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sexta-feira, 23 de março de 2018

6. O dilema da Parábola do Bom Samaritano


*INFORMAÇÃO ESPÍRITA*



 A fé sem obras está morta

*6. O dilema da Parábola do Bom Samaritano*

Muitos dos que aceitam a graça pela fé apenas, dizem que o Samaritano estava salvo pelo paralelo feito com o Sermão da Montanha que está em Mt 5:1-48; Lc 6:20-23; Mc 9:49-50; Lc 14:34-35. Ocorre que a passagem da parábola do Bom Samaritano está em Lc 10:25-37. Com isso, citamos a parábola abaixo:

E eis que se levantou certo doutor da lei e, para o experimentar, disse: Mestre, que farei para herdar a vida eterna? Perguntou-lhe Jesus: Que está escrito na lei? Como lês tu? Respondeu-lhe ele: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo. Tornou-lhe Jesus: Respondeste bem; faze isso, e viverás. (Lc 10:25-28)

Entretanto, segundo os que aceitam a graça pela fé apenas, logo não poderia ser uma parábola, ou história que Cristo contava para ilustrar algum ensinamento, apenas ensinam como devem agir os que crêem Nele (que era o público alvo do sermão). Se Jesus foi interrogado por um Sacerdote, ou até mesmo por alguns dos Fariseus no local onde foi ministrada a Parábola, é porque não era para os que acreditavam em Jesus que ele estava pregando e sim para os que o testavam e sempre o colocavam à prova. Prosseguimos com a parábola:  “Ele, porém, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: E quem é o meu próximo? Jesus, prosseguindo, disse: Um homem descia de Jerusalém a Jericó, e caiu nas mãos de salteadores, os quais o despojaram e espancando-o, se retiraram, deixando-o meio morto. Casualmente, descia pelo mesmo caminho certo sacerdote; e vendo-o, passou de largo. De igual modo também um levita chegou àquele lugar, viu-o, e passou de largo. Mas um samaritano, que ia de viagem, chegou perto dele e, vendo-o, encheu-se de compaixão; e aproximando-se, atou-lhe as feridas, deitando nelas azeite e vinho; e pondo-o sobre a sua cavalgadura, levou-o para uma estalagem e cuidou dele. No dia seguinte tirou dois denários, deu-os ao hospedeiro e disse-lhe: Cuida dele; e tudo o que gastares a mais, eu to pagarei quando voltar”. (Lc 10:29-35)

Tendo em vista que esta parábola refletia um ensinamento aos Sacerdotes, Levitas, Fariseus, dentre outros religiosos mais que colocavam as práticas exteriores acima do amor ao próximo, expressado anteriormente na mais ampla aplicabilidade prática e diária, há um ensinamento implícito nesta passagem que precisa ser desvelado. O ensino propiciado por Jesus nessa edificante parábola é dos mais significativos. Nele há o exercício da caridade despretensiosa, incondicional, em seu sentido amplo, sem limitações.

O samaritano, considerado herege e apóstata pelos judeus ortodoxos, foi o paradigma tomado pelo Mestre para nos ensejar tão profundo ensinamento. O "X" da parábola consiste em fazer evidenciar aos nossos olhos que, o indivíduo que se intitula religioso e se julga virtuoso aos olhos de Deus, nem sempre é o verdadeiro expoente de virtudes que julga possuir. Ensina aos outros como fazer caridade, mas ele nem de longe quer praticá-la. O sacerdote que passou primeiramente, certamente atribuía a si qualidades excepcionais e se julgava zeloso cumpridor da lei e dos preceitos religiosos. Ao deparar com o moribundo, quem sabe balbuciou uma prece em seu favor, mas daí até a ajuda direta a distância é enorme. O mesmo deve ter sucedido com o levita um homem considerado especial dentre os demais por fazer parte da Tribo de Levi, sendo esta uma das 12 Tribos de Israel. Diante destes dois exemplos, poderíamos considerar que o Sacerdote e o Levita, mesmo que ocupando os mais prestigiosos cargos Religiosos e muito respeito pelo povo Judeu, não tiveram condições de expressarem o verdadeiro amor ao próximo como Virtude Ativa (Caridade), pois estavam presos aos hábitos exteriores da fé sem obras e, por conseguinte, morta!

O samaritano, considerado desprezível pelos judeus ortodoxos, devido a preconceitos religiosos, mas cumpridor dos seus deveres humanos, não se limitou a condoer-se do moribundo. Chegou-se a ele e o socorreu da melhor forma possível, levando-o em seguida a um lugar de repouso onde o assistiu melhor, recomendando-o ao hospedeiro e prontificando-se a ressarcir todos os gastos quando de sua volta. O amor ao próximo, ou a caridade (virtude ativa) foi ali dispensada a um desconhecido, e quem a praticou não objetivou recompensa, o que não é muito comum na Terra, onde todos aqueles que praticam atos caridosos, logo pensam nas recompensas futuras, na retribuição da vida espiritual.

Os samaritanos eram dissidentes do sistema religioso implantado na Judéia, eram provenientes de Samaria, adversários e contrários a todo e qualquer sistema religioso da época. Com o intuito de demonstrar a precariedade dos ensinamentos da religião oficial e com o paradoxo deste exemplo do Samaritano, Jesus passou não somente o ensinamento àqueles Judeus ortodoxos, mas a toda a humanidade de que vamos ser todos julgados pelas obras e não pela religião, ou fé que professamos.

No desfecho da parábola, entendemos a recomendação de Jesus:

“Qual, pois, destes três te parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? Respondeu o doutor da lei: Aquele que usou de misericórdia para com ele. Disse-lhe, pois, Jesus: Vai, e faze tu o mesmo. (Lc 10:36-37).

Não obstante, se "Amar o próximo como a nós mesmos”, está de acordo com a parábola acima, logo está em consonância com as passagens de Mt 7:22-24, Mt 25:31-46 e Mt 6:3 que iremos analisar mais adiante. Diante de toda a análise desta parábola, vemos ainda os que aceitam a graça pela fé apenas desviando do assunto acerca da Parábola do Bom Samaritano, nos dizendo que: “há outros mandamentos, outras boas obras a se fazer, como por exemplo crer naquele que Deus enviou que, dentre tantas coisas”. Citam ainda as passagens abaixo:

“Por isso vos disse que morrereis em vossos pecados; porque, se não crerdes que eu sou, morrereis em vossos pecados”. (Jo 8:24).

E a passagem:

“pois isto é o meu sangue, o sangue do pacto, o qual é derramado por muitos para remissão dos pecados”. (Mt 26:28).

Perguntamos: Estas duas passagens referem-se à Parábola do Bom Samaritano? Cremos que não, com isso o que ficou claro é que não há outro entendimento, senão o que nos propusemos e elucidamos. Sobre a questão de acreditar que Jesus é o Messias, os espíritas acreditam e sobre a questão da transubstanciação, analisamos no texto “Seremos salvos ou temos que nos salvar?”.


Thiago Toscano Ferrari


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