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sábado, 19 de março de 2016

ESTUDO 50 O LIVRO DOS MÉDIUNS - SEGUNDA PARTE DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS – CAPITULO XII ESCRITA DIRETA Itens 146 a 151

O LIVRO DOS MÉDIUNS
(Guia dos Médiuns e dos Doutrinadores)
Por
ALLAN KARDEC
Contém o ensino especial dos Espíritos sobre a teoria de todos os gêneros de manifestações, os meios de comunicação com o Mundo Invisível, o desenvolvimento da mediunidade, as dificuldades e os escolhos que se podem encontrar na prática do Espiritismo.
SEGUNDA PARTE
DAS MANIFESTAÇÕES ESPIRITAS
CAPITULO XII ESCRITA DIRETA
Estudo 50 - Itens 146 a 151

Escrita direta
Pneumatografia - (Do grego - pneuma - ar, sopro, vento, espírito, e graphô, escrevo.) - Escrita direta dos Espíritos, sem o auxílio da mão de um médium.
A pneumatografia é a escrita produzida diretamente pelo Espírito, sem nenhum intermediário. Difere da psicografia, por ser esta a transmissão do pensamento do Espírito, mediante a escrita feita com a mão do médium.
  O fenômeno da escrita direta é, indiscutivelmente, um dos mais extraordinários do Espiritismo. Mas, por mais estranho que pareça, constitui hoje fato averiguado e incontestável. Se a teoria é necessária para a compreensão dos fenômenos espíritas em geral, talvez mais necessária ainda se faz neste caso que, sem contestação, é um dos mais estranhos que se possam apresentar, porém que deixa de parecer sobrenatural, desde que se lhe compreenda o princípio.
Da primeira vez que este fenômeno se produziu, o sentimento dominante foi de desconfiança e, a ideia de trapaça ocorreu logo, porque já se conhece a ação das tintas chamadas simpáticas, cujos traços, a princípio completamente invisíveis, aparecem depois de algum tempo. Era possível, pois, um abuso de credulidade e não se pode mesmo afirmar que isso jamais tenha acontecido.
Entretanto, do fato de se poder imitar uma coisa, fora absurdo concluir-se pela sua inexistência. Uma vez que a possibilidade de escrever sem intermediário representa um dos atributos do Espírito; uma vez que os Espíritos sempre existiram desde todos os tempos e que desde todos os tempos se hão produzindo os diversos fenômenos que conhecemos, o da escrita direta igualmente há de ter ocorrido na antiguidade, tanto quanto nos dias atuais. A Idade Média, tão fecunda em prodígios ocultos, mas que eram abafados por meio das fogueiras, também conheceu necessariamente a escrita direta.
Todavia, quaisquer que tenham sido os resultados obtidos em diversas épocas, só depois de vulgarizadas as manifestações espíritas foi que se tomou a sério a questão da escrita direta. Ao que parece, o primeiro a torná-la conhecida, no século XVIII, em Paris, foi o barão de Guldenstubbe, que publicou sobre o assunto uma obra muito interessante, com grande número de "fac-símiles" das escritas que obteve (1). O fenômeno já era conhecido na América havia algum tempo. A posição social do Sr. Guldenstubbe, sua independência, a consideração que desfrutava no alto mundo afastam incontestavelmente qualquer suspeita de fraude voluntária, pois nenhum motivo interesseiro poderia movê-lo. Poder-se-ia admitir a sua própria ilusão, mas a isso responde decisivamente um fato: a obtenção do mesmo fenômeno por outras pessoas que se cercaram de todas as precauções necessárias para evitar qualquer trapaça ou motivo de engano.
A escrita direta é obtida, como a maioria das manifestações espíritas não espontâneas, pelo recolhimento, a prece e a evocação. Muitas vezes foi obtida nas igrejas, sobre os túmulos, junto a estátuas e imagens de personagens evocadas. Mas é evidente que o local só influi por favorecer o recolhimento e a maior concentração mental, pois está provado que é obtida igualmente sem esses acessórios e nos lugares mais comuns, como sobre um simples móvel caseiro, desde que se esteja nas condições morais exigidas e se disponha da necessária faculdade mediúnica. Achava-se a princípio que era necessário colocar um lápis com o papel. O fato, então, poderia ser mais facilmente explicado. Sabe-se que os Espíritos movem e deslocam objetos, que pegam e atiram à distância, podendo assim pegar o lápis e escrever.
Desde que o fazem por intermédio da mão dos médiuns ou de uma prancheta, poderiam também fazê-lo de maneira direta. Mas logo se verificou que a presença do lápis era desnecessária, que bastava um simples pedaço de papel, dobrado ou não, para em breves minutos aparecerem as letras. Com isso o fenômeno mudou completamente de aspecto e lançou outra ordem de ideias. As letras são escritas com uma certa substância e, desde que não se forneceu ao Espírito nenhuma substância, ele a teve de produzir, de compô-la por si mesmo. De onde a tirou? Esse é o problema. No cap. VIII, n.os 127 e 128, do livro que estudamos, encontraremos a teoria completa desse fenômeno. O Espírito não se serve de substâncias e instrumentos nossos. Ele mesmo os produz, tirando os seus materiais do elemento primitivo universal, que são submetidos, por sua vontade, às modificações necessárias para atingir o efeito desejado. Assim, tanto pode produzir a grafita do lápis vermelho, a tinta de impressão tipográfica ou a tinta comum de escrever, como a do lápis preto e até mesmo caracteres tipográficos suficientemente duros para deixarem no papel o rebaixo da impressão.
Descreve Allan Kardec a experiência ocorrida com a filha de um conhecido, menina de 12a 13 anos, que obteve páginas inteiras escritas com uma substância semelhante ao pastel e relembra a análise feita sobre o fenômeno da tabaueira, relatado no cap. VII, n.° 116, em que se estudou uma das leis mais importantes do Espiritismo, cujo conhecimento pode esclarecer diversos mistérios do mundo invisível. Ë assim que de um fato aparentemente vulgar pode sair a luz. Basta observar com atenção e não se limitar a ver os efeitos sem procurar as causas. Se a nossa fé se firma dia a dia é porque compreendemos; a compreensão das causas tem ainda outro resultado, que é o de estabelecer uma linha divisória entre a verdade e a superstição.
Se considerarmos a escrita direta quanto às vantagens que pode oferecer, diremos que até o presente a sua principal utilidade consiste na constatação material de um fato importante: a intervenção de um poder oculto que encontra nesse processo um novo meio de se manifestar. Mas as comunicações assim obtidas são raramente de alguma extensão. Em geral são espontâneas e se limitam a palavras, sentenças, frequentemente sinais ininteligíveis. São obtidas em todas as línguas: em grego, em latim, em siríaco, em caracteres hieroglíficos, etc., mas ainda não serviram às conversações contínuas e rápidas que a psicografia permite.
Pneumatofonia - (Do grego - pneuma - e - phoné, som ou voz.) - Voz dos Espíritos; comunicação oral dos Espíritos, sem o concurso da voz humana.  
Os Espíritos podem igualmente fazer se ouçam gritos de toda espécie e sons vocais que imitam a voz humana, assim ao nosso lado, como nos ares. A este fenômeno é que damos o nome de pneumatofonia. Pelo que sabemos da natureza dos Espíritos, podemos supor que, dentre eles, alguns, de ordem inferior, se iludem e julgam falar como quando vivos.
Devemos, entretanto, preservar-nos de tomar por vozes ocultas todos os sons que não tenham causa conhecida, ou simples zumbidos, e, sobretudo, de dar o menor crédito à crença vulgar de que, quando o ouvido nos zune, é que nalguma parte estão falando de nós. Aliás, nenhuma significação têm esses zunidos, cuja causa é puramente fisiológica, ao passo que os sons pneumatofônicos exprimem pensamentos e nisso está o que nos faz reconhecer que são devidos a uma causa inteligente e não acidental.
Pode-se estabelecer, como princípio, que os efeitos notoriamente inteligentes são os únicos capazes de atestar a intervenção dos Espíritos. Quanto aos outros, há pelo menos cem probabilidades contra uma de serem oriundos de causas fortuitas.
Acontece frequentemente ouvirmos, de modo distinto, quando nos achamos meio adormecidos, palavras, nomes, às vezes frases inteiras, ditas com tal intensidade que nos despertam, espantados. Se bem em alguns casos possa haver ai, na realidade, uma manifestação, esse fenômeno nada de bastante positivo apresenta, para que também possa ser atribuído a uma causa análoga à que estudamos desenvolvidamente na teoria da alucinação. Demais, nenhuma sequência tem o que de tal maneira se escuta. O mesmo, no entanto, não acontece, quando se está inteiramente acordado, porque, então, se é um Espírito que se faz ouvir, quase sempre se podem trocar ideias com ele e travar uma conversação regular.
Os sons espíritas, os pneumatofônicos se produzem de duas maneiras distintas:
* " às vezes, é uma voz interior que repercute no nosso foro íntimo, nada tendo, porém, de material as palavras, conquanto sejam claramente perceptíveis;
* " outras vezes, são exteriores e nitidamente articuladas, como se proviessem de uma pessoa que nos estivesse ao lado.
De um modo, ou de outro, o fenômeno da pneumatofonia é quase sempre espontâneo e só muito raramente pode ser provocado.

Bibliografia:
KARDEC, Allan - O Livro dos Médiuns: 2.ed. São Paulo: FEESP, 1989 - Cap XII - 2ª Parte

Tereza Cristina D'Alessandro
Setembro / 2005

Centro Espírita Batuira

cebatuira@cebatuira.org.br

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