Trechos
do Capítulo:
"Hilário,
aderindo à renovação da palestra, indagou da irmã Blandina se ela era a
dirigente do parque em que nos achávamos, ao que ela informou, com humildade:
_ Não me
atribua tamanho crédito. Tenho tarefas variadas aqui e alhures, entretanto, sou
mera servidora. O nosso educandário guarda mais de duas mil crianças, mas, sob
os meus cuidados, permanecem apenas doze. Somos um grande conjunto de lares,
nos quais muitas almas femininas se reajustam para a venerável missão da maternidade
e conosco multidões de meninos encontram abrigo para o desenvolvimento que lhes
é necessário, salientando-se que quase todos se destinam ao retorno à Terra
para a reintegração no aprendizado que lhes compete.
_ E a
direção central? - inquiriu meu colega, esmiuçador.
_ Não
reside aqui. O parque é uma das várias dependências de vasto estabelecimento de
assistência e educação, do qual somos hoje tutelados.
No
fundo, nossa casa é larga escola, dotada com todos os recursos indispensáveis ao
nosso aproveitamento. Os melhores processos de habilitação espiritual funcionam
conosco, em benefício dos que vão renascer na carne e dos que se dirigirão,
mais tardem às Esferas
Superiores.
_ Mas
possuem aqui até mesmo os cursos primários de alfabetização?
_ Como
não? - falou nossa jovem amiga - precisamos movimentar todas as medidas de
despertamento espiritual ao nosso alcance. A cultura intelectual pode não se
condição básica de nossa felicidade, no entanto, é imperativo de
engrandecimento de nossa alma. Quem não sabe ler, não sabe ver como deve.
E
sorrindo, acrescentou:
_ A
evolução, a competência, o aprimoramento e a sublimação resultam do trabalho
incessante. Quanto mais se nos avulta o conhecimento, mais nos sentimos
distanciados do repouso. A inércia opera a coagulação de nossas forças mentais,
nos planos mais baixos da vida. O Serviço é a nossa bênção.
(...)
_ Quanto
a mim (...), entretanto, minha tarefa pessoal mais importante se verifica num
templo católico, a que me vinculei profundamente, quando de minha última
reencarnação.
(...)
_ Não
estranhem. Partilho com Blandina o estudo das leis divinas para renovar-me em
espírito, com vistas ao grande futuro, mas o amor que ainda trago por velhos
companheiros de luta humana constrange-me a larga demora, em serviço de
cooperação, na antiga “casa" de fé religiosa a que me afeiçoei.
_ Aliás
- ponderou o Ministro, sensato -, o auxílio divino é como o Sol, irradiando-se
para todos. As instituições e as almas que se voltam para o Pai Celestial
recebem o suprimento de recursos de que necessitam, segundo as possibilidades
de recepção que demonstrem.
(...)
_ Pelo
pensamento (...) A intuição beneficia em
toda parte, e, quanto mais alto é o teor de qualidades nobres na criatura, mais
ampla é a zona lúcida de que se serve para registrar o socorro espiritual.
(...) E a preocupação de riqueza e pompa, quase sempre mantida pelo sacerdócio
nos ofícios, inutiliza por vezes os nossos melhores esforços, porque, enquanto
a atenção da alma se prende a exterioridades, as forças contrárias ao bem e à
luz encontram facilidades positivas para a cultura do fanatismo e da discórdia.
Ainda assim, superando tais obstáculos é sempre possível algo fazer em
benefício do próximo.
(...)
_ Meu
amigo, entre cooperar e aprovar, há sensível diferença. A sociedade ajuda a
criança sem infantilizar-se. As igrejas nascidas do Cristianismo caminham para
grande renovação. O progresso assim exige. (...) Entretanto, cabe-nos considerar
as religiões que envelhecem como frutos fortemente amadurecidos. A polpa
alterada pelo tempo deve ser colocada à margem, contudo, as sementes são
indispensáveis à produção do futuro. Auxilie-mos as igrejas antigas, em vez de
acusá-las. Todos somos filhos do Pai Celestial e onde houver o mínimo gérmen de
Cristianismo aí surgirão recursos de recuperação do homem e da coletividade
para o Cristo, Nosso Senhor.
(...)
"
Questões
sugeridas para início do estudo:
01) ante
a seguinte assertiva:
"Somos
um grande conjunto de lares, nos quais muitas almas femininas se reajustam para
a venerável missão da maternidade (...)"
Como podemos compreender a missão da
maternidade?
02) Poderíamos
comparar o parque a que se refere o capítulo a um Centro Espírita? Por quê?
03) Qual
o entendimento quanto à seguinte assertiva: "Os melhores processos de
habilitação espiritual funcionam conosco, em benefício dos que vão renascer na
carne e dos que se dirigirão, mais tardem às Esferas Superiores."
04) Comentar
as seguintes assertivas:
04a)
"A cultura intelectual pode não se condição básica de nossa felicidade, no
entanto, é imperativo de engrandecimento de nossa alma.
Quem não
sabe ler, não sabe ver como deve."
04b)
"A evolução, a competência, o aprimoramento e a sublimação resultam do
trabalho incessante. Quanto mais se nos avulta o conhecimento, mais nos sentimos
distanciados do repouso. A inércia opera a coagulação de nossas forças mentais,
nos planos mais baixos da vida. O Serviço é a nossa bênção.
04c)
"o auxílio divino é como o Sol, irradiando-se para todos. As instituições
e as almas que se voltam para o Pai Celestial recebem o suprimento de recursos
de que necessitam, segundo as possibilidades de recepção que demonstrem.
05) Qual
o ensinamento que nos traz AL sobre a nos posicionar quanto às demais
religiões? Por que?
06) Qual o ensinamento que o capítulo deixou para
vc?
Conclusão:
Prosseguindo
a conversa com Blandina e Mariana, trabalhadoras do "Lar da Bênção",
André Luiz, Clarêncio e Hilário ouviram elucidações sobre o tipo de trabalho
prestado por aquela Instituição a espíritos necessitados que lá se encontram
internados. Como Mariana professava credo religioso diferente dos demais presentes,
os benfeitores conversaram sobre a prática religiosa e seus diversos segmentos,
resultando da conversa
valiosos ensinamentos a respeito.
QUESTÕES
PROPOSTAS PARA ESTUDO
1) Ante
a seguinte assertiva: “Somos um grande conjunto de lares, nos quais muitas
almas femininas se reajustam para a venerável missão da maternidade (...)”.
Como podemos compreender a missão da maternidade?
Na
questão 582 do Livro dos Espíritos, os Espíritos consideram a paternidade (aqui
entendida em sentido amplo - paternidade e maternidade) uma verdadeira missão.
Ao receber como filho um espírito que está retornando às lides da carne para
prosseguir sua evolução, os pais assumem responsabilidade quanto ao seu futuro.
A eles cabe dirigir o filho na senda do bem, contribuindo para a aquisição dos
valores morais que caracterizam o homem de bem. Para tanto, Deus dotou-lhe, na
fase da infância, de uma organização física débil e delicada, tornando-o
propício a receber o ensinamento indispensável à aquisição daqueles valores.
2)
Poderíamos comparar o parque a que se refere o capítulo a um Centro Espírita?
Por quê?
Se
considerarmos a casa espírita um local cujo objetivo é o aprendizado e
tratamento espiritual, o parque visitado por André Luiz e os demais benfeitores
pode ser como tal caracterizado. Vemos, pelo relato do Autor espiritual, que os
espíritos que lá se encontram internados recebem ensinamentos morais e culturais,
com o objetivo de impulsioná-los ao aprimoramento intelectual e moral. Outra
não deve ser a finalidade dos centro espíritas existentes no
plano material.
3) Qual
o entendimento quanto à seguinte assertiva: “Os melhores processos de
habilitação espiritual funcionam conosco, em benefício dos que vão
renascer na carne e dos que se dirigirão, mais tarde, às Esferas Superiores.”?
A
benfeitora destacou o objetivo da instituição de preparar espíritos que irão
retornar à experiência carnal e os que serão dirigidos a esferas superiores.
Para atingir esse fim, ressaltou que a instituição se utiliza do que denominou "os
melhores processos de habilitação espiritual", ressaltando a capacitação
do Parque para esse trabalho.
4) Comentar
as seguintes assertivas:
4-a)
“A cultura intelectual
pode não ser
condição básica de
nossa felicidade, no
entanto, é imperativo
de engrandecimento de nossa alma. Quem não sabe ler, não sabe ver como
deve.”
Os
Espíritos ensinam que o progresso do homem tem duas vertentes: intelectual e moral. Cumpre aos espíritos progredirem nesses dois
sentidos. Quis, portanto, a benfeitora, dizer que o progresso intelectual,
embora por si só não baste para que se atinja a felicidade, sendo um dos
pilares desta, é um imperativo para o engrandecimento do espírito. O progresso
intelectual, geralmente, vem à frente do moral
e o impulsiona.
Através dele, o homem compreende o bem e o mal, possibilitando-lhe o
desenvolvimento do livre-arbítrio para escolher entre um e outro.
4-b) “A
evolução, a competência, o aprimoramento e a sublimação resultam do trabalho
incessante. Quanto mais se nos avulta o conhecimento, mais nos sentimos
distanciados do repouso. A inércia opera
a coagulação de
nossas forças mentais, nos planos mais baixos da vida. O Serviço é a
nossa bênção."
A
inércia pode ser considerada uma doença do espírito, paralisando o
desenvolvimento de sua força mental e não permitindo a elevação do pensamento.
Como conseqüência, o espírito se sintoniza com outros de baixa vibração, ficando
preso aos planos mais baixos da existência. O antídoto para esse mal é o
trabalho no bem, como disse a benfeitora Blandina.
4-c) “o
auxílio divino é como o Sol, irradiando-se para todos. As instituições e as
almas que se voltam
para o Pai Celestial recebem o suprimento de recursos
de que necessitam,
segundo as possibilidades de
recepção que demonstrem."
Deus não
faz distinção entre seus filhos. Todos podem receber suas irradiações amorosas.
Basta proceder conforme o seu código moral, instituído para nortear a nossa
existência. Principalmente, a Lei de Adoração, que nos ensina a necessidade do
nos mantermos ligados ao Criador. No entanto, para que sejamos merecedores da bondade
divina, é preciso que façamos a nossa parte, o que definirá as nossas
possibilidades de recepção.
Ou, como ensinou o Cristo:
"a cada um segundo as suas obras".
5) Qual
o ensinamento que nos traz André Luiz sobre a nos posicionar quanto às demais
religiões? Por quê?
A benfeitora
Mariana ensina a tolerância religiosa.
Embora representem um Cristianismo
distorcido, devemos compreender e
amar os irmãos que se dedicam à pratica das religiões tradicionais que ainda
mantenham um gérmen do ensinamento do Cristo. Com todas as distorções que
apresentam e que com os esclarecimentos do Espiritismo aprendemos a não mais
aceitar, todos somos filhos de Deus e, desde que a chama da doutrina de Jesus seja
mantida acesa, esses irmãos também receberão do Alto o auxílio que necessitam
para suportarem suas provações.
6) Qual
o ensinamento que o capítulo deixou para você?
Toda a
obra de André Luiz é rica em ensinamentos. Há sempre muito o que destacar de
seus textos. Deste capítulo em estudo,
mesmo, muito podemos retirar. Destacaremos, entretanto, a questão da crença religiosa. Conforme os benfeitores nos passam, o
importante, o que de fato nos fará alcançar o
reino de Deus
prometido por Jesus
é a comunhão com o Criador. É
praticarmos a lei de justiça, de amor e de caridade, a mais preciosa das Leis Morais,
independentemente de credo religioso. As diversas denominações religiosas que
conhecemos são resultado das nossas imperfeições, que ainda nos faz dependentes
de uma religião para nos religar ao Criador. Dia virá, contudo, em que a
humanidade evoluirá e, atingindo a perfeição relativa possível, não mais
precisará de religião para se ligar ao Pai.
A
ligação com o Criador se fará diretamente, como Jesus o faz. Haverá um só
rebanho e um só pastor, desaparecendo todas as facções religiosas hoje
existentes.
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