CVDEE -
Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
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Nosso Lar
Estudo das obras de André Luiz
Livro em estudo: Entre a Terra e o Céu
Tema:
Num lar cristão
Referência:
Capítulo VI
Dia:
14/02/02
R E
S U M O
Deixou-nos
o Ministro numa casinha singela de remota região suburbana, depois de
informar-nos:
- Aqui reside nossa irmã Antonina, com
três filhos dos quatros filhos que o Senhor lhe confiou. Incapaz de vencer as
tentações da própria natureza, o marido abandonou-a, há quatro anos, para
comprometer-se em delituosa aventuras. A dona de casa, porém, não desanimou.
Trabalha com diligência numa fábrica de tecidos e educa os rebentos do lar com
acendrado amor ao
Evangelho
de Nosso Senhor Jesus. Tem sabido resgatar com valor dívidas que trouxe do
pretérito próximo. Perdeu, há meses, o pequeno Marcos, de oito anos, atacado de
fulminante pneumonia, e com ele se encontrará, depois da prece que proferirá
com os pequeninos.
.......
Hilário e eu penetramos a sala desataviada e estreita.
Uma senhora ainda jovem, mas extremamente
abatida, achava-se de pé, junto de três lindas crianças,.......
Dona Antonina colocou sobre a toalha muito
alva dois copos com água pura, tomou um exemplar do Novo Testamento e
sentou-se.
Logo após, falou carinhosamente:
- Se não me falha a memória, creio que a
prece de hoje deve ser feita por Lisbela.
A pequena levou as minúsculas mãos ao
rosto, apoiou graciosamente os cotovelos sobre a mesa e, cerrando os olhos
recitou:
- Pai Nosso que estais no
Céu,................
E dividindo agora a atenção com os dois
meninos, entregou o Evangelho a um deles, convidando:
- Abra, Henrique. Vejamos a mensagem a
mensagem cristã para os nossos estudos da noite.
O rapazinho escolheu o texto, ao acaso,
restituindo o livro às mãos maternais.
A genitora, emocionada, leu os versículos
vinte e um e vinte e dois do capitulo dezoito das anotações do apóstolo Mateus:
- "Então Pedro, aproximando-se dele,
disse:
- Senhor, até quantas vezes pecará meu
irmão contra mim e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse: - Não te digo
que até sete, mas até setenta vezes sete."
.........
O
pequeno Henrique, iniciando a conversação, perguntou, com simplicidade:
- Mãezinha, porque Jesus recomendava um
perdão, assim tão grande?
Demonstrando vasto treinamento evangélico,
a senhora replicou:
- Somos levados a crer, meus filhos, que o
Divino Mestre, em que ensinando a desculpar todas as faltas do próximo,
inclinava-nos ao melhor processo de viver em paz. Quem não sabe desvencilhar-se
dos dissabores da vida, não pode separar-se do mal. Uma pessoa que esteja
parada em lembranças desagradáveis caminha sempre com a irritação permanente.
.........
Uma
pessoa que não sabe desculpar vive comumente isolada. Ninguém estima a
companhia daqueles que somente derramam de si mesmos o vinagre da queixa ou da
censura.
Nesta altura do ensinamento, dona Antonina
fitou o primogênito e perguntou:
- Você, Haroldo, quando tem sede preferiria
beber a água escura de cântaro recheado de lodo?
- Ah! isso não - replicou o mocinho muito
sério -, escolherei água pura, cristalina...
- Assim somos também, em se tratando de
nossas necessidades espirituais. A alma que não perdoa, retendo o mal consigo,
assemelha-se ao vaso cheio de lama e fel. Não é coração que possa reconfortar o
nosso. Não é alguém capaz de ajudar-nos a vencer nas dificuldades da vida. Se
apresentamos nossa mágoa a um companheiro dessa espécie, quase sempre nossa
mágoa fica maior. Por isso mesmo, Jesus aconselhava-nos a perdoar
infinitamente, para que o amor, em nosso espírito, seja como o Sol brilhando em
casa limpa.
.......
- Mas a senhora crê, mãezinha, que devemos
perdoar sempre?
- Como não, meu filho?
- Ainda mesmo quando a ofensa seja a pior
de todas?
- Ainda assim.
E, observando-o, inquieta, dona Antonina
acentuou:
- Porque tratas deste assunto com tamanha
preocupação?
- Refiro-me ao papai - disse o menino algo
triste -, papai abandonou-nos quando mais precisávamos dele. Seria justo
esquecer o mal que nos fez ?
- Oh! meu filho! - comentou a nobre mulher
- não te detenhas nesse problema. Porque alimentar rancor contra o homem que te
deu a vida? Como condená-lo se não sabemos tudo o que lhe aconteceu? Seria
realmente melhor para o nosso bem estar se ele estivesse conosco, mas se
devemos suportar a ausência dele, que os nossos melhores pensamentos o
acompanhe. Teu pai, meu filho, com a permissão do Céu, deu-te o corpo em que
aprendes a servir a Deus. Por esse motivo, é credor de teu maior carinho. Há
serviços que não podemos pagar senão com amor. Nossa dívida para com os pais é
natureza...
Recordando talvez que a família se achava
num curso de formação cristã, a dona da casa acrescentou:
- Um dia, quando Moisés, o grande profeta,
foi ao monte receber a revelação divina, uma das mais importantes determinações
por ele ouvidas do Céu foi aquela em que a Eterna Bondade nos recomenda:
"Honrarás teu pai e tua mãe". A Lei enviada ao mundo não estabelece
que devamos analisar a espécie de nossos pais, mas sim que nos cabe a obrigação
de honrá-los com o nosso amoroso respeito, sejam eles quais forem.
Haroldo mostrou-se conformado, todavia,
ainda ponderou:
- Compreendo, mãezinha, o que a senhora
quer dizer. Entretanto, se papai estivesse junto de nós, talvez que Marcos não
tivesse morrido. Teríamos o dinheiro suficiente para tratá-lo.
Dona Antonina enxugou, apressada, as
lágrimas que lhe caíram, espontâneas, ante a evocação do filhinho, e continuou:
Seria um erro permitir a queda de nossa
confiança de Jesus, porque o chamava.
........
Nesse ponto da conversação, Lisbela
inquiriu, graciosa:
- Mãezinha, Marcos nos vê?
- Sim, minha filha - esclareceu dona
Antonina, emocionada -, ele nos ajuda em espírito, pedindo a Jesus forças e
benção para nós. Por nossa vez, devemos auxiliá-lo com as nossas preces e com
as nossas melhores recordações.
QUESTÕES PARA
ESTUDO
1 -
Antonina se reúne com seus filhos para
fazer a reunião de estudo do Evangelho. Que benefícios o traz para o nosso lar
essa prática ?
2 - Como você responderia a seu filho a
seguinte pergunta de Henrique:
-"Mãezinha, porque Jesus recomenda um
perdão tão grande?"
3 - Como
a falta do perdão pode prejudicar a nossa evolução?
4 - Devemos ser benevolente ao nosso
semelhante tanto quanto a nós mesmos?
Justifique.
5 - Além do perdão, qual foi a outra lição que
Antonina passou para seus filhos?
6 - O
que a genitora queria dizer com: "Seria um erro permitir a queda de nossa
confiança no Pai Celestial."
Conclusão:
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Estudo
das obras de André Luiz
Livro em estudo: Entre a Terra e o Céu
Tema:
Num lar cristão
Referência:
Capítulo VI
Dia:
14/02/02
C O N
C L U
S Ã O
André Luiz e a equipe de benfeitores comandada
pelo Ministro Clarêncio compareceram ao lar de Antonina, onde a chefe da
família, em companhia dos filhos, fazia a reunião do culto do Evangelho no
lar. No curso da reunião, ao estudar os
ensinamentos de Jesus, importantes questionamentos foram levantados
por seus filhos,
propiciando valiosas reflexões a respeito do perdão.
QUESTÕES
PROPOSTAS PARA ESTUDO
1 - Antonina se reúne com seus filhos para
fazer a reunião de estudo do Evangelho. Que benefícios traz para o nosso lar
essa prática?
O culto
do Evangelho no lar é uma reunião destinada à família, para o estudo do
Evangelho de Jesus. Podem participar os membros da família que residem no
local, admitindo-se, eventualmente, a presença de visitantes que se encontre na
casa à hora destinada ao culto. Benfeitores espirituais, incluindo os guias
protetores da família, comparece ao local e participa da realização da reunião,
intuindo os presentes com relação ao estudo,
fluidificando a água
e aplicando passes magnéticos. É
comum estarem presentes entidades desencarnadas, muitos dos quais que têm
afinidades com a família, que comparecem ao culto, muitas das vezes levados pelos
benfeitores espirituais, para
também serem esclarecidas através do estudo.
O culto
do Evangelho no lar faz uma verdadeira profilaxia espiritual no lar. Melhora a
psicosfera do ambiente, que passa a manter uma sintonia vibratória mais
elevada. Por outro lado, cria uma espécie de cinturão de proteção que impede o acesso
de espíritos perturbadores, que somente querem nos criar dificuldades e
deteriorar o ambiente.
- Dúvida
surgida durante o estudo: Suponhamos que, em uma casa onde apenas um dos
moradores é Espírita, este pode fazer o culto sozinho? Surtiria o mesmo efeito
benéfico dos casos onde mais de um familiar participa da prática?
Sem
dúvida nenhuma que sim. Mesmo nos lares onde apenas um dos integrantes seja
espírita, o culto do Evangelho no lar pode e deve ser realizado. Se os demais
membros da família o desejarem, também podem participar, mesmo sendo profitentes
de outras religiões. Caso contrário, aquele que professa o credo espírita pode
fazer o culto sozinho, sempre nos mesmos
dias e horários, recolhido em um compartimento do lar. Os efeitos benéficos
serão os mesmo e estender-se-ão a todos, mesmo aos que não participam do ato. O
culto é interior. O que importa é a fé, a sinceridade de propósitos e o amor
que se emprega na sua realização.
2 - Como
você responderia a seu filho a seguinte pergunta de Henrique:
-"Mãezinha, porque Jesus recomenda um
perdão tão grande?"
Ao ser
indagado por Pedro se, quando um irmão pecar contra nós, devemos perdoar até
sete vezes, Jesus respondeu--lhe que
devemos perdoar não sete vezes, mas até setenta vezes sete, ou seja, sempre.
Quando uma ofensa é dirigida a outrem, cria-se um elo fluídico formado entre os
espíritos envolvidos na relação conflituosa,
que os prende,
um ao outro, numa permanente
troca de energias negativas. Enquanto
não se reconciliam e alimentam a animosidade, essa troca de energias negativas
perdura, atuando sobre ambos.
Hoje, a
Ciência já comprova que o estado emocional ocasionado por circunstâncias como
essas podem gerar um número grande de doenças, não apenas psicológicas mas, até
mesmo, no organismo físico, como tumores,
doenças cardíacas, etc. Isto
porque o nosso corpo físico somatiza o desequilíbrio espiritual resultante da
instabilidade emocional provocada pela ofensa.
Quando se
perdoa ou se roga o perdão, aquele que assim age se libera desse elo malévolo,
libertando-se das energias negativas.
Toda a carga provocada fica agindo apenas naquele que não quis ou não soube
perdoar ou ser perdoado.
Recordemos
a passagem evangélica que demonstra a importância que Jesus deu ao ato de
perdoar:
"Se vieres tua ao altar
fazer a sua oferta e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra
ti, deixa diante do altar a tua oferta e vai conciliar-te primeiro com teu
irmão, e depois vem fazer a tua oferta.
Concilia-te depressa com o teu
adversário, enquanto estás com ele a caminho; para que não aconteça que o
adversário te entregue ao juiz, e sejas lançado na prisão. Em verdade te digo
que de lá não sairás enquanto não pagares o último centavo." (Mt, 5,
23-26)
3 - Como
a falta do perdão pode prejudicar a nossa evolução?
Como
vimos, o perdão liberta. Aquele que não perdoa torna-se prisioneiro do passado
e não evolui. Fica ligado ao ofensor, às vezes, por muitas reencarnações, que
exigirão resgates dolorosos para que entendamos
a necessidade de
perdoar.
Aquele
que ainda não aprendeu a perdoar fica estacionado em sua evolução.
4 - Devemos ser benevolentes ao nosso
semelhante tanto quanto a nós mesmos? Justifique.
Na
questão 886 do Livro dos Espíritos, quando, respondendo a Kardec, deram
o conceito de
caridade, os Espíritos incluíram entre os seus caracteres
a benevolência para com todos. Essa deve ser a nossa norma de conduta
aos nos relacionarmos com o
próximo. Ensina-nos, portanto, a Doutrina, que sem benevolência não há caridade
e sem caridade
não há
salvação.
5 - Além
do perdão, qual foi a outra lição que Antonina passou para seus filhos?
Outro
valioso ensinamento dado por Antonina aos seus filhos foi o contido nos mandamentos
divinos recebidos por Moisés, aquele que diz: "Honrai o
vosso pai e a vossa mãe". Kardec o considerou um corolário da lei de
caridade e de amor ao próximo. Com efeito, se não praticarmos a caridade
perante nosso pai e nossa mãe, como pretender praticá-la para com o nosso
próximo?
6 - O que a genitora queria dizer com:
"Seria um erro permitir a queda de nossa confiança no Pai
Celestial."?
Antonina
ressaltou a necessidade de confiarmos sempre na sabedoria e bondade do Pai. Que
não devemos questionar os seus desígnios, pois o Universo é regido por leis
sábias e justas. Seu filho, ainda em tenra idade, demonstrava não se
compreender a desencarnação do irmão, que atribuía ao abandono a que a família
foi relegada por parte de seu pai.
Sua
genitora procurou mostrar-lhe que nada acontece por acaso e que o acontecido
com o irmão foi o cumprimento fiel dos desígnios da Providência.
Muita paz a todos.
Sala
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