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quarta-feira, 21 de março de 2018

3. Misericórdia quero e não sacrifícios


*INFORMAÇÃO ESPÍRITA*


 A fé sem obras está morta

*3. Misericórdia quero e não sacrifícios*

O sacrifício vicário que Jesus nos enfatiza de que a misericórdia (perdão) está acima dos sacrifícios. Vejamos:

Ide, pois, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifícios. Porque eu não vim chamar justos, mas pecadores (Mt 9:3).

Os que aceitam a graça pela fé apenas apontam a resposta desta passagem em Os 6:6. Vejamos a passagem:

“porque eu quero o amor mais que os sacrifícios, e o conhecimento de Deus mais que os holocaustos”. (Os 6:6)

Dizem que “Jesus veio para cessar com os sacrifícios no antigo testamento, oferecendo a Si mesmo. Contudo, eles ainda dizem que não está Cristo desabonando o que Deus Pai implantou”. Ou seja, se Jesus veio para cessar com os sacrifícios e oblações do AT, não faria sentido o que Ele mesmo disse, pois disse que estes mesmos sacrifícios não eram necessários e não se enquadravam na vontade divina, já naquele momento. Não é uma questão de desabono a uma determinação da Torah e sim de uma nova vertente, apontando um ensinamento que apresenta o Evangelho como modelo e guia para que déssemos mais ênfase à prática de sua moral e nos suportarmos uns aos outros como irmãos, a fim de alcançarmos as virtudes celestes através do esforço em adentrar a Porta Estreita. Esta é a ênfase, e não dar credibilidade para os sacrifícios que não eram e nunca foram necessários, segundo o Cristo.

Os mesmos que aceitam a graça pela fé apenas apresentam ainda o texto de Rm 10:1-3. Examinemos abaixo o texto:

“Irmãos, o desejo do meu coração e a súplica que dirijo a Deus por eles são para que se salvem. (2) Pois lhes dou testemunho de que têm zelo por Deus, mas um zelo sem discernimento. (3) Desconhecendo a justiça de Deus e procurando estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à justiça de Deus”. (Rm 10:1-3)

É fato de que até o verso 15 desta passagem trata-se da conclusão de uma exortação de Paulo se dirigindo aos Judeus que rejeitaram a vinda de Jesus. Acreditamos que Jesus é o Messias e mesmo assim nos dizem que “a mesma analogia feita por Paulo aos judeus cabe com relação aos demais povos, quando estes tentam alcançar a Salvação por seus próprios meios”. Este argumento caberia somente aos que não acreditam em Jesus. Que meios são esses aventados? Não seriam as obras de amor para com o próximo (Mt 25:31-46), como tentam reverter os que aceitam a graça pela fé apenas, mas sim as obras da lei de Moisés que iremos esclarecer mais adiante.

Nesta passagem, Paulo enfatiza que quem praticar a justiça decorrente da Lei, este viverá por ela. E nunca que Paulo quis dizer que iríamos angariar a salvação por nossos próprios meios ou pela Lei contida na Torah. A tentativa dos que aceitam a graça pela fé apenas é de dizer que “a fé era acompanhada das obras, mas as obras se viessem sem fé, de nada adiantavam”. Como poderia, neste contexto e no que dissemos, afirmarmos que iríamos praticar aquilo em que não acreditamos? É isso que reza a passagem de Romanos trazida. Se não houver as obras de amor para com o próximo, a fé é morta, pois nada produz. Agora, se há obras de frutos de amor ao próximo, alguém duvida que inexista a fé em algo superior? É pelos frutos que conhecemos a árvore e se não há frutos na árvore, é porque esta é estéril e nada produz. Agora, dizer que pode haver frutos sem a árvore, aí é forçar a barra e tentar provar que há efeito sem causa! Ao citarem Os 6:6 (segunda parte), dizem os que aceitam a graça pela fé apenas que isolamos o contexto. Mas quem primeiro fez isso foi o Cristo. Defendeu uma ideia com base tão somente na primeira parte, desprezando a segunda. Já os que aceitam a graça pela fé apenas enfatizam a segunda parte, desprezando a primeira. De um lado temos o Cristo, de outro os que aceitam a graça pela fé apenas. O Cristo diz que Deus não quer sacrifícios, os contraditores tentam provar o contrário. Ficamos com Jesus.

Ademais, na parte terceira, capítulo dois que trata da “Lei da Adoração”, da obra “O Livro dos Espíritos”, Kardec nos elucida com seus questionamentos e a resposta dos espíritos, sobre a questão dos sacrifícios:

669. O hábito de sacrifícios humanos vem da mais alta Antiguidade. Como o homem pôde ser levado a acreditar que tais coisas pudessem ser agradáveis a Deus? – Primeiramente, porque não compreendia Deus como fonte da bondade. Entre os povos primitivos, a matéria domina o espírito; eles se entregam aos instintos animais, é por isso que são geralmente cruéis, porque o seu sentido moral ainda não se desenvolveu. Além disso, os homens primitivos deveriam acreditar, naturalmente, que uma criatura viva tinha muito mais valor aos olhos de Deus do que um morto. Foi isso que os levou a sacrificar primeiro os animais e em seguida os homens, uma vez que, seguindo sua falsa crença, pensavam que o valor do sacrifício estava diretamente ligado à importância da vítima. Na vida material, se ofereceis um presente a alguém, o escolheis de um valor tanto maior quanto quereis demonstrar à pessoa mais amizade e consideração. Devia ocorrer o mesmo com os homens ignorantes em relação a Deus.

669a. Assim, os sacrifícios de animais teriam precedido os sacrifícios humanos? – Sim. Não há dúvida.

669b. Então, de acordo com essa explicação, os sacrifícios humanos não teriam sua origem num sentimento de crueldade? – Não, mas numa ideia errônea de ser agradável a Deus. Vede o que ocorreu com Abraão2. Depois, os homens abusaram ao sacrificar seus inimigos. Porém, Deus nunca exigiu sacrifícios de animais nem de homens; Ele não pode ser honrado com a destruição inútil de sua própria criatura.

670. Os sacrifícios humanos feitos com intenção piedosa algumas vezes puderam ser agradáveis a Deus? – Não, nunca. Mas Deus julga a intenção. Os homens, sendo ignorantes, podiam acreditar que faziam um ato louvável ao sacrificar um de seus semelhantes. Nesse caso, Deus apenas levava em conta o pensamento e não o fato. Os homens, ao se melhorarem, reconheceriam seu erro e reprovariam esses sacrifícios, que não deviam alcançar compreensão no pensamento dos Espíritos esclarecidos; digo esclarecidos porque os Espíritos estavam, então, envolvidos por um véu material, mas, pelo livre-arbítrio, podiam ter uma percepção de sua origem e finalidade, e muitos já compreendiam, por intuição, o mal que faziam, embora continuassem a fazê-lo para satisfazer suas paixões.

671. Que devemos pensar das chamadas guerras santas? O sentimento que leva pessoas fanáticas a exterminarem o máximo que puderem dos que não compartilham de suas crenças para serem agradáveis a Deus parece ter a mesma origem que os estimulava antigamente a sacrificar os seus semelhantes? – Eles estão envolvidos pela ação de maus Espíritos e ao guerrearem com seus semelhantes contrariam a vontade de Deus, que diz que se deve amar seu irmão como a si mesmo. Todas as religiões, ou melhor, todos os povos, adoraram um mesmo Deus, tenha um nome ou outro. Por que fazer uma guerra de extermínio apenas pelo fato de terem religiões diferentes ou não terem ainda alcançado o progresso dos povos esclarecidos? Os povos podem ser desculpados por não acreditarem na palavra daquele que era animado pelo Espírito de Deus e enviado por ele, principalmente quando não o viram e não foram testemunhas de seus atos; porém, como quereis que acreditem nessa palavra de paz, quando pretendeis impor essa palavra com a espada na mão? Devemos levar-lhes o esclarecimento e procurar fazer-lhes conhecer a doutrina do Salvador pela persuasão e pela doçura, não pela força e pelo sangue. Na maioria das vezes, não acreditais nas comunicações que temos com alguns mortais; como haveis de querer que estranhos acreditassem na vossa palavra, quando vossos atos desmentem a doutrina que pregais?

672. A oferenda dos frutos da terra, feita a Deus, tem mais mérito aos seus olhos do que o sacrifício de animais? – Já vos respondi ao dizer que Deus julga a intenção e o fato tem pouca importância para ele. Seria evidentemente mais agradável oferecer a Deus frutos da terra do que o sangue das vítimas. Como já vos dissemos e repetimos sempre, a prece dita do fundo do coração é cem vezes mais agradável a Deus do que todas as oferendas que poderíeis lhe fazer. Repito que a intenção é tudo e o fato não é nada.

673. Não haveria um meio de tornar essas oferendas mais agradáveis a Deus se aliviassem as necessidades daqueles a quem falta o necessário; e, nesse caso, o sacrifício de animais, quando feito com um objetivo útil, não se tornaria meritório, embora fosse abusivo quando não servia para nada ou só tinha proveito apenas para as pessoas que não tinham necessidade de nada? Não haveria alguma coisa de verdadeiramente piedoso em consagrar aos pobres os primeiros frutos dos bens que Deus nos concedeu na Terra? – Deus abençoa sempre aqueles que fazem o bem,e aliviar os pobres e aflitos é o melhor meio de honrá-Lo. Não quero dizer, entretanto, que Deus desaprova as cerimônias que fazeis por devoção, mas há muito dinheiro que poderia ser empregado mais utilmente e não é. Deus ama a simplicidade em todas as coisas. O homem que fundamenta sua crença nas exterioridades e não no coração é um Espírito com vistas estreitas. Julgai se Deus deve se importar mais com a forma do que com o conteúdo.

1. Resposta dada pelo Espírito de M. Monod, pastor protestante de Paris, falecido em abril de 1856. A resposta anterior, nº 664, é do Espírito São Luís (N. K.).

2. Abraão: patriarca da Bíblia que se propôs a sacrificar Isaac, seu filho, a Deus, como prova de obediência, mas pela intervenção de um Espírito foi impedido de fazê-lo – Veja em Gênese, 22 – (N. E.). (KARDEC, A., O Livro dos Espíritos, Parte Terceira, Capítulo 2, Lei de Adoração)


Thiago Toscano Ferrari


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