Centro
Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo - CVDEE
www.cvdee.org.br
- Sala Virtual de Estudos Nosso Lar
Estudo
das obras de André Luiz
Livro em
estudo: Entre a Terra e o Céu
Tema:
Consciência em Desequilíbrio
Referência:
Capítulo VII
Dia:
21/02/02
Trecho
do Capítulo
(...)
Agora, conseguíamos
reparar o ancião desencarnado com mais atenção. Conservando integrais
remanescentes da vida física, abatido e trêmulo, parecia inquieto, dementado...
Tentávamos
debalde uma aproximação
Não nos
via.
Lembrei
meu companheiro que poderíamos densificar o nosso veículo, pela concentração da
vontade, e apressamo-nos na providência.
Em
momentos breves, fornecendo a impressão de recém-chegados, atraímos-lhe o interesse.
O velhinho
precipitou-se para nós, exclamando:
_ São
oficiais ou praças? Estão pró ou contra?
Aquele
olhar esgazeado era efetivamente o de um louco.
(...)
_ Quem
trouxe aqui a idéia de perdoar? Em que ponto situaria na questão? Devo perdoar
ou ser perdoado? Não entendo a necessidade de discussão em torno do assunto
como esse entre fraca mulher e três crianças... Comentários dessa natureza
devem ser reservados para pessoas aflitas como eu, que trazem um vulcão no
centro do crânio...
(...)
Depois
de passar as mãos pelo rosto, enxugando as lágrimas, continuou:
_ Ó
senhores, por quem são! ... Ainda mesmo que o meu erro fosse tão clamoroso assim,.
Tanto tempo de convívio com este monstro a fitar-me, imperturbável, não
bastaria à expiação que me compete ao resgate? Se eu confessasse o crime e me
demorasse por menos tempo no cárcere, não estaria redimido, diante dos tribunais?
(...)
_
Acalme-se, meu irmão! Quem de nós não terá desacertado no caminho da vida? Sua
dor não é única... Também nós trazemos o espírito pejado de aflitivas
recordações. As lágrimas de desesperação desajudam a alma...
(...)
Quando o
infortunado ancião procurava abraçar-me, Clarêncio chegou, guiando a outra
pupila que nos acompanharia na excursão.
Simpática
e humilde, após cumprimentar-nos, manteve-se a distância. O mentor, num átimo,
compreendeu o que se passava. Vimo-lo concentrar-se por momentos,
densificando-se para auxiliar com mais presteza.
Saudado
pelo velhinho, afagou-lhe a fronte e avisou-nos:
_ Permanece
dementado. A mente dele fixou-se em recordações que o obsecam.
(...)
_ Que
procura, meu irmão?
_ Venho
suplicar o socorro de Antonina, minha neta. É a única pessoa que se lembra de
mim com amor... Dentre os numerosos membros de minha família, só ela me oferece
asilo na oração...
(...)
_ Temos
aqui nosso irmão Leonardo Pires, desencarnado há cerca de vinte anos (...)
Desencarna , valentudinário; todavia, no leito de morte, reconhece que a
lembrança do crime lhe castiga o mundo interior... Olvida quase todos os demais
episódios da existência para centralizar-se apenas nesse (...)
Comentário:
Neste capítulo há a narração sobre o
episódio de Leonardo Pires, o qual, face a questões da paixão do corpo físico,
mata companheiro de exercito por causa
de uma mulher, a qual depois ele abandona e casa-se com outra. Ao final da
vida, no leito de morte, ao recordar-se da existência fixa sua mente apenas no
crime que cometeu.
QUESTÕES
INICIAIS PARA ESTUDO:
01) O
que é fixação mental? Qual seu efeito?
02) Como
compreender a assertiva de Al: "As lágrimas de desesperação desajudam a
alma..."?
03) O
idoso dementado afirma que: "Venho
suplicar o socorro de Antonina, minha neta. É a única pessoa que se lembra de
mim com amor... Dentre os numerosos membros de minha família, só ela me oferece
asilo na oração..." ; diante dessa afirmativa o que podemos concluir com
relação `a oração e qual sua importância para encarnados e desencarnados?
Conclusão:
Centro
Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo - CVDEE
www.cvdee.org.br
- Sala Virtual de Estudos Nosso Lar
Estudo
das obras de André Luiz
Livro em estudo: Entre a Terra e o Céu
Tema: Consciência
em Desequilíbrio
Referência:
Capítulo VII
Dia:
21/02/02
C O N
C L U
S Ã O
Chegando
ao lar de Antonina, a equipe de benfeitores espirituais dirigida por Clarêncio
deparou-se com a presença de um desencarnado,
que mantinha a
aparência de pessoa idosa
e que se
encontrava em grave
estado de perturbação, chegando,
mesmo, à demência. O idoso fixara seu psiquismo em um crime praticado em sua
última encarnação, na qual assassinara um companheiro, que interferira em seu
relacionamento amoroso. André Luiz nos narra, então, como se deu o início do
socorro àquele enfermo espiritual, proporcionando-nos o estudo de importantes questões.
QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO
1.- O
que é fixação mental? Qual o seu efeito?
Fixação
mental, como a própria expressão dá a entender, é a atitude adotada pelo
espírito que o leva a deter o seu psiquismo
em determinado ato do passado, em geral ofensivo a outrem. Quando isso ocorre,
o espírito abstrai-se de tudo o mais acontecido em sua existência para viver
unicamente em função desse fato. É o resultado do julgamento realizado pelo
verdadeiro e único juiz das nossas ações: a nossa consciência.
Quando o
espírito se encontra nessa situação, a presença da vítima é constante em seu
pensamento, com o ato praticado aparecendo com freqüência em sua tela mental. É
inevitável a visita da dor e do conseqüente
sofrimento, resultado da ação da lei de causa e efeito.
2.- Como
compreender a assertiva de André Luiz: "As lágrimas de desesperação
desajudam a alma..."?
André
Luiz quis explicar ao ancião em estado de demência que o desespero em que
se encontrava apenas
fazia prejudicá-lo em sua recuperação. Sua consciência o acusava
implacavelmente e ele não conseguia se abstrair do ato criminoso. Temos, aqui,
uma questão importante envolvendo ainda o tema perdão, que foi objeto de estudo
anterior:
é a
questão do auto-perdão. O episódio nos ensina que a importância do perdão não
se restringe apenas a outrem. É igualmente importante saber auto-perdoar-se. O
idoso em questão não se perdoava e, com isso, dava ensejo
a um verdadeiro processo de
auto-obsessão, sentindo-se permanentemente acusado pelo crime praticado.
3.- O idoso dementado afirma que: "Venho suplicar o socorro de
Antonina, minha neta.
É a única
pessoa que se lembra de mim com amor... Dentre os
numerosos membros de minha família, só ela me oferece asilo
na oração...".
Diante
dessa afirmativa o que podemos concluir com relação à oração e qual sua
importância para encarnados
e desencarnados?
A prece
é um dos modos de nos comunicarmos com o plano espiritual superior. Devemos nos
valer desse remédio para pedir, por nós ou por outros, para agradecer pelo que
já recebemos ou estamos recebendo e
para louvar a
sabedoria, bondade e poder de Deus, manifestando-lhe nossa gratidão,
admiração e confiança. Não derroga
nenhuma das leis divinas, mas pode acioná-las em nosso
favor. Ao orar, usamos a capacidade de agir e pensar que Deus nos
concede.
Se
obtivermos resultado favorável, é porque o que havíamos pedido era possível,
faltando apenas que movimentássemos nossas forças nesse sentido, o que fizemos
com a oração.
As
irradiações do nosso pensamento e sentimento são propagadas pelo fluido
universal, indo atingir seres, encarnados ou não, formando-se uma corrente fluídica. Através da prece, captamos pensamentos e energias
reconfortantes, fortalecedoras e atraímos bons espíritos, que nos
ajudarão, dando-nos forças para enfrentarmos nossas provas.
AINDA
SOBRE O CULTO DO EVANGELHO NO LAR
Tema
abordado no capítulo anterior, o culto do evangelho no lar suscitou alguns
questionamentos dos participantes durante o estudo da semana.
Três
aspectos parecem ter dominado esses questionamentos:
a) seria
correto falar-se em culto, quando sabemos que o Espiritismo não adota cultos
externos?;
b) pode-se realizar o culto do evangelho no
lar a sós? E
c) como fazê-lo?
Realmente,
o termo culto sofre algumas restrições por parte de conceituados autores e expositores
espíritas, pelo fato de a Doutrina não admitir outra forma de culto que não
seja o culto interior. Kardec abre
a Introdução do
Livro dos Espíritos preceituando
que "para se designarem coisas novas são precisos termos novos. Assim o
exige a clareza da linguagem, para evitar a confusão inerente à variedade de
sentido das mesmas palavras."
Estabeleceu, assim, um princípio a ser seguido pelos estudiosos
da Doutrina que surgia. Desse modo, para se evitar qualquer tipo de idéia que confunda
essa prática com a prática de cultos, podemos nos utilizar da expressão "Estudo
do Evangelho no
Lar", preferida por muitos. Isso, no entanto, é questão de menor
importância. O que de fato importa é a reunião familiar em torno do Evangelho.
Sobre o
segundo questionamento, é fora de dúvida que se pode realizar a reunião aparentemente
a sós. Nunca estaremos sós. A prática dessa reunião
de estudo transforma nosso lar num posto de socorro espiritual, que passa a ser
assistido pela espiritualidade superior. Muitos desencarnados são trazidos para
participarem do culto, que funciona como verdadeira reunião de doutrinação de
espíritos sofredores, como temos visto nos exemplos narrados por André Luiz.
Espíritos amigos comparecem para magnetizarem a água e nos inspirar nos estudos.
Na realidade, portanto, nunca estaremos sós.
Quanto
ao modo de fazê-lo, não há normas rígidas. Podemos abrir a reunião com uma
prece, ler uma página que nos eleve espiritualmente (de Emmanuel ou Joanna de
Angelis, por exemplo) e, em seguida, fazer um estudo de algum trecho do
Evangelho, com leitura do texto e comentários. Concluindo, façamos uma prece de
agradecimento pelo comparecimento dos benfeitores e pela oportunidade de fazer
a reunião. Podemos, também, colocar um
recipiente com água para ser magnetizada e sorvida ao final.
Muita
paz a todos.
Sala
Nosso Lar
CVDEE
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