Francisco Cândido Xavier pelo Espírito
Emmanuel
DINHEIRO E ATITUDE
"Porque a paixão do dinheiro é a raiz de toda a espécie de males e,
nessa cobiça, alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com
muitas dores”. - Paulo. (I Timóteo, 6:10).
A
compreensão parcial de determinados trechos evangélicos tem levado a muitos
equívocos. Uma dessas situações relaciona-se à posse, à riqueza como obstáculo
à conquista dos valores eternos. Por exemplo, quando Jesus respondendo ao moço
rico lhe disse que seria preciso vender tudo o que tinha para segui-Lo, e
concluiu que "é mais fácil um camelo passar no fundo da agulha do que um
rico entrar no reino de Deus", muitos interpretam que o Mestre menospreza
a prosperidade e condena aquele que possui a riqueza. Jesus, com tal
ensinamento, "jamais quis menosprezar a prosperidade, que é um bem da
vida" 3, e nem condenar o rico; pretendeu com isso advertir-nos quanto ao
apego excessivo dos bens materiais, do supérfluo porque desavisados, invigilantes,
habituamo-nos ao abuso.
Em o
Evangelho Segundo o Espiritismo2 Allan Kardec
esclarece que "se a riqueza houvesse de constituir obstáculo absoluto à
salvação dos que a possuem, conforme se poderia inferir de certas palavras de
Jesus, interpretadas segundo a letra e não segundo o espírito, Deus, que a
concede, teria posto nas mãos de alguns um instrumento de perdição, sem
apelação alguma, idéia esta que repugna a razão". Na seqüência reflete que
a riqueza, naturalmente, é um poderoso "excitante do orgulho, da vaidade,
da vida sensual" isto é, gera tentações e exerce grande fascínio levando o
incauto, em função da concupiscência que lhe é própria, a situações infelizes.
O
dinheiro em si é neutro, é a aplicação que se lhe dá que o transforma em veículo
do Bem ou do Mal, de elevação ou de queda, alterando-lhe a finalidade. Provendo
educação, trabalho, remédio, alimento, etc., enobrece quem o possui e quando
usado com egoísmo, apenas em benefício próprio, na posse sem aplicação no bem
comum, encarcera o homem levando-o à infelicidade.
O apóstolo Paulo reconhecendo que o dinheiro em poder de criaturas que ainda estagiam no egoísmo, na avareza, na usura, na insensibilidade é porta aberta à queda orienta Timóteo.
O apóstolo Paulo reconhecendo que o dinheiro em poder de criaturas que ainda estagiam no egoísmo, na avareza, na usura, na insensibilidade é porta aberta à queda orienta Timóteo.
Emmanuel,
no texto em estudo, atualizando o ensinamento apostólico, considera que, embora
o dinheiro seja bênção da vida, seu uso indevido deforma o coração daquele que
o segrega no vício; faz-se verdugo implacável do avarento; transforma a
inteligência perversa em arma destruidora; vinga-se daquele que o extorque e o
recolhe, instalando enfermidade e cegueira, mas é instrumento libertador quando
aplicado no campo do progresso e da bondade.
Conclui que1: "não é a moeda que envilece o
homem, mas sim o homem que a envilece pelo desvario das paixões que o
dominam".
"A
riqueza é um bem para ser administrado em benefício geral e não para uns
privilegiados. Aquele que retém a riqueza em seus cofres, sem dar-lhe utilidade
é avarento, e o que a manipula apenas em seu benefício é exclusivista, egoísta,
ambicioso; na verdade esse já recebeu a recompensa que queria4".
Bibliografia:
1. Xavier, Francisco Cândido. "Palavras de Vida Eterna: Dinheiro
e Atitude". Ditado pelo Espírito Emmanuel. CEC. 17a ed. Uberaba, MG.
1992.
2. Kardec, Allan. "O Evangelho Segundo o Espiritismo:
Capítulo XVI - Salvação dos Ricos".IDE. 59a ed. Araras, SP. 1986.
3. Peralva, Martins. "Estudando o Evangelho: Riqueza".
FEB. 15a ed. Rio de Janeiro, RJ. 1987.
4. Palhano Jr., L. "A Carta de Tiago: Os Ricos; Riquezas".
Editora FRÁTER. Niterói, RJ. 1992.
Iracema Linhares Giorgini
Junho / 2005
Junho / 2005
I TIMÓTEO 6
10 Porque o
amor ao dinheiro é raiz de todos os males; e nessa cobiça alguns se desviaram
da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.
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