser absorve uma parcela durante a vida, o que se chama
de fluido vital; o qual difere do fluido cósmico (ou universal), que é
substância sutil, maleável, energética que pode ser manipulada pelo pensamento
de Espíritos encarnados ou desencarnados, os quais irão lhe imprimir variações.
Assim, a natureza é fonte de energia, de
vida; sendo ela quem age, silenciosa e invisivelmente, para equilibrar as
funções dos órgãos vitais do corpo humano.
Tanto assim o é que a química utilizada
pelos homens foi e é baseada nas associações oriundas da natureza, ainda que
possam ter inventado uma nomenclatura diferente ou diversa e reduzido os
valores químicos, mas sendo sua base sempre expressos pela natureza.
2. De
que maneira se processa o auxílio de espíritos benfeitores aos doentes do corpo
físico ?
O auxílio se processa através do
desprendimento parcial do corpo físico; quando então a Espiritualidade
benfeitora irá atuar nos centros do perispírito.
Este trabalho melhor sucesso terá quando o
Espírito encarnado encontrar-se no serviço mental da prece com fé.
Fazendo
um lembrete: centro de força é um ponto de convergência de energias captadas
pelo perispírito, posteriormente redistribuídas a todos os órgãos deste, assim
como aos corpos "inferiores" , tais como o físico e o duplo. Em geral
estuda-se sete centros vitais, que se vinculam, no corpo físico, a sete
importantes centros do organismo humano: centro genésico ou básico, situado
próximo à região genésica; centro gástrico, situado próximo ao estômago; centro
esplênico, situado próximo ao baço; centro cardíaco, situado próximo ao
coração; centro laríngeo, situado próximo à laringe; centro frontal, situado
entre os dois olhos e centro coronário, situado próximo à glândula pineal (ou
epífise), no cérebro.
3.
Comente, à luz da doutrina espírita, o seguinte parágrafo:
"- Nossa ação, contudo, está
subordinada à lei que nos rege. No
problema de nossa irmã, o concurso de nosso plano conseguirá tão somente
angariar-lhe reconforto. A moléstia, em
razão das provas que lhe assinalam o roteiro pessoal, atingiu insopitável
extensão."
A Espiritualidade somente pode atuar dentro
dos limites impostos pela determinação existente quanto ao programa de vida. No
caso estudado, a moléstia da doente revela ser parte da prova a qual estava ela
vinculada na existência terrestre e como tal a Espiritualidade pode amenizar e
confortar, mas não interferir.
4. Como uma enfermidade longa pode se tornar
um benefício para o doente ?
A enfermidade prolongada constitui em um
curso preparatório, a fim de melhor e com êxito ocorrer a libertação; posto que
é neste tempo em que poderá o Espírito ir se ungindo de luz interior de forma
mais consciente.
5. Que
novos ensinamentos vc obteve neste capítulo ?
Tratando-se de uma resposta subjetiva, eis
que cada qual irá se deter em um dos vários assuntos que nos alerta André Luiz.
Poderiamos, entrantanto, sinteticamente dizer
que o capítulo nos traz a necessidade de nos conscientizar, não apenas em
palavras, mas em ações , quanto à importância da Natureza em nossas vidas, não
apenas no sentido de que ela é um ponto de equilíbrio no planeta Terra, mas
também como ponto de equilíbrio do corpo físico e perispiritual.
Nos traz ainda a reflexão quanto à doença ,
de sua importância quando bem compreendida e de onde , tal compreensão, nos
traz o ajudar a conscientizar e balsamizar corações.
Para
encerrar o estudo do capítulo, nada melhor que as palavras de Vinícius, in: Na
Seara do Mestre:
"(...)
Quando saboreamos uma fruta, quando fruimos
um conforto, quando vencemos uma dificuldade, quando, enfim, realizamos uma
velha aspiração, nossa alma sente necessidade de ser grata a alguém. Esse
alguém é Ele, palpitando no sacrário do nosso coração.
A dor que vai, o bem que fica, a alegria
que chega, a lágrima que consola, o amor que vivifica, redime e diviniza são
expressões da graça de DEus tangendo as cordas dos nossos sentimentos, elevando
o diapasão da nossa sensibilidade moral.
A Natureza é um livro aberto, cujas páginas
descrevem, em caracteres animaods, a excelência do Autor da Vida e Criador do
Universo.
Infelizes dos analfabetos que não conseguem
decifrar tão deslumbrantes e esplêndidos símbolos!"
Noite paz e luz para vocês
Abraços
com carinho no coração
Equipe
Nosso Lar CVDEE
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