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quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

Nl04 17 Assistência Fraternal - Livro em estudo: Libertação

Nl04 17 Assistência Fraternal  

Caros irmãos,
Vamos estudar mais um capitulo do livro Libertação, pedindo a Jesus que ilumine nossos pensamentos para que possamos absorver o melhor possível os ensinamentos desse querido irmão, André Luiz, neste trabalho, em parceria ao nosso Chico Xavier, de amor e caridade.

Livro em estudo: Libertação
Tema: Assistência fraternal
Referência: Capítulo XVII

TEXTO PARA O ESTUDO
No segundo dia de serviço espiritual definitivo na carga de socorro a Margarida, nossa movimentação aureolava-se de sublime entusiasmo no santuário doméstico, que novamente se revestia das doces claridades da paz.
A casa transformou-se.
........
Enquanto apresentávamos a defensiva, o jovem casal louvava a alegria que lhes retornara aos corações.
De nosso lado, porém, as responsabilidades passaram a crescer.
.....
O prédio como que se reconciliava com a harmonia.
As medidas referentes à limpeza perseguiam adiantadas, quando vozes ásperas se fizeram ouvir, partidas da via pública.
Elementos da falange gregoriana gritavam por Saldanha, que compareceu, junto de nós, desapontado e algo aflito. Nosso Instrutor paternalmente lhe recomendou:
Vai, meu amigo, e mostra-lhes o novo rumo. Tem coragem e resiste ao venenoso fluido da cólera. Usa a serenidade e a delicadeza.
(.......)
Saldanha estampou na fisionomia perceptível gesto de reconhecimento e avançou na direção dos recém-chegados.
Uma das entidades de horrível semblante, de mãos à cintura, gritou-lhe, irreverente:
- Então? Que houve aqui? Traindo o comando?
O interpelado, que os últimos sucessos haviam alterado profundamente, respondeu humilde, mas firme:
- Meus compromissos foram assumidos a própria consciência e acredito dispor do direito de escolher a minha rota.
- Ah! - disse o outro, sarcástico - tens agora o direito... Veremos...
E tentando insinuar-se de maneira direta, clamou:
- Deixa-nos entrar!
- Não posso - esclareceu o ex-perseguidor -, a casa segue noutra direção.
O interlocutor lançou-lhe um olhar de revolta insofreável e indagou estentórico:
- Onde tens a cabeça?
- No lugar próprio.
- Não temes, porventura, as consequências do gesto impensado?
- Nada tenho a penitenciar-me.
O visitante fez carantonha de irritação extrema e aduziu:
- Gregório saberá.
E retirou-se acompanhado pelos demais.
Transcorridos alguns instantes, outros elementos assomaram à entrada, assustadiços e insolentes, com a repetição dos mesmos quadros.
Em breve, cenas diversas passaram a desdobrar-se.
Gúbio colocou sinais luminosos nas janelas, indicado a nova posição daquele abrigo doméstico, opondo-se às manchas de sombra que provinham dali; e, naturalmente atraídos por eles, Espíritos sofredores e perseguidos, mas bem intencionados, apareceram em grande número.
A primeira entidade a aproximar-se foi uma senhora que se ajoelhou à entrada, suplicando:
- Benfeitores de Cima que vos congregastes nesta casa, em serviço de luz, livrai-me da aflição!... Piedade! Piedade!...
Nosso Instrutor atendeu-a, imediatamente, permitindo-lhe a passagem. E, no pátio ao lado, contou em prato que se mantinha, há muito tempo, num edifício próximo, segregada por verdugos impassíveis que lhe exploravam antigas disposições mórbidas para o vício. Achava-se , porém, cansada do erro e suspirava por mudanças benéfica. Penitenciava-se. Pretendia outra vida, outro rumo. Implorava asilo e socorro.
(...)
Logos após, surgiram dois velhos rogando pousada. Ambos haviam desencarnado em extrema indigência num hospital. Revelavam-se possuídos de imenso terror. Não se conformava com a morte. Temiam o desconhecido e mendigavam elucidações. Padeciam de verdadeira loucura.
Curiosa dama compareceu pedindo providências contra Espíritos pervertidos e perturbadores que, em grande bloco, lhe não permitiam aproximar-se do filho, instigando-o à embriaguez.
A corrente de pedintes, contudo, não ficou aí.
Tive a idéia de que a missão de Gúbio se convertera, de repente, numa avançada instituição de pronto-socorro espiritual.
(...)
Enfileirando os sofredores de intenções nobres e retas que nos alcançavam, no vasto recinto de que dispúnhamos, nosso Instrutor recomendou que eu e Eloi nos colocássemos à disposição deles, ouvindo-os com paciência e prestando-lhes a assistência possível, a fim de se prepararem mentalmente para as orações da noite.
(...)
Muitas entidades em desequilíbrio, lá fora, reclamavam acesso, pronunciando rogativas comovedoras; todavia, o nosso orientador aconselhara fosse a entrada privativa dos Espíritos que se mostrassem conscientes das próprias necessidades.
De há muito aprendera que uma dor maior sempre consola uma dor menor e limitava-me a pronunciar frases curtas, para que os infelizes, ali congregados, encontrassem reconforto, uns com os outros, sem necessidade de doutrinação de minha parte.
Conduzindo-me desse modo, pedi a uma das irmãs presentes, em deplorável condições perispirítica, expor-nos, por gentileza, a experiência de que fora objeto.
A infortunada concentrou a atenção de todos em virtude das feridas extensas que mostrava no semblante.
- Ai de mim! Começou, penosamente - ai de mi, a quem a paixão cegou e venceu transportando-me ao suicídio!
(...)
Estou cansada e vencida...
_ convença-se de que receberá os recursos que pleiteia, por intermédio da prece  - esclareci, prometendo-lhe a colaboração eficiente de Gúbio.
A pobrezinha sentou-se, mais calma, e reparando que um dos irmãos presentes buscava salientar-se no intuito de relatar-nos a experiência de que era vítima, roguei atenção, em torno das palavras que pronunciaria.
Fitei-o, vigilante, e notei-lhe o singular brilho dos olhos. Parecia alucinado, abatido.
Com expressão típica da loucura cronicificada, falou aflito:
- Permite-me indagar?
- Perfeitamente - respondi surpreso.
- Que é o pensamento?
(...)
O pensamento é, sem dúvida, força criadora de nossa própria alma e, por isso mesmo, é a continuação de nós mesmos. Através dele, atuamos no meio em que vivemos e agimos, estabelecendo o padrão de nossa influência, no bem ou no mal.
- Ah! - fez o estranho cavalheiro, um tanto atormentado - a explicação significa que as nossas idéias exteriorizadas criam imagens, tão vivas quanto desejamos?
- Indiscutivelmente.
- Que fazer, então, para destruir nossas próprias obras, quando interferimos, erroneamente, na vida mental dos outros?
- Auxilie-nos a apreciar seu caso, contando-nos alguma de sua experiência - pedi com interesse fraternal.
(...)
- Fui homem de letras, mas nunca me interessei pelo lado sério da vida. Cultivava o chiste malicioso e com ele o gosto pela volúpia, entendendo minhas criações à mocidade de meus dias... Compreendi que me achava em ligação, desde a existência terrestre, com enorme quadrilha de Espíritos perversos e galhofeiros que me tomavam por aparelho invigilante de suas manifestações indesejáveis...
Acontece, porém que, abrindo meus olhos à verdade, na esfera em que hoje respiramos, em vão busco adaptar-me a processos mais nobres da vida...
...
Tenho vivido ao léu, qual alienado mental que ninguém compreende! Como entender, porém, os pesadelos que me possuem? Somos o domicilio vivo dos pensamentos que geramos ou as nossas idéias são pontos de apoio e manifestação dos Espíritos bons ou mais que sintonizam?
O infeliz deixou de falar, titubeante. Demonstrava-se atormentado por energias estranhas ao próprio campo íntimo, apaermado e trêmulo à nossa vista. Fitou em mim os olhos esgazeados de esquisito terror e, correndo aos meus braços, bradou:
- Ei-lo! Ei-lo que chega por dentro de mim... É uma das minhas personagens na literatura fescenina! Ai de mim! Acusa-me! Gargalha irônica e tem as mãos crispadas! Vai enforcar-me!...
Alçando a destra à garganta, denunciava aflito:
- Serei assassinado! Socorro! Socorro!...
(...)
O pobre beletrista desencarnado contorcia-se em meus braços, sem que eu pudesse socorrer-lhe a mente transviada e ferida.
Cautelosamente, enviei um emissário a Gúbio, que compareceu, em alguns segundos.
Examinou o caso e pediu a presença de Leôncio, o ex-hipnotizador de Margarida. À frente do recém-chegado, indicou-lhe o doente em crise e falou peremptório, mas bondoso:
- Opera, aliviando.
- Eu? Eu? - falou o convertido, semi-apalermado - merecerei a graça de transmitir alívio?
Gubio, no entanto, obtemperou, sem hesitar:
- Serviço construtivo e atividade destrutiva constituem problema de direção. A corrente líquida devastadora, que derruba e mata, pode sustentar uma usina de força edificante. Em verdade, meu amigo, todos somos devedores, enquanto nos situamos nas linhas do mal. É imperioso reconhecer, contudo, que o bem é a nossa porta redentora. O maior criminoso pode abreviar longos anos de pena, entregando-se ao resgate próprio, através do serviço benemérito aos semelhantes.
(...)
Leôncio não mais vacilou.
Magnetizou o enfermo dementado que, poucos minutos depois, silenciou, em profundo repouso.
Desde esse instante, o ex-perseguidor não mais me abandonou nas experiências do dia, desempenhando as funções de excelente companheiro.
(...)
Ao entardecer, a conformação e o contentamento reinavam em todos os rostos. Nosso Instrutor prometera conduzir os companheiros de boa vontade a esfera elevada, garantindo-lhes a passagem para a condição superior, e doce júbilo transparecia de todos os olhares.
Na exaltação da fé a confiança que nos dominavam, simpática senhora pediu-me permissão para cantar um hino evangélico, ao que anuí, prazeroso, e era de ver a beleza da melodia desferida em notas de maravilhoso encantamento.
... Aos últimos versos do cântico de esperança, jovem dama, de triste fisionomia, avançou para mi e disse, em voz súplice:
- Meu amigo, de hoje em diante adotarei novo rumo. Sinto, neste cenáculo de fraternidade, que o mal nos afundará invariavelmente nas trevas.
Fixou os olhos lacrimosos nos meus e rogou, depois de comovente intervalo:
- Promete-me, porém, a benção do olvido na "esfera do recomeço" Fui mãe de dois filhos, tão belos e tão puros como duas estrelas, mas a morte me arrebatou muito cedo do lar... Meu marido, em seis meses, esqueceu as promessas de muitos anos e entregou-me os dois anjos à madrasta sem entranhas, que cruelmente os amesquinha... Há vinte meses luto contra ela, tomada de incoercível revolta; todavia, estou entediada do ódio que me constringe o coração! Preciso renovar-me para o bem, a fim de ser mais útil. Entretanto, meu amigo, tenho sede de esquecimento. Ajuda-me por piedade! Prende-me em algum lugar, onde minhas recordações amargas possam tranquilamente morrer.
(...)
As rogativas e lágrimas daquela mulher acordaram-me a lembrança viva do próprio passado.
Eu também sofrera intensivamente para desvencilhar-me dos laços inferiores da carne. Sensibilizado, nela enxerguei uma irmã pelo coração e que me cumpria esclarecer e amparar.
Abracei-a, comovido, como se fizesse a uma filha, chorando por minha vez. E refletindo nas dificuldades de quantos empreendem a reveladora viagem da morte, sem bases de verdadeiro amor e de legítimo entendimento nos corações que permanecem à retaguarda, exclamei:
- Sim, farei tudo quanto estiver em minhas forças para auxiliar-te. Fixa-te em Jesus e doce esquecimento do perturbado campo terrestre te balsamizará o espírito, preparando-te para o vôo às torres celestes. Serei teu amigo e desvelado irmão.
Ela abraçou-me, confiante, como a criancinha quando se sente segura e feliz.

QUESTÕES INICIAIS PARA O ESTUDO

1 - Como Saldanha provou a mudança no seu espírito?

2 - Houve uma grande transformação na casa de Margarida. Consequentemente, também houve uma mudança de sintonia. No mundo espiritual, que mudança ocasionou?

3 - André Luiz, entre outros irmãos sofredores, acolheu um espírito que tinha sido um homem de letras e que estava sofrendo pelo que tinha escrito, principalmente com suas personagens. Usou seu dom a serviço de impressionar, destrutivamente seus leitores juvenis.
Até nossos dias, presenciamos muitos escritores trabalhando dessa forma. Qual a melhor forma para defender nossos filhos desses trabalhos espalhados pelos mais variados tipos de comunicação?  

4 - Esse mesmo letrista foi socorrido, a pedido de Gúbio, por Leôncio, ex-hipnotizador de Margarida. Por que  razão ele foi  o escolhido?

5 - Qual foi a "grande" instrução dada por Gúbio?

6 - Por que a dama suicida solicitava a Andre Luiz a benção do olvido na "esfera do recomeço"?  

Conclusão:

Com a transformação moral a que se submeteram seus principais algozes e com a mudança da sintonia que agora Margarida freqüentava, sua residência também passou por uma sensível melhora das vibrações nela predominantes. Do que antes era apenas sombra, passou a emanar uma luz que indicava a nova situação do local. Com isso, entidades do plano espiritual, que enfrentavam sofrimentos e perturbações, algumas vítimas de seus erros passados, aos quais ainda se mantinham vinculadas, outras que eram subjugadas por algozes impiedosos, passaram a procurar o local em busca de auxílio. O que antes era uma amostra das trevas passou à condição de pronto-socorro espiritual, onde aqueles infelizes foram atendidos pela equipe de benfeitores.                              

QUESTÕES PROPOSTAS PARA ESTUDO

1 - Como Saldanha provou a mudança no seu espírito?
Saldanha, o antigo dirigente das entidades obsessoras e agora trabalhando em sentido oposto, a serviço do bem, provou que realmente  mudara  radicalmente  sua  maneira  de  pensar  e  agir  ao  responder  com tranqüilidade, firmeza e equilíbrio à interpelação que lhe dirigiu um espírito ainda entregue às falanges do  mal.
Não se deixando levar pelas provocações e impropérios que lhe foram dirigidos, Saldanha deixou  patente que a mudança que deixara opera em si era sincera e não tinha volta. Repeliu energicamente as provocações, mas manteve a serenidade característica daqueles que trazem tranqüila a consciência.

2- Houve uma grande transformação na casa de Margarida. Conseqüentemente, também houve uma mudança de sintonia. No mundo espiritual, que mudança ocasionou?
Mudando a sintonia vibratória da casa em direção diametralmente oposta à que até então predominava, o instrutor Gúbio colocou nas janelas do imóvel sinais luminosos indicando a nova situação.  Perante o mundo espiritual, o lar de Margarida passou a ser visto como um local de pronto-socorro espiritual, para onde passaram a acorrer um elevado número de desencarnados que se encontravam em acentuado estado  de  perturbação  e sofrimento, todos em busca de auxílio dos benfeitores.

3 - André Luiz, entre outros irmãos sofredores, acolheu um espírito que tinha sido um homem  de  letras  e  que estava sofrendo pelo que tinha escrito, principalmente  com  suas  personagens.  Usou seu dom a serviço de impressionar, destrutivamente seus leitores juvenis. Até nossos dias, presenciamos muitos escritores trabalhando dessa forma. Qual a melhor forma para defender nossos filhos desses trabalhos espalhados pelos mais variados tipos de comunicação?
Realmente, hoje, talvez até com maior intensidade do que à época em que se  passaram  os  fatos  narrados nessa obra, as produções oferecidas pela mídia ao público em geral, notadamente o infantil, por meio de literatura, filmes, músicas e tantas outras maneiras  de  manifestação  artística,  abusam  dos  apelos  a  criações  pouco edificantes, de baixa qualidade, que em nada contribuem à educação de nossos filhos.  É dever dos pais, em decorrência disso, exercer, de forma equilibrada e não manifestamente repressiva, um controle sobre o que os filhos lêem, assistem e ouvem, evitando as danosas conseqüências que podem advir de uma obra perniciosa, degradante.
Devem os pais orientar seus filhos a praticarem uma leitura elevada, instrutiva, como, dentre outras, as obras que a literatura espírita oferece. A evangelização, desde os primeiros anos de idade, é o instrumento mais eficiente para contribuir à obtenção desse resultado.
     
4 - Esse mesmo letrista foi socorrido, a pedido de Gúbio, por Leôncio, ex-hipnotizador de Margarida. Por que razão ele foi o escolhido?
A intenção de Gúbio foi oferecer ao ex-obsessor uma oportunidade de começar a reparação do mal que até então causara a Margarida e, certamente, a outras vítimas do grupo. Como esclareceu o instrutor, o serviço beneficente prestado aos semelhantes necessitados é a solução para o segredo da felicidade, pois se constitui no verdadeiro resgate das faltas pretéritas. Sendo o bem "a nossa porta redentora", no dizer do instrutor, Leôncio, ao se decidir pela dedicação ao trabalho construtivo, atravessou a porta que o separava da felicidade.

5 - Qual foi a "grande" instrução dada por Gúbio?
Que o trabalho no sentido do bem ou do mal constituem, tão somente, uma questão de livre-arbítrio ou, como se expressou, "um problema de direção". Aquele que se dedica ao mal está tão habilitado à prática do bem quanto o que já o pratica. É apenas uma questão de escolha. Enquanto nos situamos na linha do mal, vamos aumentando nossos débitos para com a Lei. Somente a opção pelo bem pode nos redimir.

6 - Por que a dama suicida solicitava a André Luiz a benção do olvido na "esfera do recomeço"?  
Se a reencarnação é o remédio que permite ao espírito recomeçar a sua trajetória evolutiva, remodelando a sua personalidade, o esquecimento do passado é uma benção sem a qual não se conseguiria atingir o objetivo da nova experiência corporal. A suicida em questão ainda se encontrava estreitamente ligada aos acontecimentos do passado, que a levaram ao tresloucado ato. Queria corrigir seu rumo, mas a lembrança daqueles trágicos fatos maculavam seu psiquismo, impedindo-a de caminhar para a frente. Por isso, rogou ao benfeitor que se lhe olvidasse o passado, por desconhecer, com certeza, que essa é uma das leis misericordiosas da Providência, com que todos, indistintamente, são beneficiados.


Um fraternal abraço a todos.

Sala Nosso Lar

CVDEE

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