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sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Programa 1 # Tomo I # Modulo II # Roteiro 7 # Maria Mãe De Jesus..3

Programa 1 # Tomo I # Modulo II # Roteiro 7 # Maria Mãe De Jesus..3

MARIA MAE DE JESUS

O CULTO DE MARIA

O culto de Maria é tão antigo quanto a Igreja, remontando diretamente aos estímulos de louvor e de admiração a ela oferecidos pelo Novo Testamento. Esse culto manifestou-se pouco a pouco ao longo dos séculos, segundo uma evolução especial. Nos primeiros séculos, estava inserido nas festas que celebravam os mistérios de Jesus Cristo, porque foi justamente d'Ele que Maria hauriu toda sua grandeza. Nisso não houve nenhuma preocupação de interpretação errada de tipo pagão, como às vezes se escreveu; era, ao contrário, cuidadosa atenção para não separar a proclamada obra da Mãe da do Filho. Talvez tenham sido precisamente os pagãos, com Adriano, que tentaram sufocar o culto e a doutrina judeu-cristã sobre Maria já delineada em seus elementos fundamentais na primeira metade do século I. Maria esteve, portanto, presente no culto litúrgico da Igreja primitiva, até porque, como ensina a história, a teologia nasce da piedade e não ao contrário. Foram os títulos de "primeira entre os crentes" e de "testemunha privilegiada do mistério de Cristo" que justificaram e incrementaram o culto mariano.
Também o papel de intercessão junto ao Senhor, de advogada, como a define Ireneu, nasceu bem cedo. No final do século I e início do século II, alguns escritos apócrifos sobre Maria exerceram extraordinária influência não só sobre o culto e sobre a devoção popular, mas também sobre a pregação e sobre a arte religiosa. A devoção a Maria fundamentou-se, substancialmente, no modelo que ela ofereceu de vida de fé e de total abertura ao dom e à ação do Espírito Santo. Desde o século IV, Maria é louvada como magnífico modelo de vida virginal, entendida como sinônimo de santidade. Desde o século V, afirmou-se uma festa própria que celebrava a Mãe de Deus em união com o mistério da Encarnação do Verbo (por isso, a data da festa cai normalmente em dezembro, pouco antes do Natal). No Oriente, os aspectos naturais de Nossa Senhora levaram, desde essa mesma época, a celebrar a festa da Natividade (8 de setembro), da Anunciação (25 de março), da Purificação (2 de fevereiro), da Assunção (15 de agosto), festas essas que entraram também nas liturgias ocidentais por obra do papa, de origem síria, Sérgio I. Na Idade Média, difundiu-se no Ocidente uma particular piedade mariana que levou a substituir a Igreja por Maria. Isso a partir da constatação de que Maria permaneceu fiel a Jesus, mesmo durante os dias obscuros da paixão e morte, e somente ela, portanto, era a Igreja naqueles dias. Ela aparece como verdadeira mãe espiritual dos crentes, como a mãe de misericórdia e o socorro dos cristãos. Depois da escolástica, devido ao desenvolvimento da mariologia, foram celebradas as festas da Visitação (2 de julho), da Imaculada (8 de dezembro), da apresentação no Templo (21 de novembro). Fatos particulares da cristandade pós-tridentina deram origem às festas do Rosário (7 de outubro) e do Nome de Maria (12 de outubro). Tornaram-se universais as festas que eram próprias de ordens religiosas, como a do Carmelo (16 de julho), de N. Sra. das Dores (15 de setembro), do Coração de Maria (22 de agosto) e várias outras que se originaram de devoções particulares, entre as quais a de Maria Rainha (31 de maio). A partir do século XI, desenvolveu-se entre os eclesiásticos, as pessoas religiosas e as confrarias o pequeno Ofício de Nossa Senhora, sempre presente nos livros das Horas. Nos séculos XVI e XVII, a piedade mariana assumiu às vezes formas aberrantes, especialmente na Itália, França e Espanha. Foi atribuído a Maria em certo sentido o título de deusa e ela foi indicada como uma espécie de quarta pessoa da Trindade. Ao contrário, nos países atingidos pela Reforma tentou-se separar a Virgem de Cristo. De qualquer modo, os exageros do culto católico para com Nossa Senhora provocam nos protestantes um progressivo afastamento da piedade mariana. O culto a Nossa Senhora retoma fôlego em escala mundial na era contemporânea, sob o estímulo de eventos prodigiosos. São sobretudo as aparições de Maria em Paris na rue du Bac (1830), em La Salette (1846) e em Lourdes (1854) que voltam a dar-lhe vigor. O culto a Maria conhece um desenvolvimento tão forte também por reação à irrupção no cenário mundial de várias ideologias atéias, como o iluminismo, o liberalismo e o marxismo, bem como à difusão do modernismo. A teologia mariana do período padece, porém, de decadismo e de mediocridade. Só no século XX é que surge um movimento mariano com objetivos e iniciativas elevados, denso de conteúdo teológico. As diversas Igrejas protestantes estão de acordo em reconhecer em Maria os três atributos de santa, virgem e mãe de Deus, atendo-se rigidamente às palavras da sagrada Escritura, sem deduzir delas outros privilégios. O culto prestado a Maria varia nas diversas Igrejas: em geral seu nome é lembrado nas orações a Deus enquanto mãe do Senhor; todavia, encontram-se também orações dirigidas diretamente a ela, mas somente por honra e louvor à mãe de Deus como modelo de fé e pelos benefícios com que foi gratificada por Deus. As devoções populares tiveram as mais válidas expressões na recitação do Angelus Domini, três vezes ao dia, bem como do santo rosário com a meditação dos quinze mistérios, no mês de maio. A devoção mais antiga (século IX) é a de dedicação do sábado a Maria e a que mais se divulgou foi a do canto das ladainhas de Nossa Senhora. Testemunhas do culto e da devoção são as catedrais dedicadas a Nossa Senhora, sobretudo do século IX ao século XV, verdadeiras jóias da arquitetura, bem como um grande número de ícones, quadros, afrescos e estátuas. Essa devoção recebeu sempre incremento dos santuários marianos, nascidos às vezes no local das aparições de Nossa Senhora, como Caravaggio, Lourdes, Fátima, Guadalupe; às vezes por devoções particulares, como no Sagrado Monte de Varese e no de Varallo, em Loreto, em Pompéia, em Mariazell; ou também pela presença de imagens de Maria consideradas milagrosas, como em Jasna Gora, Tinos; ou ainda após lacrimações de imagens, de estátuas ou de baixo-relevos de Nossa Senhora, como em Siracusa. Esses santuários constituem local de contínuas peregrinações, lugares em que se manifesta com evidência a cada vez mais difundida piedade popular mariana.

MARIA NA PREPARAÇÃO DO JUBILEU

Na preparação do Jubileu do ano 2000, Maria estará presente de modo indireto nas três fases previstas pelo pontífice na encíclica "Tertio millennio adveniente", de 96 a 99:

A Virgem Santa, que estará presente de um modo por assim dizer «indireto» ao longo de toda a fase preparatória, será contemplada neste primeiro ano sobretudo no mistério de sua divina Maternidade. Foi em seu seio que o Verbo se fez carne! A afirmação da centralidade de Cristo não pode, portanto, ficar separada do reconhecimento do papel exercido por sua Mãe santíssima. Seu culto, se bem esclarecido, de modo algum pode causar prejuízo «à dignidade e à eficácia de Cristo, único Mediador» [28]. Maria, de fato, aponta perenemente para seu Filho divino e se propõe a todos os crentes como modelo de fé vivida. «A Igreja, pensando n'Ela piedosamente e contemplando-a à luz do Verbo feito homem, penetra com veneração e mais profundamente no altíssimo mistério da Encarnação e vai se conformando cada vez mais a seu Esposo» [29]. (TMA, 43) Também no segundo ano preparatório para o Jubileu, dedicado ao Espírito Santo, Maria estará presente: Maria, que concebeu o Verbo encarnado por obra do Espírito Santo e que, depois, em toda sua existência deixou-se guiar por sua ação interior, será contemplada e imitada no decorrer desse ano sobretudo como a mulher dócil à voz do Espírito, mulher do silêncio e da escuta, mulher da esperança, que soube acolher como Abraão a vontade de Deus «esperando contra toda esperança» (Rm 4,18). Ela elevou à sua expressão máxima o veemente desejo dos pobres de Jahvé, resplandecendo como modelo para todos os que confiam de todo o coração nas promessas de Deus. (TMA, 48) O terceiro e último ano preparatório, 1999, é dedicado a Deus Pai. Maria estará presente como exemplo de perfeito amor: Em todo este horizonte de compromissos, Maria Santíssima, filha escolhida do Pai, estará presente ao olhar dos crentes como exemplo perfeito de amor, tanto para com Deus como para com o próximo. Como ela mesma afirma no cântico do Magnificat, grandes coisas realizou nela o Onipotente, cujo nome é Santo (cf. Lc 1,49). O Pai escolheu Maria para uma missão única na história da salvação: a de ser Mãe do Salvador esperado. A Virgem respondeu ao chamado de Deus com plena disponibilidade: «Eis aqui a escrava do Senhor» (Lc 1,38). Sua maternidade, iniciada em Nazaré e vivida de modo supremo em Jerusalém aos pés da Cruz, será sentida neste ano como afetuoso e premente convite dirigido a todos os filhos de Deus para que retornem à casa do Pai, ouvindo sua voz materna: «Fazei o que Cristo vos disser» (cf. Jo 2,5). A carta apostólica de João Paulo II termina com o pedido de intercessão de Maria e a bênção: Entrego este compromisso de toda a Igreja à celeste intercessão de Maria, Mãe do Redentor. Ela, a Mãe do belo amor, será para os cristãos que se encaminham para o grande Jubileu do terceiro milênio a Estrela que guia com segurança seus passos ao encontro do Senhor. Que a humilde Jovem de Nazaré, que ofereceu ao mundo, dois mil anos faz, o Verbo encarnado, oriente a humanidade do novo milênio para Aquele que é «a verdadeira luz, que ilumina todo homem» (Jo 1,9). Com estes sentimentos dou a todos minha Bênção. (Tertio millennio adveniente, 58)

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