CVDEE -
Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo
www.cvdee.org.br
- Sala Virtual de Estudos Nosso Lar
Estudo
das obras de André Luiz
Livro em
estudo: Entre a Terra e o Céu
Tema:
Obsessão
Referência:
Capítulo III
Dia:
17/01/02
RESUMO
"Penetramos
o mais espaçoso aposento da casa onde uma senhora de aspecto juvenil repousava
abatida e insone.
Moça de
vinte e cinco anos, aproximadamente, mostrava no semblante torturado harmoniosa
beleza. O rosto delicado parecia haver
saído de uma tela preciosa, todavia, com a suavidade das linhas fisionômicas
contrastavam a inquietação e o pavor dos olhos escuros e o abandono dos cabelos
em desalinho.
Ao lado
dela, descansava outra mulher, sem o veículo físico.
“...
Clarêncio explicou:
- A
jovem senhora é Zulmira, a segunda orientadora deste lar, e a irmã desencarnada
que presentemente lhe vampiriza o corpo é Odila, a primeira esposa de Amaro e
mãezinha de Evelina, dolorosamente transfigurada pelo ciúme a que se recolheu.
Empenhada em combater aquela que considera inimiga, imanta-se a ela, através do
veículo perispirítico, na região cerebral, dominando a complicada rede de
estímulos nervosos e influenciando os centros metabólicos, com o que lhe altera profundamente a paisagem
orgânica.
- Mas,
porque não há reação por parte da perseguida? - inquiri, perplexo.
- Porque
Zulmira, a nossa amiga encarnada, caiu no mesmo padrão vibratório - aclarou o
instrutor. - Ela também
se devotou ao marido com egoísmo aviltante. ... A segunda mulher nunca
suportou,sem mágoa, o carinho do
genitor para com os órfãos de
mãe. ...
Em suas
preocupações doentias, Zulmira chegou a desejar a morte de uma das crianças.
...
Certa
manhã, custodiando os enteados, separou Evelina do irmão, permitindo ao petiz
mais ampla incursão nas águas.
O
objetivo foi atingido. Uma onda rápida surpreendeu o miúdo banhista,
arrojando-o ao fundo. Incapaz de reequilibrar-se, Júlio voltou cadaverizado à
superfície. ...
"-
O sentimento de culpa é sempre um colapso da consciência e, através dele,
sombrias forças se insinuam... Zulmira, pelo remorso destrutivo, tombou no
mesmo nível emocional de Odila e ambas
se digladiam, num
conflito de morte, inacessível aos olhos humanos comuns É
um caso em que a medicina terrestre não consegue interferência.
"-
A violência não ajuda. As duas se encontram ligadas uma à outra.
Separá-las à força
seria a dilaceração
de conseqüências imprevisíveis. A exasperação da mulher desencarnada
pesaria demasiado sobre os centros cerebrais de Zulmira e a lipotimia poderia
acarretar a paralisia ou mesmo a morte do corpo.
" -
Nada custa uma conversação de censura... - alegou meu companheiro, admirado.
- Sim, uma doutrinação pura e simples seria
cabível, contudo não podemos esquecer que a organização cerebral
da vítima permanece excessivamente martelada. Nossa intervenção no campo
espiritual de Odila deveres envolvente e
segura para evitar choques e contrachoques, que repercutiriam desastrosamente
sobre a outra. Nem doçura prejudicial, em energia contundente...
"-
Contamos em nossas relações com a irmã Clara. Rogaremos o concurso dela. Modificará
Odila com o
seu verbo coroado de luz,
inclinando-a ao serviço da conversão própria. Por agora, de nossa parte, somente
nos é possível
a dispensação de algum alívio e nada mais."
QUESTÕES
PARA ESTUDO
1.- Como
explicar o fato de Zulmira deixar-se entregar passivamente à ação da obsessora?
2.- Pelo
relato do Autor, Odila, a obsessora, sequer percebeu a presença dos benfeitores
espirituais. Por quê?
3.- Por
que o Ministro Clarêncio não permitiu que André Luiz e Hilário procedessem a
doutrinação de Odila, afirmando que "precisamos atuar na elaboração dos
pensamentos da infortunada irmã que tomou a iniciativa da perseguição"?
4.- O
que Clarêncio quis ensinar com a afirmação de que "... o sentimento de
culpa sempre um colapso da consciência e, através dele, sombrias forças se
insinuam ...."?
5.- Que
papel foi destinado à irmã Clara no auxílio ao trabalho de socorro espiritual?
Muita
paz a todos e bom estudo.
Conclusão:
CVDEE -
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www.cvdee.org.br
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Estudo
das obras de André Luiz
Livro em estudo: Entre a Terra e o Céu
Tema:
Obsessão
Referência:
Capítulo III
Dia:
17/01/02
C O
N C L
U S Ã O
Mais uma
vez nos defrontamos com o problema da obsessão. André Luiz nos traz mais um
caso vivenciado por ele e a equipe de benfeitores socorristas que integrava,
aproveitando o relato para transmitir, a cerca
do tema, importantes ensinamentos
que nos levarão a aprender a lidar com o problema e a forma de evitá-lo.
QUESTÕES
PROPOSTAS PARA ESTUDO
1.- Como explicar o fato de Zulmira deixar-se
entregar passivamente à ação da obsessora?
Como
vimos reiteradas vezes no estudo da obra anterior, a obsessão transita por uma
via de mão dupla e somente se instala quando as partes envolvidas se afinizam
através de pensamentos e sentimentos de baixa vibração. É como uma tomada plugada a uma fonte de
energia. No caso em questão, Zulmira, a obsidiada, deixou-se cair no mesmo
padrão vibratório de sua algoz. Impregnada pelo ciúme injustificado do marido,
tal qual a obsessora, ambas mergulharam nos mesmos fluidos deletérios, passando
a trocar as mesmas vibrações.
Como se
não bastasse esse fato, Zulmira ainda se encontrava atormentada pela culpa,
embora indireta, no acidente que causou a desencarnação de um dos filhos
do atual
marido e da
obsessora, pelo qual
sua consciência a condenava. Sua
sintonia espiritual era a pior possível, pois não demonstrava nenhum sinal que
indicasse desejo de mudança em seus
sentimentos nem de
arrependimento por seu
comportamento no episódio
que causou a desencarnação do menor.
2.- Pelo relato do Autor, Odila, a obsessora,
sequer percebeu a presença dos benfeitores espirituais. Por quê?
No mundo
espiritual, existe uma hierarquia irresistível, conforme os Espíritos
disseram a Kardec
na resposta à questão 274 do Livro dos Espíritos,
estabelecida com base na ascendência moral de cada um. O espírito que estava obsidiando
encontrava-se numa faixa de baixíssima vibração. Odila estava, ainda, muito
atrasada em sua evolução.
Ante espíritos
da elevação de Clarêncio e André Luiz, sequer tinha condições de vê-los, pois a
diferença da qualidade de suas sintonias era muito grande. A ascendência moral
dos dois benfeitores presentes sobre ela era tamanha que a impossibilitava de
sequer perceber suas presenças.
3.- Por
que o Ministro Clarêncio não permitiu que André Luiz e Hilário procedessem a
doutrinação de Odila, afirmando que "precisamos atuar na elaboração dos
pensamentos da infortunada irmã que tomou a iniciativa da perseguição"?
O
Ministro Clarêncio explicou que, como Odila infligia, já havia algum tempo, uma
grande tortura mental à
vítima, Zulmira se encontrava com sua organização cerebral fortemente
afetada. Como era possível uma reação da obsessora contra qualquer tipo de
doutrinação e como ambas se encontravam fortemente imantadas uma à outra, pela
identidade
de
sentimentos, um conflito entre Odila e os benfeitores repercutiria em Zulmira,
que, por estar extremamente fragilizada, poderia não suportar o embate. Por
essa razão, o Ministro desaconselhou a doutrinação naquele momento.
4.- O que Clarêncio quis ensinar com a
afirmação de que "...o sentimento de culpa é sempre um colapso da
consciência e, através dele, sombrias forças se insinuam...."?
O
sentimento de culpa fragiliza. Estando fragilizada pela condenação imposta por
sua consciência, Zulmira possibilitou que forças sombrias - no caso, Odila -
penetrasse em sua mente e lhe perpetrasse a tortura de que vinha sendo vítima, num
processo obsessivo que já lhe ocasionava males físicos. Quis, o benfeitor,
passar o ensinamento no sentido de que,
para evitar que caiamos nessa situação, devemos pautar nossas atitudes pelas
leis morais que a nossa consciência conhece, não praticando nenhum ato que
enseje por ela virmos ser condenados.
5.- Que
papel foi destinado à irmã Clara no auxílio ao trabalho de socorro
espiritual?
Conforme
explicou Clarêncio, nem sempre o emprego de atitudes enérgicas é o remédio
adequado para a cura de males espirituais como a obsessão. Muitas das vezes, o
amor funciona como um antídoto
muito mais poderoso
e eficiente.
Vimos
isso claramente no estudo da obra "Libertação", por ocasião da
transformação de Saldanha, então um implacável
e feroz
obsessor. Um ato de caridade praticado por Gúbio e André Luiz em socorro de seu
filho fê-lo direcionar toda sua energia para o trabalho no bem.
No caso
presente, o Ministro percebeu isso e optou por chamar irmã Clara, espírito
ainda mais elevado, que igualmente se dedicava ao trabalho de socorro
espiritual, para que, com sua preleção eivada do mais puro amor ao próximo,
levasse Odila a própria conversão. Ressalte-se a humildade de Clarêncio, que,
embora espírito de elevada evolução, reconheceu, humildemente, que ainda não
houvera conquistado para si um sentimento de amor suficiente para operar a
renovação do próximo.
Muita
paz a todos.
Sala
Nosso Lar
CVDEE
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