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segunda-feira, 28 de março de 2016

A Fé Ativa construindo uma Nova Era 12 - Os Milagres do Evangelho

A Fé Ativa construindo uma Nova Era 12
Módulo/Eixo Temático: A Fé Ativa

 Os Milagres do Evangelho 
(Allan Kardec, in “A Gênese” – cap. XV)
Curas
Ressurreições
A filha de Jairo
37. - Tendo Jesus passado novamente, de barca, para a outra margem, logo que desembarcou, grande multidão se lhe apinhou ao derredor. Então, um chefe de sinagoga, chamado Jairo, veio ao seu encontro e, ao aproximar-se dele, se lhe lançou aos pés, - a suplicar com grande instância, dizendo: Tenho urna filha que está no momento extremo; vem impor-lhe as mãos para a curar e lhe salvar a vida.
Jesus foi com ele, acompanhado de grande multidão, que o comprimia.
Quando Jairo ainda falava, vieram pessoas que lhe eram subordinadas e lhe disseram: Tua filha está morta; por que hás de dar ao Mestre o incômodo de ir mais longe? - Jesus, porém, ouvindo isso, disse ao chefe da sinagoga: Não te aflijas, crê apenas. - E a ninguém permitiu que o acompanhasse, senão a Pedro, Tiago e João, irmão de Tiago.
Chegando a casa do chefe da sinagoga, viu ele uma aglomeração confusa de pessoas que choravam e soltavam grandes gritos. - Entrando, disse-lhes ele: Por que fazeis tanto alarido e por que chorais? Esta menina não está morta, está apenas adormecida. - Zombavam dele. Tendo feito que toda a gente saísse, chamou o pai e mãe da menina e os que tinham vindo em sua companhia e entrou no lugar onde a menina se achava deitada. - Tomou-lhe a mão e disse:
Talitha cumi, isto é: Minha filha, levanta-te, eu to ordeno. - No mesmo instante a menina se levantou e se pôs a andar, pois contava doze anos, e ficaram todos maravilhados e espantados. (S. Marcos, cap. V, vv. 21 a 43.)
Filho da viúva de Naim
38. - No dia seguinte, dirigiu-se Jesus para uma cidade chamada Naim; acompanhavam-no seus discípulos e grande multidão de povo. - Quando estava perto da porta da cidade, aconteceu que levavam a sepultar um morto, que era filho único de sua mãe e essa mulher era viúva; estava com ela grande número de pessoas da cidade. - Tendo-a visto, o Senhor se tomou de compaixão para com ela e lhe disse: Não chores. - Depois, aproximando-se, tocou o esquife e os que o conduziam pararam. Então, disse ele: Mancebo, levanta-te, eu o ordeno. - Imediatamente, o moço se sentou e começou a falar. E Jesus o restituiu à sua mãe.
Todos os que estavam presentes ficaram tomados de espanto e glorificavam a Deus, dizendo: Um grande profeta surgiu entre nós e Deus visitou o seu povo. - O rumor desse milagre que ele fizera se espalhou por toda a Judéia e por todas as regiões circunvizinhas. (S. Lucas, cap. VII, vv. 11 a 17.)
39. - Contrário seria às leis da Natureza e, portanto, milagroso, o fato de voltar à vida corpórea um indivíduo que se achasse realmente morto. Ora, não há mister se recorra a essa ordem de fatos, para ter-se a explicação das ressurreições que Jesus operou.
Se, mesmo na atualidade, as aparências enganam por vezes os profissionais, quão mais frequentes não haviam de ser os acidentes daquela natureza, num país onde nenhuma precaução se tomava contra eles e onde o sepultamento era imediato5. É, pois, de todo ponto provável que, nos dois casos acima, apenas síncope ou letargia houvesse. O próprio Jesus declara positivamente, com relação à filha de Jairo: Esta menina, disse ele, não está morta, está apenas adormecida.
Dado o poder fluídico que ele possuía, nada de espantoso há em que esse fluido vivificante, acionado por uma vontade forte, haja reanimado os sentidos em torpor; que haja mesmo feito voltar ao corpo o Espírito, prestes a abandoná-lo, uma vez que o laço perispirítico ainda se não rompera definitivamente. Para os homens daquela época, que consideravam morto o indivíduo desde que deixara de respirar, havia ressurreição em casos tais; mas, o que na realidade havia era rara e não ressurreição, na acepção legítima do termo.
40. - A ressurreição de Lázaro, digam o que disserem, de nenhum modo infirma este princípio. Ele estava, dizem, havia quatro dias no sepulcro; sabe-se, porém, que há letargias que duram oito dias e até mais. Acrescentam que já cheirava mal, o que é sinal de decomposição. Esta alegação também nada prova, dado que em certos indivíduos há decomposição parcial do corpo, mesmo antes da morte, havendo em tal caso cheiro de podridão. A morte só se verifica quando são atacados os órgãos essenciais à vida.
5Uma prova desse costume se nos depara nos Atos dos Apóstolos, cap. V, vv. 5 e seguintes. "Ananias, tendo ouvido aquelas palavras, caiu e rendeu o Espírito e todos os que ouviram falar disso foram presas de grande temor. - Logo, alguns rapazes lhe vieram buscar o corpo e, tendo-o levado, o enterraram. - Passadas umas três horas, sua mulher (Safira), que nada sabia do que se dera, entrou. – E Pedro lhe disse... etc. - No mesmo instante, ela lhe caiu aos pés e rendeu o Espírito. Aqueles rapazes, voltando, a encontraram morta e, levando-a, enterraram-na junto do marido."
E quem podia saber que Lázaro já cheirava mal? Foi sua irmã Maria quem o disse. Mas, como o sabia ela? Por haver já quatro dias que Lázaro fora enterrado, ela o supunha; nenhuma certeza, entretanto, podia ter. (Cap. XlV, nº 29.) 6
6 O fato seguinte prova que a decomposição precede algumas vezes a morte. No Convento do Bom Pastor, fundado em Toulon, pelo padre Marin, capelão dos cárceres, e destinado às decaídas que se arrependem, encontrava-se uma rapariga que suportara os mais terríveis sofrimentos com a calma e a impassibilidade de uma vítima expiatória. Em meio de suas dores parecia sorrir para uma visão celestial. Como Santa Teresa, pedia lhe fosse dado sofrer mais, embora suas carnes já se achassem em frangalhos, com a gangrena a lhe devastar todos os membros. Por sábia previdência, os médicos tinham recomendado que fizessem a inumação do corpo, logo após o trespasse. Coisa singular! Mal a doente exalou o último suspiro, cessou todo o trabalho de decomposição; desapareceram as exalações cadaverosas, de sorte que durante 36 horas pôde o corpo ficar exposto às preces e à veneração da comunidade.
Jesus caminha sobre a água
41. - Logo, fez Jesus que seus discípulos tomassem a barca e passassem para a outra margem antes dele, que ficava a despedir o povo. - Depois de o ter despedido, subiu a um monte para orar e, tendo caído a noite, achou-se ele sozinho naquele lugar.
Entrementes, a barca era fortemente açoitada pelas ondas, em meio do mar, por ser contrário o vento. - Mas, na quarta vigília da noite, Jesus foi ter com eles, caminhando por sobre o mar 7.
7 O lago de Genesaré ou de Tiberíades.
- Quando eles o viram andando sobre o mar, turbaram-se e diziam: É um fantasma e se puseram a gritar amedrontados. Jesus então lhes falou dizendo: Tranquilizai-vos, sou eu, não tenhais medo.
Pedro lhe respondeu: Senhor, se és tu, manda que eu vá ao teu encontro, caminhando sobre as águas. Disse-lhe Jesus: Vem. Pedro, descendo da barca, caminhava sobre a água, ao encontro de Jesus. Mas, vindo um grande vento, ele teve medo; e como começasse a submergir, clamou: Senhor, salva-me. Logo, Jesus, estendendo-lhe a mão, disse:
Homem de pouca fé! Por que duvidaste? - E, tendo subido para a barca, cessou o vento. - Então, os que estavam na barca, aproximando- se dele o adoraram, dizendo: És verdadeiramente filho de Deus, (S. Mateus, cap. XIV, vv. 22 a 33.)
42. - Este fenômeno encontra explicação natural nos princípios acima expostos, cap. XIV, nº 43.
Exemplos análogos provam que ele nada tem de impossível, nem de miraculoso, pois que se produz sob a ação das leis da Natureza. Pode operar-se de duas maneiras.
Jesus, embora estivesse vivo, pôde aparecer sobre a água, com uma forma tangível, estando alhures o seu corpo. É a hipótese mais provável. Fácil é mesmo descobrir-se na narrativa alguns sinais característicos das aparições tangíveis. (Cap. XIV, nos 35 a 37.)
Por outro lado, também pode ter sucedido que seu corpo fosse sustentado e neutralizada a sua gravidade pela mesma força fluídica que mantém no espaço uma mesa, sem ponto de apoio. Idêntico efeito se produz muitas vezes com os corpos humanos.
Transfiguração
43. - Seis dias depois, tendo chamado de parte a Pedro, Tiago e João, Jesus os levou consigo a um alto monte afastado 8 e se transfigurou diante deles. - Enquanto orava, seu rosto pareceu inteiramente outro; suas vestes se tornaram brilhantemente luminosas e brancas qual a neve, como não há pisoeiro na Terra que possa fazer alguma tão alva. - E eles viram aparecer Elias e Moisés, a entreter palestra com Jesus.
8 O Monte Tabor, a sudoeste do lago de Tabarich e a 11 quilômetros a sudeste de Nazaré, com cerca de 1.000 metros de altura.
Então, disse Pedro a Jesus: Mestre, estamos bem aqui; façamos três tendas: uma para ti, outra para Moisés, outra para Elias. - É que ele não sabia o que dizia, tão espantado estava.
Ao mesmo tempo, apareceu uma nuvem que os cobriu; e, dessa nuvem, uma voz partiu, fazendo ouvir estas palavras: Este é meu Filho bem-amado; escutai-o.
Logo, olhando para todos os lados, a ninguém mais viram, senão a Jesus, que ficara a sós com eles.
Quando desciam do monte, ordenou-lhes ele que a ninguém falassem do que tinham visto, até que o Filho do Homem ressuscitasse dentre os mortos. - E eles conservaram em segredo o fato, inquirindo uns dos outros o que teria ele querido dizer com estas palavras: Até que o Filho do Homem tenha ressuscitado dentre os mortos. (S. Marcos, cap. IX, vv. 1 a 9.)
44. - É ainda nas propriedades do fluido perispirítico que se encontra a explicação deste fenômeno. A transfiguração, explicada no cap. XIV, nº 39, é um fato muito comum que, em virtude da irradiação fluídica, pode modificar a aparência de um indivíduo; mas, a pureza do perispírito de Jesus permitiu que seu Espírito lhe desse excepcional fulgor. Quanto à aparição de Moisés e Elias cabe inteiramente no rol de todos os fenômenos do mesmo gênero. (Cap. XIV, nos 35 e seguintes.)

De todas faculdades que Jesus revelou, nenhuma se pode apontar estranha às condições da humanidade e que se não encontre comumente nos homens, porque estão todas na ordem da Natureza. Pela superioridade, porém, da sua essência moral e de suas qualidades fluídicas, aquelas faculdades atingiam nele proporções muito acima das que são vulgares. Posto de lado o seu envoltório carnal, ele nos patenteava o estado dos puros Espíritos.

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