Estudo de: João Batista da Costa
Capítulo 30 - A Esmola Maior
"Amados, amemo-nos uns aos outros, porque a caridade é
de Deus...". João (I João, 4:7)
Emmanuel inicia a lição dizendo:
"No estudo da caridade, não olvides a esmola maior que
o dinheiro não consegue realizar.
Ela é o próprio coração a derramar-se, irradiando o amor por
sol envolvente da vida".
É dar de nós mesmos o amor, a paciência; de nosso tempo em
auxílio a alguém, diz-nos Maria Dolores:
"Caridade recorda a natureza
Que na bênção de Deus se concebe e aglutina,
Revelando no todo,
Da cúpula do céu às entranhas do lodo,
Que a presença do Amor é sempre luz divida".
Continua Emmanuel:
"No lar, ela surge no sacrifício silencioso da mulher
que sabe exercer o perdão sem alarde para com as faltas do companheiro; na
renúncia materna do coração que se oculta, aprendendo a morrer cada dia, para
que a paz e a segurança imperem no santuário doméstico; no homem reto que
desculpa as defecções da esposa enganada sem cobrar-lhe tributos de aflição;
nos filhos laboriosos e afáveis que procuram retribuir em ternura incessante
para com os pais sofredores as dívidas do berço que todo ouro da terra não
conseguiria jamais resgatar".
Nos diz Maria Dolores:
"Em toda provação que o mal te arme na vida,
Se buscas transformar a sombra que enodoa
Em lição de bondade e canções de alegria,
Perdoa, serve e ama, em tudo, dia a dia,
E seja com quem for, ama, serve e perdoa".
Continua Emmanuel:
"No ambiente profissional é o esquecimento espontâneo
das ofensas entre os que dirigem e os que obedecem, tanto quanto o concurso
desinteressado e fraterno dos companheiros que sabem sorrir nas horas graves,
ofertando cooperação e bondade para que o estímulo ao bem seja o clima de
quantos lhes comungam a experiência".
Nos diz Maria Dolores:
"Sofres acusações indébitas na estrada,
Em rajadas de pedra a desfazer-se em lama;
Se procuras, no entanto, a paz e a luz da escola
Pela luta do bem, ao fel que desconsola,
Perdoa, serve e ama."
Continua Emmanuel:
"No campo social é a desistência da pergunta maliciosa;
a abstenção dos pensamentos indignos; o respeito sincero e constante; a frase
amiga e generosa; e o gesto de compreensão que se exprime sem paga.
Na via pública é a gentileza que ninguém pede; a
simplicidade que não magoa; a saudação de simpatia ainda mesmo inarticulada e a
colaboração imprevista que o necessitado espera de nós muita vez sem coragem de
endereçar-nos qualquer apelo".
Nos diz Maria Dolores:
"Nunca fales 'não tenho' e nem digas 'não posso';
Traze ao louvor do bem o braço amigo e irmão,
Um sorriso a quem passa o vento e ao desalinho,
Uma flor de esperança às pedras do caminho,
Que a caridade, em tudo, é sempre coração".
E termina Emmanuel:
"Acima de tudo, lembra-te da esmola maior de todas, da
esmola santa que pacifica o ambiente em que o Senhor nos situa, que nos honra
os familiares e enriquece de bênçãos o ânimo dos amigos, a esmola de nosso
dever cumprido, porquanto, no dia em que todos consagrarmos ao fiel desempenho
das próprias obrigações o anjo da caridade não precisará desfalecer de angústia
nos cárceres das provações terrenas, de vez que a fraternidade estará reinando
conosco na exaltação da perfeita alegria".
E Maria Dolores (livro Antologia da Espiritualidade):
Gratidão pelos Amigos
Agradeço, meu Deus,
Em minha prece enternecida,
As almas boas que me deste à vida,
No campo da afeição!...
Agradeço os amigos que me emprestas,
Que me toleram falhas e defeitos,
E equilibram-me os passos imperfeitos,
Dando-me paz e luz no coração.
Agradeço-te, oh! Pai,
A sensação confortadora e amena
Com que a palavra deles me asserena,
Em meus dias de dor...
E o silêncio que fazem para as lutas
De que preciso para burilar-me,
Enxugando-me o pranto sem alarme
Pela benção do amor.
Agradeço o socorro que me trazem,
Mostrando desapego nobre e raro,
Para que eu seja apoio ao desamparo,
Esperança de alguém!...
E a caridade com que me estimulam
A ser trabalho, bênção, alegria,
Aprendendo a viver, dia por dia,
Nos domínios do bem.
Por toda a santa generosidade
Da estima doce e pura
De quantos me recebem sem censura,
Ter nos amigos meus!...
Eis-me ao sol da oração,
Para dizer-te, oh! Pai do infinito universo,
Na singela pobreza do meu verso,
Obrigada, meu Deus!...”
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