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terça-feira, 13 de março de 2018

A FAMÍLIA COMO INSTRUMENTO DE REDENÇÃO ESPIRITUAL (Segunda Parte)


COMUNICAÇÃO -  INFORMAÇÃO ESPÍRITA


*EDUCAÇÃO*

A FAMÍLIA COMO INSTRUMENTO DE REDENÇÃO ESPIRITUAL

(Segunda Parte)

Hermínio C. Miranda



Amar ao próximo como a si mesmo, por exemplo, é conceito válido para budistas, muçulmanos, israelitas e até mesmo descrentes e materialistas, tanto quanto para os cristãos de diferentes seitas. Em outras palavras: não tenho de ser necessariamente cristão para amar o próximo, mas se o fizer de maneira adequada, serei um verdadeiro cristão, mesmo que não ritualisticamente ligado a qualquer ramo do Cristianismo tradicional. Nesse sentido, o Espiritismo cuidou de expor conceitos éticos permanentes, em vez de tentar regulamentar a vida por intermédio de regras, proibição e fórmulas transitórias. A história das religiões nos demonstra convincentemente que a regulamentação minuciosa do relacionamento social é impraticável, quando não indesejável, dado que a vida é movimento e, portanto, é mudança, evolução e maturação.

Por outro lado, o Espiritismo é sempre coerente com seus princípios básicos ao testar uma situação específica, ou explorar caminhos pelos quais possa entendê-la. Apoiado na realidade corpo/espírito, distingue, logicamente, a parentela corporal, consangüínea, genética, da espiritual.

Os laços do sangue — observa Kardec em “O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO”, cap. XIV — “não criam forçosamente os liames entre os Espíritos.

O corpo procede do corpo, mas o Espírito não procede do Espírito, porquanto o Espírito já existia antes da formação do corpo”.

É o ensinamento de Jesus, aliás. Os pais não criam o Espírito dos filhos, que é preexistente — limitam-se a proporcionar-lhe condições materiais, orgânicas, para que se reencarnem. Isso não quer dizer que não possam ou não devam colaborar no desenvolvimento intelectual e moral dos filhos. Mesmo porque a família ainda é campo de provas, laboratório experimental do reaprendizado e do reajuste, mais do que o jardim florido e pacífico onde nos reunimos para fruir as delícias da felicidade e do entendimento. Haverá sempre, Espíritos unidos por sentimentos de simpatia e afeição ao longo de várias existências anteriores, na carne ou no Mundo Espiritual; o mais comum, não obstante, é recebermos na família seres ainda desarmonizados conosco, em vista de atitudes negativas nossas e de sofrimentos que lhes impusemos, movidos por impulsos de egoísmo e prepotência. Em casos dessa natureza, muito mais freqüente do que imaginamos, dificilmente o relacionamento famiial será afetuoso, em clima de serenidade e compreensão. Não que o Espírito que recebamos como filho ou filha, esposa ou esposo venha programado necessariamente para nos cobrar dívidas cármicas — talvez até já nos tenham perdoado mas é certo que através da nossa consciência a Lei exige a reparação. É preciso lembrar em tais situações que antes de devermos individualmente a cada um daqueles que prejudicamos com as nossas paixões, devemos à própria Lei Universal do Amor Fraterno. Enquanto não nos harmonizarmos com esse princípio básico de sustentação da vida, não estaremos devidamente sintonizados. Por isso dizia o Cristo que não sairíamos “de lá”, ou seja, da desarmonia, da dor, do sofrimento regenerador, enquanto não resgatássemos o último centavo da dívida, ainda que ninguém venha pessoalmente cobrá-la de nós. Os Espíritos — ensina a Doutrina — vivem em grupos afins, ligados por interesses e afeições que se cultivam no decorrer dos milênios, ou por divergências que ainda não conseguiram eliminar. Durante dois séculos, por exemplo, nasceram sistematicamente na família Bach seres devotados à arte musical, o que evidencia não apenas um interesse comum entre eles, mas um relacionamento anterior que se articulou num projeto deliberado de reencarnações grupais no mesmo tronco familiar. O observador menos atento ou mais desinformado concluirá apressadamente que os Bach deveriam ter sido dotados de um fator genético especial que teria produzido tantos talentos e até gênios do mais puro teor. Na realidade, nenhum fator genético produzirá um gênio se naquele corpo gerado não encarnar-se um Espírito genial. Ouve-se dizer com freqüência, que este filho ‘puxou ao gênio temperamental do pai ou aquela filha a sensibilidade da mãe.

Nada disso ocorre. Os pais transmitem apenas semelhanças físicas, como cor da pele, dos cabelos ou dos olhos; a tendência à obesidade ou a predisposição a determinadas doenças, bem como excepcionais condições de vitalidade ou força física. A hemofilia, por exemplo, se transmite somente por intermédio da mãe aos filhos masculinos, de vez que, nela, a moléstia não se manifesta. Nenhuma característica intelectual ou moral, contudo, é veiculada pelos códigos genéticos, porque tais características são próprias do Espírito, entidade autônoma e preexistente, dado que é produto de seu próprio esforço evolutivo ou de seus fracassos anteriores. É natural que, sendo possível escolher e decidir, o Espírito que deseja e precisa desenvolver intensa atividade intelectual opte pelo nascimento em família adequada às suas aspirações, ou seja, escolha pais de boa capacidade intelectual, que o passam estimular e orientar na direção que pretenda caminhar. Isto poderia levar a crer que o filho inteligente herdou a inteligência dos pais, quando apenas reuniu-se a eles para uma tarefa comum. A semelhança de caráter entre pais e filhos, explicaram os Instrutores da Codificação (Pergunta 211) indica que se trata de “espíritos simpáticos que se aproximam por analogia de sentimentos e se sentem felizes por estar juntos”. As experiências de regressão da memória realizadas com indiscutível competência pela Dra. Helen Wambach (ver seu livro LIFE BEFORE LIFE, Ed. Bantam Books, New York, 1979) produziram informações de considerável impacto sobre esse e inúmeros outros aspectos. Em um caso de particular interesse para ilustração do que estamos a debater aqui, a pessoa, posta em regressão da memória, declarou haver selecionado os pais por causa do “material genético de que eles dispunham”, mas escolheu pais adotivos (diferentes, claro), porque eles podiam proporcionar-lhe condições mais adequadas de educação e desenvolvimento. Ocorreu, contudo, um imprevisto (ou não foi imprevisto?).

O Espírito decidira renascer como menino e assim combinou com os seus futuros pais. Acontece, porém, que a mãe engravidou de uma menina. No açodamento de renascer nas condições prescritas, o Espírito apoderou-se do corpo assim mesmo e veio como mulher, o que complicou um tanto os seus planos, mas não os invalidou. Coube lhe então “negociar” com os pais adotivos em perspectiva para que desejassem adotar uma menina em lugar de um menino, como estava combinado. Assim foi feito. Colhido com o rigor científico que caracteriza o trabalho da ilustre pesquisadora americana, o depoimento desta pessoa é de enorme interesse, embora não constitua surpresa aos estudiosos da Doutrina Espírita. Observamos no relato as movimentadas e extensas negociações que se desenrolam nos bastidores da reencarnação entre Espíritos encarnados e desencarnados. Planos mais ou menos complexos de renascimentos são programados com minúcia, embora providos de espaço para possíveis alternativas e opções. No caso relatado pela Dra. Wambach, o Espírito reencarnante desejava certo “material genético” de melhor qualidade biológica, mas queria também (e obteve) o consentimento prévio para a sua própria adoção, já que os pais que aceitaram a tarefa de gerar-lhe o corpo físico não ofereciam as condições que ele também desejava além daquelas que os país adotivos possuíam. É certo, porém, que o relacionamento entre os Espíritos, suas afinidades e interesses, transcendem o âmbito da família consangüínea, embora seja esta, como vimos há pouco, o campo de trabalho onde seres desarmonizados entre si reúnem-se para a tarefa do reajuste, e possam, eventualmente, integrar a família espiritual, pacificada e feliz.

Não faltou quem argumentasse sibilinamente que a reencarnação destruiria os laços de família, pois aquele que é hoje irmão, filha ou esposo pode ser amanhã um estranho em termos terrenos. Na realidade, porém, a reencarnação é o instrumento de que se vale a Lei Divina precisamente para nos ensinar o princípio universal do amor fraterno. O estranho de hoje pode ter sido o filho de ontem ou será a mãe do futuro, para que, ao longo do tempo, em vez de cultivarmos a exclusividade do amor fechado no círculo de
uma só família, sejamos todos, de fato, membros da família universal. Não é outro o significado da pergunta de Jesus aos que lhe anunciavam a presença de sua mãe e de seus irmãos. “Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?”, indagou ele. Sem repudiar os seus, estava consciente da universalidade dos laços espirituais que unem toda a família humana, onde quer que estejam seus membros no tempo e no espaço. Além do mais, o argumento dos que se dispõem a criticar a reencarnação é ingênuo e sem profundidade, porque é precisamente utilizando-se do mecanismo das vidas sucessivas que os Espíritos se aproximam uns dos outros para viverem juntos experiências redentoras e desenvolverem planos evolutivos vitais à felicidade de cada um e de todos.


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